Navegação

Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 02 de dezembro de 1943

AAB: Tendo finalizado a Regra II, damos início à Regra III. O Tibetano começa com o Festival de Wesak porque [a Regra] foi escrita pouco antes de um desses festivais. Ele continua dizendo que a nova regra trata do novo e significativo programa ou ritual de invocação e evocação. A nota por trás de Wesak é involução e evolução pela humanidade, conduzidas pela Hierarquia, produzindo resposta de Shamballa.

[Lendo de Os Raios e as Iniciações, pág.67-68]:

Referido programa é, na realidade, uma expressão ou formulação humana da Ciência do Som, apenas na medida em que o Som - por ora - afeta a humanidade e os assuntos humanos. Não se esqueçam do meu ensinamento anterior sobre a Palavra [pág. 51-56]. Lembrem-se também que o Som se relaciona com o primeiro aspecto, o aspecto Pai, e que é a nota da própria Vida, personificando seu impulso dinâmico, seu poder criador, e sua resposta sensível a todos os contatos. [Esta é a citação tal como está datilografada e não corresponde exatamente ao texto da versão publicada do livro. SES]


AAB: Aqui temos exemplificado o fato de que não há diferença básica entre as três pessoas da trindade. Podemos tomar a vida, a sensibilidade e a criatividade e fazê-las aplicáveis às três. Portanto, nada há, apenas o Uno e, tal como eu vejo, o que o discípulo tem que expressar é ser as três coisas com potência crescente.

Vida - a maioria de nós está meio morto. Não estamos trabalhando com plena pressão; não estamos vivendo no nosso máximo nível; não estamos fazendo tudo que é possível dentro do nosso alcance de visão e imaginação. Leio os trabalhos que chegam à Escola, e há muitos estudantes satisfeitos com eles mesmos. Os estudantes veteranos talvez não estejam fazendo seu melhor trabalho, mas pelo menos não estão satisfeitos com eles mesmos.

Sensibilidade - é essa a nota-chave do discípulo. Eu perguntaria o quanto vocês são impressionáveis aos contatos superiores ou o quanto estão absortos no trabalho rotineiro que a maioria de nós tem que fazer? Afinal, o problema do discípulo é fazer o trabalho rotineiro do mundo e, ao mesmo tempo, manter a aguda impressionabilidade ao que possa vir do que para nós é o mais elevado. O mais elevado varia para nós.


R: Isso é o mais importante.


AAB: Para os discípulos, mas não para os estudantes. O mais importante é fazê-los despertar, para que vivam plenamente. Uma prostituta que vive plenamente ao máximo de sua capacidade muitas vezes está mais viva e vibrante do que os estudantes da Escola Arcana. Uma das pessoas mais maravilhosas que conheci, era tão viva, amável e compreensiva que ainda me lembro dela passados quarenta anos, era uma prostituta de quem me tornei amiga na Índia. Eu fui ao Distrito da Luz Vermelha para procurar um soldado no qual estava empenhada e pelo qual me sentia responsável. Eu tinha apenas 22 anos e havia vivido uma vida completamente protegida, e o encontrei com esta mulher. Conversamos um pouco e ela me pediu se podia vir me ver. Disse que sim, ela veio e conversamos. Eu gostaria de ver os estudantes da Escola Arcana tão vivos como esta mulher. Estou falando em termos de qualidade. É inclusividade, é compreensão, é amabilidade, é viver na plenitude da vida todo o tempo.


R: Quer que os estudantes despertem? Como vai fazer isso?


AAB: Isso é trabalho deles. Nosso problema não é ensinar a eles - estou cansada de ensinar - mas ter algo em nós que irradie, de maneira que eles queiram ir adiante.


N: Você disse que os estudantes deveriam ser sensíveis aos contatos superiores. Creio que essa é a chave profunda para resolver como cada um de nós nos tornamos despertos. Quer me parecer que isso é essencial se queremos estar vigorosos durante as 24 horas do dia. De maneira geral, não sei o que é estar cansado. O contato superior vem sendo algo muito real para mim.


AAB: Certos temperamentos têm contatos elevados, e então vem a reação que os impulsiona para cima.

Criatividade - se vocês realmente estão vivendo, se realmente estão conscientes, criarão alguma coisa. Pode ser um lar. A Terceira Regra diz [Continua lendo nas pág. 68-69]:

Dual é o movimento para a frente. O Portal fica para trás. Isto é um acontecimento do passado. Que o clamor invocador seja emitido do profundo centro da clara e fria luz do grupo.
Que ele evoque resposta do brilhante e longínquo centro. Quando a demanda e a resposta se confundem em um grande Som, que saia do deserto, deixe os mares para trás e saiba que Deus é Fogo.


AAB: Não haverá mais mar; não haverá mais reações do plano astral, não mais depressões emocionais. [Continua lendo na pág. 68]:

Provavelmente esta é uma das duas regras mais esotéricas que o iniciado tem que dominar, seja como indivíduo ou em conjunto com seu grupo. O grupo reconhece e atua sob a penetrante influência do Propósito; o iniciado individual trabalha com o Plano.


AAB: Por que o grupo atua de maneira diferente? Porque há maiores possibilidades para um grupo como grupo que para um indivíduo como indivíduo. A Hierarquia como um todo pode conseguir maiores resultados do que os Mestres individuais trabalhando sozinhos. Nenhum iniciado trabalha sozinho. O grupo sempre trabalha sob o Propósito. Pode não conhecer o Propósito claramente. O iniciado tem uma ideia bem definida do que ele como indivíduo tem que fazer, e então tem que encontrar o grupo que esteja trabalhando em relação com o Propósito, e assim o indivíduo e o grupo e o Plano estarão sincronizados.

[Continua lendo na pág. 68]:

A expressão grupal, até onde é possível em qualquer momento dado, em tempo e espaço, está alinhada com a Vontade d’Aquele em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, a Vida de tudo que existe. O iniciado individual usa a força atrativa (à qual damos o equivocado nome de amor) dessa Vida fundamental com o propósito de reunir aquilo que dará corpo à forma, e assim manifestar a vontade. O grupo pode ser, e frequentemente é bastante responsivo ao “centro brilhante”, Shamballa, onde o iniciado por si mesmo e em sua própria e essencial identidade não poderia responder. O grupo deve proteger o indivíduo da tremenda potência que emana de Shamballa, a qual deve ser reduzida para ele pelo processo de distribuição, de maneira que o impacto não se centralize em um ou em todos os seus centros, mas seja compartilhado por todos os membros do grupo.


AAB: Suponhamos que têm um grande grupo com um iniciado nele, e que o grupo atue como proteção para o iniciado devido à sua sensibilidade. Se o grupo não existisse, a força que é vertida estimularia cada um dos seus centros. A energia que é vertida para ele é vertida no grupo. Eles a absorvem, e aquela pessoa fica segura. Isso não é a razão dessa pessoa estar no grupo.

Temos aqui a chave do significado do trabalho grupal. Uma das suas principais funções, esotericamente falando, consiste em absorver, compartilhar, fazer circular e, em seguida, distribuir energia.

Este processo de proteção e distribuição é uma das funções realizadas durante as grandes reuniões com a presença de toda a Hierarquia, sob a égide dos três Grandes Senhores (o Manu, o Mahachohan e o Cristo), naquele elevado e sagrado vale dos Himalaias onde anualmente - após a devida preparação - a Hierarquia faz contato com Shamballa estabelecendo então uma relação entre “o brilhante e vivo centro” e “o radiante e magnético centro”, a fim de que o “passivo e expectante centro” seja estimulado para seguir adiante na escala evolutiva.


AAB: Quando estava lendo esta frase, pensava na Alemanha. A nosso próprio modo, temos que representar no mundo as pessoas com visão, boa vontade e compreensão, exatamente esses três centros. Temos um grupo como Churchill e Roosevelt e seus colaboradores que têm um propósito; são como o brilhante centro vivo. E depois temos o radiante e magnético centro - as pessoas de boa vontade - pessoas como nós. E depois aquele passivo, negativo, expectante centro, que corresponde à humanidade de grau inferior da nação alemã, e aí se encontra sua linha de responsabilidade. Eles têm que ser estimulados para avançar na escala da evolução. Estou interessada em apresentar o panorama mais amplo para que possamos saber onde está nosso lugar no mundo.

Temos aqui uma nação que é tão negativa que não existe uma palavra no idioma alemão que corresponda ao que entendemos por “mente”. Nós nos sentávamos em torno da mesa em Ascona com todo tipo de nacionalidades presentes e passávamos uma tarde inteira procurando encontrar uma palavra ou frase que fosse o equivalente de “Do Intelecto à Intuição” e traduzi-la corretamente. Disseram que não existe tal palavra no idioma alemão. Aí está o indício. Quando a base do povo alemão começar a pensar e não for guiada emocionalmente, teremos uma raça maravilhosa, mas ainda não. É uma tarefa importante para as pessoas que estão procurando expressar o Propósito e o Plano para levar a humanidade à condição adequada de raciocínio com a qual veja a vida como é. [Continua lendo na pág. 68-69]:

A própria Hierarquia inclusive requer a proteção de todos os seus membros a fim de absorver corretamente as energias entrantes e em seguida distribuir sabiamente as forças da vontade divina nos três mundos onde reside Sua maior responsabilidade. A enfocada vontade de Deus, em suas implicações e aplicações imediatas, constitui o ponto de tensão do qual Shamballa atua para produzir o resultado final do Propósito divino.

Há uma acentuada diferença entre Propósito e Vontade, muito sutil certamente, mas bem definida para o iniciado avançado e, portanto, até mesmo nisso aparece a natureza dual da nossa manifestação planetária e da nossa Expressão solar. Os Membros do Concílio de Shamballa reconhecem esta diferença e, em consequência, se dividem em dois grupos que, pela antiga nomenclatura, são denominados de Registradores do Propósito e Guardiões da Vontade.


AAB: Algum dia, mas não ainda, talvez nem em cem anos, teremos escolas esotéricas que façam uma distinção entre seus membros seniores, situando alguns em um grupo e alguns em outro.

[Continua lendo na pág. 69- 70]:

A Vontade é ativa, o Propósito é passivo, e espera os resultados da atividade da Vontade. Os Nirmanakayas ou Contemplativos Planetários e os Guardiões do Plano, são reflexos desses dois grupos nos círculos hierárquicos. A função dos Registradores do Propósito é manter aberto o canal entre nossa Terra, o planeta Vênus e o Sol Central Espiritual. A função dos Guardiões da Vontade é relacionar o Concílio, a Hierarquia e a Humanidade, criando assim um triângulo básico de força entre os três principais centros da vida planetária, expressão superior (simbólica, podemos dizer) da estrela de seis pontas, formada por dois triângulos entrelaçados. Uma réplica deste triângulo fundamental e símbolo de energia, com seu influxo e distribuição, podemos encontrar na relação entre os três centros superiores do ser humano - coronário, cardíaco e laríngeo - com os três centros inferiores - plexo solar, sacro e base da coluna vertebral. Podemos observar também que a Ciência de Invocação e Evocação simbolicamente segue através de linhas evolutivas. A adoração, atitude do místico, deve dar lugar à Invocação no homem que sabe que é divino. Referida revelação simbólica pode ser constatada na elevação das três energias inferiores e sua resposta evocativa até as três superiores, assim produzindo a eventual unidade no ponto de tensão. Entendo que isto seja difícil de compreender, porque encerra verdades que dificilmente o discípulo poderá captar.

Mas cada um de vocês as captará e dominará, à medida que percorrerem o Caminho do Discipulado e se submeterem ao necessário treinamento para a iniciação. Também serão dominadas posteriormente neste século e no próximo pela humanidade que se desenvolve rapidamente, demonstrando que a iniciação do momento, a certa altura do tempo, será uma realização passada das massas.


AAB: Uma afirmação extremamente interessante. Significa que, se vocês e eu, oportunamente, pudermos tomar a iniciação, teremos promovido o avanço de toda a raça humana. [Continua lendo na pág. 70- 71]:

A Carta do Atlântico e as Quatro Liberdades, formuladas durante a tensão produzida pela pressão e agonia mundiais, são reflexos disso e encerram tudo o que o indivíduo comum, de orientação materialista, é capaz de captar da atual Vontade de Shamballa, à medida que condiciona os planos da Hierarquia e é impulsionada pelos Registradores do Propósito. Esta revelação constitui a medida do que os dois grupos de Guardiões puderam transmitir aos melhores intelectos humanos - o primeiro grupo tratando dos membros avançados da Hierarquia e, o segundo, dos iniciados e discípulos estreitamente relacionados com a humanidade.

Novamente nos encontramos diante do fato de que a Ciência de Invocação e Evocação, da qual esta Regra trata fundamentalmente, é, antes de tudo, uma grande atividade científica, da qual a humanidade moderna praticamente nada sabe, mas que está relacionada com o poder do pensamento e com a construção de formas-pensamento. Apenas os iniciados dos graus superiores - como os três grandes Senhores - têm o direito de invocar sozinhos e sem o acompanhamento de um agente protetor, tal como seria um grupo, e a razão disso está em que Eles próprios são membros do Concílio de Shamballa e, individualmente, Registradores do Propósito. O aparecimento anual do Senhor Buda é a demonstração ou símbolo externo do surgimento desta Ciência de Invocação e Evocação, na incipiente consciência da humanidade.

A oração é a vaga, tênue e inadequada expressão disso; a afirmação da divindade, com o fim de obter bem-estar material é uma distorção desta verdade. É preciso ter isso em mente. O verdadeiro significado desta nascente ciência reside em que, nas primeiras ou iniciais etapas, ela corporifica o conceito-semente da nova religião mundial.


C: Eu acho que a frase, «Registradores do Propósito e Guardiões do Plano» é extraordinária.


AAB: Em todo o processo de descida temos energias. Quais são as energias em qualquer grupo esotérico - os grupos que meditam e os que trabalham com o Plano?


FB: O triângulo esotérico de vocês provavelmente seria um reflexo disso.


AAB: O trabalho de meditação de luz e o trabalho de meditação sobre a boa vontade - aí está, não é mesmo?


CH: O que disse o Tibetano sobre o processo da Vontade - a Vontade é ativa e o Propósito é passivo, esperando pelos resultados da atividade da Vontade.


AAB: Gostaria que pudesse esperar. O Propósito é revelado para a Hierarquia e, por meio da Hierarquia, é distribuído a grupos como este. Nada mais se pode fazer em relação ao Propósito, até que aquela pequena parcela do Propósito tenha cumprido o seu objetivo, quando então vem algo mais.


RK: Creio que o que CH quer dizer é que devem estar em outra fase desse grande grupo que espera. Podem estar ativos, mas não em uma esfera de que possamos falar. Podem estar ativos em esferas cósmicas.


AAB: Voltamos à questão da liberdade da humanidade de usar mais o conhecimento que tem e, até usar esse conhecimento, a Hierarquia espera.


JL: Ele não disse que os Guardiões do Plano estão comprometidos em evocar mais planos enquanto esperam pelo que acontece por aqui? Gostaria saber se os Guardiões do Plano não têm nada mais a fazer do que evocar mais planos.


AAB: Registradores do Propósito e Guardiões da Vontade - têm a ver com Shamballa. Isso não nos afeta. Esses dois grupos estão refletidos nos círculos hierárquicos pelos Contemplativos Planetários e os Guardiões do Plano.

Registradores do Propósito Contemplativos Planetários
Guardiões da Vontade Guardiões do Plano

CH: Nirmanakayas, Contemplativos Planetários - sempre pensei que criariam reservas de força graças às quais o trabalho é realizado.


AAB: São receptores passivos. Creio que poderíamos fazer algo em dois grupos depois da guerra e assim talvez sejamos como tênues sombras ou refletores de Shamballa.


CH: Isso não estaria incorporado no trabalho grupal que estamos fazendo agora? Na última página nos diz para pararmos a meditação com semente e passarmos para a meditação sem semente, e isso é muito difícil de fazer. Não há que fazer nada tão consciente e continuamente.


RK: Acredito que quando começamos a falar sobre contemplativos, refletores e depósitos de energia ou força, estamos começando a tocar na real natureza da eletricidade e do fogo. O Tibetano nos diz que só conhecemos o terceiro aspecto da eletricidade.


M: Quer me parecer que eles poderiam se relacionar com este grupo. Estamos procurando apreender coisas imateriais, e quanto mais nos esforcemos para captar essas coisas, creio que melhor será para nós. Isso me faz pensar em uma antiga lenda persa. Três anjos observavam a Terra girando. Um era um filósofo, outro um homem de negócios. O terceiro foi para casa, não disse nada e fez o mundo girar por si mesmo. Assim, creio que neste grupo podemos experimentar e fazer disto uma coisa real. Não temos que esperar até o final do século. Não creio que devamos colocar limites em nós, se o tempo não existe.


AAB: Afinal, está no plano físico.


M: Não trabalhamos em outros planos?


N: Creio que estamos sendo atraídos a explorar todas as possibilidades que temos pela frente, mas não podemos tocar plena ou conscientemente nesses reinos superiores que o Tibetano está nos ensinando neste momento. Mas certamente podemos nos tornar sensíveis a eles e as possibilidades de fazer disso uma realidade estão abertas para nós.


AAB: Hoje de manhã, conversava com meu médico sobre como os militares são recrutados com base no perfil psicológico. Ele libera 200 homens por noite. O problema é que não podem prever o ponto de ruptura dos indivíduos no plano físico quando submetidos ao ruído e à velocidade da guerra. Alguns podem ser identificados de imediato, mas outros não dão indicação de como reagirão. Outros vão e voltam em um mês devido ao fato de que não são capazes de suportar a tensão. Há três grupos. Há o homem que parece ser totalmente comum; todas as suas reações e testes são corretos. Pode chegar a ser um herói ou um fracassado total. Há os homens com maus antecedentes que não querem que sejam conhecidos, e por isso não dizem nada. O psicólogo não conhece seus pontos fracos e eles entram. E há os farsantes que inventam estórias para escapar do recrutamento. São covardes. A mente consciente diz uma coisa, mas se a mente abstrata pudesse atuar, a fraqueza deles poderia ser vista.


RK: Não acho que devamos minimizar o poder do grupo, mesmo se admitimos que ele não é muito potente. É como se estivéssemos reunindo nossas mentes de um centavo e obtendo uma mente de um dólar, e com um dólar se podia ter algo muito bom nos velhos tempos.


AAB: Como minimizamos isso?


RK: Não podemos nos sintonizar com o Propósito.


AAB: Não podem se sintonizar com Shamballa. Podem se sintonizar com o Plano. Somente um grupo de iniciados, iniciados muito elevados, juntos, podem fazê-lo. O Plano é difícil para qualquer um de nós.


RK: Creio que há um certo alinhamento do qual participamos.


AAB: Nosso alinhamento é com a Hierarquia, e depois que a Hierarquia faz descer o Propósito, podemos chegar a compreender, mas não muito.


R: O Plano vem a nós em três aspectos.


AAB: Não creio que o aspecto Vontade esteja muito desenvolvido em alguém, porque se estivesse estaríamos fazendo melhor do que estamos fazendo. Nosso rendimento no mundo seria melhor. Creio que gostamos muito de falar sobre isso e fazer pouco para ajudar, mas isso não condiciona nossos pensamentos, palavras e atos como faria se a Vontade dominasse em nós. Não a vejo nos dominando.


LM: Pode não condicionar tudo que fazemos, mas estraga todas as outras coisas.


AAB: Creio que você tem bastante razão. Permanece na linha de pensamento e estraga nossos pensamentos e nos torna insatisfeitos com nosso esforço para trazê-la ao plano físico para que assim possamos demonstrar uma vida de devoção ao Plano. Creio que o que se tem de fazer com as pessoas mais velhas é prepará-las para uma vida de serviço completo na próxima encarnação. Uma senhora mais velha veio para a Escola este ano. Provavelmente morrerá dentro de seis meses, mas terá feito sua conexão.


JL: Em uma idade muito avançada deixamos de trabalhar como Guardiões do Plano e ficamos muito lerdos e quase inconscientes.


AAB: Vocês nunca serão Guardiões do Plano até que sejam membros avançados da Hierarquia, e se forem tais membros avançados, não poderiam ficar lerdos.


C: Não é a função da Escola para essas pessoas a de ser Registradores do Propósito?


AAB: Guardiões do Plano, é muito mais provável. Não conheço o Propósito. O Propósito, pelo que posso supor, é o que Deus está demonstrando em todos os reinos da natureza. Mas Registradores do Propósito, não. Eles sabem tanto do Propósito quanto possa ser exposto no próximo ciclo.


C: As pessoas que entram e criam sua conexão.


AAB: É mais provável que criem sua conexão com a Hierarquia, se você quer dizer que estão cumprindo o propósito individual.


M: Qual seria sua ideia de uma vida totalmente entregue ao serviço?


AAB: Com horror e consternação lhes digo que olhem para mim. Desde que tinha quinze anos não fiz outra coisa que trabalhar pela humanidade. Sacrifiquei tudo e todos, inclusive eu mesma. Não sei o que fiz nem se o que fiz é proporcional aos resultados ou se os resultados alcançados foram proporcionais ao que minha Alma queria fazer. Eu apenas continuo.


N: [Uma vida entregue totalmente ao serviço significaria que] estenderão sua capacidade de realização. Falando em termos relativos, você está muito acima de nós.


AAB: Uma grande parte do trabalho que fiz foram os livros do Tibetano, mas não sou responsável por eles além do plano físico.


AP: O Tibetano diz em alguma parte que os comunicadores capazes de transferir no plano mental são extremamente raros e de grande valor.


AAB: Quero que vejam que, em sua próxima encarnação, com todo o conhecimento que têm agora, têm a responsabilidade de começar cedo.


M: Muitas pessoas neste trabalho começam depois ter passado a maior parte de seus dias. Por que o trabalho não começou mais cedo na vida?


AAB: Porque creio que é preciso vir à encarnação como discípulo. Você já é um discípulo. Não vejo razão pela qual não deveria encarnar da próxima vez como discípulo, mas tem que fazer o trabalho nesta vida.


AP: Você atrai o trabalho quando está preparado e tem a vibração, quando está pronto para começar e realizá-lo.


AAB: Vejam os diferentes discípulos da Escola Arcana. Antes de entrarem na Escola já estavam atuando como discípulos em seus próprios grupos. Muitas pessoas entram na Escola sem um grupo. Não estão prontas. Precisam de treinamento, o que receberão, e na vida seguinte, terão seu próprio grupo aos 35 anos.


B: O que quer dizer com “discípulo”?


AAB: São tão radiantes e magnéticos que já reuniram a seu redor dez, trinta, cem ou talvez mais. O Dr. Roberto Assagioli e o Sr. Eugene Cosgrove são tais discípulos. Entraram na Escola depois de ter seus grupos, não porque a Escola iria treiná-los como discípulos, mas porque eles fortalecerão a Escola. As pessoas se enquadram em vários grupos. Algumas estão em treinamento para o discipulado avançado; outras têm que ser treinadas para dar os primeiros passos. Temos que reconhecer a diferença.

Início