Navegação

Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 12 de novembro de 1943

AAB: Creio que esta noite temos um tema muito difícil. Eu o acho muito difícil, não tanto para mim, mas quando tento explicá-lo para outras pessoas. Trata-se do uso da Palavra Sagrada. É um dos temas mais difíceis para tratar com os estudantes ou ensiná-los a empregar. [Lê de Os Raios e as Iniciações, pág. 51-52]:

Chegamos agora ao estudo de um tema que se mostra sempre muitíssimo difícil para os estudantes: a natureza da PALAVRA, o A.U.M. e seus derivados posteriores, o O.M. e o Som.

Há muita confusão com relação ao significado e a necessidade de uso. A etapa de reconhecimento, pela qual estamos passando agora, é puramente exotérica, a fim de acostumar o público à realidade de sua existência, e é empreendida de três maneiras:

1. Pelo uso constante da palavra “Amem” em todas as igrejas cristãs, corruptela ocidental do A.U.M. O A.U.M. é aqui o aspecto inferior do Som originador.

2. Pela ênfase que a maçonaria deu à Palavra Perdida, atraindo assim, sutilmente, a atenção da humanidade para o O.M., o Som do segundo aspecto, a Alma.

3. Pela crescente ênfase que os inúmeros grupos esotéricos de todo o mundo dão ao uso do O.M., o uso frequente e público dessa palavra por estes grupos e pelos praticantes de meditação.

A perspectiva mais sensata é a da tradição maçônica, porque trata principalmente do mundo de significados e uma das fases do ensinamento esotérico. O uso do Amem no ritual da igreja cristã será desencorajado com o tempo, pois constitui basicamente uma afirmação materialista, sendo considerada de maneira geral pelos fieis da Igreja como selo de aprovação divina, outorgado pelo Todo-poderoso aos pedidos de proteção ou de satisfação das necessidades físicas; portanto, tudo isso está relacionado com a vida de desejos, a aspiração ao dualismo e à demanda. Envolve as atitudes de doador e de receptor.

O A.U.M. e o Amem são ambos uma expressão do som mediante o princípio da substância ativa inteligente da manifestação divina, o terceiro aspecto, e serviram à necessidade humana durante a fase material e o desenvolvimento da forma. Também me refiro aqui ao desenvolvimento da mente ou do corpo mental. A personalidade como um todo, quando aperfeiçoada e regida pela Alma, é o “Verbo feito carne”.


AAB: Quando o Tibetano diz esse tipo de coisas sobre o AUM, se opõe frontalmente ao ensinamento oriental. No Oriente adotam a posição de que o AUM representa o aspecto mais elevado, e aqui DK está dizendo exatamente o contrário. Ele o relaciona com o terceiro aspecto, ou o estritamente materialista. [continua lendo, pág. 52-53]:

O conjunto de aspirantes e discípulos está hoje aprendendo o significado do O.M., que não é o Verbo feito carne, mas o Verbo liberado a partir da forma e se expressando como alma- espírito e não como corpo-Alma-espírito. Portanto, podemos dizer que:

1. O A.U.M. (observem que separo cada aspecto deste tríplice som) faz descer ao plano físico o aspecto Alma-espírito, e o ancora por força da sua vibração exteriorizadora. Empregarei um símbolo para esclarecer o que quero dizer, seria como “um forte vento que prende um homem contra a parede, impedindo toda liberdade de movimento”. Vivifica a forma; intensifica o aferro da matéria sobre a Alma; constrói uma prisão em torno da Alma - a prisão dos sentidos. É o “som do encantamento”, fonte do espelhismo e de maya; é uma energia altamente enganosa e sedutora, a nota do arco involutivo. Oculta o segredo do mal ou matéria, dos usos da forma, primeiro como prisão, em seguida como campo de treinamento e de experiência e, finalmente, como expressão da manifestação de um Filho de Deus.

2. O O.M., corretamente pronunciado, libera a Alma do espelhismo e do encantamento. É o som da liberação, a grande nota da ressurreição e da elevação da humanidade até o Lugar Secreto do Altíssimo, quando todas as demais Palavras e sons se desvaneceram. É um som dual, não tríplice como o A.U.M.; significa a relação entre espírito e Alma e entre vida e consciência. Esta Palavra perdida, que simboliza o que se perdeu nos três mundos (exemplificado pelos graus da Loja Azul da Maçonaria), deve ser recuperada e está hoje em processo de descoberta. Os místicos a buscaram; os maçons preservaram a tradição da sua existência; os discípulos e iniciados do mundo devem demonstrar que a controlam.

3. O SOM é a única expressão do Nome Inefável, a denominação secreta d’Aquele em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, a Quem a Grande Loja Branca conhece por esse nome. Lembrem-se sempre que nome e forma são termos sinônimos do ensinamento ocultista e que ambas as palavras contêm o segredo da manifestação. A meta do iniciado é a identificação com todas as formas da vida divina, a fim de poder conhecer a si mesmo como parte integrante do Todo e se sintonizar com todos os estados de percepção divina, sabendo por si mesmo (e não só na teoria) que eles também são seus próprios estados de percepção. Pode então penetrar no arcano divino do conhecimento, participar da divina onipresença e expressar - à vontade - a divina onisciência e se preparar para manifestar a divina onipotência com plenitude de consciência.


AAB: Creio que todo este tema deveria formar parte do material do futuro Quarto Grau. É uma das exposições mais claras que temos. [continua lendo, pág. 53-55]:

Estou usando palavras que não têm como transmitir o significado subjacente da Palavra. Só é possível compreender quando o homem viver a Palavra, ouvindo seu Som inaudível e exalando-o para os demais em um alento vital doador de vida.

As massas ouvem o som do A.U.M.; nelas, os grupos mais elevados estão descobrindo que esse A.U.M. é a expressão de algo de que procuram se liberar. Os aspirantes e os discípulos do mundo ouvem o O.M. e, em suas vidas pessoais, o A.U.M. e o O.M. estão em conflito.

Talvez isto seja uma ideia nova para vocês, mas transmite o conceito de um fato eterno. Talvez lhes ajude a compreender esta fase quando assinalo que, para o primeiro grupo, o O.M. pode ser representado com o símbolo M, que expressa a natureza material, enquanto que o segundo grupo pode ser representado pelo símbolo m, expressando a Alma envolta na matéria. Vocês verão, portanto, como os ensinamentos conduzem o homem progressivamente para adiante e como a ciência ocultista põe o homem em contato com grandes reviravoltas mentais e paradoxos divinos. Durante éons a Palavra da Alma e o Som da realidade espiritual estiveram perdidos. Hoje a Palavra da Alma está sendo novamente descoberta e, com isso, o pequeno eu vai se perdendo na glória e na radiância do Eu divino.

Esta descoberta culmina por ocasião da terceira iniciação. O iniciado e o Mestre, junto com os de grau superior que estão se aproximando da identificação com Shamballa, estão escutando, de maneira cada vez mais clara e firme, o SOM que emana do Sol Central Espiritual, que penetra em todas as formas da vida divina do nosso planeta - através do nosso Logos planetário, o qual ouve com toda clareza e compreensão - o Som da sílaba inferior do Inefável Nome d’Aquele em Quem os Logos planetários vivem, Se movem e têm Seu Ser, pois Eles são centros da VIDA que se expressa por meio de um sistema solar.

Vocês podem ver como é de pouca utilidade me estender sobre isto. O único proveito é proporcionar um impulso ao desenvolvimento à consciência do discípulo e provocar sua imaginação (a semente da intuição), de maneira que, mesmo estando ocupado em expressar o M e em seguida o m, estará se esforçando para chegar ao Som.

Assinalei que o som A.U.M., o som O.M. e o próprio SOM estão relacionados com a vibração e seus variados e distintos efeitos. O segredo da Lei de Vibração se revela progressivamente, à medida que as pessoas aprendem a emitir a Palavra em seus três aspectos. Seria do interesse dos estudantes uma reflexão sobre a distinção entre o alento e o Som, entre o processo da respiração e o da criação de uma atividade vibratória direcionada. Uma está relacionada com o Tempo e a outra com o Espaço, e diferem entre si, e (como o coloca o Antigo Comentário)
“o Som, o Som final, e ainda assim o inicial, diz respeito ao que não é Tempo nem Espaço, está fora do TODO manifestado, a Fonte de tudo o que é e, ainda assim, não é nada”. [coisa alguma. A.A.B.]


AAB: Creio que o debate do AUM e do OM, e de como podemos fazer deles algo vital, tem um lugar muito claro.


B: Há uma diferença de pronúncia entre os dois?


AAB: O AUM começa com o som “a” e o OM começa com o som “o”. O AUM corretamente pronunciado tem sete sons de vogais. Não é um só nem tríplice. Havia aqui um homem da Índia que ia aos Laboratórios Bell e cantava mantras sobre algum tipo de dispositivo de gravação que gerava formas sobre uma tela. Ele soava o AUM, e se formavam sete grandes pirâmides. Quando ele pronunciava o OM, parecia como um som redondo.


ES: Você poderia dar mais detalhes sobre o aspecto superior, o som?


AAB: Quer que dê detalhes sobre isto? Farei isso quando tomar a quarta iniciação. [segundo o livro Maitreya’s Mission de Benjamin Creme, essa deveria ser sua próxima iniciação. SES]


P: Nos Upanishads se diz: «Aqueles que pronunciam o AUM voltam outra vez, mas aqueles que pronunciam o OM não voltam e não buscam de novo a forma». Se tiramos o U, que é o aspecto da Alma encarnada, obtemos o OM, que é espírito e matéria. Unificamos espírito e matéria.


AAB: O OM é o som do Cristo, o Verbo feito carne, e na hora em que somos o Verbo feito carne não voltamos mais.


JL: O AUM está oculto no número 1450, que se diz ser o número de pilares que a maçonaria sustenta.


AAB: OM - a Palavra perdida. Nunca recuperaremos a Palavra perdida até que Templo de Ezequiel seja construído. É a peça de arquitetura mais ornamentada, um templo maravilhoso.


M: Quem o construiu?


AAB: O Mestre Maçon.


LM: E quanto à sua roda?


AAB: Há quatro rodas girando sobre si mesmas e cheias de olhos dentro e fora. Não seria a roda da vida, a quádrupla personalidade?


RK: Também os quatro reinos.


AAB: O número quatro abre a porta para a manifestação.


FB: Conforme me lembro, o ensinamento sobre a Palavra Sagrada em Cartas sobre Meditação Ocultista trata exclusivamente sobre o AUM. Estou me perguntando se na nossa próxima edição deveríamos mudá-lo.


N: Na Bhagavad Gita há OM.


AAB: Ao escrever, são propensos a cometer erros.


RK: Um livro para o público em geral poderia muito bem se limitar ao AUM.


AAB: Isso depende de se tratar da consciência Crística ou da forma.


P: Querem deixar fora totalmente a divina onipresença? A onipresença é o que estamos procurando enfatizar.


AD: Eu teria que ler.


FB: É a implicação que transmite. Sempre pensei que o OM fosse a palavra inferior, e que nossa palavra importante fosse o AUM com seus três sons.


AAB: Eu sempre pensei que era menos importante a que tivesse os três.


JL: Em algum lugar O Tibetano diz para pronunciar o AUM e então parar e ouvir o OM pronunciado pela sua Alma. Isso estava em algum lugar de algo que eu estava revisando para a Inglaterra.


AAB: Esse aqui é o novo texto sobre o Antahkarana. O Amem tem quatro letras, que sem dúvida é o quaternário. Acho difícil explicar o AUM para as pessoas. Depois de todos estes anos, não sei como falar para elas.


RK: Uma vez alguém me perguntou sobre a Palavra Sagrada. A pessoa não era da Escola. Para mim a explicação é que é uma respiração completa. Inclui tudo. É a vida e você está começando a ser consciente da vida.


ES: Quando uma pessoa pronuncia o OM e depois para e ouve o som do OM, o que é isso?


AAB: Acho que se deve ao fato de que a pessoa alcançou um ponto de tensão quando se desliza para fora do corpo, e ouve o OM etérico. Eu muitas vezes escuto o telefone antes que ele toque. Eu o escuto no etérico. Na meditação isso se inverte. Primeiro se ouve o som físico e depois o etérico. Muitas vezes eu ouço isso no Santuário [nas meditações de serviço do meio-dia]. Ouço o som grupal, e alguns segundos mais tarde o ouço outra vez.


JL: É o que o Tibetano está tentando dizer quando diz que, se a pessoa for suficientemente boa, e se o pronunciar corretamente, a sua Alma vai soá-lo de volta para ela?


AAB: Se realmente for o OM que a pessoa escuta, é a Alma que o pronuncia.


AD: Do ângulo vocal, quando você abre os lábios e deixa que eles voltem a se fechar, você terá emitido a palavra sem fazer um som. Esse é o mecanismo. Som é alento vibrante. O que chega é o som das coisas que moram internamente. O som nada mais é do que pensamento expressado. A natureza nos faz fazer isso. É inerente em todos nós.


RK: Falando em termos de vibração, o Tibetano fala de movimento, e a maioria de nós pensa em movimento do plano físico, mas movimento não é só movimento no plano físico. No plano astral é o desejo, e no plano mental é o pensamento. Neste sentido me pergunto o que é o som nos planos astral e mental. É dito que no plano astral vemos som e ouvimos cores.


LM: Como você explica isto? Estive sentado sozinho nesta sala várias vezes, e o AUM vibra e o escuto em vários tons diferentes. Este som está vivo; está nesta sala.


N: Na solidão desta sala, e no Santuário durante uma meditação grupal, ao pronunciar a palavra muito suavemente, senti um som muito amplo, mais potente do que eu mesmo poderia pronunciar. Não é meu próprio som como habitualmente o conheço. Ele me fez sentir como se toda a sala estivesse cheia com o grupo.


JL: Uma estudante que conheço sempre vê cor quando ouve a Palavra. Disse que quando a senhora Bailey pronuncia a palavra é de um amarelo dourado. Ontem à noite RK pronunciou a palavra em um verde bem definido.


AAB: A cor dourada é a cor correta; é a cor em que sempre penso. Amarelo dourado é a cor de Buddhi, a consciência crística, e o verde é a cor da compaixão, da fusão. Realmente temos todo um campo da ciência que tem que ser desenvolvido de alguma maneira sobre a relação de som e cor. Se quiséssemos poderíamos ter aqui um laboratório real, mas tem que ser feito de maneira adequada e segura, porque é algo muito perigoso. Se visualizam a cor vermelha todas as manhãs, em pouco tempo serão totalmente insuportáveis.


RK: Durante algum tempo fiz um pequeno experimento, e cada vez que pronunciava a Palavra eu anotava a nota musical correspondente, também anotava se estava trabalhando com um grupo ou pensando em um Mestre, ou trabalhando individualmente. Foi uma coisa bastante constante. Quarenta e cinco vezes de cinquenta, se pensava na mesma coisa era o mesmo som. Seria uma boa coisa a dar continuidade, mas parei. Não vejo cores, mas sinto a qualidade, e provavelmente esta se expressa em cor.


M: Falando do OM, há vários anos comecei a ouvi-lo - uma linda nota sem começo e sem fim - e pensei que pudesse ser a música das esferas. Não muito tempo depois alguém trouxe uma campainha. Quando a pessoa soou a campainha, me sobressaltei, porque reconheci que a campainha tocava o OM. Reconheci o som que havia estava ouvindo antes e soube que era o OM que havia ouvido.


AAB: Poderia ser a sua própria nota.


FB: Você costumava tentar descobrir a nota do Santuário.


RK: Não, apenas a extensão do conteúdo da minha própria meditação.


FB: Seria possível observar as mudanças de acordo com a intensidade da vida na Sede.


JL: Algo estranho em relação ao AUM e ao OM - não há nenhuma vogal ou consonante que o faça finalizar fechando a boca e em silêncio. Quando termina têm que calar.


AD: O “O” é considerado um som ressoante. É uma vogal e inclui todos os sons. Ao unir os lábios ele continua a ressoar.


H: O “M” não representaria o aspecto físico, o aspecto mãe?


AAB: Esse é um dos paradoxos. O “A” é o som de poder; o “U” é a taça receptora que contém a água de vida; o “M” é a forma.


FB: E nos foi dito que pronunciar o AUM silenciosamente exerce um efeito diferente de pronunciá-lo audivelmente. Também, para criar no plano físico é preciso usar o AUM. Quanto mais perfeito for o som de “M”, mais perfeito o ato mágico.


AD: Quando as pessoas cantam corretamente não articulam e entoam deliberadamente. Pensam na coisa a ser expressa e a voz se conforma com o pensamento.


M: Isso também se faz quando se fala.


AAB: Pessoalmente, gostaria de ver todos os estudantes ocultistas tomando aulas de canto. Creio que se tivessem essas lições durante um ano se tornariam autênticos esoteristas. Durante anos tive o melhor professor em Londres me ensinando a cantar.


M: Nem todos podemos cantar, mas podemos aprender a falar corretamente. Estou recebendo aulas de um professor que foi treinado para ler em uníssono bela poesia. Temos exercícios de respiração até para os sons nasais ressoantes.


AAB: Seria interessante tomar lições de canto, não para cantar, mas para regular a voz. Por que uma diva de ópera normalmente é emocional? Porque respira do plexo solar, não do coração.


AD: É o jeito antigo. A técnica agora está mudando. Na primeira aula eu os faço começar com o “O” de maneira que a respiração comece a subir para a cabeça, e assim abram espaços na cabeça, que resulta em um indivíduo livre. A voz tem registros que correspondem aos cinco planos - físico denso, etérico, emocional, mental e superior. O ponto em que a voz soa bem revela onde uma pessoa está polarizada; onde soa mal, indica onde está localizado o conflito. A voz revela tudo.


M: O som é a coisa mais oculta que há.


AD: Meu corpo etérico é tal que se sintoniza com os estudantes, e quando os estudantes estão alinhados sinto frio. Eles querem parar de cantar, mas se continuam, de repente o frio muda e um cálido resplendor traspassa o estudante, e o mesmo acontece comigo.


AAB: Tomemos a quebra na voz. Seria indicativo de um ponto débil?


AD: Sim, falei com o Dr. Assagioli sobre isso e ele disse que eu tinha razão.


AAB: Eu quebrei em FÁ sustenido [também chamado de FA5]


AD: A zona emocional na voz está por cima de Dó meio alto a FÁ. Fá é a lacuna entre as emoções e a mente. Têm que traspassar a lacuna a fim de se deslocar para o plano mental. Eu li em A Doutrina Secreta que quando a pessoa pode encontrar aquele pequeno nervo na faringe por trás do palato mole, encontrou a entrada para os reinos superiores. De fato, cantar pode levar aos reinos superiores.


AD: Todos os nervos da garganta são duais, exceto um que sobe em espiral e circunda a traqueia.


RK: A assinatura de Deus.


AD: Efetivamente.


RK: Eu tive aulas com AD durante três anos.


AD: RK acostumava dizer que eu não canto; aquilo me canta.


FB: Creio que poderia ser muito útil nos graus avançados estudar algo sobre o uso do OM. Tivemos ensinamento sobre escutar a Alma pronunciar a Palavra Sagrada, e em seguida deixar que a personalidade a reflita e pronuncie. Se pudéssemos aprender a fazer um alinhamento que permitisse que a Alma pronunciasse o OM e que vibrasse na personalidade para que a personalidade pronunciasse o OM em vez do AUM, poderíamos obter este efeito.


RK: A Alma está entoando-o o tempo todo. Só temos que ouvir. Mas é um ponto muito bom. Não poderíamos ter a entonação do OM como um exercício no Quarto Grau, como sugere FB?


AAB: AD, gostaria que pusesse por escrito algumas destas coisas que estava nos contando. [continua lendo, pág. 55-56]:

Há, pois, grandes pontos de tensão, dos quais surge a Palavra Sagrada em seus maiores aspectos. Relaciono- os para vocês:

1. O ponto criador de tensão - tensão alcançada pelo Logos planetário quando responde ao Som do Inefável Nome, exalando-o, por Sua vez, em três grandes Sons, que fazem um Som em Seu próprio plano de expressão, criando assim o mundo manifestado, o impulso para o desenvolvimento da consciência e também a influência da própria vida. Este é o Som.

2. Sete pontos de tensão no arco descendente ou involutivo; produzem os sete planetas, os sete estados de consciência e a expressão dos impulsos de cada um dos sete raios. É o sétuplo A.U.M., ao qual a Sabedoria Eterna se refere. Relaciona-se ao efeito que o espírito ou a vida produz sobre a substância, assim dando origem à forma e criando a prisão da vida divina.

3. O A.U.M. em si ou o Verbo feito carne; ele cria, finalmente, um ponto de tensão no quarto reino da natureza, e neste ponto o ciclo evolutivo é viabilizado e a primeira e débil nota do O.M. pode ser ouvida quase imperceptivelmente. O homem individual alcança este ponto quando a personalidade é um todo integrado e ativo e a Alma começa a exercer controle. É uma tensão acumulada, que acontece durante várias vidas. Este processo está descrito nos Arquivos dos Mestres da seguinte maneira:

Lembrem-se de que estes símbolos são uma tentativa de minha parte de traduzir antigos sinais em caracteres ocidentais modernos. O único que é o mesmo em todos os idiomas é, esotericamente, o A.U.M.

4. Sobrevém em seguida um ponto de tensão, do qual o homem consegue se liberar dos três mundos, oportunamente, convertendo-se em uma Alma liberada; torna-se então um ponto dentro do círculo - ponto indicativo do ponto de tensão do qual passa a atuar, sendo o círculo a esfera da sua atividade auto iniciada.

Não é necessário me estender mais; o iniciado passa de um ponto de tensão para outro, como também acontece com todos os seres humanos, aspirantes, discípulos e iniciados dos graus inferiores; vão de uma expansão de consciência para outra, até a terceira iniciação, e os pontos de tensão (qualificados pela intenção e o propósito) substituem os esforços anteriores e o aspecto vontade começa a exercer controle.

Temos aqui, de maneira concisa, um novo ângulo do conhecido tema da Palavra - tema preservado, de alguma maneira, por todas as religiões mundiais, mas, como todas as coisas, foi tão materializado, que é tarefa da Hierarquia restaurar o conhecimento do significado, da tríplice aplicação e seus significados involutivos e evolutivos. Seria proveitoso para os estudantes lembrar que a emissão oral pouco significa. Os fatores importantes são a emissão silenciosa, inaudível e dentro da cabeça; em seguida, tendo feito isso, ouvi-lo reverberar ali e reconhecer que este Som auto iniciado - exalado de um ponto de tensão - é parte do SOM original, à medida que vai adquirindo a forma de uma Palavra. Quando o homem expressa perfeitamente o A.U.M., pode então emitir o O.M. com eficácia, de pontos de tensão progressivos até a terceira iniciação. O efeito do O.M. então é de tal natureza que a personalidade desaparece como entidade separada, surge a Alma em toda a sua glória, e o primeiro tênue som do SOM original irrompe no ouvido do iniciado transfigurado. É esta a Voz a que se refere o relato bíblico da Transfiguração. Diz referida Voz: “Este é meu Filho bem-amado”. O iniciado registra o fato de ter sido aceito por Shamballa e ter estabelecido o primeiro contato com o Logos planetário, o Hierofante, o Iniciador na terceira iniciação, tal como o Cristo, o Mestre dos Mestres, é o Iniciador e o Hierofante das duas primeiras iniciações.

Início