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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 28 de Maio de 1943

AAB: Temos algo muito controvertido a tratar, e creio que seria útil dedicar um pouco de tempo para isso. (Cita-se:)

Quatro linhas dos ensinamentos foram enfatizadas nos últimos séculos, até o ano 1875:

1. Indicações referentes à mudança das características da personalidade como preparação para a iniciação.
2. Ensinamentos sobre a unicidade da Deidade e a ordem universal.
3. Instruções sobre o processo criador.
4. Laya yoga, a yoga da energia, atuando através dos centros de força.

Nós pensamos na Sociedade Teosófica como a iniciadora de um novo movimento, mas o Tibetano o denomina de clímax de um período. Afeta um grupo como a Escola Arcana. Estamos iniciando algo novo, ou somos o clímax de alguma coisa? Não creio que sejamos um ponto de clímax, porque as novas linhas do ensinamento estão sendo iniciadas em grande medida por este grupo, por todo o mundo. Entre todos os grupos que sentem que estão iniciando algo novo, deve haver um grupo que esteja fazendo isso, e não conheço nenhum grupo que esteja dando tanto ensinamento novo como a Escola Arcana.

1. Indicações referentes à mudança das características da personalidade como preparação para a iniciação. O que foi fixado até agora foram as regras e os requisitos para probacionários. A Sociedade Teosófica alega que os livros da The Open Court, etc. são livros que os discípulos devem estudar. Colocados ao lado dos nossos livros, parecem ser elementares, porque tratam inteiramente da construção do caráter. Na Escola Arcana, não é necessário falar sobre construção do caráter; já se está trabalhando nisso.

2. Ensinamentos sobre a unicidade da Deidade e a ordem universal. Eu tinha um livro que traçava o crescimento da Sociedade Teosófica e a unicidade de Deus ao longo dos séculos. O que está acontecendo agora é que esta ênfase sobre a unicidade de Deus levou à compreensão da unidade de toda a humanidade.

Se estudarem os movimentos assistenciais verão que cada um tomou forma em grande escala apenas nos dois últimos séculos. Antes havia hospitais, mas não eram grande coisa. Não havia movimento filantrópico de nenhum tipo, nem nenhum movimento assistencial. O trabalho assistencial estava nas mãos das igrejas e monastérios e era ministrado somente a uns poucos. Hoje temos movimentos assistenciais. Os hospitais começaram com Florence Nightingale. Atualmente, temos a Cruz Vermelha, os Escoteiros, os movimentos cristãos Associação Cristã de Moços e Associação de Mulheres Cristãs, assim como os movimentos similares no judaísmo.

3. No que diz respeito ao processo criador, temos a ciência. A ciência sempre existiu, mas como a conhecemos agora é o grande dom dos últimos 150 anos para a humanidade.

4.Laya Yoga - energia atuando através dos centros de força.
Hatha Yoga - yoga do corpo físico.
Laya Yoga - dos centros, do corpo etérico.
Bhakti Yoga - do corpo emocional.
Raj a Yoga - da mente.

Em seguida, vem a Agni Yoga ou Yoga do Fogo, que está relacionada com o corpo da Alma. Quando Morya fala sobre a Yoga do Fogo, não sei do que Ele está falando.


C: Roerich diz que a Agni Yoga é a síntese de todas as outras yogas.


AAB: Não sei se o fogo é uma síntese.


DP: Seria o fogo uma fusão, uma união?


AAB: Não sei. É uma das coisas que temos que trabalhar na Escola. Uma das coisas mais valiosas que podemos fazer é dizer que não sabemos e procurar averiguar. Não tenho certeza da precisão dos livros de Roerich. São como as Cartas dos Mahatmas. Alega-se que foram ditadas pelo Mestre M.


JL: Roerich faz uma diferenciação entre consciência interna e mundos sutis.


AAB: Os livros de Roerich estão muito mal traduzidos. Se os lerem em francês captarão o significado real.


FB: Na personalidade, o corpo astral é o único corpo unitário. Os corpos físico e mental são duais. A Raja Yoga tem a ver com o mental inferior, a Agni Yoga com o mental superior, e talvez haja uma yoga que combinará e sintetizará as duas.


AAB: É bem possível.


RK: Creio que a Yoga do Fogo é a yoga da personalidade fusionada com a alma e as duas trabalhando juntas para se tornarem a Tríade.


AAB: Parece razoável.


G: Diriam vocês que a Laya Yoga é a que vem sendo usada no Ocidente? De que maneira?


AAB: Nos Jogos Olímpicos usaram a Laya e a Raja Yoga, mas todas essas yogas existem de alguma maneira no Ocidente.


RK: Vocês não acham que cantar também entra nisso? Tenho muitos amigos que são bons cantores, e todos eles enfatizam o diafragma.


AAB: Os cantores de ópera são emocionais porque o plexo solar está envolvido.


RK: A cura por meio da música e por meio do canto é o começo da Laya Yoga em som.


JL: Qual é a base da técnica da Raja Yoga?


AAB: É a concentração. O trabalho que fazem os atletas é uma maravilhosa expressão - o uso que fazem dos músculos e o controle do corpo.


RK: Habilidade na ação.


AAB: Yoga significa outra fase ou aspecto do homem integral. É a ciência da coordenação, mas não podemos ter coordenação até haver controle mental do processo corporal.


AP: Não é a informação científica sobre o sistema endócrino a grande contribuição do Ocidente? Trata-se de um trabalho científico e vai de mãos dadas com a nova psicologia como as duas grandes contribuições do mundo Ocidental no plano mental.


AAB: Com esta base de preparação para o discipulado, com um senso da unidade da Deidade e o aumento dos grandes movimentos assistenciais em todo o mundo e por meio do trabalho da ciência.

Duas coisas devem acontecer agora: as teorias transmitidas que guiaram até então o pensamento do discípulo devem se converter em experiências práticas e haver uma mudança na consciência, de tal maneira que a atual visão se torne a experiência passada e um novo, mais profundo e totalmente diferente reconhecimento tome o lugar das antigas metas. Em consequência, há uma prova completa das antigas formas de trabalho e métodos hierárquicos. O que proporcionou o passado mostrou ser uma preparação adequada para os métodos e propostas do futuro? Os fundamentos da verdade foram tão bem assentados que a futura superestrutura estará baseada em uma sólida realidade, capaz de resistir ao impacto das novas forças entrantes, solares e cósmicas? O trabalho passado da Hierarquia resistirá?

São estes os problemas diante dos instrutores-iniciados nos dias de hoje.

Não sei com que profundidade vocês estudaram os ensinamentos rosacruz e teosófico a respeito do discipulado e do treinamento para o discipulado. Verão que a nota-chave deles é a construção do caráter. A relação individual do aspirante ou discípulo com o Mestre é excessivamente pessoal, de maneira que o Mestre é representado como tendo um definido interesse no ciclo de vida do discípulo. Foi esse o ensinamento do passado na Índia, e tem sido o ensinamento de todos os grupos ocultistas. Depois vem o ensinamento que ministramos, que é totalmente diferente. Dizemos que o Mestre não está interessado no discípulo individual nem em seus assuntos pessoais privados. O Mestre está interessado no serviço do discípulo, e quando esse serviço alcança o ponto em que é efetivo no mundo, o Mestre se interessa por três coisas: 1) a relação grupal dos discípulos de maneira que possam trabalhar juntos. 2) Ele está profundamente interessado em um processo que é mais difícil para o Mestre - a exteriorização do trabalho. O que os Mestres estão buscando neste ciclo individual é que seja possível trabalhar com os Ashrams bem aqui na Terra e não haver Ashrams nos quais trabalhamos em nossos corpos sutis. 3) Estão interessados na restauração dos mistérios na Terra, de modo que o grande processo de retirada que ocorreu na época Atlante, se inverta agora, se a humanidade estiver preparada, e os Mestres caminharão entre nós, se demonstramos estar preparados para suportar o impacto. A ênfase na devoção ao Mestre das antigas escolas mudou, nas novas escolas, para a captação mental do discípulo, para que se torne uma pessoa inteligente e não um entrave para o Ashram. A nossa apresentação deste ensinamento é um anátema para a maioria dos grupos ocultistas. Atualmente o mundo está preparado para ele; é uma consequência natural do ensinamento do passado. É correto converter em fatos o que os Mestres querem que se faça?


G: Para mim parece um assunto de desenvolvimento. Toda a ênfase do passado estava no desenvolvimento da personalidade, no aperfeiçoamento do indivíduo. Na história da biologia temos uma coleção de células que cresceram em organismos, primeiro nos simples, depois nos complexos. Não seria o momento para a humanidade se converter em um organismo mais complexo, de maneira que a pessoa deixe de ser concebida como um indivíduo, mas como uma célula de um corpo maior?


AAB: Isso realmente é uma simplificação.


G: Esta filantropia da que vocês estão falando, é trabalho grupal. Parece ser feita em linhas erradas. Deveria haver uma reorganização da sociedade para que as condições que existem agora deixem de existir.


AAB: Isso é o que está acontecendo e o que tem que acontecer. Tem que começar sempre, primeiro, pelo lado interno, e os discípulos e aspirantes têm que estar organizados para que os conceitos corretos possam se exteriorizar na ordem social. Aqui neste grupo estamos interessados na verdadeira compreensão do que a Hierarquia quer, e o debatemos para trazê-lo à manifestação.


DP: Creio que estamos na pista certa. A construção do caráter é um ato unidimensional que enfatiza o progresso neste plano. A construção grupal é um ato quadridimensional, com um ponto de vista universal.


RK: Voltando à mencionada simplificação, o Tibetano diz que a iniciação é simplificação.


AAB: Porque é síntese. Isto não é possível até que o indivíduo esteja completo como indivíduo. É por isso que o arquétipo do discípulo, o indivíduo que trabalhou o caráter durante muitas vidas, é absorvido no todo maior, preparando-o para que algum dia tenha seu Ashram.


N: Ontem à noite ouvi algumas pessoas eminentes falarem sobre arte e educação. O Reitor de Yale falou sobre algumas dessas coisas da perspectiva do campo educacional. Disse que a utilidade da educação é a de modelar o caráter. Em seguida o presidente da Liga de Arquitetura e outros mais falaram em linhas ocultistas. Em trinta anos não havia ouvido arquitetos falarem com tal humildade e expectativa. Ele disse que estamos esperando a encarnação do espírito desta era. Podem chamar de Espírito Santo ou do que se queira, mas deve expressar o espírito do amanhã. Assinalou que até agora a ciência não atendeu as nossas necessidades como um todo. Quando este novo espírito impregnar a humanidade, teremos melhores relações, melhores seres humanos e a liberação das máquinas.


JL: Não lhes parece que atualmente a Hierarquia levou a humanidade o mais longe possível para que estivesse preparada para a força de Shamballa que agora fluirá diretamente para a humanidade? Deixarão de ser intermediários. Será que a próxima coisa que farão não será permanecer com a humanidade, à medida que o poder flui e todos nós recebamos a força de Shamballa?


AAB: Creio que tem razão, mas e vocês, o que vão fazer?


RK: O discípulo individual está procurando fusionar a personalidade com a Alma para que a humanidade e sua Alma, a Hierarquia, também possam se fusionar.


AAB: Você poderia colocar da seguinte maneira: o aspirante individual e o discípulo têm em mente o objetivo de se fusionarem com o Ashram, com o Mestre. Primeiro o indivíduo fusiona a personalidade com a Alma e, em seguida, começa a se fusionar com o Ashram e com o Mestre. O Ashram é o meio através do qual tem lugar a fusão entre a humanidade e a Hierarquia.


RK: Esse é o mundo da Tríade, e é onde se aplica a Yoga do Fogo.


H: O Tibetano diz que a Raja Yoga destina-se à mente concreta. A sexta raça-raiz desenvolverá a mente abstrata, e a sétima raça-raiz supõe-se que desenvolverá a intuição.


AAB: Acho difícil discriminar quando estou pensando abstratamente e quando estou usando a intuição.


JL: Compreendo que algum instrutor disse a seus estudantes que o pensamento abstrato era algo concreto quando se sabe usá-lo.


FB: É necessário chegar a uma nova visão. Não o faremos com a mente concreta, mas com a meditação. «Que venham a visão e a percepção interna». É algo que reivindicamos e invocamos. Não virá pela utilização da mente concreta.


AAB: Isso é um problema quando se está procurando instruir as pessoas. Muitas pessoas que tomaram estudantes enfatizaram a mente abstrata e os separaram da vivência concreta.


AP: Não se pode receber a visão até ter passado pela Aula do Conhecimento e ter um instrumento treinado. As pessoas boas do mundo sempre foram pouco práticas, e os malvados foram diabolicamente eficientes. Temos isso em Hitler, inteligência ativa e vontade para o poder, mas ao faltar o amor-sabedoria, ao final está fadado a perder.


HR: Ele não compreende nada do que estamos procurando fazer. Não é capaz de atuar acima do nível da mente concreta.


AAB: Ele é um iniciado de alto grau. Sim, encontro entre pessoas comuns esse tipo de pensamento nebuloso. Hoje de manhã recebi uma carta de um membro de As Filhas da Revolução Americana me implorando que utilizasse minha influência para ver que todo o mundo seja tratado igualmente e que os alemães sejam tratados com clemência e justiça e com a honra que lhes é devida. Eu lhes respondi o seguinte: «Trataremos os alemães com clemência e justiça, mas nenhuma honra lhes é devida». Com este tipo de pensamento nebuloso não é de estranhar que os Mestres tardem tanto em vir ao mundo. Um dos Mestres disse que a massa da humanidade distava muito pouco do reino animal.


HR: Há alguma maneira em que possamos desenvolver mais o pensamento reflexivo? Podemos considerar maneiras de guiar as massas e os estudantes em modos de pensar reflexivamente?


AAB: Não creio que ninguém, exceto os discípulos, esteja preparado para o pensamento reflexivo. Isso os faria voltar à forma mística. Neste grupo tratamos diretamente com a questão do propósito da Hierarquia, de como podemos levar adiante seus planos e de que nossa relação pessoal seja com o grupo e com a Hierarquia. Se pudermos fazer isso estaremos contribuindo com um grande processo que vem da Hierarquia; não vem de nós. Em todos esses escritos, a ênfase não está na relação do discípulo com o Mestre, mas na relação do Mestre com o discípulo, e em como o Mestre se ocupa do discípulo. Creio que nos beneficiará se afastarmos nossos pensamentos do que deveria ser nosso treinamento pessoal e captarmos o quadro do que os Mestres estão fazendo e como poderemos reconhecer a força que está chegando. Pessoalmente, acho que uma das coisas mais difíceis do mundo é descentralizar minha relação com isso ou aquilo. Mas creio que temos que fazê-lo.


MW: É o que a Hierarquia procura infundir em um discípulo, tal como a luz que é projetada em um espelho e depois é refletida de volta?


AAB: A lua recebe a luz do sol e depois ilumina o mundo. É isso que você quer dizer que a Hierarquia faz com o discípulo? Creio que a luz concentrada do grupo é a luz de todos os membros do grupo e que essa é a luz da Alma. A luz de todos os átomos do corpo é estimulada a um brilho maior pela luz que flui neles, e então a luz da Alma se fusiona com a luz da substância dos três corpos. Quando o grupo tem discípulos suficientes com a luz inferior e a luz da Alma mescladas, então se converte em um Ashram, porque um Ashram é um grupo de Almas atuando como uma unidade.


N: No domingo, quando estive em nossa meditação grupal, observei que algumas pessoas eram muito mais poderosas que outras. Por exemplo, em uma ou duas, havia como um fogo incandescente. Indubitavelmente registrei a energia.


RK: Vocês estavam falando da forma como um Mestre se relaciona com um discípulo. Pensei em Samuel. Quando ele ouviu o chamado se entregou e disse, «Fala, Senhor, porque Teu servo escuta». Creio que isso diferencia um Ashram de um grupo comum: uma relação de duas vias - tomar e dar.


AAB: Um Ashram é um grupo. Uma pessoa não pode estar em um Ashram a menos que seja parte de um grupo, o que significa certas relações e responsabilidades muito definidas e tangíveis, certas fusões e certas complexidades nas primeiras etapas.


RK: A mim parece que temos um exemplo perfeito no plano físico no Presidente e no Gabinete. Todos estão ali por uma razão.


JL: Essas novas relações têm uma estreita relação com a consciência da Alma e, gradualmente, quando a humanidade começar a se tornar um membro mais jovem da Hierarquia, adquirirá o ponto de vista que agora tem a Hierarquia e captará o propósito da Alma, que nós estamos procurando captar em uma escala menor. Seguiremos recebendo a tênue luz da Alma e o que ela quer que façamos. Gradualmente, obteremos uma visão dessas novas metas, que serão a meta da Hierarquia atualmente.


AAB: Você disse que um indivíduo só pode obter um tênue vislumbre da meta ou uma resposta ocasional da Alma. Sinto que em um grupo como este, atuando todos juntos, os membros podem estimular uns aos outros suficientemente, de maneira que possamos ter consciência da Alma nestes momentos. Chamamos isso de uma mente acendendo a outra mente. Sinto que, como grupo, podemos obter uma visão do que a Hierarquia quer que se faça, o que não poderíamos obter como indivíduos. O indivíduo obtém vislumbres ocasionais, mas o indivíduo pode ser sustentado pelo grupo. Estou convencida de que juntos podemos conseguir algo mais que simples vislumbres. Podemos obter o conhecimento, e aí está a chave para o Ashram.


JL: Aí está a chave para a humanidade. Até que as pessoas se unam, não obterão uma visão da meta.


AAB: Creio que sempre há uma lacuna entre a visão de um grupo como este e as massas. A tarefa de um grupo como este é perceber a meta e fazê-la descer.


LM: Estou interessada na Conferência sobre Nutrição. Foi a primeira vez que tantas nações se reuniram com a ideia de compartilhar alimentos e parece que estão trabalhando harmoniosamente.


AAB: Estão trabalhando harmoniosamente porque estão trabalhando sozinhos. Se a imprensa tivesse entrado, teria havido problemas. É como este grupo aqui. A humanidade pensaria que estamos falando coisas completamente absurdas.


H: As nações individuais, inclusive as menores, estão respondendo e cada uma está contribuindo com suas próprias ideias e planos para o grupo como um todo, apresentando qual é a sua produção particular e com o que poderiam contribuir.


AAB: Quarenta e nove nações. Em A Crise Mundial Atual o Tibetano utiliza a frase «América, o arsenal da democracia» e diz que compartilhar tem que ser a nota-chave da conferência econômica, mostrando o quanto o mundo está preparado para o que a Hierarquia quer instituir.

Poderíamos passar noite após noite debatendo os problemas mundiais, mas estou interessada no processo de iniciação, em centrar neste grupo tanto quanto for possível a consciência sobre a Hierarquia, a fim de que possamos chegar a ser distribuidores. Mais tarde poderemos discutir os problemas mundiais.


HR: O Tibetano pergunta, «o trabalho da Hierarquia resistirá?»


AAB: O trabalho da Hierarquia resistirá se os aspirantes e discípulos compreenderem e puderem fazer adaptações do que ele significa.


HR: Estamos preparados para a nova ordem mundial?


AAB: Não vamos conseguir, portanto não se preocupe. O trabalho passado da Hierarquia resistirá? A Hierarquia passa a carga para os discípulos aceitos e lhes deixa fazer a demonstração e tomar posição.


RK: Com o tempo vocês conseguirão a capacidade da Hierarquia e serão capazes de delegar. «O novo conhecimento deve substituir o antigo e nada terá que ver com o que até agora foi considerado como meta suprema». (DINA 2, pág. 256) Qual é a meta suprema?


FB: Chegar ao céu.


AAB: A meta suprema de um discípulo nunca foi chegar ao céu.


C: Tomar a iniciação.


AAB: Eu acho que há algo mais por trás dessas metas - talvez a liberação.


RK: A meta era a liberação, liberação da forma, depois seguir para o propósito pelo qual a forma foi dada. Qual é a nova meta? Temos que trabalhar para o propósito, nos familiarizarmos com a vontade de Deus.


AAB: Acho isso muito consistente. Todas as antigas verdades que temos pregado e procurado viver cairão sob o nível da consciência, se tornarão instintivas.


JL: «Deve ocorrer um novo e mais profundo reconhecimento das antigas metas». Elas ainda estarão ali, mas a ênfase não estará mais nelas.


RK: Não removemos os marcos de referência; apenas os ultrapassamos.


AAB: Creio que é útil para as pessoas saberem onde estão. São vocês os discípulos consagrados que se tornam o discípulo aceito? Creio que somos discípulos consagrados e que nos tornaremos discípulos aceitos. O Tibetano diz: «O discípulo iniciado desenvolve uma atitude frente aos processos da vida e dos acontecimentos mundiais com base n o caráter». (DINA 2, pág. 255) Temos que ser discípulos iniciados, pois a nossa meta de caráter automaticamente é o bem no mundo da autoconsciência. Estamos trabalhando todo o tempo no mundo do significado. Quando formos discípulos iniciados vamos trazer a nova luz, a nova motivação, as novas fórmulas da vida. São fórmulas de Vida e não fórmulas da Alma. O probacionário trabalha com as fórmulas iluminadas do mundo, com as fórmulas da Alma. O discípulo iniciado trabalha com as fórmulas da Vida. As fórmulas da Vida são fórmulas de propósito ou intenção.

A tarefa que temos é excessivamente difícil porque ainda não dominamos as fórmulas da Alma e somos solicitados a especular sobre as fórmulas de Vida e obter alguma visão delas. É por isso que um grupo como este é de profunda importância. Quanto mais nos conhecemos, mais difícil se tornam as relações. Esse é o teste.


HR: A fusão tem que ser em todos os planos.


RK: A dificuldade nunca deve negar a unidade. Ainda assim, a pessoa tem que ser.


AP: Em Psicologia Esotérica Volume 1, (pág. 81) todos os membros da Hierarquia perguntam ao Senhor do Sexto Raio por que Ele é tão difícil. Trata-se de uma técnica maravilhosa para nos assimilarmos uns aos outros em um grupo. Eles se dirigem a seu irmão do Sexto Raio com um espírito de alegria e amor celestial, e O questionam, com a intenção de verter alguma luz sobre as qualidades um tanto obscuras do seu amado irmão. Se a Hierarquia acha que é difícil assimilar o Senhor do Sexto Raio, não vamos nos culpar se temos dificuldades.


FB: Quando o Mestre Morya teve que assumir os discípulos do Mestre KH, ele simplesmente não conseguia chegar a nenhum lugar com eles e sofreu com eles.


AAB: Os discípulos também sofreram. Todo esse problema é muito interessante porque aqui nós temos o Mestre M - brusco, direto, dizendo o que lhe vem à mente, e os discípulos se ressentem disso. E olha que é um Mestre. O Mestre M. disse exatamente o que queria para os discípulos do Mestre KH, e eles não conseguiram captar nem reagir corretamente à força que fluía através dele. Eles registraram a energia que os perturbava, mas não registraram o amor que motivava o Mestre M.


RK: O Primeiro Raio só pode atuar na síntese. Até haver síntese, o Primeiro Raio é destrutivo, mas destrutivo somente do que impede a unidade. É o que está acontecendo agora. A síntese é natural.


AAB: É algo prático. Atua em grupos como este. As pessoas estão submetidas ao estímulo e se esfacelam. Notei todo tipo de precipitações, inclusive com pessoas que não estavam na Escola.

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