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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 21 de Maio de 1943

AAB: Estávamos tratando de certos enunciados extraídos dos escritos do Tibetano (consulte Discipulado na Nova Era 2: 253-254 e Discipulado na Nova Era 1: 91-93, ed. inglês) e considero que, para nós, é de grande importância compreendermos e debatermos dois deles.

O primeiro era:

1. Somente o que se sabe por si mesmo e se experimenta conscientemente é de importância.

Refere-se especialmente a:

a. Sua percepção da visão.
b. Seu contato comigo, seu Mestre.
c. Seu reconhecimento do processo iniciático.

O segundo era:

A iniciação é, no que nos diz respeito atualmente, um «momento de crise, no qual a consciência paira sobre a linha fronteiriça da revelação». Acho que é uma definição de iniciação muito surpreendente.

O enunciado que escolhi para esta noite é muito controvertido e cheio de afirmações que creio que poderiam ser debatidas livremente para descobrirmos o que significam.

A revelação dada ao iniciado não é uma visão de possibilidades, mas uma experiência efetiva que leva:

a. À evocação de novos poderes.
b. Ao reconhecimento de novos métodos e campos de serviço.
c. À liberdade de movimento dentro dos limites da Hierarquia.
d. A novos contatos hierárquicos e a novas responsabilidades que se colocam diante do iniciado.

Ele, portanto, torna claro o que São Paulo quis dizer quando - falando em termos hierárquicos - expressou, ‘Todas as coisas se tornam novas’. Não é simplesmente uma questão de visão e contato, mas de inter-relação vital e de reconhecimento que traz consigo uma percepção interna da mente de Deus.

A revelação dada ao iniciado não é uma visão, mas uma experiência de fato. Estamos acostumados a considerar a revelação como uma visão de alguma coisa. Mas não é; é uma experiência factual. Essa expansão conduz à «evocação de novos poderes». Que novos poderes? «O reconhecimento de novos métodos e campos de serviço». Que novos métodos e campos de serviço? «Liberdade de movimento dentro dos limites da Hierarquia». O que significa isso? Como é possível ter liberdade de movimento dentro dos limites da Hierarquia? «Novos contatos Hierárquicos e novas responsabilidades». Que contatos Hierárquicos e que responsabilidades?

Creio que o que O Tibetano quer é que nos afastemos de todas estas coisas do caráter e comecemos a especular e a usar a imaginação criadora sobre o que subjaz dentro do âmbito de um iniciado. Vocês poderiam dizer, “eu ainda não sou um iniciado”. Talvez sejam, e não o saibam, ou poderiam ser, se fizessem um esforço. Creio que se vocês se reconhecerem como discípulos e tiverem dentro de sua própria consciência aquele algo que há entre vocês e sua própria Alma, uma sensação de contato com os Mestres em Wesak ou em um elevado ponto da meditação, isso indicará a vocês que estão sob supervisão e, se estão sob supervisão, significa que a meta da iniciação não está tão longe. Creio que uma das coisas que os retém é que são demasiado humildes para abordar a iniciação, e sua extrema humildade e senso de inferioridade e de fracasso podem atuar como impedimentos desnecessários para o seu progresso espiritual.

Acho que seria útil debater estes quatro pontos e ver o que pensamos. Creio que há um grande perigo em que os discípulos oriundos de uma escola esotérica determinem eles próprios a meta da iniciação e digam, «Serei um iniciado». Tenho visto muitos desmoronarem porque começaram com a ideia de ser um iniciado, e não esperaram que houvesse dentro deles aquele algo que os forçasse a reconhecer a relação - relação com um grupo na Terra, e com um grupo que podem chamar de Ashram do Mestre na Terra e no outro lado. O que alega ser iniciado no mundo atual está interessado em si mesmo, o iniciado. Mas a marca de um discípulo aceito é a falta de interesse em si mesmo; ao contrário, o que há é um profundo interesse pelo que o Mestre está fazendo. Eu gostaria de pensar que na Escola há um grupo que está revertendo o processo esotérico habitual, porque estamos procurando desenvolver a nova abordagem do Ocidente e ver toda a questão da iniciação do ângulo do Mestre e não do ângulo de «Eu serei um iniciado».

«A revelação não é uma visão de possibilidades, mas uma experiência efetiva que leva à evocação de novos poderes». Que novos poderes? Daremos a esses novos poderes alguns nomes. Há duas coisas sobre eles e três nomes, mas não quero falar sobre isto até saber o que vocês pensam disto.


LM: Seria um deles a percepção do Plano, um novo poder de percepção no que diz respeito ao Plano?


AAB: Acho que não, porque o Plano nos é revelado uma vez que estejamos no Ashram, quando nos tornamos discípulo. Definitivamente, o Plano foi revelado a este grupo. Portanto, haveria o poder do discípulo de contatar algo superior, mas esta experiência factual leva o discípulo a expressar certos poderes que exercerão um efeito no mundo.


B: Inicialmente pensei no Plano, mas esse seria um dos propósitos de obter mais poder no uso do sexto sentido, usar a mente com a mesma facilidade com que ouvimos ou vemos - o poder de conhecer algo intuitivamente.


HR: O Cristo disse que Ele sabia o que estava na humanidade. Minha ideia de um desses poderes seria a nossa percepção do que está nos homens.


AAB: A percepção do que está na humanidade levaria a utilizar esses novos poderes corretamente. Não é o novo poder.


P: Uma percepção direta das mentes dos nossos irmãos de maneira a sabermos o que há em seus corações.


AAB: Para mim essa é a resposta para o segundo ponto.


P: O poder de ter uma percepção interna dos corações de todos sem racionalização.


RK: O poder de verbalizar ou expressar o que está nos corações daqueles que não são capazes de se expressar. Pôr voz naqueles que não podem fazê-lo por si mesmos. Ver o que está procurando nascer.


AAB: O poder de articular a expressão da massa e verbalizar sua aspiração.


HR: O poder de perceber os centros que deveriam ser relacionados e ser capaz de relacioná-los.


AAB: Creio que a vinculação dos centros é um assunto individual. Creio que o primeiro poder que parece ser necessário é o poder de estimular à atividade aqueles com os quais nos encontramos. Penso que a vinculação dos centros é feita pelo indivíduo ou pelo discípulo experiente ou pelo iniciado que vela pelos discípulos menores.


HR: É dito em Coração algo sobre o futuro, quando haverá um vínculo definitivo. Estava pensando nos centros grupais.


AAB: Não creio que haja algum discípulo que já seja capaz de fazer isso, ou até mesmo um iniciado, a menos que tenha tomado a quarta ou quinta iniciação. É preciso haver um grupo para fazê-lo. Creio que toda a questão da estimulação, no momento presente, tem que ser feita por um grupo. Há muitos grupos ocultistas que estão procurando fazer isso, mas ainda é muito perigoso.


RK: Creio que esses poderes poderiam ser percebidos mais claramente se lembrarmos que alguns deles têm uma relação com todo o processo e alguns com a qualidade que se desenvolve por meio do processo e outros com o meio e a forma. Esses novos poderes pertencem aos três. É preciso defini-lo no aspecto forma e na qualidade a ser aperfeiçoada no processo e também no aspecto do propósito para o qual se destina toda a ação.


AAB: O reconhecimento de novos modos de serviço.


LM: A telepatia seria um deles?


AAB: Creio que é um poder muito antigo que estamos começando a compreender. Jeremias e Isaías captaram coisas por telepatia. «Assim disse o Senhor», creio que este é o ponto que necessitamos captar. São poderes muito novos para o neófito. São poderes antigos para os que estão treinados. Um grupo como este está se oferecendo para o serviço e vocês devem saber o que querem antes que possam avançar. Todos estão falando em termos de trabalho grupal. É outro campo de atividade, o Novo Grupo de Servidores do Mundo, o trabalho de Wesak, o trabalho de qualquer grupo que trabalhe para a nova cultura. O Tibetano chama a atenção para todo o processo, de que é tão novo, estranho e perigoso que só podemos fazer em formação grupal. Aqui ele está falando em termos de indivíduo. A revelação dada ao iniciado - novos poderes no iniciado - poderes que não têm nada a ver com ele mesmo, mas que afetam seu serviço no mundo.

Eu anotei essas três coisas. São as que os discípulos fazem se são treinados, e são os poderes que desenvolvemos à medida que os utilizamos e observamos o resultado nas pessoas. O primeiro é o poder de estimular. Certas pessoas têm esse poder onde quer que estejam, e muitas vezes contra a vontade das pessoas com as quais estão entrando em contato, as quais acabam se sentindo incomodadas. O poder de estimulação é um dos maiores dons que um discípulo pode ter.


N: O poder de se enfocar em meditação na intenção da Hierarquia.


AAB: Sim, estimula-se o coração de maneira que alguma coisa aconteça. HR: Este estímulo romperia alguma coisa?


AAB: Depende do indivíduo; poderia, ao contrário, fundir e unir.


HR: Eu me refiro à ruptura de formas.


AAB: Isso não é nossa função. Em geral, a vida rompe a forma, que de todas as maneiras termina por se quebrar. Se o poder para estimular parece rompê-la é porque o estímulo dentro do discípulo é tão grande que é o estímulo que produz a ruptura da forma; não é o discípulo que o faz.


JL: A lei de ciclos faria a forma durar até ter cumprido seu propósito.


AAB: Vocês mesmos têm que fazer; isso não se produz de fora.


P: Um homem realmente grande é aquele que vai liberando poder nos lugares mais inesperados.


AAB: Isso mesmo.


P: Quero dizer com isso, a habilidade de sentir tão perfeitamente o ponto de desenvolvimento do outro que seja possível lhe dar o estímulo de que necessita para dar o próximo passo.


AAB: Creio que um adepto treinado vai se dispor deliberadamente a fazer isso, se for a sua tarefa, mas o poder de que estamos tratando aqui é o poder que vem inconscientemente por meio do crescimento. O poder que flui inconscientemente através de vocês é tão real que, sem sabê-lo, estimula aqueles com os quais entram em contato. Depois de fazer isso por certo tempo, vocês vão ficar cientes do que estão fazendo. Existe perigo para o iniciado, porque então toma consciência do que pode fazer e corre o perigo de perder seu poder.


B: Por que é chamado de um novo poder?


AAB: É totalmente novo porque não é emocional. É algo que flui do iniciado. O iniciado é uma Alma integrada. Normalmente o efeito pode ser sentido no corpo mental, e é por essa razão que causa problemas.


RK: Está conectado com o propósito, o aspecto vontade.


AAB: Não é feito com propósito.


RK: É a Vontade de Deus que chega; é instintivo.


FB: É um processo pessoal, e os poderes devem ter relação com a pessoa afetada. Um novo poder deve ser o poder de manejar a força Hierárquica.


AAB: Creio que a diferença entre um iniciado treinado e um discípulo treinado é que se pode confiar no iniciado para manejá-la conscientemente, enquanto que não se pode confiar que o discípulo permaneça destituído de qualquer interesse próprio.

Comecei dizendo que a maioria dos aspirantes tomou a primeira iniciação e portanto, nesse sentido, todo mundo é um iniciado. O Tibetano nos diz que os Mestres não têm em conta a primeira e segunda iniciações. A primeira iniciação, do ponto de vista da Hierarquia, é a terceira iniciação. Não creio que até a terceira iniciação se exerça uma grande força hierárquica.


FB: A iniciação supõe maior potência do iniciado, o qual teria um novo poder para expressar força Egoica. A iniciação estimula algum centro particular e, portanto, o iniciado teria novo poder para usar o tipo de força que flui através de referido centro.


AAB: Creio que tudo isto está bastante correto, mas subjaz a ênfase na forma, e estou procurando me distanciar da forma. Quero me distanciar da ideia de «Agora sou um iniciado; agora vou manejar este tipo particular de força que exercerá um efeito particular sobre uma pessoa em particular». No treinamento para a iniciação tivemos certa medida de revelação de fatos ou não estaríamos aqui. Por causa disso, a energia está fluindo através de nós, e saberemos qual ela é pelo efeito sobre os que nos rodeiam, e não por dizer, «sou um iniciado e, portanto, vou manejar esta força».


C: Não procuramos dirigi-la, mas somente ser.


AAB: Isso é muito bom.


JL: É instinto espiritual, o poder de fazer o correto automaticamente?


AAB: FB procurou dizer que o iniciado manejava o poder conscientemente e o dirigia conscientemente. Nós ainda não estamos nesse ponto. A única maneira de descobrir que tipo de força se está manejando é observar o que ela faz, e então vocês saberão se a energia que flui através de vocês tem o poder de estimular à atividade.


N: Uma pessoa que tinha problemas estava em minha consciência. Um dia me chamou e me perguntou se podia vir. Ele veio e ficou duas ou três horas, e pelo que eu pude ver, ele precisava de algo que o fortalecesse. Quando estava saindo, disse, «Agora tudo parece claro», e parecia uma pessoa nova.


AAB: Você o estimulou à visão.


N: Quer dizer que o outro discípulo ou a outra pessoa será consciente do que acontece?


AAB: A outra pessoa será, mas se o discípulo é consciente de «Aqui estou e fiz isto», ficará embaraçado. Tenho certeza de que virá o tempo em que definitivamente dirigiremos a energia, à medida que flui, através dos centros. Quando vocês forem realmente iniciados treinados, saberão o suficiente e será possível confiar que o façam, mas atualmente é perigoso para a maioria. Se pudessem fazê-lo sem saber o suficiente, poderiam dirigir a energia de uma pessoa para um centro em particular, por exemplo, o plexo solar, e se esta pessoa for suficientemente negativa e vocês foram suficientemente positivos, poderiam levar essa pessoa a um estado próximo à histeria. Há casos assim nos chamados encontros de revivalismo, em que o grupo leva as pessoas à histeria.

O segundo poder que assinalei foi o poder de precipitar. Algumas vezes um discípulo ou um iniciado estará com um grupo, e o simples fato de estar ali precipitará o carma dessa pessoa ou grupo. É uma fase do poder de estimular, e ainda assim é diferente, porque é possível estimular sem precipitar, mas não se pode precipitar sem estimular. Ao estimulá-los, vocês precipitarão algo neles que produzirá resultados reais no plano físico.


AD: Posso dar um exemplo de estímulo. Há um grupo que se reúne em Montclair às terças-feiras à tarde e depois do encontro, volto para casa com um dos membros. Ela tem dois filhos adolescentes de temperamento difícil. Enquanto estive ali esses garotos começaram com acaloradas discussões, o que não era incomum neles. Eu mudei a qualidade e comecei a emanar amor e a discussão se acabou.


AAB: Vocês notarão que sempre depois do encontro de Wesak haverá fricção, em resultado do estímulo. Creio que são coisas que como trabalhadores precisamos estudar e observar. Então existe o poder de precipitar certas coisas nas vidas das pessoas. Onde quer que haja discípulos e iniciados, acontecem coisas. Vocês têm um novo poder, algo que é uma terrível e perigosa responsabilidade, algo que temos que ter em conta.

O terceiro poder é o poder de trazer à superfície o que é errado.


RK: O poder de revelar o que está oculto.


AAB: É algo mais do que isso. É outra fase do estímulo, o poder de trazer à superfície por meio de suas palavras o que há de contraditório na outra pessoa. Elas e vocês se surpreendem como certas coisas se revelam. A primeira reação é que o discípulo é que está errado ou deve ser culpado, e depois, pouco a pouco, eles descobrem que o que saiu à superfície é algo que estava aí e tinha que ser liberado. Essa é uma das maneiras pelas quais um discípulo pode ajudar o mundo, «Os possuídos pelos demônios insultaram o Cristo» (Novo Testamento).

Creio que é um dos poderes mais perigosos para os principiantes, porque se dão conta de que evocam as reações indesejáveis das pessoas e usam a desculpa de ser um poder espiritual em vocês. Têm que observar cuidadosamente para ver que há uma vida espiritual fluindo através de vocês e não a força de uma personalidade muito poderosa.


JL: Não mencionamos a cura ou o estímulo dos três corpos? O primeiro é o estímulo do corpo mental; o segundo, a precipitação do carma físico; o terceiro, trazer à luz as más qualidades para a cura do corpo emocional. Há assim três corpos que são sanados.


AAB: Creio que é possível utilizar os três poderes nos três níveis.


RK: Você está falando da revelação, que é uma experiência factual. Não creio que tenhamos nenhum conhecimento do que isso é - a revelação como uma experiência factual.


AAB: Vamos falar sobre isso.


RK: Não é uma visão. Quando minha irmã estava colocando calças curtas em seu filhinho, ele lhe perguntou, «Sou um menino?»


AAB: Isto é uma revelação. Creio que é o reverso de uma visão. Algo acontece no plano físico e porque aconteceu, algo é revelado. Uma visão é o contrário.


JL: HPB menciona em A Doutrina Secreta que é uma experiência factual. Somente aqueles que podiam aceder aos mistérios internos eram aptos a recebê-los.


AAB: A experiência vem primeiro, e depois as lições da experiência. Creio que é bastante correto.

Passamos por muitas coisas e isto sempre abre a porta para a revelação. É o que vai acontecer depois desta guerra. Uma revelação é o acontecimento inevitável.


B: Diariamente estamos passando por provas de um tipo ou outro, e finalmente há uma prova maior que é a culminação das outras.


AAB: A visão de um novo mundo há muito está na humanidade, e agora estamos passando por uma guerra mundial, que é uma experiência factual. Depois teremos a revelação.


B: Nas últimas páginas de um livro podemos ver a realização de todas as coisas do livro.


AAB: Primeiro é preciso passar pela experiência de ler o livro.


RK: Os iniciados se tornam partes conscientes de um ser maior, portanto estão realmente integrados, não como uma personalidade, mas integrados na Hierarquia em certo grau.


AAB: Sim.


JL: Não têm que ir juntas a revelação e a experiência factual e ser diferentes de qualquer coisa que conhecemos? O Mestre seria uma revelação factual, mas não é.


AAB: O período da revelação e a experiência factual têm que ser resolvidos ao mesmo tempo, mas a experiência baseada nos fatos tem que vir primeiro. Então, quando vocês veem, obtêm uma revelação do que experimentaram.


JL: É algo que já está em você ou lhe é dado no momento?


AAB: É um pouco de ambos, mas, sobretudo, algo dentro da pessoa. Vocês poderiam ter outra explicação, mas se o poder de revelação não está em vocês, não obterão nada.


N: É preciso estar preparados.


AAB: Os poderes que encontramos até o momento são os seguintes:

1. O poder de ter uma percepção direta dos corações dos homens - psicometria.
2. O poder de articular a expressão da massa e verbalizar sua aspiração.
3. O poder de reconhecer novos modos de serviço.
4. O poder de estimular.
5. O poder de precipitar.
6. O poder de trazer à superfície o que está errado.


JL: O Tibetano diz se os poderes são evocados ou invocados?


AAB: Evocados.


RK: Há também o poder de utilizar o tempo corretamente de maneira que manifeste a coisa certa, o poder de intuir os ciclos.


AAB: 7. O poder de intuir o tempo.


B: Há que ir mais além do tempo para poder utilizá-lo.


AAB: Creio que tem razão. Muitas vezes ouvimos a frase, “planejamento a longo prazo”. A revelação também leva ao «reconhecimento de novos métodos e campos de serviço». Quais são os novos métodos e campos de serviço?


RK: A clarificação do nível mental em que estão os pensamentos.


AAB: Vocês se dão conta de que quando esta guerra terminar estaremos diante de condições totalmente novas? Nunca tivemos algo como isto antes - a reabilitação do mundo. Começa com a psicologia, porque a primeira coisa que teremos que fazer na Europa é curar as mentes.


RK: Eu gostaria de assinalar que a psicologia é realmente “a palavra da Alma”, o logos da psique.


AAB: A psicologia é um novo modo de trabalhar, mas o novo campo está nas crianças do mundo. Nunca antes enfrentamos condições como as de agora.


AP: Atualmente a psicologia é psicologia sem a psique. O novo poder real que devemos ter a fim de servir virá por meio de uma visão intuitiva da condição da pessoa que estivermos servindo.


AAB: É o primeiro poder que mencionei. Estamos falando em termos de grupos esotéricos que trabalham no mundo de maneiras esotéricas. Não quero, neste grupo, que nos afastemos nunca desta consciência, porque estamos planejando novos desenvolvimentos esotéricos - um mundo no qual os mistérios serão restaurados, o aparecimento tangível da Hierarquia - para encontrar pessoas que possam trabalhar de novas maneiras. Quais são as novas maneiras?

Temos que fazer nosso trabalho diário, mas não dez horas por dia. O trabalho espiritual da Hierarquia tem que avançar, e temos que aprender a fazer ambas as coisas. Estamos tratando das novas maneiras esotéricas de atuação. As antigas estão obsoletas. Nós as desenvolvemos no mundo de significado, no mundo da vida; é isso que temos que fazer.


JL: Não há uma indicação disso na Hierarquia se reunindo e decidindo que a humanidade necessita de mais amor? Estamos planejando sobre as necessidades físicas das crianças, mas só do que necessitam é real e autêntico amor. Creio que é aí onde está o novo campo de serviço.


AP: Todo este trabalho chamado de humanitário não é algo bom, a menos que também haja Alma. Os dois devem estar fusionados.


AAB: Nós trabalhamos como um grupo esotérico que terá efeitos esotéricos definitivamente, a menos que a coisa toda esteja errada. Se a vida esotérica for vivida e os poderes esotéricos utilizados, o trabalho exotérico será correto.


C: Não é a união dos dois?


AAB: É a produção do novo mundo por meio da existência do esotérico. É o novo mundo que temos que construir, os novos poderes que temos que demonstrar. Não é pondo vinho novo em odres velhos; não é tomando as antigas maneiras de trabalhar e aplicando-as atualmente. Algum dia haverá um número suficiente de pessoas com desenvolvimento esotérico de maneira que a vida que flui através deles criará este algo novo.


B: Tomemos o caso dos jovens colaboradores. Uma das nossas tarefas (como analistas) é manejar os escritos dos estudantes, mas o nosso real trabalho é tocar o coração das pessoas com as quais entramos em contato e estimulá-las no ponto em que atuam.


AAB: Eu gostaria de sentir que em todos os estados de união este grupo esteja galvanizando as pessoas para a atividade exotérica por meio de sua vida esotérica.


HR: O que AP disse é verdade. É uma esfera que não é a nossa. Nós somos um laboratório.


AAB: Isso é certo em relação a nós atualmente, mas quero falar a este grupo em termos do novo mundo. Uma transformação por meio do poder da vida por trás do grupo. O trabalho de um grupo esotérico é transferir e transfigurar tudo pelo poder da experiência viva do grupo. Todo o tempo, não importa o que façamos, estamos trabalhando pelo novo que deve substituir e tomar o lugar do antigo.

A função deste grupo, como eu o vejo - os estudantes mais antigos da Escola - é conseguir a experiência factual do que é novo, de maneira que os novos poderes, os novos modos de trabalho, os novos campos de atividade possam ser compreendidos por nós e possamos fazer nossa parte na realização da nova civilização e da nova cultura.


HR: Creio que todos nós temos muita experiência interna, que nunca expressamos para ninguém.


JL: A Bíblia fala de um novo céu e uma nova terra e nos diz que o antigo passará.


AAB: É levado pela força da nova vida.


N: Na antiga Grécia, Sócrates transmitiu sua sabedoria a seus discípulos e desse treinamento saiu Platão e Aristóteles. Assim desta Escola, depois de certo estímulo, deverão sair mentes semelhantes.


RK: Este grupo vem atuando como parte da humanidade, como centro passivo e receptivo. Temos que nos tornar conscientes de que somos parte do radiante centro magnético. A vida do grupo deve se aproximar da vida da Hierarquia e se tornar radiante e magnética. Deveríamos invocar mais força, não para sermos receptivos, mas radiantes e magnéticos.


AAB: A forma é o receptivo. Temos que nos tornar fusionados, e então fazer esta vivência subjetiva ser real. Vocês podem provar isto. Poderíamos, se a vida aqui fosse suficientemente forte e a revelação suficientemente baseada nos fatos, ser um centro tão radiante que a Escola cresceria a passos agigantados. Isso seria uma das provas.


N: Houve momentos em que os presentes se fusionaram muito melhor do que em outras ocasiões, e algo aconteceu e emanou autêntica energia e poder. Algumas vezes um elemento parece curto circuitar o grupo e a coisa não anda.


AAB: Creio que é essa a função deste grupo.


RK: Creio que é o nosso trabalho. Estamos falando de três centros:

O centro brilhante e vivo - Shamballa O centro radiante e magnético - Hierarquia O centro passivo e receptivo - Humanidade.

Ao procurarmos nos tornar um centro radiante e magnético, não estamos divorciados da humanidade. Somos um com ela. Começar no nível radiante e não no receptivo. Compreender quem somos.


LM: Em alguma parte o Tibetano diz: «o que se deseja elevar e aquilo que clama por se elevar já estão unificados. É essa minha vontade».


ES: Creio que alguns de nós estão profundamente conscientes do fato de que se aproxima um tempo em que a Escola deveria outra vez se tornar mais potente, magnética e radiante e manifestar um progressivo influxo da vida e que os membros se sintam atraídos por ela. Sugeriria que mantivéssemos esse pensamento em nossas mentes nos próximos três dias.


AAB: Isto virá quando nosso enfoque for correto, quando nós neste centro estivermos tão espiritualmente polarizados e tão receptivos à vida, que esta fluirá e nada poderá detê-la.

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