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Alice Bailey - Diálogos com Estudantes da Escola Arcana


Sexta-feira, 05 de março de 1943

AAB: Na semana passada dei uma palestra sobre a iniciação e temas afins, mas não tenho a intenção de dar uma palestra a cada semana, porque tenho em mente algo bem diferente do que lhes dar uma conferência sobre a iniciação ou sobre o discipulado ou sobre os Mestres ou sobre a natureza de um Ashram. Tudo isto é fácil, porém tenho em mente algo muito mais sutil em relação ao que vamos fazer neste grupo. Todo grupo constrói alguma coisa, e esse algo é construído por meio do pensamento, da experiência e da intuição - se esta está presente - das pessoas do grupo.

Não quero dominar este grupo. Posso ser útil para vocês passando o que sei, quando sei o que vocês querem saber. Quero que este grupo, se posso me expressar assim, seja como uma ponta avançada da Hierarquia. Quero que seja a nossa réplica imaginativa de um Ashram do Mestre, porque através da imaginação criadora e sua analogia superior, a intuição, poderíamos ter êxito em surpreender os Mestres e criar um Ashram. Por que não? Todos nós que estamos nesta sala somos bastante experientes. Estudamos na Escola há muitos anos e assentamos a base, que é a etapa final do caminho de provação, e poderíamos nos tornar discípulos aceitos nesta vida, ou até já somos discípulos. Se assim é, e se pudéssemos chegar com estas palestras a uma compreensão de como a intuição pode vir à tona - de como vocês vão ser uma ponta avançada da consciência do Mestre, de como funciona um Ashram no aspecto interno, de como este grupo pode ser fusionado e harmonizado de maneira que possa se converter em um centro dinâmico de vida espiritual no trabalho que todos estamos procurando fazer, de como podemos nos tornar o centro coronário ou o centro cardíaco, ou ambos, da Escola - se cada um de nós fizer o esforço e expandir a consciência, alguma coisa poderia acontecer na Escola e na periferia dela.

A Escola contata as pessoas que recebem os primeiros cadernos e ali elas ficam. Em seguida, há os grupos de Triângulos. Ao se pôr em contato com elas no plano externo, alguma coisa poderia acontecer em suas vidas internas. Isto aqui poderia se tornar um centro irradiante ao projetar forças em todas as direções, e embora não saibamos o resultado do trabalho que fazemos, a Hierarquia saberá.

Os Mestres não estão interessados em discípulos individuais; estão interessados apenas em grupos e a partir destes grupos reúnem as pessoas que estarão em Seu Ashram.

Se formos capazes de conceber esta ideia de um grupo, poderíamos passar um tempo interessante juntos todas as sextas-feiras à noite e poderíamos ser capazes de prestar um serviço no raio de influência da Hierarquia. Esta noite eu disse três ou quatro coisas que realmente formariam o núcleo de um debate muito interessante, se vocês quiserem debater. O que aflora de um grupo como este, não aflora porque dei uma palestra e depois as pessoas fazem comentários sobre o tema, mas porque digo um par de coisas e depois todos dizem o que pensam - não com espírito de discussão, mas com um espírito que começará a desenvolver o espírito de grupo.

Nas semanas que transcorrem entre cada reunião, estamos refletindo sobre alguns temas mais esotéricos de maneira que, ao nos reunirmos outra vez, saibamos o que queremos dizer, e é possível que tenhamos algumas perguntas a fazer e alguns comentários que gostaríamos de expor, que seriam de utilidade geral. Habitualmente, quando se dizem coisas em um grupo comum, há um silêncio total, mas eu gostaria de pensar que como neste grupo todos somos amigos tão próximos e trabalhamos juntos já há tantos anos que não há atritos nem desacordos ou divergências entre nós. Assim, temos um símbolo da vida da Hierarquia.


RK: Creio que devemos aproveitar os artigos sobre o discipulado que estão saindo agora em The Beacon [publicado como As Seis Etapas do Discipulado em DINA I, pág. 680-773 ed. inglês], porque quando eu li alguns números atrasados, vi que é um padrão que deveríamos construir. Creio que todos nós nos subestimamos e pensamos: «Sim, isto será para mim dentro de mil anos», mas não é assim, é para nós em 1943, se estamos dispostos a nos despojar das velhas peles de cobra e assumir o novo. Penso que podemos construir um grupo aqui, mas não se pode construir um grupo a menos que nos fusionemos em todos os níveis. Todos estamos aqui fisicamente, e a maioria de nós está aqui mentalmente. Um grupo se desenvolve mediante a fusão de seus pontos positivos e a eliminação de seus pontos negativos.

Creio que deveríamos conhecer uns aos outros muito mais, abrindo a nossa consciência de Alma e não pensando que sou «eu» quem está fazendo isso, mas antes, «seria esta a minha percepção». Se você me mostra a sua percepção, posso me abrir o suficiente para acolhê-la e o «eu» desaparece e surge um grande «EU». Nós nos abriríamos. Não podemos nos abrir, a menos que haja um propósito. Estes ensinamentos são dados em um momento muito crítico e são dados porque são desesperadamente necessários.

Não podemos ver isto claramente como grupo, a menos que, todos juntos, vejamos as coisas e ponhamos nossas mentes nisso e saibamos as coisas, juntos. Do contrário, este algo não pode acontecer e fazer de nós um todo. Nós o tornamos mais potente porque somos pessoas potentes. Temos aqui uma oportunidade para plantar uma semente viva das novas escolas de mistérios para a Nova Era.


LM: Fusão significa uma fusão de certa energia. Somos uma fusão de personalidades porque, tal como entendo, na Hierarquia se reúne um grupo para poder obter uma energia fusionada que Eles possam usar. Nenhuma pessoa tem toda a energia que Eles necessitam. Não nos caberia descobrir que tipo de fusão de energia poderia ter lugar ao servir aos Mestres?


RK: O reconhecimento da imagem que se quer desenvolver e o método, e nos tornarmos o que o expresse, e nos tornamos aquela visão e respondemos àquela necessidade.


AAB: A necessidade e o remédio da necessidade e a fusão ocorrerão automaticamente. Se faço o trabalho, o resultado se produzirá.


M: É questão de que cada um dê tudo o que é.


AAB: Não creio que saibamos o que estamos fusionando até que trabalhemos juntos por uns meses e se produzam algumas realizações. Há alguns anos, estudantes de todo o planeta tiveram o mesmo sonho (1920). Todos viram um campo de flores de loto; os lotos abertos e, de acordo com seus raios, alguns viram uma pomba e alguns uma chama que saía das flores de loto. Foi uma precipitação e uma fusão do que havia sido construído, que surgiu de repente em forma simbólica.


AP: Eu não creio que se possa criar a fusão trabalhando nela. Vocês recopilam o conhecimento que leva à sabedoria ao longo de grandes períodos de tempo, e então a intuição atua e algo novo vem através de vocês. Fico muito triste pelo The Beacon. Acho que ninguém o lê. Poderíamos tomar e utilizar os artigos do Tibetano. O número de março de 1943 trata do discipulado e dos problemas de um Ashram. São problemas de aqui e agora. Creio que há coisas muito valiosas no The Beacon, mas percebo que são deixadas de lado. A edição de março tem um artigo anônimo no qual se relacionam pensamentos esotéricos e a elaboração de um avião, e é para mim uma das coisas mais comovedoras e lindas que já li.


AAB: É algo que realmente temos que fazer, trazer o espiritual à manifestação. RK se referiu a isso, à Nova Era para a qual estamos nos preparando, à materialização da Hierarquia na Terra, curando-a.


ES: Uma das inspirações de meu trabalho como tesoureiro está nas cartas que recebo a respeito dos diferentes aspectos da Escola, e todos os dias chegam cartas a respeito do The Beacon que testemunham do interesse das pessoas por ele.


AP: Há um ímã aí que atrai a copiá-lo, e quando consigo uma cópia é maravilhosa a forma como chega. Sai da Escola e chega às pessoas que saíram da Escola. E há algo que deveria aumentar como uma força magnética que atrai a fim de chegar a um público mais amplo.


AAB: Um grupo como este se desenvolve, e se realmente chegarmos a nos associar com a Hierarquia e tomar em consideração The Beacon e outras fases do trabalho da Escola, vamos pôr algo em nosso trabalho tão dinâmico que vai seguir adiante de uma maneira maravilhosa. Isto é válido para os livros do Tibetano. Não há nenhuma grande cidade no mundo onde não haja pessoas que estejam pensando e sentindo como nós porque estão em contato com os livros do Tibetano. Creio que podemos fazer isto se formos capazes de fazer desta reunião um encontro para debater e descobrir coisas. Sei algumas coisas que vocês provavelmente não sabem. Vocês sabem coisas que outros não sabem. Vamos compartilhar estas coisas. É compartilhando que se alcança a fusão. Quando as pessoas se reúnem no Ashram de um Mestre, não vão ali para conseguir algo para seu próprio desenvolvimento, mas sim para que possam sair ao mundo e servir. Vocês não podem entrar em um Ashram até que tenham se desenvolvido e possam servir.

Quando se entra em um Ashram antes da terceira iniciação, se está ocupado recebendo impressões sobre o Plano. A partir da terceira iniciação, se está ocupado com o Propósito. Há duas distinções vitais: estar ocupado com o Plano, estar identificado com o Propósito. Pouquíssimas pessoas estão identificadas com o Propósito. Nenhuma identificação com o Propósito é possível, a menos que a Vontade Espiritual esteja atuante. O Plano é a expressão do Amor.


N: Em 1936, quando tivemos essa reunião importante na ocasião do Festival de Wesak, tive um belo sonho. Vi as mais magníficas flores se abrirem e se transformarem em chamas, como velas. Então caíram ao chão e se converteram em [palavra eliminada], e depois mudaram, aparecendo como peregrinos e caminharam para o Leste, e pude ver uma área e em algum ponto do Leste havia um vale e eles começaram a se abrir e a fazer um círculo e depois formaram braços ao Norte, ao Sul, ao Leste e a Oeste, e no meio do círculo apareceu uma figura, uma enorme figura do Cristo com Suas mãos em sinal de bênção, e a energia fluiu para os quatro pontos cardinais do planeta para iluminar todo o planeta. E o que mais me surpreendeu foi que era o símbolo da Escola Arcana naquele momento.


AAB: Creio que foi um símbolo. Creio que a Escola Arcana fez um maravilhoso trabalho de florescimento, e acredito que pela frente se estende um trabalho de iluminação.

Vocês se dão conta de que algo vai acontecer quando a guerra terminar e os estudantes da Escola Arcana dos quatro pontos do globo começarem a se pôr em contato conosco de novo? Vamos ter algumas revelações surpreendentes. Recebi uma carta de um estudante britânico na Argélia, que não era muito bom estudante. Agora que é um piloto e está em perigo todo o tempo, não perde a meditação matutina. Ele está fazendo seu trabalho. Vamos descobrir que os estudantes dos países em luta e dos países ocupados fizeram mais progressos em sua vida espiritual que nós, e alcançaram uma etapa de iluminação que encobre nossa pequena luz, a menos que sejamos muito cuidadosos.

Creio que podemos fazer muito neste grupo. Neste grupo poderíamos nos interessar tanto pelo Plano como pelo Propósito. Poderíamos entender um pouco melhor, se assim decidirmos, o que é o Plano, o esforço temporal realizado para atender a necessidade mundial da qual os discípulos e os iniciados menores são responsáveis, e em seguida entender este grande Propósito dinâmico que está por trás de todos os planos e é permanente e inalterável. Os planos vão e vêm - respondem a uma necessidade e depois deixam de ser úteis - mas o Propósito permanece inalterado. Creio que poderíamos nos ocupar com estas coisas, e se o fizermos imaginando-o em nosso próprio nível inferior, estaremos duplicando, em forma minúscula, o Ashram do Mestre.


M: Estive refletindo sobre o fato de que as pessoas deste grupo deveriam estar fazendo algo com elas mesmas. Estivemos estudando as regras [as 14 Regras para a Iniciação Grupal de Os Raios e as Iniciações]. Eu gostaria de chamar a sua atenção sobre o que o Tibetano escreveu sobre o Antahkarana. Ele o aborda para trabalhar, trabalhar com a substância da energia e o impulso planificado. Creio que se falarmos disto entre nós, poderia ser esclarecido.


AAB: Substância de energia e impulso para o planejamento - um Ashram, basicamente, destina-se para os que criaram pelo menos um fio do Antahkarana e que, portanto, podem trabalhar com propósito imaginativo, porque na realidade não podemos saber o que é o Propósito até que tenhamos tomado a terceira iniciação. Só sonhamos com isso e então trabalhamos com o Plano na medida em que afeta a nossa vida, e esta é a contribuição de um Ashram ao trabalho que se há de fazer no plano físico. Suponho que cada um de nós nesta sala conta com pelo menos um pequeno fio construído na lacuna entre a personalidade e a Tríade Espiritual. Se assim é, então temos que aprender a usá-lo, porque o Ashram do Mestre não está no plano mental. O plano no qual algum dia trabalharemos não é o plano mental. Uma das coisas que temos que aprender a fazer na Escola Arcana e nesta nova era e com os estudantes mais avançados, é extraí-los do plano mental com todo o conhecimento e os detalhes e aspectos técnicos que sabem. Devem começar a desenvolver aquele algo que chamamos de intuição, que é a fonte da iluminação que tem a ver com as ideias que encarnam o Propósito, que são os anteprojetos do Plano. É esse todo o segredo do passo seguinte.


C: Estamos tão envolvidos no aspecto mental, que isso nos impede de ser e fazer.


AAB: Sim, mas temos que tê-lo como uma base.


AP: É quando se chega em um lugar no qual a mente é conscientemente o construtor. O que quero neste curso é tanto o debate técnico como os aspectos espirituais do desenvolvimento definido da intuição, porque para uma pessoa mental, esse é um lugar terrível. É como se tivesse permanecido na porta de entrada de uma maravilhosa expansão de consciência durante anos. Eu consigo por momentos, um ângulo desse tipo de coisas, e sei o maravilhoso que seria tê-lo para conhecer a vida e as pessoas. Tudo o que deveriam fazer na disciplina, na ação, na meditação, é perfurar essa nuvem a tempo para ser de utilidade.


M: O Tibetano diz isso neste artigo. Ele diz para usarmos o conhecimento, usarmos a substância do conhecimento e o impulso planificado. Posso ver isso claramente, mas a questão é como fazê-lo.


AAB: Creio que poderíamos captar isto: que a intuição está para o mundo do significado o que a mente está para a vida no plano físico. A maioria de nós está tremendamente preocupada com a vida no plano físico e, no entanto, esse não deveria ser o foco de nossa vida. Há um mundo de significado no qual deveríamos viver, e quando criarmos um vórtice suficiente de força, nos tornaremos tão invocadores que invocaremos a intuição. Creio que a maioria de nós atrapalha o próprio esforço ao estar tão ansiosa por desenvolver a intuição que a mente se distrai e então ficamos preocupados com o aspecto acadêmico. Eu creio que todos progrediríamos espiritualmente muito mais nos perguntando: por que acontece isto? Qual é a causa? Qual é a razão subjacente do que está acontecendo na minha vida, na vida do mundo, na vida do Grupo? Então nos tornaríamos desesperadamente invocadores e não por pensar e discutir sobre a intuição.


AP: De vez em quando penso que o que nos falta é a vontade de sacrifício, que produz a intuição. Tomem Edison, por exemplo. Trabalhou dia e noite em seu laboratório, nunca se deteve. Nós não fizemos nada comparado com isso para trazer por meio do conhecimento direto algo completamente novo, algo que nunca antes tinha acontecido e desta maneira chegar a ser de grande serviço. De um só golpe o mundo se ilumina. Deveríamos ser capazes de fazer isto pela humanidade ou a humanidade não será capaz de receber. Tem que haver uma iluminação espiritual das massas da humanidade, para receber, tal como Edison iluminou o mundo. Ele o fez através do sacrifício dinâmico e a devoção, descartando tudo mais.


RK: O Tibetano fala da vocação do discipulado, e o convertemos em uma distração. Na Grande Invocação [Estrofe II] encontramos, «A hora de serviço da Força Salvadora». É o que fusiona. Eu reli estas coisas a cada seis meses. Somos o mecanismo mediante o qual a força salvadora atua.


MW: Na fusão deste grupo extraímos energia e ela sai para o mundo. Temos que pensar em completar o círculo; temos que enviá-la de volta outra vez?


AAB: Outros a enviam para nós.


RK: A Hierarquia - na fusão dos arcos de consciência estabelecemos o novo mundo. São esses segmentos que nós enviamos.


AAB: O que está ocorrendo é que algo nos invocou, algo no lado interno, nossas próprias Almas. Elas nos invocaram e nos trouxeram aqui. Em todas as partes há pessoas que se reúnem conosco sob a influência desse mesmo ser incorpóreo, que é a ideia espiritual que está procurando se fazer sentir no mundo e o estabelecimento do novo que está por vir. Eu não estou falando da nova ordem mundial, das novas relações internacionais, todos estes novos ideais com os quais o intelecto está tão ocupado. Estou falando do novo esoterismo, a dinâmica que subjaz por trás disso. Com o que estamos contribuindo ou para que estamos assentando as bases? Para a nova revelação? Em um artigo do Tibetano que trata da revelação, do novo que está chegando em linhas esotéricas e o que isto produzirá, Ele assinala que o Buda foi o primeiro a emitir uma nota e dar um ensinamento que dissiparia o espelhismo. Então veio o Cristo, o Senhor de Amor, e emitiu uma nota que dissipará a ilusão mundial. Vocês têm aí uma reflexão muito interessante sobre o trabalho destes dois mestres. O que está acontecendo agora é resultado de Seu trabalho conjunto. Qual vai ser, não sei. É preciso lembrar que o Buda nasceu somente uns 500 anos antes do Cristo e que a nota dual foi soada, o que podem ver culminando atualmente na guerra mundial, na qual tudo está sendo desacreditado. Estamos realmente indo para o fundo do poço. Não me refiro às massas. Elas têm que obtê-lo de pensadores como nós, que somos responsáveis perante a Hierarquia.

Há algo que vem neste novo ciclo de revelação que não tem nada a ver com o espelhismo, a ilusão ou o maya do plano físico, mas que tem a ver com o que os mistérios têm que revelar, e não sei o que é. Mas podemos averiguá-lo no Ashram de um Mestre.


RK: O que eu gostaria de fazer é seguir nessa nota, que nos tornemos um grupo autoconsciente sobre nós mesmos... Não somos só este grupo; no plano da Alma somos parte de um grupo maior.


AAB: O Tibetano diz que Ele assumiu probacionários e discípulos dos Mestres de todos os raios, porque os Mestres estão muito ocupados com os assuntos mundiais. Hoje em dia há uma fusão em marcha, em nosso pequeno âmbito e em outros lugares em uma escala maior, e aqui está este Mestre, o Tibetano, manejando discípulos de todos os raios. É isso que RK está procurando demonstrar. Não é possível que nós, como parte de um grupo maior, estejamos sendo manejados por algum grande ser, talvez maior que o Tibetano? Há outros grupos trabalhando como nós, só que não os conhecemos. Estão em todas as partes, trabalhando sobre este raio e sobre outro, mas todos em um só grupo.


RK: Um pensamento que cabe no esforço que a escola está fazendo agora para sair para o mundo: O Tibetano, ao falar sobre a construção do Antahkarana, nos diz que a expressão exotérica deste é a ciência da organização social, e se nós estamos precipitando o Antahkarana para cima e não modelando nosso ambiente aqui embaixo, estamos em curto-circuito. A ciência da organização social está levando a nota que nós estamos emitindo aqui.


C: A união de Oriente e Ocidente, junto com outros grupos - não é isso que temos que fazer - a união do exotérico com o esotérico?


AAB: É essa a ciência da organização social.


N: Ontem à noite me encontrei com um cirurgião muito distinto, que me disse que depois da guerra todas as pessoas espiritualmente polarizadas têm um tremendo trabalho psicológico a fazer - embora muitas pessoas tenham sido destroçadas. Ele o colocou como uma responsabilidade que deve ser trabalhada pelos que estão espiritualmente polarizados.


RK: Temos que reconhecer que haverá mutilados espirituais.


AAB: Há uma crise psicológica dos jovens na Europa, e isso é o que tem que ser tratado.


N: Assisti a algumas reuniões de terapia musical, e havia um engenheiro das obras do Imperador (1) que estava surpreso ao descobrir o que a música faz com os trabalhadores. Disse que agora, em todas as obras de guerra, tem música para dar ritmo e para evitar que os trabalhadores fiquem devaneando. É proporcionado algum tipo de música para mantê-los despertos. Atualmente a música não está muito bem selecionada.


AD: Creio que um grupo de músicos está considerando o tema. O Sr. Dixon usou uma peça particular para curar as pessoas. Há um montão de música, e uma pessoa como a senhora Seymour deveria se ocupar disto. Foi criado um grupo para tal fim no Carnegie Hall.


N: Este grupo é de uma enorme potência, e creio que deveríamos desenvolver métodos práticos de utilizar realmente este tipo de trabalho no mundo. Creio que se pode fazer. A música é uma forma. A psicologia é outra.


AAB: Talvez pudéssemos considerar este grupo como uma ponta avançada da consciência do Mestre, um grupo de pessoas que está prestando serviço no mundo. Temos um conjunto de conhecimentos, e é bastante profundo. Em um grupo relacionado com a Hierarquia atuando como uma ponta avançada da consciência do Mestre, nunca há discussão sobre o que se há de fazer; nunca há nenhuma formulação de técnicas e métodos; só há registro do Plano, não o Plano quando elabora métodos e técnicas, mas a compreensão do objetivo imediato, que é algo diferente do Propósito. É a consciência de onde está a humanidade, por exemplo, em um dado momento, onde está uma nação em um dado momento, e qual é para essa nação e para a humanidade o passo imediato - não a visão distante, mas o passo seguinte no processo de desenvolvimento ao qual a Hierarquia deseja vê-lo submetido. A elaboração dos planos, que métodos empregar, diz respeito aos discípulos que trabalham no mundo, mas nunca há um vislumbre desse debate entre os próprios Mestres. Deixam o planejamento para os discípulos e para os aspirantes do mundo. Nunca lhes dizem como fazer nada.


HB: Se começarmos a procurar fazer essas coisas por nós mesmos, teremos perdido o ponto. Nosso trabalho é inspirar os muitos trabalhadores que podem fazê-lo e fazê-lo bem. Temos que nos estender por meio de outros.


AAB: Se estão inspirados, vocês são obrigados a inspirar outros, de outra maneira se queimarão e destruirão.


HB: Hoje entrou uma senhora na escola. É uma cantora e mencionou a Sra. Seymour. Ela se perguntava se ao entrar no grupo teria que deixar tudo mais, e lhe disse que se a pessoa tem talento, desenvolve esse talento e aplica o ensinamento, passa para a Escola esse talento.


AAB: Os Mestres puseram os ensinamentos em nossas mãos através dos livros, em nossas mentes através da telepatia, e desenvolvem em nós o poder de intuir. Isso é tudo o que fazem. Isso é o que fazemos na Escola. Projetamos o ensinamento e isso é tudo. As pessoas querem que lhes diga o que fazer. Isto é contrário à lei oculta. A Hierarquia estimula a humanidade. A própria Hierarquia é energizada de Shamballa, mas inspira a humanidade. Em menor escala, este grupo deve inspirar aqueles que estamos procurando ajudar e ser energizados pela Hierarquia. O ponto que estava procurando abordar é que no Ashram de um Mestre ou em um grupo como este, no qual nos sentimos lisonjeados e chamamos de ponta avançada da consciência do Mestre, nunca se organiza nada de prático. É porque no exato momento em que vocês se tornam práticos no sentido comum da palavra, a mente inferior começa a atuar e imediatamente deixam de fora a superior. Quando saem, todos foram inspirados com o que captaram para ser baixado e utilizado, mas isso tem lugar na antecâmara, não no Ashram.


C: No momento em que você começa a delinear, limita.


AAB: Neste grupo não quero escutar nenhuma discussão sobre o que vamos fazer. Quero que o trabalho seja uma unidade completa para a inspiração, para o contato, para a iluminação, para a compreensão, para o crescimento da capacidade para trabalhar no mundo do significado, para a compreensão do Plano. O anteprojeto condiciona, e este grupo deveria ser o condicionador. Suas vidas estarão condicionadas; minha vida estará condicionada, porque fazemos parte do grupo.


C: Se o grupo tem êxito, assim que saímos do grupo começaremos a planejar.


AAB: Exatamente.


RK: Não é o que se vai fazer, mas o que podemos fazer é inspirar, a fim de que as coisas que gostaríamos de ver realizadas se resolvam, seja por outros ou por nós mesmos. Isto pode acontecer se pudermos projetar a nossa atenção no mundo do significado e nos interessar pelas necessidades das pessoas. Não estamos interessados o suficiente nas necessidades das pessoas.


AAB: A substância de energia deve atuar como impulso planejado.


M: Vocês estão sempre fazendo o contato.


N: Se estamos vivos, estou certo que vamos inspirar, e se não estamos vivos, não inspiraremos. Se este grupo se vincula com a Hierarquia, vai acontecer todo tipo de coisas. Poderíamos ser o fator indutor do movimento para que as coisas aconteçam.


FB: Há que ter cuidado de não tirar conclusões precipitadas. As conclusões serão conclusões grupais em seu devido momento. Inclusive no ponto de tensão podemos permanecer abertos para não sairmos da reunião e dizermos: «Consegui isto».


AAB: Só saímos e fazemos nosso trabalho e esperamos que algo vá chegar. Não devemos esperar ver os resultados. Vamos atuar como oficiais de ligação entre a Hierarquia e a humanidade. A radioatividade que podemos estabelecer neste grupo servirá como um vínculo com a humanidade.

Um grande discípulo me disse que sua tarefa consistia em vincular as pessoas com os Mestres sem que eles soubessem nada a respeito. Ele me deu os nomes de dez pessoas, as quais havia posto em contato com os Mestres, e disse vê-los do ângulo do tempo. Pouco a pouco, uma pessoa após outra se aproximou de mim e disse que havia tido um sonho sobre os Mestres na noite anterior. Em uns poucos dias, ao redor de um mês, outra pessoa me disse que havia sentido que um Mestre estava muito perto. O tempo variou, de acordo com a pessoa e seu grau de evolução e a densidade de seu cérebro, de dois dias a seis meses.

Como fazer isso? Experimentação.


RK: Isso me ajuda a me enfocar no mundo do significado para estudar no Fogo Cósmico qual é a natureza do plano búdico, quem funciona ali e qual é sua qualidade. O plano Búdico é onde temos que atuar.

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Kaiser, no original

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