A Respeito dos Escritos da Sabedoria Eterna Sobre o Povo Judeu

Os pensamentos seguintes são oferecidos à consideração das pessoas de boa vontade que buscam ajustar os seus interesses e respeito pelos livros de Alice Bailey com seus às vezes controversos enunciados sobre o papel do povo Judeu no Plano divino para o nosso mundo.

Os comentários sobre os Judeus, encontrados em muitos dos livros que Alice Bailey escreveu, ditados por um Mestre de Sabedoria conhecido como Djwhal Khul e muitas vezes referido simplesmente como "D.K." ou "o Tibetano", tem provocado perguntas nas mentes de numerosas pessoas de boa vontade desde que os livros começaram a ser publicados há cerca de oitenta anos atrás. Mas, em razão desse material existir na forma impressa, ele era acessível, na maior parte, somente no seu contexto apropriado e o leitor o estudava dentro dos parâmetros amplos da Sabedoria Eterna: o antigo ensinamento espiritual transmitido desde tempos imemoriais e mantido incólume pelas tendências contemporâneas ou cultura de qualquer período particular na história humana. Agora o desenvolvimento da tecnologia tornou possível oferecer os livros no formato CD-ROM, com recursos de busca fácil e rápida. O material que anteriormente era disponível somente no seu largo e apropriado contexto pode agora ser retirado e oferecido por conta própria em distribuição mundial, e este fenômeno está acontecendo via Internet. Há alguns "websites" que se dedicam exclusivamente a atacar os escritos de Alice Bailey e o Tibetno, e, como editores e detentores dos direitos autorais desses livros, somos instados a responder as averiguações que questionam a legitimidade espiritual desses ensinamentos.

Um fator adicional a considerar é a crescente sensibilidade da sociedade e o respeito pelas diferenças de raça, religião e cultura, fazendo que alguns dos comentários do Tibetano pareçam até mais surpreendentes. Em parte, isso é um efeito do desenvolvimento da "correção política", e, certamente, a crescente conscientização dos efeitos das palavras, e sua origem no pensamento, está contribuindo para o maior bem de todos. Entretanto, os Mestres de Sabedoria, conhecidos coletivamente como a Hierarquia, jamais tentam adaptar Seus ensinamentos aos padrões politicamente corretos. Um Mestre fala de um nível de Verdade pura porque sua visão abrange a vasta amplidão do Plano através da história e do papel do nosso planeta nesse Plano.

Os Escritos de Alice A. Bailey

Os livros que o Tibetano escreveu com a cooperação de Alice Bailey entre 1919-1949 foram projetados para serem a fase intermediária da divulgação de uma terceira parte da Sabedoria Eterna planejada pela Hierarquia para preceder e condicionar a Nova Era, a era de Aquário. Ao olharmos a cena mundial, podemos ver a enorme importância do papel representado pelo povo Judeu e o Estado de Israel, particularmente nos últimos cem anos. Isto pode explicar, em parte, porque o Tibetano pôs em foco atenção especial nos Judeus. Em razão de ser o objetivo do Plano o estabelecimento de corretas relações entre todos os aspectos da nossa vida planetária, isto torna essencial a conclusão com êxito de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio - ponto central de tantos conflitos mundiais na atualidade.

Algumas pessoas perguntam a si mesmas porque o Tibetano parece escolher os Judeus para uma crítica especial, a despeito da história humana estar repleta de exemplos da "crueldade do homem para com o homem". Tudo que o Tibetano escreveu precisa ser estudado no contexto do conjunto da estrutura dos ensinamentos que promovem a boa vontade, a tolerância e o respeito mútuo. Os comentários sobre o povo Judeu devem ser lidos na sua totalidade, os quais incluem referências à esplêndida contribuição do povo Judeu em muitos departamentos da vida humana. A crítica às tendências separatistas do Sionismo deve ser lida no contexto dos comentários mordazes sobre o subterfúgio do Vaticano, o materialismo nas igrejas Cristãs e o "igrejismo" em geral. Ele era também sincero, sem rodeios, na sua oposição ao isolacionismo Americano, ao totalitarismo Soviético, ao Fascismo, ao Nazismo e o grande mal personificado por Hitler e seus associados mais próximos, ao pacifismo durante a Guerra Mundial - a tudo que comprometia a unidade essencial da humanidade e o espírito de liberdade responsável.

É esse espírito de amor e de inclusiva identificação que busca evocar a compreensão e a cooperação do grupo esotérico a sanar o fundamental problema humano do separatismo. Muitas pessoas de boa vontade estão trabalhando diligentemente para encontrar uma solução. No entanto, a característica singular do ensinamento esotérico é que ele desafia o estudante a penetrar no nível causal, na essência das causas dos problemas humanos, onde as origens espirituais dos problemas podem ser identificadas e soluções duradouras podem se precipitar na consciência humana. Talvez isso seja a razão pela qual o Tibetano era pródigo em sua crítica ao Sionismo, que procurou resolver o problema do estigma do povo Judeu provendo-lhe a sua própria pátria em vez de trabalhar para a sua integração nas nações existentes.

A História interpretada pela Sabedoria Eterna

Um estudo da história dos Judeus como apresentada na Sabedoria Eterna pode trazer uma compreensão mais profunda tanto da grandeza de sua realização como da sua dívida cármica. As origens do povo Judeu datam, diz o Tibetano, de um período remoto e anterior ao que nos é relatado no Antigo Testamento. Tão antigo é o papel desempenhado pelos Judeus no destino da raça humana que o Tibetano diz "o Judeu personifica em si mesmo, simbolicamente, a história da humanidade".

A História, como interpretada pela Sabedoria Eterna, cobre uma extensão de tempo tão vasta quanto incompreensível para a mente humana. No Plano, a humanidade, como o quarto reino da natureza e mediador no desenvolvimento evolutivo da vida na terra, desde a mais densa matéria até o espírito puro, desempenha uma crucial e essencial função. A humanidade moderna, de acordo com a Sabedoria Eterna, está entrando numa nova era conhecida como Aquário. No início da era governada pela constelação de Gêmeos, o apogeu da realização humana para essa época foi alcançado por um grupo de discípulos Judeus que são mencionados como fundadores do moderno povo judaico. De acordo com antigo ensinamento espiritual, esse grupo altamente desenvolvido rebelou-se contra "a ordem de penetrar, livres e sem entraves, no lugar onde a luz é encontrada. Eles queriam conservar o que haviam acumulado e dedicá-lo ao serviço de Deus" (Psicologia Esotérica, Volume I, pág. 397). Três deste grupo que "se revoltaram desde o drama do desapego" tornaram-se os fundadores do moderno povo Judeu.

Pôr este evento no contexto histórico é quase impossível, diz o Tibetano. "Tão antiga é a raça, que nenhuma nação no mundo hoje escapa das raízes daquele grupo que - na antiga Lemúria - se tinha adiantado a ponto de seus mais destacados membros estarem palmilhando o caminho do discipulado. Não há linhagens raciais no mundo ocidental que não sejam rebentos deste mais antigo povo escolhido, à exceção dos Finlandeses, Lapões e de outras nações de definida linhagem mongol. Os três discípulos originais e seus grupos familiares foram os ancestrais de três grandes grupamentos raciais, que podemos generalizar assim:

1 - A raça semita ou raça dos tempos bíblicos e modernos; os Árabes, os Afegãos, os Mouros e os ramos e afiliações desses povos, incluindo os Egípcios modernos. Todos estes descendem do mais velho dos três discípulos.

2 - Os povos Latinos e seus vários ramos espalhados pelo mundo, e também as raças célticas, onde quer que sejam encontradas. Estas descendem do segundo dos três discípulos.

3 - Os Teutões, os Escandinavos e os Anglo-Saxões, que são descendentes do terceiro dos três discípulos. (Psicologia Esotérica, Volume I, pág. 400)

Esta origem comum, esta história cármica compartilhada por tantos povos do mundo hoje, perdeu-se, e evidentemente este panorama que precede a história documentada não pode ser verificada pela ciência. Mas, se alguém aborda esse ensinamento intuitivamente, isso pode ajudar a lançar luz sobre porque a Sabedoria Eterna considera tão significativo o papel dos Judeus, que constituem somente uma pequena percentagem da atual população mundial.

Também ajuda a esclarecer porque os Judeus, "como um todo, constituem o plexo solar do Logos planetário, e seu problema está sendo usado hoje para focalizar, qualificar e condicionar a natureza do sentimento mundial e a reação emocional da natureza sensitiva da humanidade e do Logos planetário. Não se esqueçam que a Personalidade de nosso Logos planetário ainda não é perfeita, e daí o fato de que Seu corpo de manifestação, o planeta, não ser reconhecido como um dos planetas sagrados. Por meio do povo judaico, em todo o mundo, um sentimento - simpático ou antagônico, expressando amor ou condicionado pelo ódio - está sendo reunido em um foco no centro do plexo solar planetário, preparatório para uma grande e permanente mudança. É por esta razão que eu disse a alguns de meus alunos que, quando a humanidade tiver resolvido corretamente o problema judaico, e quando ele tiver sido resolvido de uma maneira humanitária e justa, então, a energia do centro do plexo solar planetário terá sido elevada ao coração e uma grande transmutação terá tido lugar". (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 87)

Gostaríamos de realçar o enunciado do Tibetano: "por meio do povo judaico, em todo o mundo, um sentimento ... está sendo reunido...". Isto implica que a natureza do sentimento de todos os seres humanos, não somente daqueles encarnados atualmente em corpos Judeus, está sendo estimulada por intermédio de sua reação aos problemas centralizados na situação dos Judeus. Todos nós participamos na criação desses problemas no decorrer de milênios, e compete a todos as pessoas de boa vontade resolvê-los por meio do pensamento correto, de atitudes amorosas, e de uma firme identificação com a realidade da humanidade una.

Raça na Sabedoria Eterna

Outra frequente má interpretação da Sabedoria Eterna está centralizada no termo "Ariano", nome dado à família linguística indo-europeia e aos que falam essas línguas, e mais tarde distorcido na Alemanha Nazista para aplicá-lo a uma raça específica. O ensinamento esotérico usa este termo em sua aplicação a uma fase evolutiva na consciência. Sobre isto diz o Tibetano:

"Quando eu uso a palavra "raça" eu não me ocupo de diferenciações artificiais ou pseudocientíficas de nações e raças ou tipos. Eu me ocupo de um estado de consciência que é o Ariano ou consciência mental, ou estado de reflexão; isto encontra seus expoente e seus "membros de raça" em toda nação, sem nenhuma discriminação ou omissão. Quero que vocês recordem isto cuidadosamente, já que, do ponto de vista territorial, não há nenhuma nova raça em processo de surgimento; há somente uma genérica distribuição dessas pessoas que possuem aquilo que tem sido chamado características da sexta raça raiz. Este estado de consciência encontrará sua expressão em pessoas tão distantes e separadas racialmente como o Japonês e o Americano ou o Negro e o Russo. Isso requer uma habilidade para atuar com clareza no plano mental, comparar informação, interpretar e relacionar corretamente essa informação, e criar as necessárias formas mentais ou conceitos para essas interpretações". (Os Raios e as Iniciações, pág. 593)

Outro ponto de preocupação para muitos é a firme oposição do Tibetano ao Sionismo. Ele acreditava que o problema Judaico só podia ser resolvido com sua integração nas nações do mundo, não pelo estabelecimento dos Judeus separadamente numa nação. Entretanto, quase todos os escritos que desenvolveu em sua colaboração com Alice Bailey foram concluídos antes da fundação do Estado de Israel em 1948, e Israel tem sido uma realidade por mais de cinquenta anos. A situação não é amenizada pela crítica, pelo pensamento odioso a respeito tanto dos cidadãos israelenses quanto de seus vizinhos. Antes, todas as pessoas de boa vontade estão obrigadas a induzir entendimento amoroso e compassivo a todos afetados pelo sofrimento resultante do duradouro conflito no Oriente Médio. Todos que adotam valores espirituais devem abordar a situação do Oriente Médio com uma apreciação realista das circunstâncias atuais e um foco numa mudança criativa que leve a melhores condições para todos envolvidos. É um desafio difícil, mas não impossível. É importante utilizar cada gota de esforço em direção a uma justa solução, pois "quando a humanidade tiver resolvido o problema judaico (com a cooperação compreensiva do povo judeu) e superar suas antigas antipatias e ódios, isso será feito ao fundir o problema em uma vasta situação humanitária". (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 77)

A Boa Vontade e o Livre Arbítrio na Sabedoria Eterna

No Plano divino para o nosso mundo, a humanidade é livre para construir seu próprio destino. Citando o Tibetano mais uma vez: "A raça judaica é um símbolo da humanidade no senso comum; na solução de seu conflito e na escolha da ação correta, um grande avanço terá acontecido na libertação humana". (Os Raios e as Iniciações, pág. 640) (Lucis Trust)

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