A Lei do Serviço

Número Nome Exotérico Nome Esotérico Símbolo Energia de Raio
3 A Lei do Serviço A Lei da água e dos peixes Um homem com um cântaro de água A energia que flui. Sexto raio. Vida vivificante

A Lei do Serviço, a terceira das Sete Leis da Alma ou a Vida Grupal, está destinada a governar toda a atividade da alma. Contudo, antes de iniciarmos este tema, há três coisas que merecem atenção especial da nossa parte.

Primeiramente, é o fato de o resultado de todo contato conseguido durante a meditação e a medida do nosso sucesso serem determinados pelo serviço subsequente prestado à raça. Se há uma correta compreensão, haverá necessariamente uma ação correta.

Foi previamente indicado que as três grandes ciências que prevalecerão na Nova Era e que levarão a humanidade do irreal ao real e da aspiração para a salvação são:

1 - Ciência da Meditação, a futura ciência da mente.

2 - A Ciência do Antahkarana ou a ciência da construção da ponte de ligação do mental superior com o mental inferior.

3 - A Ciência do Serviço, que é a técnica bem definida de unificação.

Consideraremos agora as grandes linhas desta ciência porque é o maior fator de libertação na vida do discípulo.

Segundo, esta Lei de Serviço é alguma coisa de que se não pode escapar. A evasão comporta as suas penalidades, se ela for consciente. A capacidade de servir marca uma etapa bem definida no progresso no Caminho e enquanto esse estado não for alcançado não se pode prestar com amor um serviço espontâneo e guiado pela sabedoria.

Até lá, haverá unicamente boas intenções, confusões e muitas vezes fanatismo. Mais tarde elucidaremos este assunto.

Esta lei imprime ao ritmo planetário certas energias e impulsos que emanam do signo do Zodíaco para o qual nos estamos dirigindo pouco a pouco. Portanto, não há escapatória. É o efeito destas forças que, em alguns países, arregimenta as massas de uma forma tal que o indivíduo serve ao grupo devido a uma negação forçada do seu eu pessoal. As suas próprias ideias, o seu bem-estar e sua própria individualidade estão subordinados ao todo e ele se torna relativamente fútil do ângulo de desenvolvimento da sua alma. É obrigado a conformar-se, voluntariamente ou não, às condições do grupo. Esta é uma das manifestações mais baixas do impacto desta lei sobre a consciência humana. Na sua mais alta expressão, temos o serviço prestado ao planeta, em todos os reinos da natureza, pela Hierarquia dos Mestres. Há uma grande diferença entre estas duas expressões extremas, mas ambas são produzidas da mesma maneira pela resposta (uma, feita conscientemente, e a outra, dirigida inconscientemente) à Lei do Serviço.

Terceiro, esta Lei do Serviço foi plenamente expressa pela primeira vez pelo Cristo, há dois mil anos. Foi Ele o precursor da Era de Aquário e daí provém Sua constante ênfase sobre o fato de que Ele era a "água da vida", a "água vivificante" que os homens necessitavam. Daí, também, a designação esotérica desta lei ser da "água e os peixes". A era pisceana preparou lentamente o caminho para a divina expressão do Serviço que será a glória dos séculos vindouros. Hoje o mundo está firmemente aproximando-se da conscientização de que "nenhum homem vive para si mesmo" e que somente na medida em que o amor, de que tanto se escreveu e falou, encontrar a sua expressão no serviço, então o homem estará à altura da sua capacidade inata.

O signo da Era de Aquário representa um homem com um cântaro d'água aos ombros, tão cheio que se derrama por tudo e todos, sem exceção, e, contudo, não diminui. Este signo é muito semelhante ao da Lei do Serviço, mas a diferença encontra-se nisto: o homem está em perfeito equilíbrio, formando uma cruz, com os braços estendidos e com o cântaro à cabeça. Esta diferença tem muito significado. O cântaro sobre os ombros é um símbolo da carga do Serviço. Não é fácil servir; só agora o homem está aprendendo a fazê-lo. O cântaro sobre a cabeça do homem que passou pela cruz do sacrifício durante tanto tempo que essa se tornou para ele uma posição natural, indica que a cruz que o sustentou por tanto tempo, agora desapareceu. O homem com o cântaro d'água à cabeça indica-nos aprumo, equilíbrio e ponderação. A compreensão da Lei do Impulso Magnético preparou-o para este equilíbrio. Essa é a Lei da União Polar e o seu símbolo tem origem no signo do Zodíaco correspondente à constelação da Libra - equilíbrio e serviço. Estas são as duas expressões da Divindade que são hoje para o homem o próximo grande objetivo.

Serviço geralmente interpreta-se como sendo extremamente desejável, mas raras vezes se compreende quanto é difícil servir. Envolve muito sacrifício de tempo, de interesse e das próprias ideias; obriga a um trabalho extremamente duro e intenso, pois requer esforço deliberado, sabedoria consciente e habilidade para trabalhar com desapego. Estas qualidades não são alcançadas facilmente pelo aspirante médio e, contudo, hoje a tendência para servir é uma atitude autêntica na maioria dos povos do mundo. Tal foi o êxito do processo evolutivo.

O serviço é frequentemente considerado como um esforço para atrair indivíduos para os pontos de vista dos que servem, porque o presuntivo servidor considera que aquilo que encontrou como bom, útil e verdadeiro para si, também deve sê-lo para os outros. Olha-se o serviço como dádiva que emprestamos ao pobre, ao aflito, ao doente e ao desgraçado porque pensamos que queremos ajudá-los, mal nos conscientizando de que tal oferta é devida principalmente ao incômodo causado em nós mesmos, por vermos as lastimáveis condições que apresentam os necessitados e que, portanto, procuramos melhorá-los para nos sentirmos outra vez à vontade.

O ato de assim ajudar nos livra de nosso sofrimento, mesmo que fracassemos em libertar ou aliviar aqueles que sofrem.

O serviço frequentemente indica um temperamento ocupado e super ativo ou uma atitude de auto-satisfação que impele o servidor a realizar grandes esforços para mudar situações e convertê-las no que ele crê que deveriam ser, forçando assim as pessoas a moldarem-se ao que o servidor entende que conviria fazer-se.

Ou também o serviço pode ter origem no desejo fanático de seguir os passos do Cristo, esse grande Filho de Deus, Aquele que "andou pelo mundo fazendo o bem", que deu exemplo para que seguíssemos os seus passos. Por conseguinte, muitas pessoas servem, movidas por um sentimento de obediência e não por espontânea inclinação para verdadeiramente ajudar os necessitados. Falta, portanto, a qualidade essencial para servir e desde o princípio não fazem mais do que praticar certas atitudes. Outros se inspiram para o serviço pelo desejo profundamente arraigado de alcançar a perfeição espiritual, por ser considerado uma qualificação necessária para o discipulado e, por isso, se alguém quer ser um discípulo, deve servir. A teoria é correta mas está ausente o substrato vital do serviço. O ideal é justo, verdadeiro e meritório, mas o motivo que o impele é totalmente falso. Presta-se serviço por estar mais ou menos em moda e ter-se o hábito de se ocupar com alguma forma de serviço. A maré sobe. Muita gente serve ativamente em sociedades filantrópicas, como a Cruz Vermelha, em obras culturais e em tarefas tendentes a melhorar as condições miseráveis do mundo. Servir está na moda. O serviço dá uma sensação de poder, traz amigos e é uma forma de atividade que frequentemente beneficia mais o servidor (no sentido mundano do termo) que propriamente o beneficiado. Apesar de tudo isto que indica motivos errados e falsa aspiração, não há dúvida que algum serviço se presta, um certo tipo de serviço, espontâneo e proveitoso. A humanidade caminha para a compreensão correta do serviço e pouco a pouco se vai tornando cada vez mais capaz de responder a esta nova lei, aprendendo a reagir à vontade dessa grande Vida que se impõe incessantemente e que está animando a constelação de Aquário. Identicamente é assim que o Logos Solar anima o sistema solar e que também o nosso Logos planetário, por sua vez, anima o planeta Terra.

No tempo atual, a ideia do Serviço é a de maior importância, pois, ao captá-la, tornamo-nos mais abertos às novas influências. A Lei do Serviço é a expressão da energia de uma grande Vida que, ao cooperar com "Aquele em que vivemos, nos movemos e temos a nossa existência" está submetendo a família humana a certas influências e correntes de energia que, finalmente, produzirão três efeitos, a saber:

1 - Despertar o centro do coração em todos os aspirantes e discípulos.

2 - Capacitar a humanidade emocionalmente polarizada a focalizar-se inteligentemente na mente.

3 - Transferir a energia do plexo solar para o coração.

Este desenvolvimento a que poderíamos chamar "a consciência do coração" ou o desenvolvimento do verdadeiro sentimento é o primeiro passo para a consciência de grupo. Esta consciência coletiva e esta identificação com o aspecto sentimento de todos os grupos são a qualidade que conduz ao serviço - que deve ser prestado como os Mestres o fazem e como o Cristo demonstrou na Galileia.

a- ALGUMAS PERGUNTAS SOBRE O SERVIÇO

O serviço que se presta hoje, por conseguinte, é o que é, porque a resposta dos homens a essas influências de Aquário está sendo registrada no corpo astral e atuando por meio do plexo solar. Assim se explica a natureza emocional posta na maior parte do serviço de hoje; ela é responsável pelo ódio gerado no mundo por aqueles que reagem ao sofrimento pelo sentimento e que, devido à sua identificação emocional com o mesmo culpam pessoas e grupos pelas más condições existentes. É também responsável pelo caráter geralmente pouco satisfatório de muito do que está agora sendo feito para melhorar a situação. É insatisfatório do ângulo mais elevado da alma.

Contudo, quando o serviço prestado é baseado numa reação mental à necessidade humana, então toda a problemática transcende o véu da ilusão e eleva-se acima do vale da fascinação do mundo. Então os impulsos para servir registram-se no centro do coração e não no plexo solar e deste modo quanto mais assim se generalizar esta atividade, tanto mais teremos uma demonstração de serviço mais feliz e melhor sucedida.

Procuro ser intensamente prático, porque esta nova ciência do serviço deve-se fundamentar em sólidas bases e perfeita compreensão. Talvez que o caminho mais simples para se tratar um tema tão novo e, contudo, tão debatido seja o de formulação de certas perguntas e depois respondê-las tão completa e tão concisamente quanto possível.

- Como definir a palavra "serviço"?

2 - Qual é o campo desta ciência e por que é chamada de ciência?

3 - Quais são as características do verdadeiro servidor?

4 - Que efeitos produz o serviço

a) sobre a mente?
b) sobre as emoções?
c) sobre o corpo etérico?

5 - Esta ciência comprova que as sete chaves ou tipos de raio empregam métodos distintos no serviço?

As considerações destas questões permitir-me-ão fazer três coisas:

1 - Demonstrar nas minhas respostas que o serviço não é um sentimento ou um ideal, mas sim um efeito e um procedimento científico, simultaneamente.

2 - Assinalar a necessidade que há, hoje, de uma correta compreensão da técnica que, quando aplicada pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo, produzirá no mundo verdadeiros significados e valores reais. Tratarei de mostrar como trabalhará o Novo Grupo de Servidores do Mundo.

3 - Dar ideia como outros grupos de Mestres de Sabedoria servem neste planeta atualmente.

Responderemos às perguntas formuladas, uma por uma, e pela sua ordem.

Como definir a palavra "Serviço"?

A definição desta palavra não é fácil. Tentou-se muitas vezes fazê-lo segundo o ângulo da personalidade. O serviço pode-se definir abreviadamente como o efeito espontâneo do contato com a alma. Este contato é tão nítido e definido que a vida da alma pode fluir através do instrumento que ela deve utilizar forçosamente no plano físico. É a maneira como a natureza da alma se pode manifestar no mundo da atividade humana. O serviço não é qualidade ou uma ação; nem uma atividade em que as pessoas se devam esforçar vigorosamente, nem um método para salvar o mundo. Deve-se compreender claramente esta distinção, porque do contrário será falsa a atitude sobre esta transcendente demonstração da vida. É um impulso da alma e é tanto um impulso evolutivo da alma quanto o instinto da própria conservação ou da reprodução das espécies é uma demonstração da alma animal. Esta é uma declaração importante. É um instinto da alma, se nos permitem uma expressão tão inadequada e é, portanto, inato e peculiar ao desenvolvimento da alma. É a característica predominante da alma, exatamente como o desejo é a característica da natureza inferior. É um desejo de grupo do mesmo modo que na natureza inferior é o desejo da personalidade. É um impulso para o bem do grupo. Não se pode, portanto, ensiná-lo a qualquer pessoa como uma desejável evidência de aspiração, atuando do exterior, e com base numa teoria de serviço. É simplesmente o primeiro efeito real, evidenciado no plano físico, do fato de que a alma está começando a expressar-se externamente.

Nem a teoria, nem a aspiração farão nem podem fazer de um homem um servidor verdadeiro. Então, por que se levam a cabo tantas atividades de demonstração de serviço no mundo?

Simplesmente porque a vida, as palavras e as obras do primeiro Grande Servidor do Mundo, Aquele que veio fazer-nos ver claramente o que é essencialmente o serviço, produziram efeitos e os homens hoje tentam sinceramente imitar o Seu exemplo, sem compreenderem bem que a imitação não os conduz a verdadeiros resultados, mas apenas indica uma possibilidade crescente.

Todas estas leis da Alma (e a Lei do Serviço não é uma exceção) manifestam-se inevitavelmente de duas maneiras. Primeiro, há o efeito sobre o indivíduo. Isto sucede quando se estabeleceu definitivamente contato com a alma e o seu mecanismo começou a responder. Tal fato já se deveria evidenciar agora entre os estudantes esotéricos, disseminados pelo mundo, porque chegaram ao ponto em que o verdadeiro servidor pode sair das suas fileiras e dar prova de ter estabelecido contato com a alma. Segundo, essas leis da alma começam a ter efeito grupal na própria humanidade e a influenciar a raça humana como um todo. Este efeito tem, em certa medida, a natureza de um refletor sobre a natureza de uma consciência superior e, por conseguinte, procura-se hoje com muito afinco poder servir e assim se realizam tantos esforços filantrópicos. Tudo isto, ainda assim, está colorido profundamente pela personalidade e frequentemente produz muitos danos, porque as pessoas procuram impor as suas ideias de serviço e as suas técnicas pessoais aos outros aspirantes. Talvez se tenham tornado sensíveis à impressão, mas muitas vezes interpretam mal a verdade e são influenciados pelos objetos da personalidade. Devem aprender a pôr ênfase no contato com a alma e em uma familiarização ativa com a vida egoica e não com o lado forma do serviço.

Queria pedir àqueles que respondem a estas ideias e que são sensíveis à impressão da alma (muitas vezes interpretando mal a verdade, preconcebidos pelos fins da personalidade) que ponham em relevo o contato com a alma e não o aspecto forma do serviço. A atividade ao lado forma põe ênfase sobre a ambição da personalidade, dissimulando-a pelo véu da miragem do serviço. Se pusermos cuidadosa atenção na essência do serviço - contato com a alma - e o tivermos alcançado, então o serviço prestado fluirá espontaneamente, correto e com bons frutos. Deste fato, o serviço desinteressado e profundo fluxo de vida espiritual, como foi demonstrado ultimamente no trabalho mundial, é uma indicação esperançosa.

Qual é o campo desta ciência e por que é chamada ciência?

Vamos considerar agora o campo onde se desenrola o serviço e a sua natureza como ciência.

O campo do serviço é antes de tudo a manifestação da vida do Espírito, operando na esfera da própria natureza humana.

A primeira coisa que a alma tem a fazer quando se estabelece contato com a mesma e o homem a reconhece na consciência do seu cérebro, e devido à impressão ativa da mente, é conseguir que tome consciência de que ele é, de fato, um princípio vivente da divindade e depois prepare sua tripla natureza inferior para que esta se submeta automaticamente à Lei do Sacrifício. Então ela não será impedimento para a vida que deve jorrar através dele, e o fará. Esta é a primeira e a mais difícil tarefa e nela estão empenhados atualmente os aspirantes do mundo. Será que não indicará o ponto de evolução alcançado pela maioria? Quando o ritmo desta lei tiver sido imposto e o ímpeto natural do homem se tornar uma expressão da alma, e quando este ritmo se tornar natural e habitual, então o homem começará a "permanecer em estado de ser espiritual" e a vida que jorra através dele, suave e naturalmente, exercerá o seu efeito no seu meio ambiente e nos seus associados. A este efeito pode-se chamar "vida de serviço".

Pôs-se muita ênfase sobre o processo pelo qual a natureza inferior deve ser subjugada à Lei do Serviço superior e desenvolveu-se a ideia de sacrifício, nas suas piores implicações. Esta ideia insiste no choque inevitável e necessário entre a natureza inferior que age sob as suas próprias leis e os aspectos superiores que atuam segundo as leis espirituais. Então o sacrifício do inferior para com o superior assume grandes proporções e a palavra sacrifício torna-se perfeitamente apropriada. Há sacrifício. Há sofrimento. Há um processo de desapego. Há um prolongado esforço para permitir que a vida flua, enquanto que, firmemente, a personalidade interpõe barreiras e obstruções, uma após outra. Esta etapa e atitude podemos vê-la com simpatia e compreensão, pois há muitos que possuem tanta teoria sobre o serviço e a sua expressão, que falham ao prestá-lo e carecem de compreensão para entender o período de sofrimento que sempre precede toda a ampliação do serviço. As suas teorias bloqueiam-lhes o caminho para a verdadeira expressão e fecham a porta à compreensão do real. O elemento mental está demasiado ativo.

Quando o eu inferior se subordina aos ritmos superiores e obedece à nova Lei de Serviço, então a vida da alma começa a fluir através do homem e chega aos outros, e o efeito que produz na família e no seu grupo imediato será o de demonstrar uma verdadeira compreensão e uma assistência real. À medida que a corrente de vida se fortalece pela prática, o efeito propaga-se do pequeno grupo familiar à vizinhança. Tornam-se então possíveis contato cada vez mais vastos, até que com o tempo (se várias vidas tiverem sido assim gastas sob a Lei de Serviço), o efeito do derramamento do fluxo de vida pode-se verificar sobre a nação e no mundo. Mas isto não foi assim previsto nem se procura impor como um fim em si mesmo. Será uma expressão natural da vida da alma, adquirindo forma e direção conforme o raio a que pertença o homem e a expressão das vidas passadas do indivíduo; será colorida e ordenada pelas condições do ambiente - tempo, período, raça e idade. Será um fluxo vivente, uma entrega espontânea, e a vida, o poder e o amor assim manifestados, provenientes dos níveis da alma, possuirão uma força poderosa e atrativa sobre as unidades do grupo com as quais o discípulo se põe em contato nos três mundos de expressão da alma. Não há outros mundos atualmente em que a alma se possa expressar desta forma. Nada poderá reter ou interromper o poder desta vida de serviço natural e amoroso, exceto nos casos em que a personalidade procura interpor-se no caminho. Quando assim sucede, os Instrutores do lado interno da vida entendem que o serviço se altera e se deforma no negócio. Transforma-se em ambição, num esforço para fazer com que os outros sirvam como pensamos que o serviço deva ser prestado, num amor ao poder que impede o verdadeiro serviço, em vez de ser amor por nossos semelhantes. Há um ponto perigoso em cada vida, quando a teoria do serviço é reconhecida e a lei superior compreendida; porque então, devido à qualidade imitadora da personalidade, à sua natureza simiesca e ao ardor de um elevado grau de aspiração, pode facilmente confundir a teoria com a realidade, e os gestos externos da vida de serviço pela natural e espontânea corrente de vida da alma que flui através do seu mecanismo de expressão.

É necessário ter uma constante e crescente sutileza de discriminação e todos os estudantes dedicados são convidados a fazer o seu próprio inventário nesta altura. Estão em presença de um novo ciclo de serviço e devem valer-se de um novo dia de oportunidade. Há uma grande necessidade em permanecer no ser espiritual; onde há este equilíbrio, permanentemente, não haverá necessidade que outros os incitem ao serviço. Deixem fluir as "Forças de Luz" e as fileiras dos servidores do mundo aumentarão rapidamente. Permitam que o "Espírito de Paz" utilize a natureza inferior como instrumento, e reinarão a paz e a harmonia no campo do serviço pessoal. Permitam que o "Espírito de Boa Vontade" domine nossas mentes e não haverá lugar para a crítica e difusão de controvérsias destruidoras. É por esta razão, e com o fim de desenvolver um grupo de servidores que possam trabalhar segundo as linhas reais e espirituais, que se deve dar uma ênfase crescente à necessidade da Inofensividade. A inofensividade prepara o caminho para que a vida flua; faz desaparecer os obstáculos que se opõem à livre difusão do amor; a inofensividade é a chave que libera a natureza inferior das garras da ilusão mundial e do poder da existência fenomenal.

Expressamos a nossa convicção de que uma das mais importantes ciências da Era que agora começa se desenvolverá em torno da prestação ativa do serviço. Usamos a palavra "Ciência" porque o serviço, como qualidade espiritual, será rapidamente reconhecido como expressão fenomênica de uma realidade interior, e à medida que se avance em correta compreensão do serviço, muitas coisas sobre a natureza da alma se revelarão.

O serviço é um método que produz resultados fenomênicos externos e tangíveis no plano físico. Chamo atenção para isto como prova de sua ativa qualidade criadora. Em virtude desta qualidade, o serviço será considerado como uma ciência mundial. É uma ânsia criadora, um impulso criador, uma formidável energia criadora. Esta criatividade do serviço foi já vagamente reconhecida no mundo das questões humanas sob diversos nomes como, por exemplo, o da ciência de orientação profissional. Já se reconhece o impulso proveniente da compreensão correta e do estado das relações sociais. Estuda-se também muito o aspecto em relação à criminologia e à orientação da juventude em todas as nações e grupos nacionais.

O serviço é por excelência, a técnica das corretas relações de grupo, quer seja na orientação de se tratar uma criança anti-social numa família, quer se trate da inteligente assimilação de um desordeiro num grupo, na manipulação de grupos anti-sociais nas nossas grandes cidades, na técnica correta a empregar na orientação das crianças dos nossos centros educativos ou na relação entre as religiões e partidos políticos, ou ainda entre nações. Tudo isto faz parte da nova e crescente Ciência do Serviço. A imposição desta lei da alma projetará, com o tempo, luz sobre um mundo perturbado e canalizará as energias humanas nas direções convenientes. Não é possível dar aqui mais do que estas breves indicações. O assunto é muito vasto, pois inclui o despertar da consciência espiritual com as suas responsabilidades, e a integração do indivíduo num grupo despertado; implica também a imposição de um novo ritmo mais elevado aos assuntos mundiais. Por conseguinte, constitui um esforço decididamente científico e impõe a atenção das melhores mentalidades. Além disso, deveria também vivamente atrair o esforço consagrado dos discípulos do mundo.

Quais são as características do verdadeiro servidor?

Estas características podem ser fácil e sucintamente apresentadas. Não são exatamente aquelas que nos fizeram crer que eram. Não me refiro aqui às qualidades requeridas para se trilhar o Caminho do Discipulado ou o Caminho Probatório. Estes são bem conhecidos. São os lugares comuns da vida espiritual e constituem o campo de batalha, ou o Kurukshetra, da maior parte dos aspirantes. Refirimo-nos aqui às qualidades que aparecerão no homem quando atuar de acordo com o impulso da Lei do Serviço. Manifestar-se-á quando ele se tornar um verdadeiro canal para a vida da alma. As suas características principais são:

1 - Distinguir-se-ão, como se poderia esperar, pela qualidade da inofensividade e pela abstenção ativa da prática de atos ou palavras que possam ferir ou causar alguma incompreensão. Não prejudicará o seu grupo por palavra, sugestão, implicação, insinuação ou algo que produza descontentamento. Reparem que não digo "não ferirá qualquer indivíduo". Os que trabalham sob a Lei do Serviço não necessitam de ser lembrados de que nenhum indivíduo deve ser ferido. Frequentemente necessitam, sob a exuberância do estímulo espiritual e a intensidade de sua aspiração, de serem lembrados para demonstrar a inofensividade grupal.

2 - A segunda característica é a de permitir que os outros sirvam como melhor lhes parecer, pois é sabido que a vida que flui através do servidor individual deve encontrar os seus próprios canais e expressões, e a direção dessas correntes pode ser perigosa e impedir a execução do serviço projetado. Os esforços do servidor serão orientados em duas direções:

a - Ajudar os outros a "permanecer no ser espiritual", como ele próprio está aprendendo.

b - Ajudar o indivíduo a expressar o seu serviço no campo por ele escolhido, tal como é seu desejo e não como o assistente que o acompanha julga que ele o deva fazer.

Pode-se aqui aclarar um ponto. A tarefa dos que trabalham hoje no mundo sob a Lei do Serviço não é exercida, primariamente, por esse grupo que atua hoje no mundo sob o efeito da resposta geral a que fizemos referência acima. Esses efeitos são facilmente dirigidos para as atividades que, em seu conjunto, conhecemos como trabalho filantrópico, experiências educacionais ou assistência social na vida da comunidade. O nome dos que respondem a estes impulsos é legião e a vontade de servir dessa particular maneira não precisa de estímulos. Isto é perfeitamente evidente na admirável resposta dada às diversas campanhas de boa vontade. Mas o trabalho do novo tipo do servidor é dirigido para aqueles que estabeleceram contato com as suas almas e, portanto, prepararam-se para trabalhar sob a nova Lei de Aquário. Isto gira à volta da capacidade de permanecer não apenas "no ser espiritual", mas também na capacidade de trabalhar em conjunto com outros, em trabalho subjetivo, telepático e sintético. Esta diferença merece cuidadosa atenção porque pode-se facilmente fazer malograr esforços ao pretender alguém introduzir-se em campos já suficientemente organizados e atendidos, a julgar pelo que já tenham alcançado as unidades que agem em tais campos.

3 - A terceira característica do novo servidor é a qualidade de ser alegre. Esta toma o lugar do espírito crítico (o terrível criador da miséria); é o silêncio que ressoa.

Seria bom que refletissem sobre estas últimas palavras, porque o seu verdadeiro significado não se pode exprimir por palavras, mas apenas por meio de uma vida dedicada aos novos ritmos e ao serviço do todo. Então aquele "alegre som" e aquela "ressoante alegria" podem fazer pressentir o seu verdadeiro significado.

Que efeito produz o serviço sobre a mente, as emoções e o corpo etérico?

Deve-se recordar que será pelos seus efeitos que o cientista do futuro começará a deduzir a existência efetiva de uma causa e de uma realidade internas, ou de um ego ou alma. Vimos que o serviço não é simplesmente uma atividade desenvolvida por certas pessoas ou grupos, fazendo alguma coisa com boa intenção para com outra pessoa ou grupo. O serviço, propriamente, é o resultado de um grande acontecimento interno e, quando esse resultado se verifica, descobre-se que se produziram por sua vez numerosas causas criadoras secundárias, que são principalmente uma mudança da consciência inferior, uma tendência para prescindir das coisas do eu pessoal em benefício de mais vastas consequências grupais; uma reorientação que é real e expressiva e um poder para mudar as condições (por meio da atividade criadora), que é a demonstração de algo dinamicamente novo. À medida que este acontecimento interno se estabiliza numa condição interior equilibrada, a evidência dessas mudanças tornar-se mais regular e menos espasmódica e os efeitos das novas forças que fluem à personalidade, para serem mais tarde utilizadas criativamente, serão vistos nos três corpos. Desta maneira, o verdadeiro servidor entra na posse dos seus instrumentos de serviço e daí para diante o trabalho criativo, de acordo com o Plano, poderá avançar nos três planos. Assim Deus, na Sua sabedoria, escolheu limitar a Si próprio e o trabalho da evolução prossegue unicamente por intermédio dos Seus construtores eleitos e sob a direção - neste planeta - dos homens cujas vidas vão sendo transformadas pelo contato com a alma e pelo serviço criativo, os quais constituem a Hierarquia Planetária.

Quando o alinhamento tiver sido efetuado, quando a união total for realizada de forma mais constante e se prosseguir no processo de construção do antahkarana (ponte que liga o superior com o inferior) então a verdadeira natureza do servidor, praticada por qualquer indivíduo, começará a evidenciar-se. O primeiro efeito da força da alma, que jorra, que é o principal fator levando ao serviço demonstrado, é a integração com a personalidade e o levar todos os três aspectos inferiores do homem a uma unidade, para servir. Esta é uma etapa difícil e elementar do ponto de vista do estudante da Câmara da Sabedoria. O homem torna-se consciente do seu poder e da sua capacidade e, depois de se comprometer a servir, começa impetuosamente a fazê-lo. Cria canais para expressar a força que o impulsiona; derruba e constrói tão depressa como cria. Por algum tempo converte-se num verdadeiro problema para os outros servidores a que está associado porque só se apercebe da sua própria visão e a aura de crítica que o circunda e o vigoroso impulso da força agressiva que nele se manifesta produzem atropelos nos "pequeninos" e os discípulos mais velhos e experimentados têm constantemente de reparar (em seu favor) o trabalho comprometido. Torna-se então a vítima da sua própria aspiração de servir e da força que flui através dele. Esta etapa, em alguns casos, transformará em chamas as latentes sementes da ambição. Esta ambição é, em última análise, apenas o desejo da personalidade para melhorar e, em seu adequado tempo e lugar, constitui um recurso divino, mas terá de ser extirpado quando a personalidade se torne instrumento da alma. Noutros casos, o servidor entrará numa visão mais vasta e amorosa e, subtraindo-se das suas próprias realizações, lançar-se-á ao trabalho silenciosamente, em uníssono com outros grupos de verdadeiros servidores. Dominará as suas tendências pessoais, ideias e ambições para o maior bem do todo e perderá de vista o seu eu inferior. Talvez não haja melhor sugestão a dar ao homem ou mulher que procura agir como verdadeiro servidor, do que lhes pedir para repetir diariamente, com todo o coração e a mente, as palavras de consagração final do Catecismo Esotérico que se encontram no fim do livro "Iniciação Humana e Solar". Recordaria aos servidores que se revoltam ou se desalentam com as ideias contidas nesta obra, que será talvez uma indicação do quanto eles necessitam da impressão destes objetivos de vida nas suas consciências:

"Desempenho minha parte com firme decisão, com séria aspiração; olho para o alto, ajudo em baixo; não sonho nem descanso; ajo; sirvo; colho; oro; sou a Cruz; sou o Caminho; caminho na obra que faço; elevo-me sobre meu imolado ego; mato o desejo e luto sem esperar recompensa. Renuncio à paz; perco o repouso e, na tensão da dor, perco o meu ego e acho o Meu ego e entro na paz. Nisto solenemente empenho minha palavra, invocando meu Eu superior".

À medida em que o trabalho de aprender a servir prossegue e que o contato interno se afirma, tornar-se-á mais profunda a vida meditativa e uma iluminação mais frequente da mente, pela luz da alma. Desta forma se revelará o Plano. Isto não consistirá em derramar essa luz sobre os planos do servidor, quer se trate da sua própria vida, quer do campo de serviço escolhido. Deve-se compreender isto claramente. O que acabamos de expor apenas pode indicar (se parecer ocorrer) a agilidade mental do servidor para encontrar meios para justificar sua própria ambição. Aquela iluminação será o reconhecimento, por meio da mente, do Plano de Deus para o mundo na época particular em que o servidor vive e do papel que pode desempenhar, ajudando os objetivos daqueles que têm a responsabilidade de levar a cabo a execução do Plano. Ele se sente assim inclinado a ser uma parte mínima de um grande Todo e a sua atitude nunca mais variará, mesmo quando o discípulo se tornar um Mestre de Sabedoria. Entra agora em contato com um conceito muito mais vasto do Plano e a Sua humildade e o Seu sentido de proporção permanecem imutáveis.

Uma personalidade integrada e inteligente é adequada para se ocupar da parte que lhe corresponde como servidora no trabalho ativo do mundo, contanto que sua visão não esteja toldada pela ambição pessoal nem sua atividade tal, que degenere num sentimento de agitação, de exibição e de atividade febril. Cabe à alma revelar à mente equilibrada e calma o próximo passo a dar no trabalho da evolução do mundo, por meio da divulgação dos ideais. Tal é o Plano para a humanidade.

À medida em que a força flui através da personalidade e dá ao servidor a visão necessária e o sentimento de poder que lhe permitirá cooperar, ela encontra o caminho para entrar no emocional ou corpo astral. Aqui novamente o efeito será duplo, devido à condição do corpo astral do servidor e da sua orientação interna. Pode ser que ele aumente a miragem e aprofunde a ilusão, levando-o a sofrer os efeitos psíquicos ilusórios inerentes a esse estado. Quando isso se produz, o homem volta ao plano físico fascinado, por exemplo, com a ideia de assombrosos contatos pessoais, embora só tenha contatado pensamentos-forma grupais dos Grandes Seres. Estará debaixo da ilusão de que é o veículo eleito e o intérprete da Hierarquia, quando na verdade foi enganado por muitas vezes, porque a Voz do Silêncio apagou-se pelo clamor do plano astral; manterá o equívoco de que não há outro caminho senão o seu. Estes enganos e decepções são comuns entre instrutores e trabalhadores de hoje, em toda a parte, porque são inúmeras as pessoas que estabelecem com as suas almas um contato bem definido e são então atraídas pelo desejo de servir; não estão ainda livres, todavia, da ambição, e a sua orientação basilar é ainda dirigida para expressar a personalidade e não para se fundirem com o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Contudo, se podem escapar à miragem e discriminar entre o Real e o irreal, então o fluxo de força se derramará sobre as suas vidas, com efetivo amor desinteressado e com devoção ao Plano, àqueles a quem o Plano serve e ainda aos que servem ao Plano. Reparem na sequência destas atitudes e procurem deixar-se guiar por elas. Desta forma não haverá oportunidade para interesses próprios, auto-asseveração ou ambição egoísta. Tudo o que se considera é a necessidade e a premente urgência de dar o passo imediato para enfrentar essa necessidade que se manifesta ante os olhos do servidor.

Quando o coração e a mente estão atuando (quer seja por uma união egoísta para representar uma personalidade ativa ou por um altruísmo consagrado e uma atitude harmônica com as diretrizes da alma), a força, derramando-se através do servidor, estimulará o corpo etérico, pondo-o em atividade. Então, automaticamente, o corpo físico responderá. Em consequência, é muito necessário que o servidor faça uma pausa no plano astral e, aí, num santificado silêncio controlado, aguarde, antes de permitir que a força se precipite diretamente nos centros do corpo etérico. Este período de silêncio constitui um dos mistérios do desenvolvimento espiritual. Uma vez que a força ou energia da alma - preservada na sua pureza ou manchada e desviada do seu caminho, devido a uma manifestação física - tenha alcançado o corpo etérico, nada mais pode fazer o discípulo comum. O resultado, quando se chega a este ponto, é inevitável e efetivo. O pensamento interno e a vida de desejo determinam atividades que se exprimirão fisicamente. Quando a força chega pura, sem interrupção, põe em atividade os centros de força situados acima do diafragma; quando a força chega, manchada pelas tendências da personalidade, utiliza primeiramente o plexo solar, e em seguida arrasta à manifestação todas as ilusões do astral, as alucinações grandiosas e as miragens dos fenômenos egoístas, tomando a palavra "egoísta" no sentido corrente e psicológico. É isto que se pode facilmente ver hoje entre os líderes de vários grupos.

b- MÉTODOS PARTICULARES DE SERVIÇO DOS RAIOS

Prova esta ciência que os sete tipos de raio empregam métodos particulares no serviço?

À medida que o tempo passar, isso será comprovado de modo decisivo, e ver-se-á cada servidor e trabalhador do raio prestar o seu serviço segundo linhas particulares e específicas. Essas lhe indicam a linha de menor resistência e, por consequência, de maior eficiência. Estes métodos e técnicas constituirão a estrutura interna da futura Ciência e pela observação dos métodos empregados pelos vários tipos e grupos, nitidamente isolados. As várias formas de servir, todas elas, trabalham de acordo com o Plano e, no seu conjunto, produzem uma síntese. O raio ou raios em manifestação, não importa em que época, determinarão a tendência geral do mundo do serviço e os servidores cujo raio egoico esteja em encarnação e que se esforçam por uma reta atividade, terão o seu trabalho facilitado se compreenderem que a tendência dos assuntos mundiais os acompanha e que eles seguem a linha de menor resistência dessa época. Trabalharão com mais facilidade que os discípulos e aspirantes cujo raio egoico esteja fora de manifestação. Este reconhecimento conduzirá a um cuidadoso estudo do tempo e das estações, para assim não se desperdiçar esforços que poderiam ser melhor aproveitados, bem como as aptidões dos servidores disponíveis. Tudo estará conforme o Plano. O exame dos raios em manifestação ou fora dela, e a identificação dos discípulos e servidores disponíveis no plano físico, numa determinada altura, é parte do trabalho a ser realizado pelos Mestres da Hierarquia.

O aparecimento do Novo Grupo de Servidores do Mundo é uma indicação, hoje, de que há suficientes tipos de raio egoico em manifestação física, e um número suficiente de personalidades estão respondendo ao contato com a alma, de modo que um conjunto pode ser formado, que pode, definitivamente, ser impressionado como grupo. Esta é a primeira vez que tal situação pode existir. Até este século puderam ser impressionados indivíduos dispersos, aqui e ali, em diversas partes do mundo e muito separados em tempo e espaço. Mas hoje um grupo é capaz de responder e o número desses grupos é relativamente tão elevado que se pode formar no planeta um grupo composto de certo número de pessoas com uma atividade tão irradiadora que as suas auras se poderão encontrar e estabelecer contato entre si. Deste modo um único grupo - subjetivo e objetivo - pode estar em funcionamento.

Existem hoje inúmeros centros de luz, espalhados pelo mundo, com muitos discípulos e aspirantes, nos quais os pequenos feixes ou linhas de luz (para falar simbolicamente) irradiando de cada um deles encontram-se, entrecruzam-se e formam uma rede de luz no mundo. Isto constitui a aura do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Cada indivíduo do grupo é sensível ao Plano, quer isso provenha do próprio conhecimento adquirido pessoalmente pelo contato com a própria alma, quer porque a sua intuição lhe diga que o Grupo, que o atrai, aceita como seu trabalho imediato, é para ele o verdadeiro e apropriado e, com ele, tudo que é mais elevado e melhor pode cooperar. Cada indivíduo desse Grupo trabalhará no seu próprio meio particular, de acordo com o seu raio e tipo. Isto novamente estará colorido pela sua raça e nação. Mas o trabalho prosseguirá em melhores condições se as unidades de Grupo satisfizerem às necessidades do seu próprio ambiente particular, trabalhando da maneira mais simples e melhor, no seu lugar próprio, conforme seus hábitos e formação dentro desse mesmo ambiente.

Cada um dos sete tipos de raio atuará seguindo caminhos que descreverei abreviadamente, porque fazê-lo de outro modo limitaria a expressão daqueles que não têm ainda bastante conhecimento para discriminar sobre as suas características, o que poderia indevidamente qualificar e colorir a experiência daqueles de raio dominante em suas almas, antes que o raio da personalidade esteja adequadamente reconhecido ou controlado. Outros servidores confundem frequentemente os dois raios e supõem que o raio de sua alma seja de um dado tipo, quando afinal se trata do raio de sua personalidade, ao qual obedecem predominantemente, e por ele são governados. Não será possível, para nós, observar aqui o cuidado com que os Instrutores destas verdades e os guardiões da próxima revelação devem agir? Eles têm de proteger os aspirantes contra o conhecimento prematuro que poderiam captar teoricamente, mas que não estão ainda preparados para aplicar praticamente.

PRIMEIRO RAIO.

Os servidores que pertencem a este raio, se são discípulos treinados, trabalham através do que se poderia chamar a imposição da Vontade de Deus sobre a mente dos homens. Realizam-no por meio do poderoso impacto das ideias sobre as mentes dos homens e pela ênfase dos princípios governantes que devem ser assimilados pela humanidade. Estas ideias, quando compreendidas pelo aspirante, provocam dois desenvolvimentos: Primeiro, iniciam um período de destruição e uma ruptura daquilo que é velho e caduco e, mais tarde, segue-se um brilho claro e luminoso de novas ideias e a consequente captação destas pela humanidade inteligente. Estas ideias encerram grandes princípios e constituem as ideias da Nova Era. Estes servidores trabalham, pois, como anjos destruidores de Deus, desfazendo as velhas formas; contudo, por detrás do processo encontra-se o impulso do amor.

No que respeita ao aspirante que de qualquer modo se encontre no primeiro raio, as suas atividades não são de natureza tão inteligente. Capta a ideia de que a raça tem necessidade, mas ele procura impô-la como ideia sua, qualquer coisa que ele viu e captou e que impacientemente quer impor aos seus semelhantes, como ele crê. Inevitavelmente destrói com a mesma rapidez como constrói e finalmente destrói-se a si próprio. Muitos valorosos aspirantes e discípulos em treinamento para o serviço, atualmente, trabalham dessa maneira lamentável.

Alguns Mestres de Sabedoria e Seus grupos de discípulos estão ativamente ocupados em procurar impor certas ideias e necessidades sobre a raça humana e grande parte do Seu trabalho está sendo preparado por um grupo de Discípulos Destruidores e também por um grupo de Discípulos Enunciadores, porque estes dois grupos de trabalho realizam a sua tarefa como uma só unidade. A ideia que predominará no futuro é proclamada por escrito e pela voz de um desses grupos. O Grupo de Destruidores apodera-se e começa a quebrar as antigas formas e conceitos da verdade, para dar lugar e abrir caminho às novas ideias que emergem.

SEGUNDO RAIO.

Os servidores deste raio ponderam, meditam e assimilam as novas ideias associadas ao Plano e pelo poder atrativo de seu amor reúnem aqueles que estão naquele grau evolutivo em que podem responder à medida e ao ritmo do Plano. Podem selecionar e treinar os que conseguem "introduzir" mais profundamente a ideia à massa da humanidade.

Não devemos esquecer que o trabalho da Hierarquia neste momento e a tarefa do Novo Grupo de Servidores do Mundo estão principalmente associados com ideias. Os discípulos e servidores do segundo Raio estão "ocupados na construção das moradas para as entidades dinâmicas cuja função sempre foi reabastecer os pensamentos dos homens, para assim introduzir esta nova e melhor era que permitirá alimentar as almas dos homens". Assim diz o Velho Comentário, embora tenha modernizado o seu antigo vocabulário. Os servidores deste raio trabalham por uma compreensão magnética, atrativa e simpática e pela inteligente aplicação da ação lenta, com base no amor. O seu poder hoje predomina.

TERCEIRO RAIO.

Os servidores deste raio têm presentemente uma função especial, que consiste em estimular o aspecto do intelecto da humanidade, aguçando-o e inspirando-o. O seu trabalho é o de manipular ideias, de maneira a torná-las mais facilmente compreendidas pela massa de homens e mulheres inteligentes do mundo atual, cuja intuição não despertou ainda. Poder-se-á observar que o trabalho dos verdadeiros servidores se relaciona largamente com as novas ideias e não com organização e crítica (pois estas duas vão de mãos dadas). O aspirante do terceiro raio toma as ideias quando estas surgem da elevada consciência Daqueles para quem o primeiro raio trabalha, as quais os servidores do segundo raio tornam atraentes (no sentido esotérico), adaptando-as às necessidades imediatas e expressando-as pela força intelectual dos indivíduos do terceiro raio. Nestas linhas há uma sugestão para as pessoas deste raio que trabalham nos diversos campos de serviço, presentemente.

QUARTO RAIO.

Este raio não está atualmente em encarnação e, por conseguinte, poucos egos do quarto raio estão disponíveis para o serviço mundial. Há, contudo, muitas personalidades deste raio que podem aprender muito se estudarem o trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo. A principal tarefa do aspirante do quarto raio é a de harmonizar as novas ideias com as antigas, para que se não formem brechas ou rupturas perigosas. São os que fazem um "justo equilíbrio" e adaptam o novo e o velho, de modo a se preservar o verdadeiro modelo. Dedicam-se ao processo da construção da ponte, porque são verdadeiros intuitivos e possuem a arte da síntese, podendo a maior parte ajudar definitivamente a levar a cabo a verdadeira apresentação do quadro divino.

QUINTO RAIO.

Os servidores deste raio estão-se destacando rapidamente. São os que investigam a forma a fim de encontrar a ideia oculta, seu poder dinamizador e, com este objetivo, trabalham com ideias, comprovando se são verdadeiras ou falsas. Nas suas fileiras se congregam as personalidades deste raio e praticam a arte da investigação científica. Baseando-se em ideias espirituais pressentidas, que se ocultam por trás do lado forma da manifestação, baseando-se em muitas descobertas relativamente aos caminhos de Deus com o homem e a natureza, partindo das invenções (que não são mais do que ideias que se materializam) e ainda nos testemunhos sobre o Plano que a lei representa, preparam o novo mundo no qual os homens trabalharão e viverão uma vida mais profunda, consciente e espiritual. Os discípulos, atuando segundo estas linhas em todos os países, estão mais ativos hoje do que em qualquer outro momento da história da humanidade. Conscientemente ou não, estão conduzindo os homens para o mundo de significados e as suas descobertas finalmente porão fim à presente era de desemprego, e suas invenções e melhoramentos, somando-se à ideia rapidamente crescente da interdependência do grupo (que é a principal do Novo Grupo de Servidores do Mundo) melhorarão finalmente as condições humanas a um ponto em que a era de paz e de lazer possa aparecer. Reparem que não digo "aparecerá" porque nem o próprio Cristo pode predizer exatamente o limite do curso em que estas mudanças poderão produzir-se, nem como a humanidade reagirá a qualquer dos pontos revelados.

SEXTO RAIO.

Os efeitos da atividade deste raio, durante os dois mil anos passados, foi o de preparar a humanidade na arte de reconhecer os ideais que são os projetos das ideias. O trabalho principal dos discípulos deste raio é o de aproveitar a tendência crescente da humanidade para o reconhecimento de ideias e - evitando os escolhos do fanatismo e os perigosos recifes dos desejos superficiais - formar os pensadores do mundo tão ardentemente no desejo do bom, do verdadeiro e do belo, que a ideia que há de materializar-se de qualquer forma na Terra, possa transferir-se do plano mental e adotar determinada forma no plano físico. Estes discípulos e servidores trabalham conscientemente com o elemento desejo no homem; trabalham cientificamente com a sua evocação correta. A sua técnica é científica porque se baseia numa justa compreensão do material humano com que têm que trabalhar.

Algumas pessoas precisam ser galvanizadas à atividade por uma ideia. Para estas o discípulo do primeiro raio lhes pode ser muito útil. Outros indivíduos são mais facilmente tocados por um ideal e então subordinarão a sua vida e dos seus desejos pessoais a esse ideal. Com estes o discípulo do sexto raio trabalha facilmente, e deve esforçar-se em fazer isto, ensinando os homens a reconhecer a verdade, mostrando-lhes constantemente o ideal, mas controlando-os para que o interesse não se manifeste de modo demasiado enérgico e fanático, tanto mais que a luta necessária é prolongada. Deve-se recordar que o sexto raio, quando constitui o raio da personalidade de um homem ou grupo, pode ser muito mais destruidor que o primeiro raio, porque neste não existe tanta sabedoria e, como opera por meio de alguma espécie de desejo, segue a linha de menor resistência das massas e, por conseguinte, pode produzir mais facilmente efeitos no plano físico. As pessoas do sexto raio devem ser tratadas com cuidado porque estão centralizadas num dado sentido e muito dominadas por desejos pessoais e com esse tipo de raio têm seguido o curso da evolução durante largo tempo. Mas é indispensável o método do sexto raio para evocar o desejo de materializar um ideal, e felizmente há muitos aspirantes e discípulos disponíveis deste raio atualmente.

SÉTIMO RAIO.

Este raio provê atualmente um grupo ativo e necessário de discípulos que anseiam ajudar o Plano. O seu trabalho efetua-se naturalmente no plano físico. Estão em condições de organizar o ideal evocado que corporificará tanto a ideia de Deus quanto a época e a humanidade podem evidenciar e produzir na forma, na Terra. O seu trabalho é poderoso e necessário e exige habilidade na ação. É o raio que está entrando no poder. Ninguém deste raio que participe na atual cruzada hierárquica pode realmente trabalhar sem os demais, nem tampouco qualquer grupo pode adiantar-se e desenvolver-se isoladamente. A diferença entre os métodos da antiga era e os da nova pode ser expressa na ideia da liderança por um indivíduo, e na liderança por um grupo. É a diferença entre a imposição feita da resposta de um indivíduo a uma ideia sobre os seus semelhantes, e a reação de um grupo a uma ideia, produzindo o idealismo grupal e o centralismo de forma bem definida, estimulando-lhe a ideia mas sem a intervenção de um indivíduo isoladamente. É esta tarefa principal hoje para o discípulo do sétimo raio e para onde deve canalizar todas as suas energias. Deve pronunciar as Palavras de Poder que sejam as de um grupo, e que encerrem a aspiração do grupo num movimento organizado, o qual, como se verificará, é completamente diferente de uma organização. Um notável exemplo da utilização da Palavra de Poder enunciada por um grupo foi ultimamente dado pela Grande Invocação, cujo uso tem tido um efeito marcante. Deve-se continuar a utilizá-la porque é a primeira vez que a atenção da humanidade é chamada para um mantram desta natureza e que inaugura a entrada do sétimo raio.

Todos esses raios trabalham hoje para levar a cabo a ideia específica de um grupo de sete Mestres, através dos Seus servidores selecionados e escolhidos, estão ativamente participando no trabalho iniciático do sétimo raio. Está também ligado à influência da entrada de Aquário. Os Mestres com os Seus numerosos grupos de discípulos, operando nos cinco planos do desenvolvimento humano, estudaram minuciosamente os Seus discípulos aceitos, os discípulos sob a Sua supervisão e ainda não aceitos e os aspirantes de todo o mundo. Selecionaram um certo número deles, a forma de os fundir num grupo no plano físico externo. A seleção baseia-se em:

a) Sensibilidade à influência de Aquário.

b) Vontade de trabalhar num grupo como parte integrante do mesmo, sem qualquer ideia de ambição, nem desejo de ser um líder. Quando o discípulo manifesta o desejo de ser chefe está automaticamente (ainda que temporariamente) desqualificado para este esforço particular. Pode ainda fazer um bom trabalho, mas este será secundário, ligado mais estritamente à era que termina do que ao trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

c) Uma dedicação tão altruísta que nada o detenha no que possa corretamente dar.

d) Uma inofensividade que, embora ainda imperfeita, existe como ideal para o qual o aspirante se esforça constantemente.

Muitos são os que podem participar neste trabalho. A Lei do Serviço foi assim traçada num esforço para aclarar em nossas mentes uma das mais esotéricas influências do sistema solar.

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