Função do Pensamento-Forma
A função de todos os pensamentos-forma é tríplice:
Responder à vibração.
Fornecer o veículo para uma ideia.
Realizar um propósito específico.
Vamos estudar primeiro o pensamento-forma logoico e, a seguir, voltar nossa atenção para os pensamentos-forma construídos pelo Pensador a partir dos planos mentais sistêmicos e na matéria mental. É preciso observar que, no caso do Logos, tudo que temos para basear nossas conclusões resume-se à Sua manifestação física, Sua qualidade, Sua natureza psíquica, aroma, emanação ou magnetismo tal como os vemos operando por meio da forma. Daí nossa grande limitação.
a. Resposta à Vibração.
Os ocultistas sempre reconheceram que todo o objetivo da evolução humana é capacitar o Pensador a responder a qualquer contato, plena e conscientemente, utilizando sua envoltura material, ou envolturas, como adequados transmissores de tais contatos. O pensamento-forma humano que pode ser mais facilmente estudado é aquele que o Ego cria para funcionar através dele. Ele constrói seus envoltórios pelo poder do pensamento, e o corpo físico denso é o melhor invólucro que - em qualquer particular etapa da evolução - ele pode por enquanto construir. O mesmo podemos dizer a respeito do Logos solar. Pelo poder do pensamento, Ele constrói um corpo que pode responder àquele grupo de vibrações que estão relacionadas ao plano físico cósmico, que é o único que nós podemos estudar, embora ele não seja ainda adequado, e não expresse plenamente o Pensador logoico.
São inúmeras as vibrações a que o pensamento-forma sistêmico tem de responder mas, para nossos propósitos, vamos enumerar as sete principais.
1. As vibrações do plano físico cósmico, considerando-o como
a matéria total daquele plano que existe fora do círculo-não-se-passa
logoico. Isto diz respeito aos fluidos e correntes prânicas e akáshicas.
2. As vibrações do plano astral cósmico, à medida que elas afetam a forma
física da divina manifestação. Isto envolve cosmicamente a ação exercida
sobre o nosso Logos solar pela qualidade emocional de outras entidades
cósmicas, e diz respeito ao efeito magnético que sobre Ele exercem suas
emanações psíquicas. Devido ao fato de que Seu corpo físico denso é um
princípio, estas emanações psíquicas são de natureza mais potente do que o
primeiro grupo de vibrações, tal como é o caso na evolução humana.
3. As vibrações daquilo que, dentro da consciência logoica, é reconhecido
como o Eu Superior logoico, ou Sua fonte emanadora. Isto traz o sistema solar
para dentro do raio vibratório de certas constelações que ocupam uma
posição de profunda importância na evolução geral do sistema.
4. As vibrações emanadas de Sírio via o plano mental cósmico.
5. As vibrações dos sete Rishis da Ursa Maior, e principalmente daqueles dois
Que são os Protótipos dos Senhores do sétimo e do quinto Raios. Este é um
ponto importantíssimo que tem sua correspondência microcósmica no lugar que
tem o sétimo Raio na construção do pensamento-forma, e o uso do quinto Raio
no trabalho de concreção. Todos os magos que trabalham com a matéria e se
ocupam com a construção da forma, seja consciente ou inconscientemente,
evocam esses dois tipos de força ou energia.
6. Certas vibrações muito remotas - por enquanto, tão pouco notadas no Corpo
logoico quanto não são notadas as vibrações monádicas pelo homem comum -
partindo Daquele sobre o Qual nada pode ser dito, essa Existência Que Se está
expressando através de sete centros de força, dos quais o nosso sistema solar
é um deles.
7. Uma série de vibrações que se tornarão mais potentes à medida que o
nosso Logos se aproximar daquele período que é ocultamente chamado “Divina
Maturidade”, e que emanam daquela constelação nos Céus que personifica Seu
oposto polar. Este é um profundo mistério e diz respeito ao casamento
cósmico do Logos.
Será então aparente, que pouca coisa podemos por enquanto dizer quanto ao futuro do sistema solar, até que as vibrações da sexta e sétima ordens se tornem mais potentes, e assim seus efeitos possam ser mais facilmente estudados. A única coisa que podemos fazer por enquanto é indicar os sete tipos de vibrações às quais o nosso Logos solar (funcionando num corpo material) responderá, no devido tempo, plena e conscientemente. Ele responde às vibrações da primeira, segunda, terceira e quarta ordens plenamente nesta época, embora, por enquanto, não possa utilizar conscientemente esses tipos de energia. Ele reconhece a vibração da quinta ordem, particularmente em três dos Seus centros, mas ainda não tem pleno controle sobre ela. As outras duas são pressentidas e sentidas, porém tão remotamente, que é como se estivessem fora do raio de Sua consciência.
Ao desenvolver estas ideias relacionadas com o homem e os pensamentos-forma que ele constrói (como, por exemplo, seus envoltórios materiais) a analogia pode ser formulada dentro do sistema, e a partir do ponto de vista dos esquemas planetários nos quais o homem tem seu lugar.
Os métodos pelos quais é provocada a resposta vibratória podem ser enunciados assim:
Através do fator do tempo na evolução.
Através da estimulação extrassistêmica e intenso treinamento, seja para um
Logos ou um homem.
Através do processo da Iniciação, e da aplicação dos Cetros de
Iniciação.
O fator da evolução é reconhecido e estudado por muitas escolas de pensamento, tanto esotéricas quanto exotéricas. A estimulação extrassistêmica envolve um grande número de fatores, mas os dois que precisam ser lembrados são que esta estimulação será aplicada:
Através do grupo à unidade.
Através de um Reino da Natureza mais evoluído a um menos evoluído.
Quanto ao terceiro fator da Iniciação, é preciso ter em mente que, aqui, estamos considerando apenas as grandes iniciações, e não as numerosas expansões de consciência que podem ser percebidas e acompanhadas em todos os reinos e todas as manifestações.
Em relação ao que foi dito acima sobre a função primordial de um pensamento-forma (o poder de responder à vibração), quero enfatizar a necessidade de lembrar que a resposta precisa ser dada pela Ideia interna corporificada que, através então de uma complexa ação reflexa, evocará resposta da envoltura material que a oculta. A vibração é o resultado do impulso subjetivo, e atrai a consciência subjetiva através do impacto sobre seja o que for que nós entendamos como substância; este impacto é transmitido diretamente para a vida interna e, no devido tempo, é retransmitido para a substância na forma de reconhecimento ou compreensão. Um processo análogo pode ser estudado nas reações nervosas da estrutura física, e sua conexão com a consciência cerebral.
Como será visto nos três mundos do esforço humano, o homem trabalhará como um Criador, e seguirá um procedimento similar. Seus pensamentos-forma serão construídos de matéria mental, especificamente escolhida, porque o seu tipo de vibração é o mesmo da vibração da Ideia que busca corporificar-se, e essas formas persistirão - tal como persiste o pensamento-forma logoico, o sistema solar - pelo mesmo tempo que o fator da Vontade, ou vitalidade dinâmica, as mantenha unidas. Isto nos leva ao nosso segundo ponto:
b. Providenciar um Corpo para uma Ideia
Neste enunciado temos latente o princípio básico da encarnação, da atividade e, até mesmo, da própria existência. Ele envolve a expansão da nossa ideia quando inclui o plano mental cósmico ao considerar o Logos, e quando se estuda a faculdade criativa do homem, somos levados para o plano mental do sistema solar. Quero apresentar aqui um pensamento fundamental que merece uma cuidadosa reflexão: Este impulso criativo, esta tendência para a concreção do abstrato, esta inerente habilidade para “tomar forma” tem sua máxima expressão, por enquanto, na matéria física. A razão de ser assim é que - para o homem - todas as substâncias com as quais ele cria, todas as formas que ele constrói, e todos os processos de concreção que ele leva a termo, são criados, construídos e levados a termo dentro do corpo físico do Logos. Nisto podemos encontrar a razão da ênfase dada à natureza do aspecto sexual e da reprodução física. Isto se observa em todos os reinos da natureza, com exceção do primeiro e do quinto. Este é um ponto de máximo significado, e as exceções devem ser estudadas em sua mais ampla conotação, uma vez que elas contêm o mistério básico do sexo no caminho involutivo e no caminho evolutivo. Nesses dois caminhos, temos os dois extremos. Seguramente terão notado que, à medida que a ideia de que o sistema solar é o veículo físico do Logos e Seu corpo de manifestação é realmente captado, muitos problemas serão elucidados, e dois pontos, em especial, serão gradualmente apreendidos pelo estudante, se ele meditar e estudar:
Primeiro. Que no devido transcurso do tempo, à medida que o Logos alcança a liberação das peias da matéria física, o objetivo inteiro do sistema solar será visto como uma ideia ou conceito, revestido com um véu ou envoltório de matéria mais sutil do que a física, e o corpo logoico será visto como o produto da vontade e desejo, e a matéria física em qualquer de seus graus não entrará na sua composição; ele será simplesmente um corpo de desejo. Isto resultará numa condição inconcebível para nós, e que será somente percebida parcialmente pelo homem que possa funcionar no plano búdico sistêmico, o quarto éter cósmico. Tenham em mente que o nosso plano astral é apenas o sexto subplano do plano físico cósmico, e que isto não nos oferece qualquer base real para raciocinarmos sobre o plano astral cósmico. Somente quando o plano astral for um tranquilo receptor do impulso búdico, ou um refletor líquido desse plano (o que só acontecerá no fim do mahamanvantara) é que seremos capazes de formular quaisquer ideias sobre o plano astral cósmico.
Segundo. Que todo o aspecto sexual da manifestação como nós o entendemos nos diferentes reinos da natureza é uma expressão da energia do Logos à medida que ela flui através daquele centro, em Seu corpo, que corresponde aos órgãos genitais e, ao fluir, os estimula. Todas as funções criativas da família vegetal, animal e humana, vistas como um todo, são, por enquanto, puramente físicas, e baseadas no desejo inferior. O desejo do Logos pela encarnação física é ainda a nota dominante. Mais tarde, esse Seu desejo tornar-se-á menor, e será transmutado em desejo pela criação em níveis mentais apenas. É isto que traz à atividade o aspecto Destruidor, que conduz ao eventual obscurecimento e à “morte” física do sistema solar. A indicação de que este aspecto está reunindo poder será vista quando dois grandes acontecimentos surgirem:
a. A habilidade que o homem terá para conscientemente criar nos
níveis mentais, e a consequente transmutação dos seus impulsos sexuais
inferiores em impulsos superiores.
b. A vitalização mental de uma outra grande parte do reino animal.
Quando estas duas coisas se estiverem desenvolvendo em qualquer ronda, será indicação de uma decidida polarização mental do Logos; nós só poderemos chegar a conhecer isto pelo estudo de Seu corpo de manifestação em suas partes componentes.
O que afirmamos aqui sobre o pensamento-forma logoico pode igualmente dizer-se de um Homem Celestial e de um esquema planetário. À medida que sua polarização cósmica se torna mais mental, e a natureza cósmica de Seu desejo se transmuta, veremos que a força que atua através de Seus centros vai mudando de direção; Ele retirará forças certamente de seus centros e globos inferiores; Ele deixará de interessar-se pela encarnação física, e oportunamente Se retirará para dentro de Si Mesmo. Seu pensamento-forma revelará uma gradual diminuição de vitalidade; o globo físico denso morrerá e desaparecerá da objetividade, e outros globos manterão temporariamente Sua vida, embora não por muito tempo. No devido curso do tempo, o esquema todo será obscurecido, e Ele funcionará somente no Seu corpo astral cósmico.
O mesmo acontece com uma cadeia e a Vida que lhe dá forma, considerando uma cadeia simplesmente como um centro no corpo do Logos planetário, embora possuindo seu próprio fator central. Podemos observar isto na Lua, de modo bastante interessante. O desejo de seu Ocupante não mais estava voltado para a manifestação física, e Ele, portanto, retirou dela a Sua vida, e tudo que restou foi uma concha desvitalizada. Os outros dois aspectos desapareceram, e somente o terceiro aspecto, a vida inerente à própria matéria, permanece, para dissipar-se gradualmente à medida que os séculos transcorrem. Em relação ao homem, vemos uma condição semelhante na gradual desintegração do corpo físico após a morte; os outros dois aspectos são removidos, e a forma se decompõe.
Quando estes fatos fundamentais forem compreendidos, e o homem começar a apreciar sua posição como Criador, todo o conceito da questão sexual também mudará; serão enfatizadas as leis da criação mental, e a formulação de pensamentos-forma de modo científico enquanto o aspecto físico denso da criação permanecerá em latência. Quando isto se tornar um fato, o homem então tomará posse de seu direito divino, e o reino humano exercerá sua legítima função. O aspecto sexual - tal como se expressa atualmente - e todo o processo de reprodução, é algo que o homem compartilha com o reino animal, e está baseado nos seus instintos animais e sua natureza física densa, a qual não é um princípio. Quando o homem estiver totalmente emancipado do reino animal, e o terceiro e quarto reinos se mostrarem distintos um do outro, então, a natureza sexual e os órgãos de reprodução serão considerados, pelo homem comum, de modo muito diferente do atual. A criação será então o resultado de impulsos do pensamento e não de impulsos do desejo, uma vez que o impulso inicial no plano mental tenha sido dado, todo o processo se desenvolverá de forma tão normal, tão segura, e tão inconsciente como agora é o ato de respirar. Quando isto acontecer, num futuro ainda bem distante, a reprodução física continuará, porém, falaremos sobre a forma física em termos de concreção e de energia, e a ênfase será dada àquilo que virá a ser corporificado. Nós chegaremos a este estágio quando as funções do corpo etérico forem cientificamente entendidas, e as leis do pensamento criativo forem tema do conhecimento público. Essa etapa coincidirá com um período em que o reino animal estará, de novo, sob impressão manásica, e a individualização será mais uma vez permitida.
Nessa época, será reconhecido de modo geral que Espírito-matéria são dois aspectos da Unidade, e a terminologia atual de Espírito e substância material terá sido substituída pelo conceito mais amplo de energia negativa e positiva como os dois aspectos da Energia Una. Então, todos os fenômenos serão expressos em termos de força, e a questão sexual - ou a união de macho e fêmea, o negativo e o positivo, no plano físico - será redimida e purificada.
Uma ideia corporificada, portanto, é literalmente um impulso positivo, emanado de níveis mentais, e revestido de um véu de substância negativa. Por sua vez, esses dois fatores serão considerados como emanações partidas de um centro de força ainda maior que expressa o propósito através de ambos.
Um pensamento-forma, como o que é construído pelo homem, é a união de uma emanação positiva e outra negativa, e ambas são as emanações de uma Unidade, o Pensador coerente.
c. Realizar um Propósito Específico.
Tocamos aqui no elemento mais vital quando se trata da construção dos pensamentos-forma. No nosso primeiro ponto, tratamos do aspecto consciência, ou “resposta à sensação, ou sentimentos”, e desse modo trouxemos para o nosso estudo do processo de construção o segundo aspecto logoico, o Ego ou a realização da dualidade essencial. No nosso segundo ponto, tratamos mais detalhadamente do aspecto objetivo e da forma tangível, introduzindo assim o terceiro aspecto logoico, o da substância inteligente, ou aquilo através do qual a consciência procura expressar-se. Agora vamos considerar o aspecto propósito, o primeiro aspecto logoico, ou a “vontade de ser”. Quando meditamos sobre este terceiro ponto com cuidado, notamos (como era de se esperar) que ele inclui os outros dois, e os sintetiza.
Certos fatores precisam ser levados em conta quando consideramos as palavras “propósito específico”. Vamos classificar esses fatores, na tentativa de esclarecer este tema tão complexo. As ideias envolvidas são:
O Fator da Identidade. Propósito específico é a aplicação prática da vontade, ou intento, de uma Existência inteligente e consciente ao mostrar-se em:
a. Sua fonte.
b. Sua missão.
c. Seu método.
d. Seu objetivo.
Todos estes quatro pontos variarão de acordo com a natureza da Identidade emanadora. Todos os pensamentos-forma - logoicos, planetários e humanos - pois nenhuma outra entidade de grau menor trabalha como um criador mental, emanam de uma mente, são construídos com o propósito de levar a termo algum trabalho ativo, demonstram-se segundo regras e leis determinadas, e têm uma meta definida, ou consumação esperada.
O Fator Tempo. O propósito específico no sistema solar é a gradual evolução de um plano definido originando-se na Mente do Logos, e lenta e ciclicamente alcançando a consumação. Três vastos períodos de tempo são consumidos neste processo:
1 - O período de construção, no qual a forma é
construída.
2 - O período de utilização, no qual a forma é ocupada, vitalizada por uma
Vida central e utilizada.
3 - O período de dissolução, no qual a forma é desvitalizada, destruída e
dissipada.
Na primeira etapa, tudo que diz respeito ao tangível, e tudo que lida com a objetividade, é o mais enfatizado como de suprema importância. Na segunda etapa, a da vida dentro da forma, ou a consciência subjetiva, assume gradualmente a maior importância, e a qualidade, ou a psique do pensamento-forma, torna-se aparente. Na etapa final, o pensamento-forma (tendo realizado sua missão), separa-se em sua dualidade básica, e a vontade, ou energia (que permanece, como uma unidade, por trás da dualidade), põe fim ao seu intento. A vida objetiva (espiritual, quando se trata de pensamentos-forma cósmicos; vida manásica, quando pensamentos-forma solares são construídos; e vida elemental, quando são construídos pensamentos-forma humanos) se retira e a forma é dissipada.
Em todos estes casos, é evidente que somente ao estudarmos o desenvolvimento da qualidade do pensamento-forma, é que o seu propósito será revelado; somente à medida que seus processos emanantes sejam compreendidos é que a natureza de sua missão será reconhecida. Isto é fundamentalmente verdadeiro a respeito de todas as formas. Quando se trata de formas relativamente de pouca importância - como as que são construídas pelo homem nesta época - isto é facilmente descoberto e, para o clarividente treinado, cada forma revela através de:
Sua cor,
Sua vibração,
Sua direção,
E sua nota-chave,
a natureza de sua vida interior, a qualidade de sua vibração e a natureza de sua meta. Na soma de todos estes pontos, o propósito será revelado.
O Fator do Carma.
Devido ao efeito que produzem, todos os pensamentos estão sujeitos à Lei do Carma. Na atual etapa da história do sistema - essa vasta etapa de transição entre a vida física densa e a existência no corpo etérico logoico - não nos é fácil estabelecer a diferença entre os pensamentos-forma que são efeitos e aqueles que são causas. É preciso lembrar aqui que somente os senhores cósmicos e solares formulam pensamentos. Nenhum senhor lunar, nem inteligências menores o fazem. Portanto, os dois grupos antes mencionados estão sujeitos à lei cármica. Somente eles são autoconscientes e, portanto, responsáveis. Onde não existe autoconsciência, tão pouco existe responsabilidade. Por essa razão, os animais não são considerados responsáveis, e embora eles sofram no plano físico, e nos seus veículos físicos, estão livres de carma nos planos sutis, porque eles não possuem memória nem poder de previsão; falta-lhes a faculdade correlativa e, como lhes falta a centelha da mente, eles ficam livres da lei da retribuição, exceto no que diz respeito ao corpo físico. A razão do sofrimento no reino animal está oculta no mistério do pecado dos sem mente (1), e naquele terrível período do que fala a Doutrina Secreta, o qual resultou em abortos e transgressões de todos os tipos. Não fora este período e este particular tipo de “malogro do propósito”, nós não teríamos esta terrível condição cármica que existe agora entre o terceiro e quarto reinos da natureza.
O efeito da vida e duração de um pensamento-forma maléfico e destrutivo revela-se como “mau carma” no grupo a que pertence o seu criador. É a isto que nos referimos quando dizemos que uma ação boa e altruísta não produz carma.
O Fator dos Construtores Menores.
O propósito específico de um pensamento-forma está muito estreitamente ligado ao tipo de essência dévica com a qual foi construído e, em relação ao homem no plano mental, com o tipo de elemental que ele, homem, pode controlar e enviar, como o ocupante e agente vitalizador do pensamento-forma. Falando em linhas gerais, um Logos solar trabalha somente através dos Construtores maiores, os Manasaputras em Seus vários graus, nos dois planos superiores do sistema solar, enviando-Os com a missão de construir e vitalizar o pensamento-forma sistêmico, tendo em vista um propósito específico. Os Logoi planetários trabalham principalmente através dos Construtores dos três planos seguintes (atma-buddhi-manas), os quais constroem e controlam o trabalho dos esquemas planetários. Os homens trabalham através dos construtores dos planos mentais inferiores e os do plano astral, uma vez que os pensamentos-forma humanos são camamanásicos; os construtores do plano físico são automaticamente conduzidos à ação pela força das correntes e energias postas em ação na matéria mais sutil, pelos grandes Construtores.
A tabulação seguinte pode tornar isto claro.
Entidades Construtoras | ||||
---|---|---|---|---|
Qualidade | Entidade | Centro | Personalidade | Reino |
1. Atma | Logos | Cabeça (cérebro) | O Grande Homem Celestial | Sétimo - Unidade |
2-2. Buddhi Manas | Logos Planetário | Coração e Garganta | Homens Celestiais | Sexto e Quinto - Dualidade |
4. Mental | Homem | Plexo Solar Base da Coluna | Homem | Quarto - Triplicidade |
5. Astral | Animal | Órgãos Geradores | Terceiro - Dualidade | |
6. Etérico | Vegetal | Baço | Segundo - Unidade | |
7. Denso | Mineral | Nenhum | Primeiro - Unidade |
Se ela for cuidadosamente estudada, veremos que a enumeração quíntupla refere-se aos mais importantes reinos da natureza, enquanto que as duas últimas são particularmente interessantes, porque o reino mineral não pode de forma alguma ser considerado um princípio, pois é simplesmente o mais denso ponto de concreção do abstrato, enquanto que o reino vegetal ocupa um lugar peculiar na economia do sistema como o transmissor do fluido prânico vital; este reino é definidamente uma ponte entre o consciente e o inconsciente, usando estas palavras no seu sentido mais amplo e geral. Embora sabendo que o reino mineral tem uma consciência própria, a sensação é mais facilmente reconhecida no segundo reino; a distinção entre a consciência do mineral e a do animai é tão vasta que suas respectivas consciências são basicamente distintas. Entre elas, encontra-se o reino vegetal, aproximando-se mais da consciência animal do que da consciência mineral, além de ter uma especial relação esotérica com a evolução dévica.
Todos estes reinos da natureza são “formas de pensamento”; todas têm corpo, qualidade e propósito, e todas são enviadas por uma vida maior do que as suas próprias, para uma específica missão; elas são enviadas por vidas que são autoconscientes e uma mescla de mente, espírito e forma objetiva. Somente as vidas autoconscientes podem criar, e somente elas são capazes de evidenciar propósito, coordenação, direção e controle.
Embora possa parecer que muita coisa ficou por ser dita, se o estudante der a devida atenção aos quatro pontos relacionados ao “propósito” num pensamento-forma, ele descobrirá muitas coisas por si mesmo.
Ao estender estas ideias a um Logos solar, muitas questões interessantes surgirão, as quais só serão proveitosas se servirem para expandir o conceito e alargar o horizonte do Pensador. O propósito logoico ainda não é compreensível para o homem; de nada lhe servirá meditar sobre ele; porém, na formulação de ideias e na sua percepção pelos pensadores, pode chegar a gradual aurora de um dia de reconhecimento e uma subsequente cooperação com esse propósito divino.
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(1) A Doutrina Secreta (II, 195) diz que O Pecado dos Sem Mente está
relacionado ao período da Separação do Sexo no início da terceira
raça-raiz, a lemuriana. Também a Bíblia (Gênesis VI,2:4) diz que eles, os
sexos, tinham sido separados antes que o raio da razão divina tivesse
iluminado a região escura de suas mentes até então adormecidas, e eles
haviam pecado, isto é, eles haviam perpetrado o mal inconscientemente ao
produzir um efeito antinatural.