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Ensinamentos de I-EM-HOTEP


O Mensageiro Divino

Em junho próximo (ano de 1936), mês das rosas, haverá no signo de Gemini um eclipse solar. No meu tempo, dizia-se que cada vez que o Grande Pai-Mãe envia Seu Filho Único para salvar o mundo, o Sol "esconde sua face".

Enquanto estive na Terra, uma grande expectativa e preparação tomavam lugar, pois o Mensageiro de Asas Luminosas, o Guardião da Alma, o Três Vezes Grande Hermes, manifestar-Se-ia no plano terrestre e o Sol esconderia sua face.

Hoje o ciclo voltou. Um grande influxo do espírito ou uma grande força espiritual aproxima-se da Terra. Não pensem, todavia, que profetizo a volta de Jesus. Procuro fazer-lhes compreender que o mesmo poder que agiu através Dele está Se aproximando de seus mundos astrais. No mundo etéreo há grandes preparações para um novo nascimento, novo pensamento, talvez uma nova religião na Terra. A humanidade porém, está inconsciente disso. Milhões e milhões de seres humanos caminham na vida, com o olhar dirigido para baixo, imersos nas coisas materiais. É triste ver como pouquíssimos, entre os membros de suas nações civilizadas de hoje, elevam seu olhar para o Céu.

Precisam começar a preparar-se para a vinda da Luz, novamente. Queria, portanto, que pudessem assistir, mesmo que só em pensamento, a uma cerimônia antiga de há milhares de anos, num templo chamado "Pirâmide de Hermaches".

Em sua câmara mais interna, a luz permanece perpetuamente acesa e o incenso é espalhado diante do altar. Os sacerdotes, purificados pelo jejum e pela oração, esperam a descida do Deus Hermes, que vem para elevar a mente humana acima da escuridão e das dúvidas.

Procurem por um instante visualizar o meu templo. O altar de matriz ametista está velado ao seu redor com a mesma cor. Em cima, um par de asas brancas, luminosas; no centro delas um coração vermelho-rubi. No meio do coração, um olho azul, profundo e sempre vigilante. É o símbolo de Hermes, o Mensageiro de Asas Luminosas, que procura purificar o homem de tudo que o encadeia à matéria e elevá-lo às alturas da espiritualidade.

Os sacerdotes fazem suas invocações, cantando suaves cantos de boas vindas, pois, mais uma vez Deus envia, através de Seu Filho-Filha Único, a mensagem que tornará o homem livre. O momento em que os sacerdotes poderão ouvir a voz de Cristo está para chegar. Eles se concentram para que não se perca nenhum som da sagrada mensagem, que em seguida irão difundir.

Assim como dizia seu Mestre Jesus: "Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei", assim mesmo, neste tempo longínquo, o Mensageiro Divino, Hermes, dizia: "Vinde a Mim todos vós que estais fartos do peso da matéria, que estais fartos do pensamento enganoso do mundo, e levar-vos-ei nas asas da manhã, até que possais ver a face do nosso Pai-Mãe".

Dentro de algumas semanas o Sol cobrirá sua face, e nesta escuridão o Grande Espírito de Luz atravessará os mundos etéreos e entrará nos planos que envolvem sua Terra, para achar um canal através do qual possa enviar Sua mensagem. Ele vem no signo duplo, mostrando que toca os dois: homens e mulheres; que Se harmoniza com dois, pois, para Ele não há sexo. Na mansão de Seu Pai Todos são Um. Há pouco tempo atrás veio uma outra Mensageira, através da Luz, mas os homens exceto alguns, não a perceberam. Ela veio para preparar o caminho do Senhor da Sabedoria. Grande foi sua tristeza quando achou as mentes humanas fechadas e cada um vivendo num mundo de pensamentos que a ela pareceu ser uma prisão.

Uma vez que nós nos reunimos aqui para estudar um pouco o antigo ensinamento hermético, penso que desejarão participar de um ritual para saudar este influxo da força e da inspiração do Grande Senhor de Mercúrio, que desde tempos imemoriais tem sido um Iluminador e Instrutor da humanidade. Queria, portanto, que pudéssemos nos encontrar, purificando e concentrando-nos para Lhe darmos as boas vindas. Queria que, juntos, pudéssemos criar um foco de força, uma luz no plano terrestre, luz cujo raio pudesse alcançar esse Grande Espírito e fazer-Lhe sentir que há algumas almas encarnadas na matéria que esperam por Sua vinda. Sinto que isso seria de grande proveito para todos os que participarão deste trabalho e cujas mentes estão livres de todo convencionalismo. Para os que encarnaram sob os raios de Mercúrio, o toque de Sua força poderá ser um verdadeiro despertamento espiritual. Quanto a mim, ficaria feliz se pudesse realizar, mais uma vez, o antiquíssimo rito que anuncia o nascimento de um portador da Força Crística.

Se não pudermos nos reunir no tempo exato do eclipse, que seja na noite anterior. Se esse encontro não for possível, enviem, de onde quer que estejam na hora do eclipse, pensamentos de amor e de grato acolhimento a este Grande Ser que se aproxima da sua Terra, para trabalhar entre a humanidade, para que a penosa época do nascimento da Nova Era não seja longa demais. Em toda a parte onde tocarem Seus raios purificadores, desaparecerão a hipocrisia, as dúvidas e o medo.

Perguntas e Respostas

P. Esta sala estará a seu dispor quando o senhor quiser. Pode dizer-nos que preparativos são necessários?

R. O necessário é que suas mentes estejam dirigidas às coisas celestes. Que afastem todos seus gostos e desgostos, toda a discórdia. Procurem vir com os corações purificados de tudo que é o "eu". Se soubessem que o Cristo viria em forma material, que fariam para encontrá-Lo? Grandes seriam as suas preparações, grande a sua alegria e limpas suas vestimentas. O Grande Ser nasce para o mundo etéreo, no caminho para seus mundos astrais. Procurem ir ao Seu encontro, saudá-Lo e oferecer a sua adoração a este Mensageiro da Luz. Portanto, venham com vestes limpas e mente calma. Venham como amigo de toda a humanidade. Não guardem em seu coração nada que possa ferir a um outro ser. Assim, sua alma será envolvida em pureza e fraternidade. Quanto às coisas materiais, precisaremos de um altar, de uma toalha alva e dos objetos de prata, que podem ser os mesmos que usamos sempre.

P. Desde o dia em que o senhor nos falou até o presente momento, não havia uma outra emanação?

R. Havia, sim. Podem achar facilmente nas efemérides, quando isso aconteceu antes, mas a atual é a primeira emanação do Espírito Santo em signo zodiacal governado por Hermes, desde que estudamos juntos aqui.

P. Nossa cidade de Londres é o centro deste influxo de Força?

R. Não. Não é o centro. Sendo, entretanto, governada pelo signo de Gemini, regido por Mercúrio, pode atrair Sua força.

P. É por causa do signo, no qual acontece o eclipse, que ela é tão importante?

R. É por causa disso, sim, meu filho. Desde muito tempo vem de seu mundo o clamor: "Enviai-nos a sabedoria, mostrai-nos o caminho". Não podem achar o caminho sem um Guia, e quando falo de um Guia, não falo de um Guia como eu sou para vocês, mas de um Guia para toda a humanidade. De seu Mestre Jesus foi dito que veio nas asas da manhã, e Ele era chamado a "Estrela d'Alva". O simbolismo é o mesmo. O espírito de um Grande Ser passa através dos planos etéreos e o Sol sempre vela a sua face. Como já lhes disse muitas vezes, seu relato da Crucificação é a história da Iniciação de uma Grande Alma. Procurando, acharão nesse relato muitas coisas que o confirmam. Cada alma pode achar nele também seu próprio nível de evolução e seguir seu próprio progresso, pois, em cada grau galgado ela compreenderá melhor a Crucificação. Não confundam, todavia, a Crucificação - suprema prova de um Iniciado - com a morte de Jesus.

P. Terá a próxima Páscoa um significado especial?

R. Perdoem-me, mas não entendo bem seu modo de celebrar a Páscoa. Vocês a celebram como um período de grande luto, de grande tristeza. A suprema prova de um Iniciado é um tempo de grande felicidade. Vejam: o Iniciado, tendo alcançado o cume de seus testes, deve esperar na escuridão e solidão, deve descer às entranhas da Terra - símbolo do seio materno. O Sol, passando de um signo para outro, indica um Novo Nascimento - o aparecimento do Cristo na humanidade. Não vejo nisso nenhuma razão para tristezas. Compreendam-me, eu conheço o seu Mestre Jesus, e para mim é muito difícil aceitar a imagem que Dele fizeram. Conheço-O como um Ser alegre, de apurado senso de humor. Sei que, às vezes, Ele lastima por ser representado como um sofredor.

P. Imagino quantas almas hajam sofrido, pensando em Sua Crucificação!

R. Individualmente, para certas pessoas, essa participação no sofrimento podia ser boa, pois as ajudou a progredir. Quando uma alma alcança um certo grau de evolução, ela já não é mais abalada por pensamentos de sofrimento e de morte. Simbolicamente, cada alma é crucificada de uma ou de outra forma. Umas o são no plano emocional, outras, pelo sofrimento físico. Quanto à própria morte na cruz, comparando-a com outros suplícios ou sofrimentos prolongados, é uma libertação relativamente menos penosa. Muitas grandes almas tiveram uma morte dolorosa. Tomem, por exemplo, Joana d' Arc, uma moça jovem e sensível, que morreu num suplício cruel, para o bem de seu país. Se a história da morte de Jesus tivesse trazido uma religião universal ou paz ao mundo, então teria conseguido muito, mas trouxe guerras, sofrimentos, intolerâncias, e somente um quarto de seu mundo civilizado a aceitou como a base de sua religião.

No fundo, não importa como o homem alcança a união com Deus; quer seja através do misticismo, das ciências do número, do som ou dos astros, quer seja seguindo Jesus, Buda ou Osíris. Cada um deve construir para si um símbolo de Deus. Cada um vê Deus como é capaz de percebê-Lo ou de concebê-Lo e cada um estará certo, seguindo o Aspecto Divino que se lhe apresenta o mais compreensível. Jesus, Buda, Osíris, todos são Raios do Sol Central, e o homem gravita naturalmente na direção do Instrutor que conhecera no passado. Se os ensinamentos e a história de Jesus os tocam profundamente, estão certos seguindo-O. Se compreendem melhor o Mistério da Iniciação de Buda, apresentado na história de sua vida, e isso ressoa para vocês mais fortemente, estarão certos em esforçar-se para segui-Lo. Assim, deixando a cada um a escolha de seu próprio caminho, evoluem lado a lado. Não procuram convencer a outros que Deus está aqui ou acolá, pois sabem que Deus está dentro de cada um. Nas diversas encarnações, em diversas épocas e em diversas partes do mundo, reverenciaram um ou outro Aspecto Divino. Para que, então, querer hoje persuadir outros de que só seu Aspecto é o verdadeiro? Procedendo assim, dão prova de que não compreendem que, em outras vidas, veneraram Deus da mesma maneira, talvez, como o fazem os que hoje condenam.

Procurando a união com todos os Grandes Mestres e Instrutores da humanidade, tornar-se-ão não mais aspirantes, mas discípulos; e não mais discípulos deste ou daquele Instrutor, desta ou daquela Fraternidade, mas Filhos da Alvorada. Seu círculo, comunidade ou templo, sendo vocês Filhos da Alvorada, são unos com Deus. No início dos tempos, Deus, presente em cada coração, podia, através da mente, falar a cada ser humano. Procurando a união com amor e sinceridade, estarão voltando para onde não há separação. Estarão voltando à Luz e ao Amor do Grande Pai-Mãe, onde tudo é uno.

P. O senhor disse que Jesus tinha senso de humor. Humor e intolerância não combinam.

R. Com certeza, meu amigo, eu não disse que Jesus era intolerante. Seus ensinamentos mostram como eram universais Suas simpatias. Ele nunca condenou pessoa alguma. Talvez isso não esteja escrito em livros que possuem, mas tenho certeza de que em qualquer parte existem recordações de como Ele podia brincar com as crianças, como ressoava Seu riso quase juvenil e, se nesse momento viesse a Ele alguém que procurasse Sua sabedoria, o sorriso desaparecia de Seu rosto e Ele se tornava sério, dando provas de um profundo saber. A fascinação de Seu caráter era Sua grande adaptabilidade, Sua serenidade, Seu poder de ser todas as coisas para todos os homens; Sua capacidade de compreender o ponto de vista de cada um. Ele sempre lutava contra a hipocrisia e contra a estreiteza mental dos instrutores de Seu tempo. Se Ele aparecesse em Seu corpo denso, hoje, entre vocês, poderiam imaginar qual seria Seu primeiro trabalho? Pregar justamente a tolerância, a união; pregar a fraternidade de todos os homens, sendo que são todos filhos do mesmo Pai-Mãe, Deus. Não queria que pudessem pensar que, no que havia dito, poderia haver desrespeito às suas tradições. Como disse, conhecendo Jesus como O conheço, é muito difícil, para mim imaginá-Lo tal como entre vocês e, às vezes, apresentado: restringido, confinado. Aprenderam que Ele dissera: "Nenhum homem vem ao Meu Pai senão por Mim". Não. O sentido foi alterado, pois é: "Nenhum homem vem ao Pai senão através do "Eu Sou", do "Mim", do "Eu" interno". E, com certeza, quando o homem compreende e realiza o "Eu Sou", então se torna uno com seu Pai no Céu.

P. As dificuldades que havia no último ciclo são específicas da Era de Peixes?

R. Diria sim e não. O regente de Peixes é Netuno - planeta da ilusão - que rege o misticismo, as emoções sonhadoras. A maioria dos netunianos em maior ou menor grau, respondem ainda aos aspectos inferiores deste planeta. Eles vivem no mundo das ilusões, dos sonhos, querendo constantemente provar a si que isto é o mundo real. Um netuniano, por exemplo, pode ser um bom médium, mas muito instável. A influência netuniana poderá levá-lo a grandes alturas, e no momento em que pareceria tê-las alcançado, recairá no astral inferior. O plano netuniano é um plano de instabilidade e de ilusão, portanto, a época pisceana era difícil para o progresso. Durante essa época apareceram muitas coisas regidas por Netuno, como o cinema. À medida, porém, que vem a influência uraniana, no cinema aparecem a cor e o som. Urano é mais ativo.

Na Era de Peixes, especialmente no último período, encarnaram muitos antigos romanos. Agora muito antigos gregos estão encarnando, e haverá um progresso artístico e estético geral. Muitos homens procurarão expressar-se através da arte, da forma, da cor ou do som. Os conceitos artísticos e estéticos mudarão. Haverá uma necessidade geral de beleza.

P. Qual é, então, o lado superior de Netuno?

R. O lado superior de Netuno é o amor impessoal e também a capacidade de ver o mundo etéreo, de ouvir os sons de beleza e trazê-los para o plano físico; de manifestar na Terra a beleza dos mundos espirituais.

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