Jesus de Nazaré e Maitreya, o Cristo

Peter Liefhebber

Jesus de Nazaré e o Cristo não são uma e a mesma pessoa. Esta é uma das teses de mais difícil aceitação pelos cristãos em relação a Maitreya, o Instrutor do Mundo, e por isso precisa ser mais bem explicada.

Na verdade, o título de Cristo não se refere absolutamente a um indivíduo. É o nome de uma função na Hierarquia dos Mestres de Sabedoria, o grupo de seres evoluídos que guia a evolução da humanidade por trás dos bastidores. Quem fica à frente desta Hierarquia automaticamente se torna o Instrutor do Mundo, conhecido no Oriente como o Bodhisattva, durante a vigência de sua liderança.

Maitreya, que encarna a energia que chamamos o Princípio de Cristo, declarou que está nessa função há mais de dois milênios, e que na Palestina Ele manifestou-se como o Cristo para inaugurar a Era de Peixes, então no começo. Ele usou o método chamado adumbrar (possessão espiritual leve), isto é, Sua consciência informava e orientava as ações e ensinamentos de Jesus, Seu discípulo. Assim era a consciência do Cristo, Maitreya, que era vista e vivenciada por aqueles que rodeavam Jesus.

Na realidade Jesus era um iniciado de quarto grau e um dos mais antigos discípulos dos Mestres da Sabedoria. Ele apareceu anteriormente, em tempos bíblicos como Josué, o filho de Nun, em seguida, como Isaías e, de novo como Joshua, no Livro de Zacarias. Na Palestina Ele fez o grande sacrifício de aceitar ser usado por Maitreya, para cumprir Sua missão durante os três anos seguintes ao batismo no rio Jordão. Durante sua vida, Jesus simbolicamente interpretou também as cinco iniciações que conduzem ao Mestrado Espiritual. A crucificação foi, simbolicamente, a passagem para a Sua 4ª iniciação (Seu nascimento, o batismo, e a transfiguração no monte Tabor simbolizam as três primeiras) enquanto, ao mesmo tempo, Maitreya passava por uma iniciação mais alta.

Os acontecimentos da vida de Jesus e Suas palavras foram muito mal interpretados devido à pouco conhecida conexão entre Sua obra e a de Maitreya, o Cristo. Isto deu origem ao antigo ponto de divergência teológica, a saber, se Jesus era Deus ou um homem, ou talvez os dois juntos. A resposta é que Jesus foi um homem que, como resultado do processo de evolução, Tornou-se, como acontece a todos no devido tempo, um Filho de Deus. Outros trilharam esse caminho antes d´Ele e muitos o tornaram desde então.

Os cristãos que são da opinião de que não é dado a ninguém imitar os feitos de Jesus, que para eles é Deus ou pelo menos, Seu Filho Único, são contrariados pelas próprias palavras d´Ele: "Sejam perfeitos até mesmo como o Pai no Céu é perfeito e maiores feitos dos que Eu fiz vocês farão".

A morte de Jesus foi o cumprimento da tarefa para essa vida, e foi Maitreya quem ressuscitou o corpo do túmulo (como um símbolo para a 5ª iniciação, assim como a ascensão foi simbólica da 6ª iniciação). Esta apresentação dos antigos conhecimentos ocultistas em forma simbólica é um dos métodos que a Hierarquia Espiritual utiliza para ensinar à humanidade, e para transmitir o conhecimento a todos aqueles que têm ouvidos para ouvir e olhos para ver. Podemos encontrar eventos simbólicos semelhantes nas vidas de Buda, Krishna e Mithra. Igualmente, os famosos trabalhos de Hércules, não são mais que partes do processo de iniciação, representados em forma simbólica.

O discípulo Jesus de 2000 anos atrás se tornou agora em um dos mais altos Mestres na Hierarquia: o Mestre Jesus. Ele alcançou o estado de perfeição no decurso da vida seguinte, como Apolônio de Tyana. Muitos daqueles que o seguiram durante a Sua vida como Jesus estavam ainda vivos durante essa encarnação ulterior, e muitos deles tornaram-se convictos de que Jesus tinha reaparecido no seu seio. Foi Apolônio quem empreendeu uma viagem à Índia. Esta viagem se tornou a base para a história que muitos acreditam, de que Jesus não morreu na cruz, mas viajou para a Índia e morreu na Caxemira, depois de ter alcançado uma venerável idade avançada.

O Mestre Jesus esteve encarnado em um corpo sírio por cerca de 640 anos. Ele foi descrito assim, no livro de Alice A. Bailey "Initiation, Human and Solar": Ele é, sem dúvida, uma figura marcial, um disciplinador e um homem de vontade e controle de ferro. Ele é alto e magro, com uma face fina e um tanto longa, cabelos pretos, cútis pálida e olhos azuis penetrantes. Na Hierarquia Ele é descrito como o Grande Líder, o General e o Executivo sábio. Ninguém está tão intimamente em contato com as pessoas que querem tudo o que há de melhor no ensinamento Cristão, e ninguém está tão consciente das necessidades do momento presente.

Ele viveu principalmente na Palestina durante a maior parte desse tempo. Porém, desde 1984, ele tem vivido em Roma. A intenção é que ele vai tentar erguer as igrejas Cristãs fora do seu estado de cristalização e rivalidade e, se for convidado a fazê-lo, liderar uma nova Igreja Unida. Ao fazê-lo Ele espera resolver as muitas contradições e equívocos que surgiram no decorrer dos séculos sobre o Seu papel histórico e os ensinamentos que Ele então divulgou quando era um veículo para Maitreya.

Com o aparecimento de Maitreya, o Mestre Jesus, assim como os Apóstolos Pedro e João, está desempenhando um papel importante pela segunda vez. Dois mil anos atrás Eles eram iniciados do terceiro grau; agora Eles estão incumbidos de um aspecto significante da conclusão do Plano, assim como o estão o Mestre Morya e o Mestre Koot Hoomi, que irá suceder Maitreya na função de Cristo, durante a próxima era (dentro de cerca de 2500 anos). Essa colaboração aberta, que será visível para todos, irá eliminar as dúvidas ainda existentes com relação à verdadeira relação entre Maitreya, o Cristo, e Seu discípulo, o Mestre Jesus.

Assim, a alegação aparentemente paradoxal (no sentido literal da palavra) de que Jesus e o Cristo não são a mesma pessoa, é mais razoável do que parece. Aqueles cristãos que acham difícil aceitar que seu "Professor" não é o maior líder de toda a humanidade podem, no entanto, encontrar consolo em um segundo paradoxo: Jesus e Maitreya, o Cristo, eram (e são) um, no sentido de que Eles, cada Um no Seu nível, trabalham juntos em perfeita harmonia para impulsionar o Plano Divino.

Peter Liefhebber é colaborador da organização Share International
(Cortesia: D.C.R.)

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