Em busca da "Verdade Viva"
“Quem sabe verdadeiramente?
Quem aqui declarará de onde surgiu essa criação?
Os deuses são subsequentes à criação.
Quem, então, sabe de onde surgiu?
De onde a criação surgiu; se ocorreu ou não;
Ele, que no alto do céu é o observador,
Certamente sabe, ou talvez não.” (1)
Caro(a) amigo(a) e colega de trabalho.
O que podemos esperar saber sobre a verdade suprema se uma das escrituras mais sagradas propõe que os mais altos Seres Divinos também não a conhecem? O mistério e a maravilha são aspectos integrantes da verdade, e a descoberta da verdade em um nível leva a um maior mistério em outro nível. Se não fosse assim não haveria criatividade, pois o impulso criativo é essencialmente o desejo de penetrar no desconhecido e fazer que se descubra uma parte de si mesmo através da autoexpressão. Cultivar o senso de mistério e maravilha é, portanto, benéfico na meditação, pois é uma investigação criativa sobre o enigma do ser - uma busca para tocar a essência do desconhecido e trazê-lo de volta ao mundo para expressá-lo através de nós mesmos. Esta é a "verdade viva" - o sentido de identidade eterna que se desenrola em uma jornada sem fim do irreal ao Real.
Embora as verdades mais concretas possam ser importantes - os fatos e as figuras do tempo e do espaço - é a verdade viva e espiritual que engloba e anima a realidade maior da qual a primeira é apenas uma pequena parte. Mas, como isso pode nos ajudar num sentido prático? Como discernir certo e errado em uma Era da Informação que se sente às vezes mais como a "Era Irônica"? Pois podemos estar mais informados do que em qualquer outro momento da história humana, mas informados de quê? Em quem confiamos para interpretar corretamente o volume gigantesco de dados que são manipulados e espalhados por todos - através dos canais de mídia social da internet, bem como através da mídia estabelecida? Numa época em que a falsa notícia é usada de forma descarada para manipular a opinião pública e os resultados políticos, como discernir a verdade escondida nas mentiras habilmente inventadas por grupos de interesse?
Talvez uma pista esteja na palavra "informação" - informar significa "moldar, dar forma a". Tudo o que nossos sentidos nos transmitem é uma "formação" que foi moldada por energia de algum tipo, seja a formação fenomênica ou subjetiva, um evento ou um conjunto de circunstâncias. Entrar em contato com sua "verdade" envolve penetrar nessa formação para apreender diretamente o propósito, a qualidade e o significado da energia que a origina. O treinamento para fazer isso é encontrado na Raja Yoga - a Ciência Real da Mente - um sistema de meditação dado ao mundo há onze mil anos por Patanjali e que se prevê que continue sendo um meio de treinar discípulos pelos próximos sete mil anos. (2) Conforme estabelecido no livro de Alice Bailey, A Luz da Alma, a prática da Raja Yoga pode ser usada para treinar a mente para penetrar nos assuntos humanos e para discernir a verdade subjacente que busca expressão. Nas palavras do Mantra da Unificação:
“Que a alma controle a forma externa,
A vida e tudo o que ocorre,
E traga à luz o Amor
Que subjaz em tudo que ocorre nesta época
Que venham a visão e a percepção interna.
Que o porvir fique revelado.”
O "Amor que subjaz em tudo que ocorre nesta época" está em contraste com o ódio, a violência e a separatividade que dominam tantos problemas e eventos em todo o mundo. Mas a verdade da questão é que o maior agente "informante" em nosso planeta neste momento é o Plano Divino de Amor e Luz referido na Grande Invocação. É a verdade subjacente e viva para a nossa época, e tudo o que está se desenrolando diante de nossos olhos está relacionado a ela, tornando possível a expressão externa desse amor.
Para alcançar esse fim, as energias disponíveis do Plano precisam ser transferidas adequadamente em padrões de pensamento nos níveis mental, emocional e etérico por aqueles treinados na ciência da mente. Essas formas de pensamento podem então fornecer inspiração para o trabalho construtivo dos servidores mundiais em todos os lugares. Sem a transferência adequadamente construtiva e a retransmissão dessas energias disponíveis, elas são propensas às forças da ilusão e da miragem. Então, as distorções sutis da verdade ocorrem, uma vez que as energias do Plano se tornam mal utilizadas por aqueles com mentes poderosas, mas carentes de amor verdadeiro. As forças distorcidas resultantes, então, continuam a descer (a serem transferidas NT), mas levam um curso destrutivo e separativo para a expressão do mal no plano físico.
Uma consideração imparcial e desinteressada deste processo é fornecida nos ensinamentos de Alice Bailey: “o mal e o bem são aspectos inversos de uma mesma realidade, e que o mal é aquele mesmo bem que já deveria ter sido deixado para trás, passando para um bem maior e mais inclusivo.” (3) Como se aplica à situação mundial atual, isso nos ajuda a entender que tanto a pessoa de boa vontade quanto o perpetrador das ações malignas podem estar buscando a verdade e um senso expandido de identidade, cada um em seu próprio nível, mas o último tem ficado perdido na ilusão e na miragem e, portanto, incapaz de expressar amor. Uma maior habilidade mental para penetrar no coração da verdade viva, como aprendido através da Raja Yoga, é vital para ajudar as pessoas de boa vontade a forjar um vínculo mais forte com as energias construtivas do Plano e reagir contra a subversão do bem e do verdadeiro.
Recapturar a sensação de mistério e maravilha da existência é uma parte essencial desse processo, como o Hino da Criação tão lindamente retrata. Através do seu cultivo, a verdade espiritual viva flui através de nós com sua constante revelação, levando os olhos da humanidade para uma nova visão. Em uma volta mais alta da espiral, assim também é para os grandes Salvadores Mundiais, como o Cristo e o Buda. Nós lemos nos escritos de Alice Bailey, que o “seu verdadeiro trabalho como Membros da Fraternidade Branca está no ponto do começo, e o verdadeiro propósito da existência da Grande Loja Branca começa fracamente a despertar em Sua arrebatadora e assombrosa compreensão. É de real valor para nós, portanto, tentar alcançar a continuidade da revelação e o vasto futuro ou visão de maravilhoso desdobramento.” (4)
E assim, com estes pensamentos em mente, nós o(a) convidamos para se juntar a nós no próximo seminário Boa Vontade Mundial para explorar o tema:
Do irreal ao real: discernindo a verdade em nosso tempo.
Como um todo, a mente grupal unificada, estaremos trabalhando para intuir mais sobre a "verdade viva" que pode ajudar a árdua e assombrosa jornada da humanidade para realidades cada vez maiores.
Na luz da visão grupal,
Lucis Trust
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1.(O Hino da Criação, Rigveda, 10: 129-6) Hinos do Rig Vega,
Prof. Paul Brians https://brians.wsu.edu/2016/11/14/hymns-from-the-rig-veda/
2. Discipulado na Nova Era, Vol II, pp. 326-7 A.A. Bailey
3. Os Raios e as Iniciações, p. 350. A.A. Bailey
4. Os Raios e as Iniciações, p. 203. Ibid