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Livros de Alice Bailey

Astrologia Esotérica


Capítulo VI - As Três Cruzes
1 - A Cruz do Cristo Oculto - Cruz Mutável
2 - A Cruz do Cristo Crucificado - Cruz Fixa
3 - A Cruz do Cristo Ressuscitado - Cruz Cardinal

Não poderei tratar detalhadamente das três Cruzes zodiacais - Mutável, Fixa e Cardinal - porque elas dizem respeito às totalidades ou a sínteses da manifestação e à experiência unificada de uma entidade em encarnação, seja ela Deus ou o homem. Por essa razão, somente poderão compreendê-las realmente aqueles dotados de consciência inclusiva, ou seja, da percepção do iniciado. Contudo, certos comentários gerais podem ser feitos.

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1. A Cruz do Cristo Oculto - Cruz Mutável

a. Esta é a Cruz das quatro energias principais que produzem as circunstâncias condicionantes que transformam o homem animal em aspirante.

b. É, portanto, a Cruz da personalidade ou do ser humano em constante desenvolvimento que por fim se integra; primeiro, em resposta às circunstâncias e mais tarde, à inclinação da alma.

c. É a Cruz das mudanças transitórias, da fluidez e dos ambientes constantemente alterados que conduzem a alma dentro da forma de um extremo a outro da experiência, para que a vida oscile para lá e para cá entre os pares de opostos .

d. É a Cruz da forma capaz de responder, que nutre e desenvolve a vida do morador interno, o Cristo, a Alma oculta ou o Senhor da Existência.

Os quatro braços desta Cruz são Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes. E às vezes chamada de Cruz Comum, porque condiciona o rebanho comum, a massa humana.

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2. A Cruz do Cristo Crucificado - Cruz Fixa

a. Esta é a Cruz composta pelas quatro energias que condicionam a vida do homem que é primeiro um discípulo probacionário, e depois um discípulo aceito.

b. É eminentemente a Cruz da alma. Nesta Cruz, o homem torna-se progressivamente consciente de sua direção e influências, e não responde tão às cegas, como faz o homem na Cruz Mutável. Ele não "ascende a esta Cruz da Correta Direção" num sentido técnico, antes de ter alcançado uma certa medida de contato com a alma, um toque de iluminação e de intuição espiritual- não importa quão fugaz tenha sido esse toque.

c. É a Cruz da "visão fixa e daquele inamovível intento que arrasta o homem dos pontos de luz para a flamejante radiância solar". O homem na Cruz Fixa diz: "Eu sou a alma e aqui permaneço. Nada moverá meus pés do estreito lugar onde estou. Eu estou diante da luz. Eu sou a Luz e naquela luz eu verei a Luz."

d. É a Cruz cujas quatro energias se mesclam e transmitem as energias do próprio sistema solar. Podem fazer isto porque o homem na Cruz Fixa está se tornando cada vez mais consciente de assuntos mais importantes do que ele próprio, mais envolventes do que seus anteriores interesses, e que concernem à humanidade em sua relação com as forças solares e não apenas com as forças planetárias. Ele se está tornando sensível a um todo maior.

e. As energias desta Cruz continuam a evocar resposta até o momento da 3a iniciação.

Os quatro braços desta Cruz são Touro, Leão, Escorpião e Aquário. É chamada Cruz Fixa porque o homem mantém-se estirado sobre ela por escolha direta e intento imutável de sua alma. Depois de tomada esta decisão não há volta possível.

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3. A Cruz do Cristo Ressuscitado - Cruz Cardinal

a. Esta é a Cruz onde, sob o paradoxo ocultista e no tempo e espaço, o Espírito é crucificado. Suas quatro energias governam e direcionam a alma à medida que esta avança no Caminho da Iniciação. Forçosamente, como ela diz respeito a um estado de consciência tão exaltado, há pouco que eu possa dizer sobre esta Cruz, a não ser vagas generalizações.

b. É, pois, preeminentemente, a Cruz da Iniciação e dos "começos". Concerne fundamentalmente ao "começo do interminável Caminho da Revelação", que começa quando se entra no Nirvana e para o qual todas as anteriores etapas do Caminho da Evolução foram os preparativos.

A citação que segue talvez ajude a iluminar este dificílimo assunto, indicando a significância da Cruz Cardinal como influência consumadora e reveladora daquilo que jaz adiante daqueles que alcançam o status hierárquico:

"Toda beleza, toda bondade, tudo que contribui para erradicação da dor e da ignorância sobre a Terra deve ser devotado à Grande Consumação. Então, quando os Senhores da Compaixão tiverem civilizado espiritualmente a Terra e tiverem feito dela um Céu, será revelado aos Peregrinos o Interminável Caminho que se estende até o Coração do Universo. O homem, agora não mais um homem transcenderá a natureza e, impessoalmente, mas plenamente consciente, unificado com todos os Seres Iluminados, ajudará a cumprir a Lei da Evolução Superior, da qual o Nirvana é apenas o começo”. (Ioga Tibetana e A Doutrina Secreta, p.12)

c. É a Cruz dos "braços estendidos, do coração aberto e da mente superior", para aqueles que se encontram nesta Cruz, conhecem e apreciam a significância subjacente às palavras Onipresença e Onisciência, e estão em processo de desenvolver as fases superiores do Ser que nós, inadequadamente designamos pela palavra Onipotência.

d. As energias da Cruz Cardinal mesclam-se às energias para as quais não temos um nome maior do que energia cósmica, embora esta seja uma palavra sem sentido. Contém a qualidade Daquele sobre o Qual Nada pode ser dito e são "matizadas com a Luz dos 7 Sistemas Solares", um dos quais é o nosso sistema.

e. O âmbito e ciclo de sua influência na vida do iniciado é totalmente desconhecido, até mesmo pelo nosso Logos planetário, o Qual está, Ele próprio, estendido sobre os braços da Cruz".

1. A Cruz do Cristo Oculto

Portanto, falando de modo geral, a Cruz Mutável governa a natureza da forma, controla todo o ciclo da vida individual da alma ao longo das etapas das experiência inferiores da humanidade - as etapas estritamente humanas - e os processos integradores do desenvolvimento da personalidade, até que o homem esteja alinhado e, lentamente, reorientando-se para uma visão superior, captando uma realidade mais ampla tanto vertical quanto horizontalmente, convertendo-se assim num aspirante. Esta Cruz governa a tríade inferior em manifestação e os três mundos da evolução humana.

A Cruz Fixa governa a alma, agora consciente dentro da forma humana e nos três mundos, mas controla também o que se chama "os cinco mundos da realização humana", ou seja, os três níveis de atividade estritamente humanos e os dois super-humanos - a trindade inferior e a Tríade Espiritual. Ocupa-se de toda vida de experiência da alma e sua expressão, depois que a Cruz Mutável haja efetivamente forçado o homem a percorrer o Caminho da Purificação e do Discipulado. Concerne à integração da alma e da personalidade e sua completa fusão.

A Cruz Cardinal governa a manifestação da Mônada em toda a sua glória e beleza, e este ciclo de influência divide-se em duas etapas: uma na qual a Mônada se expressa, nos seis planos da manifestação, em "sabedoria, força e beleza" por meio da alma e personalidade integradas. Esta é uma etapa relativamente breve. Na segunda etapa, retirado e abstraído daquelas formas do Ser, "o UNO prossegue no Caminho superior e passa para os reinos desconhecidos até para o mais elevado dos Filhos de Deus sobre a Terra".

Deve-se acrescentar que a Cruz Mutável é a influência condicionante do grande centro planetário chamado humano; que a Cruz Fixa é predominantemente um conjunto de energias controladoras que governam o centro chamado Hierarquia planetária, e que são por este centro transmitidas; e que a Cruz Cardinal rege e condiciona (de forma desconhecida pelos homens) o grande centro planetário a que chamamos Shamballa.

Vejam, pois, a grandiosidade deste tema. Somente aqueles que conseguem pensar em termos de uma ou outra das três Totalidades citadas acima, saberão do que é que estou falando; mentes com menor capacidade perceberão um quadro geral ou uma visão das possibilidades transcendentais que os ajudarão a expandir a consciência, mas o que eu digo permanecerá (temporariamente) no reino do inatingível.

O assunto tornar-se-á, técnica e academicamente, mais claro se acrescentarmos o seguinte:

1. A Cruz Mutável é a Cruz do Espírito Santo, da terceira Pessoa da Trindade Cristã, pois ela organiza a substância e evoca resposta dessa mesma substância.

2. A Cruz Fixa, é a Cruz do Filho de Deus, da segunda Pessoa da Trindade, levada pelo amor a encarnar na matéria e a ser conscientemente crucificada na Cruz da matéria.

3. A Cruz Cardinal é a Cruz do Pai, o primeiro aspecto da sagrada Trindade, Que exalou de Si o Espírito Santo (o Sopro) porque a Mente de Deus visualizou um destino para a matéria que há muito era esperado.

Agora que "a hora era chegada", o Filho cumpriu a lei em cooperação com o Espírito Santo, e isto em resposta ao "fiat" do Pai.

Estas três Cruzes estão, na totalidade de sua manifestação, relacionadas às três energias básicas que trouxeram o sistema solar existência; constituem as três maiores e sintéticas expressões da Vontade divina, motivada pelo amor e expressando-se através da atividade. Nestas Cruzes, a habilidade para ver a Totalidade, propósito-motivo-expressão, vida-qualidade-aparência, muda. Na Cruz Mutável o homem nada vê, sofre, angustia-se, deseja, luta, é a aparente vítima das circunstâncias .e caracteriza-se por uma visão velada e anseios incipientes, os quais gradualmente tomam forma até que ele atinge a etapa de submissão e aspiração. A seguir, ele passa para a Cruz Fixa e começa a perceber o propósito da experiência na Cruz Mutável (no que concerne a humanidade) e compreende que há um propósito hierárquico que só pode ser percebido pelo homem que está disposto a ser crucificado nessa Cruz. Ele alcança a etapa da responsabilidade, da autopercepção e da direção correta. Sua orientação agora é "a espiritualmente vertical que envolve a incluente horizontal." Nesta etapa, o Plano do Logos começa a tomar forma em sua consciência. Na Cruz Cardinal, o propósito e as consumações unificadas das crucificações anteriores tornam-se tão aparentes que quase o cegam, e a visão do intento unificado de três Pessoas da Trindade subjacente (cada uma em Sua própria Cruz) emerge claramente.

Talvez a simplicidade dos seguintes símbolos ajude a esclarecer o que estou tentando transmitir:

A Cruz Mutável da mudança material e movimento constante pode ser representada pela swástica. O homem é

inconsciente das quatro energias entrantes e pouco pode interpretar em termos da alma. Ele recebe o impacto das energias, que o impele à atividade material. Esta Cruz da personalidade dedica o homem nela crucificado aos fins materiais para que ele, eventualmente, aprenda o USO divino das energias. É no aspecto inferior desta Cruz que os nazistas a escolheram para seu símbolo; estavam expressando, ao final do ciclo material da existência humana, o uso falso e maligno da matéria, cuja chave é a separatividade, a crueldade e o egoísmo. O mau uso da substância e a prostituição da matéria e forma para fins maléficos é o pecado contra o Espírito Santo. Podemos dizer que a swástica "impele para um terrível perigo e para caminhos do mal, aqueles cuja cobiça é grande e que não vêm beleza na luz nascente e não conhecem o amor pelas vidas humanas". Aqueles que não respondem aos aspectos inferiores e efeitos da Cruz rodopiante (como é às vezes chamada) "a swástica atira-os para longe de si até que eles repousem sobre a Cruz da crucificação escolhida”, a Cruz Fixa do discípulo aceito.

O símbolo da Cruz Fixa, no que concerne à humanidade, pode ser representado assim: Temos aqui a Cruz:

da humanidade. Nela o homem é iluminado e está consciente dos efeitos do ciclo completado (indicado pelo círculo) das quatro energias a que ele esteve sujeito na Cruz Mutável.

O símbolo para a Cruz Cardinal é mais complicado e pode ser representado assim: o triângulo da

Mônada manifestada, mais os três ciclos de quatro energias focalizadas e mescladas em uma unidade; mais a linha da evolução (evolução da consciência) descendo profundamente até a matéria e incluindo-a e ao mesmo tempo, atingido os "Espaços da Divindade".

Muito do que se pode dizer a respeito das três Cruzes já foi mencionado aqui e ali, quando tratamos separadamente dos doze signos zodiacais, não é necessário repeti-lo aqui. Este Tratado, como A Doutrina Secreta, destina-se a instigar à pesquisa, à investigação, à busca, porque tal processo produz um efeito específico sobre as células do cérebro e provoca a necessária estimulação. No estudo das Cruzes, o verdadeiro significado de sua influência somente aparecerá quando vocês começarem a pensar em termos de síntese ou da relação das quatro correntes de energia, fluindo unificadas, sobre qualquer forma da manifestação divina, e através dela. Isto não é nada fácil, pois a habilidade para pensar sinteticamente está apenas começando a aparecer nas mais avançadas mentes da raça. Isto pode ser ilustrado, e ainda assim só analiticamente (o que sempre nega a síntese) dizendo-se, no que tange à Cruz Mutável, por exemplo, que a síntese da evolução, seu problema e sua meta aparecem numa apresentação unificada, total, quando as influências são observadas assim

1. Gêmeos - a apresentação da dualidade.
2. Virgem - a apresentação da vida e forma mescladas.
3.Sagitário - a apresentação da energia focalizada.
4.Peixes - a apresentação do uma radiância mesclada.

Esta radiância culminante é o resultado da focalização da vida, intenção e energia num "ponto de poder radiante." Já lhes disse que, em relação à Cruz Mutável no tempo atual, o signo de Peixes é o mais potente, e quando o trabalho da Cruz Mutável estiver realizado, o discípulo submisso passa para a Cruz Fixa e se prepara para as provas da iniciação. Na simbologia ocultista do Velho Comentário, isto está expresso assim:

"A Luz brilha porque a luz maior e a luz menor aproximam-se, e uma invoca a outra. Suas luzes mescladas, embora ainda não sejam um sol radiante, estão rapidamente fundindo-se. Estas luzes mescladas revelam o Caminho Iluminado.

O homem vê a si mesmo tomando este outro Caminho, o Caminho das totalidades iluminadas; este conduz da forma para a alma, da escuridão para a luz e assim ao redor da Roda. Retrocedendo sobre seus passos e movendo-se para trás no Caminho (a roda reversa do zodíaco - A. A. B.) ele avança.

Uma nova luz faz sua entrada. As Sete Irmãs desempenham sua parte (as Plêiades estão em Touro, o primeiro signo da Cruz Fixa) e então, três luzes brilham. E assim um sol radiante aparece."

O tema de cada uma das três Cruzes é fusão e integração. A fusão da personalidade num todo funcionante; a fusão, conscientemente feita da alma e personalidade; a fusão da tríplice expressão da divindade - a Mônada, o ego e a personalidade - de modo que haja o aparecimento das energias mescladas. A nota chave de suas influências é o poder de incluir e a total expressão simultaneamente, no tempo e espaço, da vida vertical e horizontal.

É preciso notar que há sete formas de luz, relacionadas com as substâncias dos sete planos, as quais são estimuladas e intensificadas pelas doze formas de luz das doze Hierarquias Criadoras, cada uma delas relacionadas a algum dos signos zodiacais. Não me alargarei sobre isto porque está relacionado com os mistérios das iniciações superiores. Isto foi mencionado apenas para ser apreciado como um fato oculto que ainda não pode ser comprovado. Uma afirmação paralela seria que a luz dos sete centros no homem (quando intensificada pela luz dos sete centros planetários) e os cinco reinos da natureza (7+5=12), mais as doze luzes do zodíaco produzirão a consumação da efetividade da "luz" que tornará possível a expressão do todo. Isto, por meio da humanidade. Esta é uma afirmação básica que, por enquanto, pouco significa para vocês, mas que - no próximo século - formará o pensamento-semente ou o "som chave" para a próxima revelação do Ensinamento Antigo.

Até que o significado das três Cruzes seja mais completa e sinteticamente compreendido pelos astrólogos e investigadores, é quase impossível encontrar as palavras necessárias para transmitir com clareza o significado pretendido. Ainda não houve até agora de parte dos astrólogos (mesmo os mais avançados), uma real tentativa para chegar à compreensão geral ou sintética do efeito das Cruzes sobre a humanidade.

Tudo que até agora foi comunicado é o efeito de um braço da Cruz sobre o indivíduo nascido num determinado signo, porém há uma fusão de energias a ser notada quando, esotericamente falando, o homem "está no ponto do meio do caminho onde as quatro energias se encontram".

O homem cujo signo solar está em Gêmeos, por exemplo, está submetido a forças que fluem através da Cruz como um todo, exceto se ele for um ser humano de grau muito inferior. Ele será sensível às influências dos outros três signos quando estes exercem o poder à medida que o zodíaco anual desempenha a sua parte. Futuramente, quando o valor prático da astrologia esotérica for melhor compreendido, os homens se aproveitarão das três energias dos outros três signos da Cruz, na qual se encontra o signo no solar. Este é um desenvolvimento futuro da ciência da astrologia esotérica. Traduzindo isto nos termos mais simples e, portanto, limitando forçosamente os significados: em Sagitário, o homem se esforçará para praticar a uni-direcionalidade segundo esta ou aquela linha; em Virgem, ele saberá que tem a oportunidade de pôr a forma mais sob a influência do Cristo oculto, e que em Peixes, a sensibilidade à impressão superior é seu direito e privilégio. As quatro possibilidades, no que tange ao iniciado avançado, foram belamente demonstradas para nós na vida de Jesus, o Mestre do 6° raio.

O aspecto-Gêmeos de Sua vida mostra-se na perfeita fusão da dualidade básica encontrada na humanidade; o humano e o divino.

O aspecto-Virgem expressou-se no Seu 12° ano quando Ele disse: "Não sabeis que devo tratar dos assuntos de Meu Pai?", indicando assim a subordinação da vida forma à vontade do Cristo interno, o que foi consumado quando "a divindade desceu sobre Ele , no Batismo.

A energia de Sagitário capacitou-O a dizer, quando confrontado com o pleno conhecimento do sacrifício iminente que teria que fazer: "Preciso ir para Jerusalém", e, lemos que Ele, então, voltou Sua face percorreu o Caminho do Salvador, que conduz a liberação da humanidade.

O aspecto-Peixes na sua mais alta expressão e demonstrado pela Sua sensitividade ao contato imediato e contínuo com o Seu "Pai no Céu". Ele estava em comunicação constante com a Mônada, provando assim ao mundo que Ele era iniciado em estados de consciência dos quais a 3a. iniciação é apenas o começo.

Todas as três Cruzes são mostradas em funcionamento em Sua vida - algo até então desconhecido na perfeição que Ele demonstrou - a perfeição da perfeita capacidade de resposta também da perfeita demonstração do resultado, dando-nos uma manifestação e um exemplo da fusão das doze energias numa Personalidade divina (expressando a Individualidade) no plano físico. Completemos brevemente a demonstração desta verdade -a verdade de que no iniciado de graus superiores, as doze energias zodiacais podem focalizar-se simultaneamente e produzir uma completa exibição da divindade, tal como está destinada oportunamente a expressar-se por meio da humanidade, neste planeta. Acabei de dar-lhes a expressão da Cruz Mutável; agora consideraremos as outras, em relação ao Cristo e ao Cristo Cósmico.

A CRUZ FIXA

Touro - Cristo disse (tal como todos os Filhos de Deus que conhecem o significado da Cruz Fixa), ”Eu Sou a Luz do mundo,” e acrescentou, "se teu olho for único, todo o teu corpo se encherá de luz.” Touro é, como já ouviram dizer, a Mãe da Iluminação, e o ”olho do Touro” é o símbolo do olho a que Cristo fez referência.

Leão - Este é o signo da identidade autoconsciente. Disto Cristo deu testemunho nas palavras ditas a Seus discípulos: ”De que servirá ao homem ganhar todo o mundo, se ele perde sua alma?” ou o seu centro de autoconsciência - aquele significativo ponto de realização que tem que preceder a todos os estados de consciência mais inclusivos.

Escorpião - O significado deste signo na vida de Cristo foi omitido no Novo Testamento, mas preservado na antiga lenda cristã de que, no próprio berço, o Cristo matou ou estrangulou duas serpentes, referindo-se assim aos pares de opostos que não mais O poderiam controlar.

Aquário - A expressão desta influência foi belamente ilustrada na história da Última Ceia. Cristo enviou Seus discípulos à cidade para que encontrassem o homem "levando ao ombro o cântaro de água.” Isto é o Símbolo do signo de Aquário - o signo no qual a universalidade da água da Vida se tornará um fator na consciência humana, e então, nós realmente nos sentaremos para comungar do pão e do vinho. Referiu-se indiretamente a essa mesma ideia quando disse que Ele era a "água da vida", que sacia a sede da humaniade.

Deste modo, através do uso das energias dos quatro signos da Cruz Fixa, Cristo demonstrou a perfeição.

A CRUZ CARDINAL

Nos quatro signos desta Cruz, também Ele manifestou suas energias em sua forma mais elevada (segundo o ângulo da compreensão humana), embora mais por implicação do que por afirmações diretas.

Áries - Este signo, que é o signo dos começos, forneceu o impulso e energia que O capacitou a inaugurar a era cristã; iniciou, por meio d'Ele, a "era do Amor", que só agora começa a tomar forma, e sua potência é agora tão grande que provocou, paradoxalmente, a atual ruptura no mundo.

Câncer - A potência deste signo foi expressa pelo Cristo nas palavras frequentemente mal interpretadas: "Tenho outros cordeiros que não estão neste rebanho, dos quais devo também cuidar." Referia-se Ele à consciência da massa em contraposição à consciência iniciática de Seus discípulos. Câncer é um signo de massa.

Libra - Cristo encontrava-se no ponto de equilíbrio da evolução humana. Ele estava entre o velho mundo e o novo, entre o Ocidente e o Oriente. Na era cristã alcançou-se um "ponto de equilíbrio" ou aquela "crise de equilíbrio" no reino humano.

Capricórnio - Este signo marca o ponto de concreção e de cristalização que, eventualmente, resulta na morte da forma. Vemos isto acontecer hoje.
No Seu triunfo sobre a morte e na Sua ressurreição para a vida, Cristo indicou o profundo mistério de Capricórnio.

Um estudo destas sugestões sobre a vida de Cristo trará luz ao assunto das três Cruzes. É desnecessário lembrar-lhes a esta altura que no Monte Gólgota as três Cruzes foram assim representadas:

1. Cruz Mutável- o ladrão não arrependido. Humanidade
2. Cruz Fixa - o ladrão arrependido. Hierarquia
3. Cruz Cardinal- a Cruz do Cristo. Shamballa

2. A Cruz do Cristo Crucificado

Para os leitores deste Tratado, a Cruz de primordial importância é a Cruz Fixa nos Céus. O número de aspirantes aos Mistérios aumenta constantemente hoje, e isto envolve sua reorientação em direção à Luz, sua reversão consciente na roda do zodíaco, e a compreensão dos objetivos dos processos aos quais se entregam na Cruz Fixa. Os discípulos tendem a pensar que o fato de tomar lugar nessa Cruz, demonstrando vontade de ser testado e mostrar inalterável estabilidade, é o principal fator envolvido. Na realidade, isto de modo algum é assim.

Cada uma destas Cruzes faz sentir sua presença como uma quádrupla esfera de influência ou um potente centro de energia por meio de um "som invocador." Este som parte de cada uma das Cruzes e produz um resultado e uma resposta de alguma fonte. É este fato novo sobre as Cruzes que é importante e sobre ele me deterei, ainda que brevemente. Somente quando a influência dos quatro braços de cada Cruz tenha produzido seu efeito sobre o indivíduo, é que é feita a transição de consciência de uma Cruz para outra - cada transição marcando um ponto de crise, tanto no indivíduo quanto no todo maior. É iniciado então, um processo de invocação - inconscientemente, a princípio, algo como um chamado difuso, e mais tarde, conscientemente, quando toma a forma de um apelo focalizado.
Quando chega o momento da transição da Cruz Mutável para a Cruz Fixa, três coisas Ocorrem:

1. A influência das quatro energias da Cruz Mutável deu uma vasta experiência à vida na forma.

2. Cresce paulatinamente uma profunda insatisfação na consciência do homem que está fazendo a transição. Ele exauriu quase todo o desejo material, e não mais o atrai o Caminho para a matéria; as necessidades da natureza física não mais o dominam; ele teme os impulsos que emanam do plano astral; ele está mentalmente desperto e ativo como uma personalidade funcionante. Contudo, permanece insatisfeito e está incomodamente consciente disso.

3. Ele se volta para a invocação, processo este que se divide em duas etapas:

a. A etapa da aspiração, vaga e irregular, mas que gradualmente assume o poder.

b. A etapa do misticismo, que se mescla ao ocultismo (o estudo das coisas ocultas). A dualidade é agora conscientemente reconhecida mas ainda incomoda, e o caminho superior e a visão espiritual são contatados. O desejo dá lugar a uma vaga disposição para o que podemos chamar amor. Este é o movimento na personalidade do emergente aspecto divino, e é este aspecto que o homem busca invocar. Quando a invocação fica adequadamente forte, então, a verdadeira evocação tem lugar, e o discípulo (pois agora o homem tornou-se um discípulo) ascende à Cruz Fixa.

O que está dito acima é uma verdade para o discípulo individual e hoje também para a humanidade como um todo, e - como tenho afirmado com frequência - é este processo de invocação que está tendo lugar na família humana, o responsável pela terrível crise atual. As duas etapas descritas acima estão hoje presentes, de forma geral e potente, na humanidade.

O reconhecimento destas etapas na humanidade levou-me, sob a orientação da Hierarquia, a divulgar - em momentos bem distanciados um do outro - duas estrofes de um grande mantra ocultista. A primeira, usada em 1936, referia-se a aspiração da massa dos povos no mundo, que está hoje mais pronunciada do que antes e focalizando-se cada vez mais no verdadeiro bem-estar.

A Grande Invocação

Que as Forças da Luz tragam iluminação à humanidade.
Que o Espírito da paz se estenda por todo o mundo.
Que os homens de boa vontade em todas as partes, se unam num espírito de
cooperação.
Que o perdão entre todos os homens seja a nota chave desta época.
Que o poder assista os esforços dos Grandes Seres.
Que assim seja, e nos ajude a cumprir a nossa parte.

O uso desta primeira estrofe teve sucesso imediato e contou com a resposta das pessoas boas e bem intencionadas cuja focalização é predominantemente astral e cuja meta é a paz e a tranquilidade. Esta paz e tranquilidade proporcionam uma 'área de consciência" na qual a aspiração pode florescer, o conforto físico e emocional pode ser obtido e o reconhecimento da visão mística se torna possível.

A segunda estrofe foi dada mais tarde, destinada a ser um teste e um "ponto de decisão numa época de crise. ”

Que surjam os Senhores da Libertação.
Que Eles venham em socorro dos filhos dos homens.
Que apareça o Cavaleiro vindo do Lugar Secreto.
E vindo, os salve.
Vinde, ó Poderoso Ser.
Que as almas dos homens despertem para a Luz,
E possam elas, como um todo, permanecer firmes em seu propósito.
Que o Senhor faça soar o Seu fiat:
É chegada a hora do fim do sofrimento!
Vinde, ó Poderoso Ser.
É chegada a hora do serviço da força da salvação.
Que ele se estenda por todo o mundo, ó Poderoso Ser.
Que a Luz, o Amor o Poder e a Morte Cumpram o propósito dAquele Que Vem.
A Vontade de salvar está presente.
O Amor para levar avante o trabalho está largamente difundido.
A Ajuda Ativa de todos aqueles que conhecem a verdade também está presente.
Vinde, Ó Todo Poderoso, para fundir os três e construir a grande muralha defensora.
O reinado do mal deve terminar AGORA.

Esta invocação, durante esta prova, foi oferecida às massas, mas estava primordialmente destinada a ser usada por aqueles aspirantes e discípulos que são, não apenas místicos, mas que tenham feito alguma progresso no caminho do ocultismo. Estão mentalmente focalizados em sua atitude; reconhecem o caminho superior; a visão foi vista e estão agora prontos para algo mais próximo e real. Portanto, a última estrofe foi dada, principalmente, para uso daqueles que já passaram, ou estão em processo de passar, para a Cruz Fixa.

É por esta razão que o uso da segunda parte da Grande Invocação foi relativamente limitado. Foi repudiada (quase violentamente às vezes) pelas pessoas do tipo emocional que nada mais enxergam a não ser a beleza da paz - a nota da expressão no plano astral. A visão que têm do todo maior e da evocação da vontade-para-o-bem (que NÃO é a vontade-para-a-paz), é extraordinariamente limitada, embora não por sua culpa. Isso simplesmente indicava seu lugar na escada da evolução e marcou um ponto de serviço relativamente útil, mas um ponto que está em processo de ser transcendido.

No mundo de hoje, as pessoas estão começando a compreender (através do sofrimento e seu consequente reflexo) que há algo maior do que a paz: o bem do todo e não apenas as condições de paz individual ou nacional. Esta reorientação da consciência humana é provocada pela atitude determinada pela fusão das almas dos homens, organizadas e focalizadas pela visão do bem estar geral da humanidade.

Contudo, era essencial que estas atitudes distintas aparecessem com toda clareza, e por essa razão divulgamos as duas estrofes da Grande Invocação separadamente e em diferentes momentos. Dessa maneira foi vista a diferença de atitude entre a massa das pessoas bem intencionadas no mundo, e as atitudes corretamente orientadas dos aspirantes inteligentes e discípulos. Isto foi necessário antes que pudesse ter lugar uma ação mais ampla. Contudo, quero lembrar-lhes que ambos os grupos são necessários. O primeiro grupo - emocional e idealista - desempenha o seu papel focalizando a aspiração fluídica da massa. Sua responsabilidade é com o público em geral. O outro grupo, de pensadores treinados e pessoas animadas principalmente pela vontade-para-o-bem (que é mais importante neste ciclo mundial do que a vontade-para-a-paz) tem como função levar a cabo a evocação hierárquica que vem em resposta à aspiração do primeiro grupo. Eles focalizam esta aspiração no plano mental, criam um pensamento-forma que incorpora o objetivo e projetam o "apelo" que possa alcançar os ouvidos dos Senhores da Libertação.

A fusão da invocação e a união do pedido vindo dos diferentes níveis da consciência humana far-se-á sentir poderosamente nos Centros ocultos da Força de Salvação. É esta unificação do apelo que precisa agora ser organizada. Assim, a massa da humanidade será estimulada a mover-se da Cruz Mutável para a Cruz Fixa, e o novo ciclo mundial, começando em Aquário (um dos braços da Cruz Fixa) será definitivamente inaugurado pela própria humanidade.

Podemos dizer, portanto, que a Grande Invocação dada primeiro foi para uso daqueles que estão crucificados na Cruz Mutável, a Cruz da mudança, enquanto que a segunda invocação é para uso daqueles que estão crucificados na Cruz Fixa, a Cruz da correta orientação. É para o uso dos homens e mulheres cuja meta é a vontade-para-o-bem, que pensam em termos de serviço mundial, e que estão orientados para a luz - a luz do conhecimento, a luz da sabedoria e da compreensão, e a luz da própria vida.

Na Cruz Fixa, a influência unificada de suas quatro correntes de energia - quando se expressam plenamente através de um discípulo individual e através da Hierarquia - produz três condições emergentes:

1. Há uma vasta experiência de vida, atividade e consciência grupais. O homem autoconsciente de Leão torna-se o homem grupo - consciente em Aquário.

2. Surge na consciência do discípulo uma visão do "infinito Caminho do qual Nirvana é apenas o começo."

3. Reconhece seu trabalho mediador, que é a tarefa principal da Hierarquia, mediando entre Shamballa e a Humanidade. Sabe que precisa levar adiante a tarefa dual de invocação e evocação simultaneamente - a evocação (por meio da correta invocação) da vontade-para-o-bem dos aspirantes e pensadores mundiais, e também a vontade-para-salvar dos Senhores de Shamballa, através da Hierarquia, da qual ele está em condição de aproximar-se. Toquei aqui em grandes mistérios.

Assim, a princípio, desperta nele uma vaga determinação que, com o tempo, dá lugar à evocação da vontade nele próprio. Isto, eventualmente, o relaciona com o aspecto vontade da Deidade que emana Dela e desce para Shamballa, e daí para a Hierarquia em Cuja organização espiritual ele está sendo gradualmente integrado através da experiência na Cruz Fixa. Devemos destacar aqui que:

a. A experiência na Cruz Mutável integra o homem com o centro que chamamos Humanidade.

b. A experiência na Cruz Fixa integra o discípulo o segundo Centro planetário que chamamos Hierarquia.

c. A experiência na Cruz Cardinal integra o iniciado no principal Centro planetário que chamamos Shamballa

Ele se transforma, oportunamente, num centro radiante de vontade espiritual, que afeta a humanidade, evoca-lhe a vontade-para-o-bem, e mescla-a à Hierarquia até onde lhe é possível, fundindo sua vontade com a atividade hierárquica, num esforço para evocar resposta de Shamballa.

3. A Cruz do Cristo Ressuscitado

Nada mais posso dizer sobre este assunto, nem haveria utilidade em me estender sobre as condições que emergem na consciência do iniciado na Cruz Cardinal. Minhas palavras não fariam sentido. A maioria de vocês está num estado de transição em que estão estabilizando a vontade individual, e tentado cada vez mais expressá-la na vontade-para-o-bem. Quero que compreendam claramente que se estiverem condicionados pela vontade-para-a-paz, então estarão trabalhando em níveis emocionais e que seu trabalho, neste caso, será com a primeira estrofe da Grande Invocação e sua distribuição às massas. Se for a vontade-para-o-bem que os influencia e direciona então vocês têm que acrescentar, ao despertar da aspiração da massa, a tarefa de evocar nos pensadores e aspirantes a resposta às necessidades do mundo, por meio da segunda estrofe, reunindo os dois enfoques num esforço para evocar, através da Hierarquia, a vontade-para-salvar de Shamballa.

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