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Livros de Alice Bailey

Astrologia Esotérica


Capítulo II - Parte 4
A Natureza da Astrologia Esotérica
1. Centros e Triângulos de Força
2. As Cruzes e os Signos
3. Os Efeitos Espirituais das Constelações do Zodíaco
3.10 Câncer, o Caranguejo
3.11 Gemini, os Gêmeos
3.12 Taurus, o Touro

CÂNCER, O CARANGUEJO

Este signo não é facilmente compreendido pelo estudante comum porque ele é o polo oposto - psicologicamente falando - do estado de consciência grupal para o qual tende a humanidade atualmente. E difícil para o estudante casual distinguir com precisão entre consciência de massa e consciência de grupo. Os seres humanos estão hoje, de modo geral, no meio do caminho entre esses dois estados de mente, embora talvez seja mais correto dizer que uma grande minoria se está tornando grupo-Consciente, enquanto que a maioria está emergindo da etapa de consciência de massa e tornando-se indivíduos autoconscientes. Isto explica muitas das dificuldades do mundo atual e dos choques de idealismos. Os dois grupos trazem uma abordagem diferente aos problemas mundiais de nossos dias. Temos, pois, três signos que sob o ângulo da consciência - estão intimamente relacionados e contudo, amplamente separados e diferenciados em efeito:

1. Câncer - consciência de massa - percepção instintiva
2. Leão - autoconsciência - percepção inteligente
3. Aquário - consciência grupal - percepção intuitiva

Já abordamos grande parte disto e não há necessidade de repetições ao estudarmos os polos opostos de signos já considerados. Não pretendo referir-me desnecessariamente e em detalhes a pontos com os quais vocês já estão familiarizados, exceto para chamar-lhes a atenção para o belo e sintético desenrolar do Plano divino.

Este signo, como já sabemos, é um dos dois portões do zodíaco porque, através dele, passam as almas para a manifestação exterior e apropriação da forma, e subsequente identificação com ela por muitos e longos ciclos. É o "portão que permanece aberto de par em par, fácil de atravessar e que, contudo, conduz ao lugar da morte e ao longo aprisionamento que precede à revolta final". Está aliado à natureza material e à mãe das formas, assim como o outro portão, Capricórnio, está aliado ao espírito, o pai de tudo que É.

Neste signo oculta-se todo o problema da Lei do Renascimento. A reencarnação está implícita no universo manifestado e é um tema básico e fundamental subjacente à pulsação sistêmica. Há certas coisas relacionadas à reencarnação que eu gostaria de esclarecer.

Este signo, Câncer, principalmente ligado ao mundo das causas, apresenta grande indefinição sobre seu significado interno e uma aparentemente vaga sutileza que escapa ao pensador comum. O mesmo se passa com todos os signos que formam a Cruz Cardinal dos Céus. Em última análise, somente o discípulo iniciado consegue penetrar no verdadeiro significado destas influências zodiacais que pulsam através do universo manifestado, porque elas são muito mais a expressão do espírito ou vida do que da alma ou corpo. Portanto, até após a 3a. Iniciação - como já foi dito várias vezes - pouco há que se possa dizer ou saber sobre aquela misteriosa essência que é a divindade em movimento. Quando, por exemplo, vocês leem que as notas-chave deste signo podem ser expressas pela frase bíblica "o Espírito de Deus movia-se sobre as águas", isso na realidade significa alguma coisa para vocês? Poderão dizer que significa que Deus tornou-se substância e produziu pelo movimento as formas tangíveis exteriores. Mas será que isso realmente lhes transmite uma verdade inteligível? Em Câncer, Deus soprou nas narinas do homem o sopro da vida e o homem tornou-se uma alma vivente. Nestas palavras está estabelecida a relação que existe na mente de Deus entre espírito (o sopro da vida), a alma (consciência) o homem (a forma). Ainda assim, será que esta frase transmite à sua mente um conceito inteligível? Penso que não, porque a síntese da relação final está além da compreensão comum e seu "vínculo" ou unidade essencial (que está fora da consciência e da realidade conhecidas) tem lugar primeiro que tudo neste signo - um dos mais antigos e um dos primeiros reconhecido e estabelecido pela antiga humanidade como um fator influente.

Afirmo uma verdade básica - vagamente aceita por vocês - que em Áries a substância essencial da manifestação despertou para renovada atividade sob o impacto do desejo divino, impelido pelo Sopro divino, pela Vida divina ou Espírito.

Em Câncer, esta substância viva assumiu uma tríplice relação diferenciada à qual damos os nomes de Vida (Áries), de Consciência (Touro, o signo seguinte a Áries) e de dualidade manifestada (Gêmeos, signo que precede a Câncer) e estes três, fundidos, vieram à manifestação exterior em Câncer, completando assim, um quaternário esotérico de grande importância. Aqui teve lugar a primeira grande fusão, incipiente e não percebida. Em Libra, isto alcança um ponto de equilíbrio um tanto estático, de modo que esta triplicidade essencial aparece claramente, numa relação recíproca. Em Capricórnio, o signo da iniciação, esta triplicidade básica começa a volver ao estado primitivo de "sopro do espírito" porém, desta vez, com plena percepção e com plena e apropriada organização, de modo que a forma é uma perfeita expressão da alma e esta sente as pulsações da Vida Una e a elas responde à medida que Vida revela, através de sua atividade, a perfeita vontade do Logos.

O segredo (assim chamado) da Cruz Cardinal é o segredo da própria Vida, assim como o segredo da Cruz Fixa é o segredo da alma ou o mistério da entidade autoconsciente, enquanto que a Cruz Mutável esconde o mistério da forma.

Nestas palavras temos o segredo da manifestação como um todo e do mistério que foi revelado ao Cristo na crucificação final do qual testemunhou sua compreensiva reação na triunfante exclamação registrada no Novo Testamento: "Senhor, Senhor, por que Me abandonaste?". Ele então deixou a Cruz Fixa e a Identidade que até então fora Sua, e identificou-Se com aquilo que lhe fora então revelado. Estas palavras, inexatamente traduzidas na Bíblia cristã, têm três significados ou verdadeira significação. A tradução sugerida em A Doutrina Secreta (D.S. II.613). "O manto, o manto, o belo manto de minha força, não mais tem serventia", expressa a revelação interna da Cruz Mutável como foi revelada ao Salvador, olhando a vida sob o ponto de vista da alma. Nas palavras, "Deus, Deus, por que Me abandonaste", foi-Lhe mostrado o mistério da Cruz Fixa, e o segredo da Cruz Cardinal foi pela primeira vez, posto diante de Seus olhos. As palavras que incorporam o mistério central, ainda não foram dadas. Um dos fatores que distinguiram o Cristo de todos os Salvadores mundiais anteriores, foi o fato de que Ele foi o primeiro de nossa humanidade que, tendo alcançado a divindade (e isto tem sido feito por muitos), teve permissão para ver "o dourado fio de luz e de Vida vivente que liga a luz que se encontra no centro de todas as Cruzes manifestadas"; foi-Lhe permitido conhecer o significado da vida ao expressar-se na Crucificação Cósmica, que é um episódio de Vida cósmica e não de morte, como geralmente se supõe.

Hércules compreendeu o real significado da Cruz Mutável e, com pleno conhecimento, subiu à Cruz Fixa, com todas as labutas e dificuldades que a acompanham. O Buda compreendeu, através da perfeita iluminação, o significado tanto da Cruz Mutável quanto o da Cruz Fixa, porque possuiu o segredo da revelação em Touro, assim como o segredo da energia direcionada em Escorpião foi a fonte da força de Hércules. Mas o Cristo, conhecendo ambos os segredos, também alcançou com viva compreensão, o mistério da Cruz Cardinal, porque a luz da Transfiguração, sofrida em Capricórnio, Lhe revelou a glória e o mistério transcendental.

Há também duas palavras que traduzem o propósito e o intento de expressão na Cruz Cardinal. Elas explicam porque os dois "Portões do Zodíaco" se abrem ao impulso e demanda do Espírito divino. Uma das palavras é "autopreservação" que conduz à encarnação em Câncer, que é o Portão para a expressão do espírito no plano físico. Este impulso (quando a forma é o principal objeto de atenção da alma e aquele com o qual primeiramente se identifica) produz a etapa de concreção estática no signo de terra de Capricórnio. A outra palavra é "imortalidade", que é o aspecto divino da autopreservação; é o fator mais importante no processo criativo e conduz à total revelação da evolução, ao periódico aparecimento da vida na forma, e à revelação da vida na forma. Em Capricórnio, na 3a. iniciação, este aspecto vida assume importância primordial.

Veem, portanto, porque a Cruz Cardinal é tão misteriosa, e também porque Câncer e Capricórnio são tão pouco compreendidos pelo astrólogo moderno, e porque, em última análise, somente os iniciados Filhos de Deus conseguem captar o significado dos quatro signos que formam a Cruz Cardinal, ou compreender a relação que existe entre as quatro principais energias que - jorrando através dos quatro braços desta Cruz - produzem o vórtice de força (uma força sintética) que constitui aquele "lago de pura e ígnea luz" através do qual todos aqueles que recebem iniciações superiores têm que passar. Os que recebem as duas primeiras iniciações têm que percorrer o Caminho que atravessa o Solo Ardente. Os que recebem as iniciações maiores têm que mergulhar no mar de fogo, que é, essencialmente, o fogo de Deus depurado de todos os aspectos da forma material por meio da completa purificação do desejo.

Todo o tema do renascimento é pouco compreendido atualmente. A maneira como tem sido apresentado, e a ênfase dada a pequenos detalhes insignificantes, distorceu e desviou o grande alcance deste tema, e ignorou a verdadeira importância do processo; as linhas gerais do processo da encarnação têm sido negligenciadas. No debate a respeito de quanto tempo um homem fica fora da encarnação, e na consideração de tolos detalhes que não podem ser comprovados, e na pueril reconstrução de vida passadas por pessoas inclinadas à teosofia (sem base em verdade alguma), perdeu-se de vista a real verdade e a beleza do tema.

Câncer é um ponto na triplicidade da água, e o simbolismo que subjaz aos três signos da água é interessantíssimo numa determinada direção. Temos, como é sabido, o Caranguejo, o Escorpião e as Deusas Peixe do signo de Peixes. Na antiga Lemúria, o símbolo de Peixes era uma mulher com cauda de peixe, e uma lembrança deste símbolo é a legendária sereia. Foi somente nos últimos tempos de Atlântida (quando a consciência da dualidade começava a despontar na mente da humanidade avançada da época) que a parte mulher do símbolo foi abolida e os dois peixes ligados entre si tomaram o lugar das Deusas

Peixe. Temos, pois, o Caranguejo, o Escorpião com o ferrão na cauda e o Peixe. O Caranguejo que se move devagar, identificado com o lugar onde mora e que carrega a casa nas costas, vive em terra (vida no plano físico) e também no mar (a vida das emoções); o Escorpião, de movimentos rápidos, de efeito mortal sobre os homens ao redor, é uma criatura da terra; é também o símbolo do Caranguejo transformado e o resultado do processo evolutivo, e indica a perigosa natureza do homem que ainda não se transformou e que é, portanto, daninho para os demais; os Peixes indicam o homem de quem foi retirado o símbolo da materialidade, pela remoção de metade do símbolo original, indicando assim a libertação da matéria. Os três signos de água nos dão, portanto, a história breve e simbólica do crescimento do homem e do verdadeiro desenvolvimento da personalidade. É um quadro da lei de causa e efeito. Vocês mesmos podem desenvolver estas ideias e alcançar as evidentes implicações.

Há também uma significativa relação entre cinco signos profundamente esotéricos em sua natureza e efeitos quando impelidos a esta particular interação. Entram em atividade unicamente na metade do retorno da roda da vida ou da "roda da ação vital ou do empreendimento consciente", segundo o Velho Comentário. Este é o nome dado à roda quando ela gira, ao contrário dos ponteiros do relógio, de Áries a Peixes, via Touro. Esta relação quíntupla é unicamente estabelecida no Caminho do Discipulado e é produzida pela ligação entre Câncer-Virgem-Escorpião-Capricórnio-Peixes. Nos horóscopos dos futuros discípulos, esta significativa interação de forças será reconhecida como dominante no mapa numa determinada e peculiar etapa do discipulado. Neste caso, os discípulos nascerão em um destes signos ou os terão como signo ascendente.

Temos dois signos de água e terra (Câncer e Virgem) na etapa da ênfase subconsciente quando tudo está latente e escondido. A consciência humana é apenas embrionária em Câncer, porque é a mente da massa que domina, e não a mente individual. Em Virgem, a vida crística ou consciência está escondida e o Cristo-Menino está ainda em embrião no útero da matéria e do tempo, e durante esta etapa, a ênfase recai sobre a forma que vela e oculta a realidade. A alma humana e a alma divina (a dualidade essencial) estão lá, mas sua presença não é percebida facilmente. Em Escorpião, chegamos a um ponto de transição, de mudança e de reorientação. O que até então estivera oculto, aparece e é trazido à superfície por meio da experiência, dos testes, das provas e do "ferrão da vida". Em Capricórnio - como resultado dos efeitos das influências de Câncer, Virgem e Escorpião - o discípulo começa a demonstrar a capacidade de expressar a vida dos dois reinos, pelo menos numa certa medida, e é um ser humano desenvolvido e também um cidadão do reino de Deus. Portanto, para um iniciado e durante um período de três encarnações, os quatro signos de revelação (Câncer, Virgem, Escorpião e Capricórnio) intensificam seu efeito sobre ele, até que na quarta encarnação ele começa a responder à influência interna de Peixes. Ele demonstra, assim, sua habilidade para reagir à influência de Shamballa e, uma vez estabelecida esta influência, ele se dedica a resgatar e a salvar. Podemos, portanto, dizer que:

1. Em Câncer, a influência da Hierarquia humana começa a fazer sentir sua presença e a incluir o dualismo do homem. Isto emerge claramente em Virgem. Alma e corpo estão estreitamente relacionadas e reunidas numa só forma. O homem é uma personalidade consciente, e isto é o resultado da experiência de Câncer, consumada em Virgem.

Este é o caminho da humanidade, O centro humano está ativo.

2. Em Escorpião, a influência da Hierarquia oculta começa a apor seu selo sobre o ser humano, e sua dualidade essencial é posta à prova. Isto é a preparação para uma nova e mais elevada unificação. Ele está naquele desolador estágio em que ele não é nem a alma, nem a forma o estágio de transição.

Este é o caminho do discípulo. O centro hierárquico o está afetando poderosamente.

3. Em Peixes, a influência de Shamballa reclama o iniciado para seu campo de atividade e o dualismo de alma e espírito emerge agora em lugar do dualismo de alma e corpo que até então fora o mais importante. O poder da forma de manter a alma em cativeiro lhe é negado e as provas e testes do iniciado até a 3a. iniciação são dirigidas para este fim.

Este é o caminho do iniciado.

Terão observado o fato interessante que temos aqui nove signos que levam o homem desde a etapa do aprisionamento na forma à liberdade do reino de Deus, desde o estado de consciência embrionária à plena floração do conhecimento divino, desde a condição de percepção humana à sabedoria consciente do discípulo iniciado. Estes nove signos expressam estritamente o desenvolvimento humano - consciente e superconsciente, embora comece com a consciência de massa de Câncer. Há três signos que os precedem e que proporcionam as realidades sutis ou subjetivas da vontade-de-ser (Áries), o desejo-de-saber (Touro) e o estabelecimento das relações (Gêmeos); estes três constituem o tríplice incentivo para a manifestação do homem e do reino humano. Correspondem cosmicamente aos planos logóico, monádico e espiritual aos quais o alto iniciado tem acesso; quando se trata do conceito numa curva mais inferior da espiral e em relação ao homem comum, eles correspondem aos três veículos do homem: o mental, o astral e o etérico. Relacionam-se, portanto, com a mais elevada e a mais baixa expressão da vida humana. Dei a vocês várias ideias de importância vital. Um dos símbolos do iniciado de um determinado grau é a estrela de cinco pontas com um triângulo no centro. Isto é uma referência ao triângulo de água que acabamos de estudar e à quíntupla vinculação que se estabeleceu na consciência do iniciado.

Vamos agora considerar os regentes deste signo e estudar os planetas que atuam como agentes focalizadores e distribuidores para certas energias cósmicas. Sobre isto muito já indiquei anteriormente, e a real natureza destas energias que jorram sobre nós será compreendida apenas, à medida em que continuamos nossos estudos e investigamos estes signos, segundo a relação que assumem, ao analisá-los em conexão com outros signos possuidores dos mesmos regentes. Quero tornar claro que nos dois regentes deste signo - a Lua e Netuno - temos os símbolos de um estreito relacionamento entre a Mãe de todas as Formas e o Deus das Águas, isto é, entre os dois planetas. Neste casamento esotérico está retratada para a humanidade a síntese da forma e do desejo-sensibilidade e, consequentemente, uma verdadeira afirmação da etapa de consciência que nós chamamos de atlante, que ainda prevalece hoje, constituindo a sensibilidade e identificação da massa com a forma e com as formas, um indício significativo e característico de Câncer e dos cancerianos. Contudo, a Lua relaciona Câncer a dois outros signos, formando um triângulo cósmico: Câncer-Virgem-Aquário. Nesta combinação, temos o signo da consciência de massa, o signo da consciência crística e o signo da consciência universal estreitamente relacionados entre si e todos eles através da influência de Netuno, velado pela Lua.

Como Leão, que nas suas três expressões (ortodoxa, esotérica e hierárquica) é regido pelo Sol, Câncer é o único outro signo a ser regido por um único planeta, embora na astrologia ortodoxa a Lua substitua Netuno porque a natureza forma é a dominante na mais longa etapa do desenvolvimento humano, assim como, esotericamente, é a natureza sensitiva a que domina a maioria dos homens. É com esta tendência estável que o discípulo tem que lutar. Na mente da massa (da qual Câncer é a mais perfeita expressão), por sorte Netuno está encoberto pela Lua, e assim, a forma deixa de registrar ou de rebaixar muitos dos impactos a que o verdadeiro homem é sensível. De um modo geral, a humanidade não está ainda equipada para suportar toda a gama desses impactos, de lidar construtivamente com eles ou transmutá-los e interpretá-los corretamente. No caminho do Discipulado e ao longo da linha do desenvolvimento esotérico, uma das maiores dificuldades e um dos grandes problemas do discípulo é sua extrema sensibilidade aos impactos vindos de todos os lados e sua rápida habilidade em responder aos contatos que lhe chegam de "todos os pontos, de todos os ângulos da roda zodiacal e de tudo que existe no interior e no exterior, assim como tudo que está acima e abaixo", como está dito no Velho Comentário. É também tão difícil para o estudante da época atual compreender a consciência de massa de Câncer, quanto lhe é difícil compreender a percepção grupal ou consciência universal de Aquário, e a este desenvolvimento final a humanidade está relacionada hierarquicamente pela Lua, encobrindo Netuno. O ser humano comum está apenas começando a compreender a etapa da consciência crística individual de Virgem, à qual ele está relacionado pelo mesmo planeta.

Quando não está velado, Netuno deixa de relacionar Câncer a qualquer outro signo. Este é um fato de grande importância, porque indica que, quando o homem é um iniciado, ele não reage às sensações e sentimentos ou relações da personalidade que se expressam através da dor ou do prazer. Tudo isso está superado e no devido tempo a Vida aquosa da reação emocional é ultrapassada pela vida do verdadeiro amor inclusivo. A alma esotericamente "apaga" a Lua e todos os traços da vida netuniana. O iniciado deixa de ser regido pela Mãe das Formas ou pelo Deus das Águas. Quando "as águas se rompem e são levadas embora", a Mãe dá à luz o Filho, e essa entidade espiritual individual ergue-se em liberdade. Reflitam sobre este ponto.

A Lua e Netuno são, portanto, as influências diretas que atuam sobre o nativo de Câncer, conduzindo ao desenvolvimento da forma da vida e do corpo astral-emocional A suprema utilidade destes aspectos será alcançada se inteligentemente compreendermos que sem a forma e sem a habilidade de manter na mente a necessidade da resposta sensível às condições e circunstâncias ambientais, a alma jamais acordaria para o conhecimento nos três mundos, e portanto, jamais conheceria Deus em manifestação.

Indiretamente, e por intermédio das influências da Cruz Cardinal (da qual Câncer faz parte), o nativo de Câncer é afetado ou influenciado por cinco outros planetas: Marte, Mercúrio, Urano, Vênus e Saturno. Ele se torna capaz de responder aos usos do conflito (Marte), ao funcionamento da luz da intuição (Mercúrio), à atração cósmica de Urano, mais o intelecto de Vênus e a apresentação da oportunidade (Saturno). Estes planetas, contudo, atuam subjetivamente sobre o morador na forma, e não são registrados, conscientemente, pelo indivíduo, como potências por muitos éons de tempo, e não antes que a vida da forma e a reação ao sentimento sensível-emocional tenha desempenhado uma parte ativa e educativa no despertar da mente. Uma vez despertado o desejo e transmutado em aspiração superior, então a influência de Virgem se faz sentir e a alma é capaz de dar uma resposta - desenvolvida pelas cinco influências indiretas da Cruz Cardinal - começa a participar ativa e conscientemente no drama da vida. Assim, as influências diretas e indiretas de sete planetas desempenham seus variados papéis no desenvolvimento do homem, e seria interessante e de grande valor se os estudantes relacionassem os efeitos destas sete forças no desenvolvimento dos sete princípios do homem.

Consideremos agora brevemente o efeito das influências do raio ao se focalizarem, através dos sete planetas, no homem nascido sob o signo de Câncer.

É aqui que encontraremos certas indicações básicas quanto à natureza e aos processos da Lei do Renascimento. Poderia parecer que até aqui apenas duas regras houvessem sido apresentadas em conexão com o retorno de um ego à encarnação física. A primeira é que se não foi alcançada a perfeição, então a alma tem que retornar e continuar o processo de aperfeiçoamento na Terra. A segunda é que o impulso que predispõe o ego a tal ação é alguma forma de desejo não satisfeito. Ambas as afirmações são verdadeiras, em parte, e genéricas em efeito, porém são verdades parciais e incidentais, relativas a verdades maiores que ainda não foram corretamente captadas pelos esoteristas; são de natureza secundária e expressas em termos dos três mundos da evolução humana, do intento da personalidade, e dentro dos conceitos de tempo e espaço. Basicamente, não é o desejo que incita ao retorno, mas a vontade e o conhecimento do plano. Não é a necessidade de atingir a perfeição que estimula o ego à experiência na forma, porque o ego já é perfeito. O incentivo maior é o serviço e o sacrifício por aquelas vidas inferiores que dependem da inspiração mais alta (fornecida pela alma espiritual), e a determinação de que elas também podem alcançar o status planetário equivalente ao da alma que se sacrifica. É com a finalidade de finalmente negar o conceito de tempo e espaço e provar que isto é uma ilusão de que a porta, em Câncer, se abre para a alma que se sacrifica e serve. Tenham isto sempre em mente ao estudar o assunto do renascimento. As palavras renascimento e reencarnação são enganosas; "impulso cíclico", "repetição de propósito inteligente" e "inspiração e expiração conscientes" descreveriam de modo mais acurado este processo cósmico. Contudo, esta é uma ideia difícil de ser captada, pois exige a habilidade de nos identificarmos com Aquele Que assim respira - o Logos planetário - e o assunto deve, pois, permanecer obscuro até que se tenha alcançado a iniciação. Esotericamente falando, o ponto de maior interesse reside no fato que é um renascimento grupal que ocorre todo o tempo e que a encarnação individual é apenas incidental ao acontecimento maior. Isto tem sido largamente ignorado e esquecido devido ao intenso e egoísta interesse na vida e experiência pessoais, o que se evidencia nos detalhes especulativos acerca do retorno individual dados nos chamados livros ocultistas, detalhes, em sua maioria, inexatos e, certamente, sem importância.

É necessária uma compreensão inteligente do Plano antes que a verdade sobre a reencarnação possa emergir com clareza na consciência pública. Grupos de almas vêm juntas e ciclicamente à encarnação para desenvolver o Plano e dar continuidade à interação entre espírito e matéria que torna possível a manifestação e que alarga o desenvolvimento das ideias divinas, tal como elas existem na Mente de Deus. Quando o Plano (tal como a Hierarquia o compreende) for mais conhecido em seus objetivos e modo de funcionamento no plano externo da vida, veremos uma mudança total na apresentação do ensinamento sobre a Lei do Renascimento. Veremos mais claramente a síntese existente:

1. No plano divino, ao manifestar-se no tempo.
2. Nas relações básicas, ao se manifestarem no espaço.
3. Nos efeitos do desenvolvimento, ao se manifestarem nos grupos.
4. No desenvolvimento da compreensão, ao fundir-se o intelecto com a intuição.
5. Na natureza quíntupla da expressão logoica, ao se desdobrar pelos cinco reinos.

Isto, quando corretamente intuído, produzirá uma revelação e uma apresentação deste abstruso tema, que está muito além do que até agora tem sido imaginado pelo homem. É um dos segredos da 1ª iniciação, que estão hoje em processo de exteriorização.

Descobrir-se-á que o renascimento é, na verdade, a mágica e magnética interação entre o lado forma da vida e a própria vida, interação esta realizada conscientemente pela alma que é o produto dos dois fatores relacionados. Esta afirmativa é, em si mesma, complexa e muito difícil de compreender-se; contudo, expressa um fato significativo que o Velho Comentário descreve assim:

"Aqueles que exigem salvação, chamam em altas vozes. Suas vozes penetram no mundo sem forma e lá evocam resposta.

"Aqueles que, há muitos éons, se comprometeram a salvar e servir, respondem. Seus gritos também se fazem ouvir e, ressoando, penetram nos escuros, distantes lugares nos mundos da forma.

"Assim estabelece-se um vórtex que se mantém vivo pelo constante soar dos dois sons. Então é feito o contato, e no espaço e durante algum tempo, os dois se tornam um - as Almas que Salvam e as Unidades a serem servidas.

"Vagarosamente, a visão dAquele que Salva se torna uma luz que guia Aqueles que Choram para o lugar de luz"

Sugiro aos investigadores que o tema do "impulso cíclico" seja estudado "sob o ângulo do grupo", e que seja esquecida a miragem da personalidade.

Uma revisão da História ajudará nisto, indicando a possibilidade de clarificação e a utilidade de classificar e isolar a atividade e o caráter grupais no decorrer das eras. Quando os principais grupos reencarnantes forem assim diferenciados, e o seu trabalho em prol de muitos campos do quarto reino for mais claramente visto, então este assunto será melhor compreendido, evocando a atividade da intuição. Isto demonstra um segundo fato importante, isto é, que por enquanto somente será possível traçar o progresso das almas encarnadas avançadas, mas não o aparecimento cíclico das não-evoluídas, que são as "unidades materiais" que têm que ser salvas pelas mais adiantadas. O tema do serviço e do sacrifício percorre, sem ser reconhecido, toda a História. A chave para compreender estes fatores reencarnantes, salvadores, reside na vindoura habilidade intuitiva para reconhecer os grupos reencarnantes, como grupos não como indivíduos, através de suas qualidades de raio. Tinha isto em mira quando na obra O Destino das Nações fiz afirmações quanto aos raios que governam algumas delas. Os grupos são governados pelo signos astrológicos e pelos raios tal qual os indivíduos, e esses raios os afetam por intermédio dos planetas regentes. Abri-lhes aqui um extenso campo de pesquisa e indiquei uma nova e interessantíssima forma de pesquisa histórica. A história do futuro será a história da evolução dos planos de Deus à proporção que se desenvolvam por meio de grupos de egos servidores que virão à encarnação sob a influência da "divina dualidade" para levar adiante o desenvolvimento das vidas que constituem a forma através da qual a divindade procura total expressão. A relação do 4° raio com o 4° reino da natureza (que é a 4ª. Hierarquia Criadora) é uma influência predeterminante em todos os conflitos mundiais até agora, e é a causa das guerras e conflitos ao longo das eras. O tema desse raio é "Harmonia através do Conflito", e é o aspecto inferior da energia do raio, produzindo o conflito, que tem controlado até então e está atingindo o clímax, agora, devido ao ímpeto da entrada da nova força de Shamballa. À medida que se exaure (o que está acontecendo rapidamente) haverá uma mudança de direção para um raio maior, o 2° raio de Amor-Sabedoria, do qual o 4° raio é um aspecto. A energia do 2° raio é poderosamente focalizada através da constelação de Gêmeos, via Júpiter. Teremos, então, a inauguração de um longo ciclo de benéfico desenvolvimento no qual o conflito essencial para a integração entre as dualidades será estabilizado no plano mental e - sob a influência dos egos salvadores e servidores do 5° reino - mudará inteiramente a civilização mundial.

É também importante lembrar que ao estudarmos as forças dos raios e seus efeitos em Câncer, devemos fazê-lo do ponto de vista da mente e reações da massa e não do indivíduo. Este é um dos signos de síntese e de fusão relativa, mas fusão no nível inferior da espiral e significa a fusão do corpo e da alma, mas somente no estágio embrionário e com o estágio psíquico ainda não individualizado. É o estágio da reação de massa à chegada dos Filhos da Luz.

Todo o tema do zodíaco pode ser abordado sob o ângulo da luz, de seu desenvolvimento e de sua crescente radiância e sua gradativa demonstração daquilo que, em outra parte, denominamos "a glória do Uno". O modo de desenvolvimento e a exteriorização desta luz interna deve permanecer - do ponto de vista de seus efeitos cósmicos um dos segredos da iniciação, e isto ainda durante muito tempo. Contudo, será possível dar simbolicamente certas expressões que indicarão (para cada signo) este "crescimento da luz na luz" como é esotericamente chamado, tendo em mente que estamos tentando expressar condições relacionadas com a alma, cuja natureza essencial é luz. Esta luz da alma afeta a forma à medida que a evolução se processa e produz sequencialmente a revelação dessa forma, da natureza do espaço-tempo e também da meta.

1. Áries - A Luz da própria Vida. Este é um tênue ponto de luz que se encontra no centro do ciclo de manifestação, difusa e vacilante. É o "holofote do Logos procurando aquilo que pode ser utilizado" para a divina expressão.

2. Touro - A penetrante Luz do Caminho. Este é um raio de luz, que emana de um ponto em Áries, e revela a área de controle da luz.

3. Gêmeos - A Luz da Interação. Esta é uma linha de raios de luz, revelando os opostos ou a dualidade básica da manifestação, a relação entre o espírito e a forma. E a luz consciente dessa relação.

4. Câncer - A Luz dentro da Forma. Esta é a luz difusa da própria substancia, "a luz escura" de que fala A Doutrina Secreta. É a luz que aguarda o estimulo proveniente da luz da alma.

5. Leão - A Luz da Alma. Um reflexo do ponto de luz logóico ou divino. A luz difusa em Câncer focaliza-se e revela oportunamente um pouco.

6. Virgem - A Luz dual fundida. Veem-se duas luzes - uma forte e brilhante: a luz da forma; outra opaca e tênue: a luz de Deus. Esta luz é caracterizada pelo aumento de uma e o decrescer da outra. É diferente da luz em Gêmeos.

7. Libra - A Luz que leva ao descanso. Esta é a luz que oscila até alcançar um ponto de equilíbrio. É a luz caracterizada por um movimento ascendente e descendente.

8. Escorpião - A Luz do Dia. Este é o lugar onde três luzes se encontram - a luz da forma, a luz da alma e a luz da vida. Elas encontram-se; fundem-se; erguem-se.

9. Sagitário - Um raio de Luz, focalizada e direcionada. Aqui, o ponto de luz torna-se um facho, revelando a luz maior adiante e iluminando o caminho para o centro da luz.

10. Capricórnio - A Luz da Iniciação. Esta é a luz que clareia o caminho para o tipo da montanha, e produz a transfiguração, revelando assim o sol nascente.

11. Aquário - A Luz que brilha sobre a Terra, através do mar. Esta é a luz que brilha sempre na escuridão, e limpa com seus raios curadores tudo que precisa ser purificado até que a escuridão tenha desaparecido.

12. Peixes - A Luz do Mundo. Esta é a luz que revela a luz da vida mesma. Extingue para sempre a escuridão da matéria.

Um estudo das ideias acima revelará a história simbólica da irradiação da matéria, do crescimento do corpo de luz dentro do macrocosmo e do microcosmo, e finalmente, tornará claro o propósito do Logos.

É por ser difusa, vaga e incipiente a luz de Câncer - falando por parábolas - que as influências do 1º Raio da Intenção Focalizada e da Vontade Determinada, e as do 2º Raio do Amor-Sabedoria (dualidade reconhecida e experiência ganha) não são aí encontradas. Suas influências não estão presentes, exceto pelo fato de que o amor e o propósito subjazem a toda a manifestação; mas não estão focalizadas neste signo. Somente cinco raios atuam através desta constelação que, mesmo num ponto relativamente alto do desenvolvimento e na roda reversa, preserva sempre a relação de massa para o benefício do indivíduo que encarna e para garantir a salvação final da própria substância. Os seres humanos, desprovidos de visão iniciática, tendem a interpretar todos os signos e seus efeitos em termos do homem individual, enquanto que o propósito de sua influência coordenada é tanto planetária quanto solar e cósmica.

O iniciado que já recebeu as três iniciações menores ocupa-se, daí em diante, com os efeitos das influências cósmicas sobre o planeta e, incidentalmente, sobre o 4° reino da natureza; ocupa-se também com o estudo mental superior dos seus efeitos, à medida que provocam mudanças básicas e fundamentais na vida sistêmica, a qual, por sua vez, afeta nosso planeta, seus reinos da natureza e, incidentalmente os seres humanos. Podemos ver, portanto, que, à medida que se produzem as mudanças evolutivas, e à medida que a consciência humana, planetária e solar progressivamente se desenvolvem, as influências que emanam das constelações, através de seus intermediários, os planetas, produzirão mudanças as mais variadas e acontecimentos significativos aos quais o homem responderá, de forma consciente ou inconsciente, de acordo com seu grau de evolução.

A resposta do nascido em Câncer às influências entrantes e ao meio-ambiente será diferente das do discípulo ou iniciado e estas serão diferentes em cada signo, completando assim o desenvolvimento humano. Aqui está um novo ponto que, mais tarde, os astrólogos terão que levar em consideração. Quero agora dar-lhes uma tabulação que indicará algo da natureza da resposta do homem durante as três etapas do seu desenvolvimento - não-desenvolvido, avançado e no Caminho - às várias influências às quais está sujeito quando ingressa no plano físico da existência através da porta aberta de Câncer, e progride através dos signos.

Signo Homem não desenvolvido Homem avançado Discípulo iniciado
1. Áries
Nota-chave: Áries se volta para Capricórnio
Cego, experiência sem direção
Reação instintiva
Esforço da Personalidade dirigida
Desejo
Reconhecimento e trabalho com o Plano
Vontade
2. Touro
Nota-chave: Touro corre cegamente até que Sagitário dirija.
Desejo egoísta
A Luz da Terra
Aspiração
A Luz do Amor
Viver iluminado
A Luz da Vida
3. Gêmeos
Nota-chave:Gêmeos se move para Libra
Mutação da relação
“Eu sirvo a mim próprio”
Orientação
“Eu sirvo a meu irmão”
Correta relação
“Eu sirvo ao Uno”
4. Câncer
Nota-chave: Câncer visualiza a vida em Leão
A unidade cega é perdida
A massa
A unidade desperta para o que está à volta
A casa
O Todo é visto como um
Humanidade
5. Leão
Nota-chave: Leão procura libertar-se em Escorpião
O Eu Inferior
O ponto oculto
O Eu Superior
O ponto revelador
O Uno
O ponto a que se renuncia
6. Virgem
Nota-chave: Virgem oculta a luz que se irradia para o mundo em Aquário
Nota-chave: Virgem oculta a luz que se irradia para o mundo em Aquário
A Mãe
A força criativa
O Protetor
 A atividade do Cristo
A Luz
7. Libra
Nota-chave: Libra relaciona os dois em Gêmeos
Paixão ardente desequilibrada
Amor humano
O peso dos opostos
Devoção e aspiração
Equilíbrio alcançado
Compreensão
8. Escorpião
Nota-chave: Escorpião encena a liberdade em Leão
Unidade do egoísmo
O Monstro
Conflito com dualidade
O Lutador
Unidade superior
O Discípulo
9. Sagitário
Nota-chave: Sagitário, o discípulo se torna o Salvador em Peixes
Autocentralização
Abordagem experimental
Unidirecionalidade
Abordagem dirigida
O Diretor de homens
O controlador do Portão
10. Capricórnio
Nota-chave: Capricórnio consuma o trabalho de Escorpião
A alma presa à Terra Aquele que atravessa a água
Fluido
O Conquistador da Morte
Iniciado
11. Aquário
Nota-chave: Aquário liberta Virgem de sua carga
Todas as coisas para todos os homens
A carga do ego
Dedicação à Alma
A carga da humanidade
O servidor de todos os homens
A carga do Mundo
12. Peixes
Nota-chave: Peixes toma de todos os signos
Capacidade de resposta ao meio ambiente
O médium
Sensibilidade à Alma
O Mediador
Responsabilidade espiritual
O Salvador

Notarão que estas relações entre os signos não são as que existem entre os opostos, mas sim as que marcam o período intermediário de relação, e não de consumação como é o caso quando consideramos signos opostos como Leão e Aquário ou Câncer e Capricórnio. Verão, também, que estas relações criam figuras geométricas bem definidas, assim como as cruzes formadas entre os opostos criaram as cruzes dos céus. Recomendo que considerem isto.

A tabulação acima dá uma relação nova e interna entre si que só se torna definitivamente ativa e efetiva após a iniciação. É, portanto, de pouca valia para o leitor comum, mas não obstante, abre novos contatos e influências astrológicas, das quais muitas se estabelecem devido às influências de raio, e que requer - para uma correta interpretação - uma compreensão do estado evolutivo individual. É essencial, para correta compreensão, que o astrólogo saiba se o indivíduo é relativamente não-evoluído, se ele é um homem avançado ou se ele está numa ou outra etapa do Caminho. Há muito a levar- se em conta na nova astrologia esotérica - predição, interpretação tanto do ponto de vista da personalidade quanto da alma, indicações de caráter, assim como um cuidadoso estudo da Lei do Renascimento, a que se pode chegar pela compreensão das influências de Câncer. Uma coisa que surgirá mais tarde, mas que atualmente não podemos elucidar, é que as doze Hierarquias Criadoras estão todas elas conectadas com algum dos doze signos do zodíaco, e todos afetam profundamente a família humana e também cada um de seus membros. Um estudo cuidadoso das relações indicadas nesta nova classificação e o estudo também das Hierarquias e signos provocarão uma revolução da mais básica importância na moderna astrologia. Mais do que isto não posso indicar aqui, nem será possível até que os astrólogos atuais tenham realizado um trabalho concentrado ao longo das linhas aqui propostas.

Simples como parece, o ponto absolutamente fundamental que os astrólogos têm que compreender é a sua necessidade de saber - antes de interpretar o horóscopo - em que ponto no caminho da evolução está o indivíduo em questão. Dar-lhes-ei outra pista: será a partir do estudo das pessoas nascidas nos Signos Cardinais que a mais clara informação a este respeito será obtida. Será útil destacar que:

1. Por meio do estudo da Cruz Cardinal - Áries, Câncer, Libra - Capricórnio - o astrólogo poderá chegar a uma compreensão mais clara:

a) Dos seres humanos comuns, individuais.
b) Dos começos grupais.
c) Do significado da 1ª iniciação.

2. Por meio do estudo da Cruz Fixa - Touro, Leão, Escorpião, Aquário - chegará à correta interpretação das vidas:

a) Dos iniciados.
b) Da absorção grupal na síntese.
c) Do significado da 3ª iniciação.

3. Por meio do estudo da Cruz Mutável - Gêmeos, Virgem, Sagitário, Peixes - poderá alcançar o significado:

a) Dos discípulos.
b) Da atividade grupal.
c) Da 2ª iniciação.

Estas indicações podem não estar de acordo com as ideias geralmente estabelecidas, e podem aparentemente contradizer alguns dos pontos anteriormente indicados, mas um estudo cuidadoso das implicações sugeridas pode tornar o tema mais claro. Cada Cruz tem seu significado exotérico, com o qual os astrólogos estão mais ou menos familiarizados; tem também seu significado esotérico, e este é um campo ainda não investigado; e tem sua importância espiritual, e isto, é claro, só será revelado pelas iniciações maiores. Deve ser lembrado que estas são as tríplices diferenciações da Vida Una e que Capricórnio, por exemplo, marca, não apenas o ponto da concreção mais profunda e, portanto, da morte, mas também o ponto da mais alta iniciação e da entrada no aspecto vida da deidade.

Nunca será bastante insistir sobre a necessidade de se pensar em termos de energias e forças, de linhas de forças e relações de energias; é preciso também pensar mais em termos de qualidades e de características, como é hoje a tendência dos astrólogos mais avançados Toda a história da astrologia é, na realidade, a história da interação mágica e magnética para a produção ou exteriorização da realidade interna; é a história da resposta da forma - seja ela vasta como num sistema solar, microcósmica como num ser humano, ou diminuta como num átomo ou célula - ao impulso ou atração dos focos de energia e das correntes de força. Estes dois não são idênticos, mas devem ser levados em conta nos cálculos e nas interpretações do astrólogo.

É a energia focalizada de Câncer que a torna um ponto focal magnético e atrativo que conduz ao processo de encarnação. Através da porta de Câncer flui "a luz mágica e magnética que dirige a alma para o escuro lugar da experiência". Similarmente, é a atração magnética da energia capricorniana que, na roda reversa da expressão e do discipulado, firmemente afasta a alma da vida da forma e da experiência e constitui aquela "luz radiante que conduz a alma, em segurança, para o cume da montanha". Este reconhecimento elucida o fato de que, no tempo e espaço, o fator controlador e a condição determinante é a sensibilidade da alma encarnada à vida da forma, que conduz à encarnação pela porta de Câncer, ou à vida da alma, que conduz à iniciação pela porta de Capricórnio.

Na relação existente entre estes dois signos, obtemos um dos mais claros quadros da interação entre os pares de opostos tal como eles existem no zodíaco, e seria proveitoso estudar os dois tipos de consumação que esta interação entre signos opostos produz. Levando sempre em consideração as limitações da linguagem, a consumação, sob o ângulo da forma e sob o ângulo da alma, pode ser assim expressa:

NA RODA GIRANDO NO SENTIDO DOS PONTEIROS DO RELÓGIO
(de Áries a Touro, via Peixes)
Para a humanidade comum

1. Áries-Libra - Instáveis começos embriônicos conduzindo ao equilíbrio da natureza psíquica inferior e à expressão através da forma. Desejo embrionário por expressar-se que culmina na paixão para satisfazê-lo. O amor inferior tem o controle.

2. Touro-Escorpião - O desejo inferior poderosamente enfocado leva à morte e à derrota. O triunfo da natureza inferior resulta no despertar da saciedade e morte. O homem é o prisioneiro do desejo e, no momento da consumação, conhece sua prisão.

3. Gêmeos-Sagitário - A interação fluídica e instável conduz à focalização e determinação da personalidade. O homem devota-se unicamente às aquisições da personalidade. A tríplice natureza inferior, sintetizada e direcionada, controla toda atividade.

4. Câncer-Capricórnio - O impulso para encarnar conduz à mais densa encarnação e imersão na forma. A atração da vida da forma e os processos de concretização controlam. Após muitas encarnações, o homem chega a um ponto de cristalização.

5. Leão-Aquário - O indivíduo procura expressar-se plenamente e finalmente chega ao ponto em que ele usa seu ambiente para objetivos puramente pessoais. Ele domina seus semelhantes para atingir unicamente os objetivos de sua personalidade. O indivíduo isolado torna-se o chefe do grupo ou o ditador.

6. Virgem-Peixes - A matéria virgem atrai a alma e a Mãe divina torna-se mais importante do que o filho. A vida da alma fica oculta.

NA RODA REVERSA (de Áries a Peixes, via Touro)
O Discípulo e o Iniciado

1. Libra-Áries - O equilíbrio conseguido, no ponto de repouso, proporciona o ímpeto mental para o controle da alma. A paixão é transmutada em amor e o desejo inicial de Áries torna-se a plena expressão do amor-sabedoria. O desejo por manifestar-se transforma-se em aspiração a ser.

2. Escorpião-Touro - A vitória final da alma sobre a forma. A morte e a escuridão mostram-se como vida e luz como resultado desta relação de energia. A noite escura da alma transforma-se no sol radiante.

3. Sagitário-Gêmeos - O resultado produzido pela relação deste par de opostos é o esforço centralizado da alma, a atividade espiritualmente dirigida e a evidência de que o homem está pronto para a iniciação. Há uma diminuição do poder da forma e um aumento da vida da alma.

4. Capricórnio-Câncer - O iniciado agora escolhe encarnar e passa livremente, e segundo sua vontade, por ambas as portas. A atração da matéria é sobrepujada pela livre escolha da alma. A vida na forma torna-se um método consciente de expressão para o serviço.

5. Aquário-Leão - Os interesses da personalidade como expressão do indivíduo são sobrepujados pelo bem do todo. O homem individual egoísta transforma-se no servidor mundial, e em ambos os signos, presta altos serviços.

6. Peixes-Virgem - A forma revela e libera a alma que a habita. O Salvador do mundo aparece e alimenta as almas ocultas em Virgem.

Notarão, portanto, que quando a atração das energias que jorram para os signos do zodíaco, e através deles, é na direção da expressão da forma, o resultado da interação entre os signos opostos leva a algum aspecto definido de manifestação da personalidade, o que é determinado em grande parte, pelo raio da personalidade. Quando a tendência da vida começa a afastar-se da forma e a alma está em processo de revelação, há então a ênfase egoica, o que, mais uma vez, é determinado, no que respeita a qualidade, pela natureza do raio egoico. Novamente, aqui haverá a necessidade de conhecer-se o ponto de evolução do indivíduo cujo horóscopo está sendo preparado. Seria aconselhável que ao se estudar qualquer dos signos, se estudasse ao mesmo tempo o seu oposto ou signo de consumação. Quase tudo que eu poderia dizer sobre o signo de Câncer já foi dito ao estudarmos o seu oposto, Capricórnio, e o mesmo poderá aplicar-se a todos os signos que estudaremos a seguir.

Tornar-se-á agora claro porque a Lua e Netuno - transmitindo as energias da natureza psíquica e da forma, além da tendência para a conquista através do conflito - regem Câncer tão potentemente, seja direta ou indiretamente. Eles controlam a forma e a natureza inferior e produzem o campo de batalha (que mais tarde será transformado no solo ardente) onde ambos "enfrentam no conflito final" suas contrapartes superiores - a alma e o espírito - pois a matéria é o espírito em seu aspecto mais denso, e o espírito é a matéria em seu mais elevado ponto. Nestas palavras está a verdadeira pista para a relação Câncer-Capricórnio. Quando a estas poderosas influências junta-se a força do 7° raio (produzindo a síntese da expressão no plano físico) e a do 3° raio (produzindo intensa atividade na matéria), notarão como neste signo todas as energias em questão tendem a provocar a encarnação da alma nos três mundos da experiência e expressão humanas. O poder de Vênus neste signo tende a fazer da mente a serva da personalidade, no que é ajudada pelas forças do 3° Raio da Inteligência Ativa. Será um estudo interessante comparar os efeitos que estas potências de raio, ao se expressarem em Câncer, causam sobre:

1. O homem não evoluído enquanto demonstra o controle da forma.
2. O homem evoluído, iniciado e Salvador ao demonstrar o controle da alma. As forças que controlavam a alma enquanto esta era dominada pela forma tornam-se agora os instrumentos de serviço mundial.

À medida que estes resultados forem estudados, vocês chegarão oportunamente a perceber as relações que mencionamos antes quando discutimos os regentes deste signo -exotérico e esotérico - que puseram o nascido em Câncer em contato com Virgem, Aquário e Escorpião. De um ponto de vista, temos o aprisionamento da alma e a glorificação da personalidade, terminando com a morte em Escorpião; de outro ponto de vista, temos a revelação do Cristo no interior da forma, a revelação do servidor individual e a revelação da vitória final sobre a morte. Quando acrescentamos a estas revelações o lugar que os planetas ocupam neste signo, temos uma situação das mais interessantes, embora bastante intrincada, e que - por ser a cruz final da iniciação - somente se torna clara nas etapas finais do caminho. Por isso, somente podemos fornecer algumas poucas pistas. Júpiter e Saturno estão ambos exaltados neste signo. Como este é o signo do renascimento, estes dois planetas indicam o desenvolvimento bem sucedido e o oportuno emprego do aspecto forma e o desenvolvimento da sensibilidade psíquica, tanto no sentido inferior quanto no superior.

Estes são desenvolvimentos importantes para a alma que escolheu encarnar. A construção de formas adequadas e o uso do controle da forma são essenciais para que haja uma cooperação sábia e correta com o Plano de Deus. Júpiter garante isto em Câncer desde a etapa inicial do nascimento. O amor, como relação com a divindade, e a sabedoria, como relação com a forma, estão por trás do propósito da alma. No tempo e espaço, durante longos éons, a forma controla e oculta a alma. Isto aplica-se igualmente à "versátil natureza psíquica". Ambas (a forma e a natureza psíquica) alcançam no devido tempo perfeita concretização em Capricórnio, para tornar-se novamente em Câncer o instrumento perfeito de serviço que o iniciado maneja ao procurar servir à massa dos homens, em lugar de se deixar envolver pela massa e nela perder-se. O poder de Saturno, neste signo, favorece os objetivos e propósitos das energias governantes ou raios da Harmonia através dos Conflitos (Lua e Mercúrio) e de Netuno, pois neste signo, Saturno está na casa de seu detrimento e por isso produz aquelas difíceis situações e condições que conduzem à necessária luta. Isto faz de Câncer um lugar simbólico de aprisionamento e enfatiza as dores e penalidades da orientação errônea. O conflito da alma com seu meio ambiente - levado a cabo consciente ou inconscientemente - conduz às penalidades da encarnação e fornece as condições de sofrimento que a alma voluntariamente assumiu quando - de olhos abertos e com clara visão - escolheu o caminho da vida terrena com todos os consequentes sacrifícios e sofrimentos, no intuito de salvar as vidas com as quais teve afinidade.

Curiosamente é Sepharial que dá os regentes dos decanatos de modo mais acurado do que Leo, o qual geralmente é o mais correto dos dois. Sepharial nos dá Vênus, Mercúrio e a Lua, enquanto que Leo aponta a Lua, Marte e Júpiter para estes decanatos. A mente, os usos do conflito e a vida da forma são os fatores que contribuem para conduzir a alma pelo caminho da encarnação. O instrumento de liberação é, em última análise, o correto uso e controle do órgão de iluminação que é a mente Daí a necessária ênfase na meditação quando o aspirante acorda para a oportunidade espiritual. A força gerada através do conflito e a luta constante aumentam intensamente aquela reserva de força e poder que permite ao aspirante passar pelas provas finais do discipulado em Escorpião e, em Capricórnio, enfrentar bravamente as experiências da iniciação e a ruptura de todas as cadeias forjadas pelos processos da encarnação.

Nas Palavras dadas para este signo, a Palavra da alma indica o objetivo da experiência em Câncer e o propósito que nos trouxe à encarnação: "Construo uma casa iluminada e nela habito". Também está claramente indicado o método da personalidade quando nos é dito que a Palavra pronunciada pela alma ao encarnar-se é: "Que o isolamento seja a regra, e contudo, a multidão existe". Este signo pode ter um profundo significado para todos. Vocês estão no processo de encarnação; estão seguindo o caminho que escolheram. Estará já iluminada a casa que vocês estão construindo? É uma casa iluminada ou uma prisão escura? Se a casa está iluminada, você atrairá para essa luz e calor todos que estão à sua volta e a atração magnética de sua alma - cuja natureza é luz e amor - a muitos salvará. Se você ainda é uma alma isolada terá que passar pelos horrores de um isolamento e solidão ainda mais completos, palmilhando sozinho o escuro caminho da alma. Contudo, este isolamento, esta solidão e esta separação na noite escura são parte da Grande Ilusão, uma ilusão na qual toda a humanidade está agora mergulhada em preparação para a unidade, liberdade e liberação. Alguns estão perdidos na ilusão e não sabem o que são a realidade e a verdade. Outros caminham livremente no mundo da ilusão com o propósito de salvar e elevar seus irmãos, e se você não consegue fazer isto, terá que aprender a caminhar assim.

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GEMINI, OS GÊMEOS

Ao considerarmos os signos restantes haverá bem menos a ser dito, porque já destaquei vários pontos sobre eles ao tratar de seus opostos polares. Muito, portanto, que se poderia dizer sobre o signo de Gêmeos, já foi discutido em Sagitário; Virgem e Peixes também foram considerados em relação a este signo, os quatro juntos formam a Cruz Mutável. Um certa repetição é necessária e frequentemente útil; serve para esclarecer e reforçar o que está sendo ensinado, mas agora quero falar de modo mais geral e - ao tratar destes três signos indicativos das realidades subjetivas que incitam a tomar forma em Câncer - considerar mais as causas predisponentes do que os fatos detalhados e mais facilmente comprováveis.

Neste ciclo mundial, Gêmeos, Touro e Áries são as três energias subjetivas ou os três signos condicionadores que estão por trás da manifestação. Estão por trás da experiência de tomar forma em Câncer, e também por trás da manifestação em Peixes. Peixes é o signo que concerne primordialmente ao mundo moderno (e com isto refiro-me a um imensamente longo período de tempo) pois ele é o ponto de partida na roda que gira segundo os ponteiros do relógio nesta época para essa grande volta zodiacal de aproximadamente 25.000 anos - não sendo a data de seu inicio revelada ainda ao astrólogo moderno ou sujeita à revelação através desta ciência. Ao estudarmos Gêmeos e Touro (Áries já o foi) tenhamos em mente a sua natureza iniciadora das causas e o fato de que têm um efeito psíquico mais específico e maior influência subjetiva do que seus efeitos estritamente fenomênicos e físicos poderiam indicar.

Verão que estas pistas e sugestões são importantíssimas na introdução e utilização da nova astrologia esotérica. Os estudantes fariam bem em isolar primeiramente todas as informação gerais sobre os signos e influências zodiacais, antes de começar um estudo intensivo das novas e detalhadas sugestões que tenho dado. A compreensão das generalidades, antes de se iniciar o estudo das particularidades, é um sábio procedimento ocultista.

Em cada uma das Cruzes dos Céus há um signo e influência que, em determinado ciclo mundial, domina os outros três. Tais efeitos dominantes mudam forçosamente ao mudar o ciclo mundial, mas, para o ciclo atual, Gêmeos constitui a influência mais importante dentro da quádrupla influência da Cruz Mutável. O principal objetivo destas quatro energias é produzir, no tempo e espaço, aquilo que fornece um campo adequado de experiência para o desenvolvimento da vida e consciência crísticas. Este é o caso quer estejamos falando do ponto de vista do cosmos, de um sistema solar, de um planeta ou de um ser humano. O campo de desenvolvimento para os três reinos inferiores depende do status e do poder distribuidor de energia da humanidade como um todo. Podemos, pois, reconhecer os seguintes fatos sobre a Cruz Mutável:

Gêmeos - É a força que produz as mudanças necessárias para a evolução da consciência crística num determinado ponto do tempo e espaço. Isto é sempre compatível com a necessidade.

Virgem - É a força nutridora da própria substancia, sujeita à nove mudanças cíclicas do período de gestação cósmica; fomenta e protege a vida crística embrionária, preparando-se para a manifestação ou uma encarnação divina.

Sagitário - É a atividade energética da força da vida, demonstrando-se no sexto mês, quando - esotericamente falando - os três aspectos da natureza da forma e os três aspectos da alma estão integrados e funcionando. É esta integração que, às vezes, torna tão critico o sexto mês da gestação humana.

Peixes - É a expressão da vida e o aparecimento ativo da consciência crística na forma; é também o aparecimento energético (simbolicamente falando) de um salvador mundial.

Portanto, a Cruz Mutável é peculiarmente um símbolo cristão, significativamente relacionada com a vida do Cristo e com o desenvolvimento de um salvador mundial, sendo particularmente potente durante o período em que a Grande Roda gira em direção oposta à dos ponteiros do relógio. Este fato tornar-se-á mais claro quando os astrólogos forem capazes de determinar com precisão o ponto de desenvolvimento e o status espiritual do indivíduo cujo horóscopo esteja sendo preparado.

A natureza sem forma das influências de Gêmeos é grandemente corroborada se estudarmos o significado da Maçonaria. Esta instituição mundial foi - como lhes disse anteriormente - organizada sob a influência e impulso deste signo e é por ele governada de forma extremamente incomum. O formato ou simbolismo exotérico da Maçonaria tem mudado frequentemente durante os milênios em que tem estado ativa. Sua atual coloração judaica é relativamente moderna, e não necessariamente duradoura, porém, o seu significado e a história de seu desenvolvimento constituem a história da consciência crística e da luz interna, e isto tem que continuar inalteravelmente. Aquilo que entrou através dos dois pilares de Hércules, os discípulos Joaquim e Boaz, e do signo de Gêmeos, entrou para ficar.

Além da importância das influências de Gêmeos como o poder dominante na Cruz Mutável, é ele um dos signos zodiacais mais importantes, uma vez que ele é o maior símbolo da dualidade no zodíaco É a constelação de Gêmeos e sua inerente influência de segundo raio que controla cada um dos pares de opostos na Grande Roda. Por essa razão, Gêmeos forma, com cada um dos pares de opostos, um terceiro fator, que poderosamente influencia as outras duas constelações e com ela forma grandes triângulos zodiacais. Estes triângulos são importantes apenas em relação ao horóscopo de seres humanos avançados ou grupos esotéricos; mas, mais cedo ou mais tarde - quando fizer o horóscopo de um discípulo ou iniciado - o astrólogo esotérico terá que levar em conta esse poder. Por exemplo, no caso de um iniciado cujo Sol está em Leão, o triângulo de energias das constelações determinando a interpretação do horóscopo seria Leão-Aquário-Gêmeos. No caso de um indivíduo cujo Sol está no próprio signo de Gêmeos, o triângulo condicionador seria Gêmeos-Sagitário-Peixes; este último forma parte deste triângulo porque Peixes indica tanto o começo quanto o fim, e é, para este grande ciclo do zodíaco, o Alfa e o Omega. Maiores detalhes sobre estes pontos serão dados quando estudarmos as bases astrológicas da Ciência dos Triângulos. As generalizações e sugestões a respeito dos doze signos do zodíaco que constituem a primeira parte destas instruções, têm como objetivo principal lançar as bases, e preparar-lhes as mentes, para a parte destinada aos triângulos. Este será o mais importante aspecto do ensino sobre astrologia esotérica e aquele que será primeiro assimilado pela astrologia moderna.

Gêmeos é, às vezes, chamado "a constelação da resolução da dualidade numa síntese fluídica". Como governa todos os pares de opostos no zodíaco, preserva a interação magnética entre eles, mantendo-os fluídicos em suas relações, para finalmente facilitar sua transmutação na unidade, pois os dois têm que finalmente tornar-se Um. É bom lembrar que - sob o ângulo do desenvolvimento final das doze potências zodiacais - os doze opostos têm que fundir-se em seis, e isto é realizado pela fusão na consciência dos opostos polares. Detenham-se para refletir sobre esta frase. Os opostos, do ponto de vista da razão humana, permanecem eternamente, mas para o iniciado cuja intuição está funcionando, eles constituem apenas seis grandes potências, porque o iniciado alcançou o que se chama "a libertação dos dois". Por exemplo, o sujeito de Leão, com consciência iniciática, preserva não só a individualidade desenvolvida em Leão, como a universalidade de Aquário; se assim o quiser, ele pode agir como um indivíduo plenamente autoidentificado, e ainda assim possui simultaneamente a consciência universal plenamente desperta. O mesmo se pode dizer da atividade equilibrada e consequente fusão dos demais signos. Esta análise constitui em si mesma um interessante e vasto campo de especulação.

Gêmeos é, pois, um dos mais importantes entre os doze signos e sua influência encontra-se por trás de cada um deles - um fato ainda pouco compreendido pelos astrólogos. Isto será melhor compreendido quando o triângulo de Gêmeos e dois signos opostos for estudado. Pela razão de que o segundo raio, o Raio do Amor-Sabedoria, flui através de Gêmeos, torna-se evidente quão verdadeiro é o ensinamento ocultista de que o amor subjaz ao universo inteiro. Asseguram-nos que Deus é amor, uma afirmação que é uma verdade não só esotérica como exotérica Este subjacente amor da Deidade alcança nosso sistema solar principalmente através de Gêmeos, que forma, com a constelação da Ursa Maior e das Plêiades, um triângulo cósmico. Este é o triângulo do Cristo cósmico e é o símbolo esotérico por trás da Cruz cósmica. Existe sempre o eterno triângulo por trás da quádrupla aparência fenomênica. Falando simbolicamente nas palavras do Velho Comentário:

"Sobre o triângulo dourado o Cristo cósmico apareceu; Sua cabeça, em Gêmeos; um pé no campo dos Sete Pais e outro plantado no campo das Sete Mães (estas duas constelações são às vezes chamadas os Sete Irmãos e as Sete Irmãs - A. A. B.). Assim, durante éons, o Grande Um permaneceu, Sua consciência voltada para Seu interior, consciente dos três, mas não de quatro. Absorto, subitamente ouviu a revelação de um som... Acordado por esse clamor, Ele espreguiçou-Se, abriu os braços em compreensivo amor, e eis que foi formada a Cruz. "

"Ele ouviu o grito da Mãe (Virgem), do Buscador (Sagitário) e do Peixe submerso (Peixes). Então, eis que apareceu a Cruz da mudança, embora Gêmeos continuasse a cabeça. Este é o mistério."

Nesta afirmação oculta-se uma razão porque se considera Gêmeos um signo de ar, pois está cosmicamente relacionado (assim como Libra e Aquário, os outros dois pontos da triplicidade de ar) de forma muito peculiar com a Ursa Maior, as Plêiades e Sirius. A relação essencialmente sêxtupla, e aqui temos a pista para a resolução dos pares de opostos - uma vez que estas três constelações envolvem as três ideias de oposição-equilibrium-síntese ou fusão universal.

Podemos dizer que:

1 - Gêmeos - forma um ponto de entrada para a energia cósmica vinda de Sirius.
2 - Libra - relaciona-se e transmite as potências das Plêiades.
3 - Aquário - expressa a consciência universal da Ursa Maior.

Seria bom que se lembrassem de que tenho dito repetidamente que a grande Loja Branca em Sirius é o protótipo espiritual da grande Loja Branca na Terra, da qual a Maçonaria moderna é um reflexo distorcido, tal como a personalidade é um reflexo distorcido da alma. Quero lembrá-los mais uma vez da relação entre Gêmeos e a Maçonaria, à qual me tenho referido com frequência.

Uma cuidadosa consideração do que foi dito acima servirá para enfatizar, na consciência, a importância desta constelação, Gêmeos, e o significado interno da Cruz Mutável. Todas as constelações nesta Cruz marcam pontos de mudança ou são depositários daquelas energias que produzem os necessários períodos de reorientação, preparatórios para novos desenvolvimentos e atividades. Seria interessante destacar que:

1 - A Cruz Mutável produz aquelas condições que ocasionam grandes períodos de mudança na vida do planeta, de um reino da natureza ou de um ser humano. Mercúrio toma parte nisto.

2 - A Cruz Fixa produz, em sequencia a estas mudanças internas, certos grandes pontos de crise que são inevitáveis e que oferecem definidas oportunidades. A atuação de Saturno é aqui dominante.

3 - A Cruz Cardinal é responsável pela produção de grandes pontos de síntese, como consequência das mudanças e das crises. Júpiter é responsável pela focalização das energias nesta fase.

Isto será desenvolvido mais adiante, mas o que já foi dito (embora brevemente) dar-lhes-á certas ideias positivas de grande importância, e indicará certas situações que podem ser investigadas nas vidas daqueles cujo Sol está em um destes signos e em uma destas Cruzes.

Na expressão da atividade deste signo de dualidade, o que precisamos considerar é a energia subjetiva ao produzir efeitos objetivos. Este signo controla, esotericamente, o coração do nosso sistema solar, e assim, controla a pulsação da vida que sustem tudo que existe. Gêmeos está, pois, conectada com o coração do Sol, assim como Câncer está ligada ao Sol físico e Aquário ao Sol central espiritual. Novamente temos um significativo triângulo de natureza cósmica, cujas energias são focalizadas através de três aspectos do Sol, de modo bastante misterioso:

1 - Câncer Sol físico 3° aspecto inteligência ativa do Todo
2 - Gêmeos coração do Sol
2° aspecto amor do Todo
3 - Aquário Sol central espiritual
1° aspecto a vontade do Todo

Através destes signos os três principais aspectos da divindade estão atualmente focalizados. Ao fazer o horóscopo do planeta (o que ainda não foi feito corretamente, devido à falta de dados disponíveis ao astrólogo exotérico) a influência destas três constelações será de importância capital. Em Câncer temos a consciência sintética da massa, considerando-a a partir da consciência da própria matéria e da percepção de todas as formas e átomos; em Gêmeos aparece o reconhecimento da dualidade, que leva à experiência e crescimento em todas as formas inteligentes e separativas; em Aquário temos os resultados da atividade de Câncer e Gêmeos produzindo uma síntese superior e uma percepção grupal universal. Isto o estudante inteligente pode acompanhar com certa facilidade em relação à humanidade, porém aplica-se igualmente a todas as formas em todos os reinos da natureza, como também à expressão planetária e solar. A comprovada realidade disto é um dos desenvolvimentos do processo iniciativo no fim do longuíssimo caminho da evolução. A atração e repulsão são, portanto, fatores condicionantes na nossa vida solar, e este condicionamento nos chega através de Gêmeos. É o efeito de uma energia cósmica hoje desconhecida pela humanidade. A luz crescente e minguante, que caracteriza a experiência da alma desde o primeiro leve passo que a trouxe à encarnação e experiência na Terra, o surgimento e declínio de civilizações e o crescimento e desenvolvimento de todas as manifestações cíclicas, são produzidas pelo que chamamos uma interação entre os dois irmãos."

Naquela distante época, quando a ronda maior do zodíaco se iniciou em Gêmeos, como agora em Peixes, havia uma relação entre as fases crescente e minguante da Lua, devido ao poder pulsante de Gêmeos. Isto agora diminuiu grandemente, porque a vida sensível foi removida da Lua, porém, o ritmo iniciado naquela época ainda permanece, provocando a mesma básica ilusão. Estou falando em termos de fatos antigos, e não em termos de reflexos, como agora é o caso; refiro-me a realidade e não a sombras.

Gêmeos, como podem começar a compreender, está relacionado com o corpo etérico; é o depositário da energia condicionante, e o intermediário - no que concerne as essencialidades básicas - entre alma e corpo, que são os dois irmãos aliados. Na pessoa comum, o veículo etérico é o transmissor da energia psíquica, galvanizando coordenando o corpo físico denso e permitindo, portanto, o controle astral e mental da personalidade. Quando o homem está no Caminho do Discipulado, portanto, na roda inversa que leva à iniciação, o corpo etérico torna-se o transmissor da energia da alma, e não da força da personalidade. O poderoso efeito do 2° Raio do Amor-Sabedoria - atuando por meio dos seis raios subjetivos, segundo o tipo do raio - começa firmemente a dominar o corpo vital, produzindo, consequentemente, a troca da força e da intensidade para os centros acima do diafragma.

O poder da personalidade diminui e se desvanece, enquanto aumenta e cresce o da alma. Há muito a aprender com o estudo da atividade dual - superior e inferior - do corpo etérico e sua relação com, e resposta à, constelação de Gêmeos, porém é assunto por demais intricado para o estudante comum. É, não obstante, um fato esotérico a ser lembrado porque algum dia, no futuro, será de real utilidade para o astrólogo, pois um dia a astrologia será elevada a um plano superior. A verdadeira interpretação e a verdadeira cura chegarão a todos os departamentos da vida humana por meio da compreensão apropriada sobre as potências disponíveis e as energias que fluem para o planeta em determinados momentos.

Vamos agora considerar os regentes deste signo e muito temos a aprender com este estudo. O regente ortodoxo é Mercúrio, que, como Mensageiro dos Deuses ou "o intermediário divino, leva mensagens de um polo a outro com rapidez e luz." Neste potentíssimo e importante planeta encontra-se mais uma vez a ideia da dualidade, que é intensificada pela influência de Gêmeos e que, por sua vez, é intensificada por Mercúrio, que é a expressão do aspecto dual da mente ao mediar entre o superior e o inferior. Esta mediação novamente apresenta duas etapas: Primeiro, o uso da mente concreta como mediadora dentro da personalidade, condicionando a vida da personalidade, analisando e distinguindo entre o eu humano e o não-eu e enfatizando a consciência do "eu e tu", assim como a da personalidade e do meio ambiente. Na segunda etapa a mente leva as mensagens entre a alma e o cérebro, e estabelece a correta relação entre o eu inferior e o eu superior; é pois, a mente iluminada, que relaciona a alma e a personalidade. Este processo de relacionamento superior é levado avante rapidamente no Caminho do Discipulado.

Há um terceiro aspecto de Mercúrio que começa a funcionar quando os outros dois estão aperfeiçoados ou em processo de rápido aperfeiçoamento. Neste caso, Mercúrio é a mente abstrata - separada de qualquer contato com a forma, tal como o entendemos - e relaciona alma e espírito, e isto também em duas etapas. Mercúrio é o revelador da Tríade Espiritual (atma budi-manas ou vontade espiritual, amor espiritual e mente superior) à alma, e isto leva o discípulo à etapa da 3a. iniciação. É, depois, o revelador do aspecto vida durante os processos das iniciações superiores, mas não é necessário que me detenha sobre isto.

Deste modo e de forma peculiar, Mercúrio aumenta no indivíduo de Gêmeos o sentido latente da dualidade em suas várias etapas e também o sentido de discriminação, levando à agilidade e fluidez mentais - uma das maiores vantagens deste signo, mas também uma de suas maiores dificuldades. Esta agilidade tem que ser corretamente compreendida e manipulada. Quando há facilidade de abordagem mental em qualquer direção e em relação com os muitos opostos na manifestação, temos o aparecimento do divino Mensageiro em seu verdadeiro caráter, capaz de compreender os extremos e, de modo divino, relacioná-los uns aos outros. Gêmeos é preponderantemente o signo do mensageiro, e produz muitos dos mensageiros que têm aparecido ao longo dos tempos, os reveladores de novas verdades divinas e os intermediários entre o quarto e o quinto reino.

Por esta razão é que temos Mercúrio como regente exotérico e Vênus como regente esotérico, pois eles incorporam as energias do 4° Raio, da Harmonia através do Conflito, e do 5° Raio, do Conhecimento Concreto ou Ciência, que é a compreensão embrionária das causas, e condições delas resultantes, e também do Plano.

Temos aqui novamente a nota da dualidade na relação (estabelecida pela atividade destes dois regentes) entre o terceiro reino da natureza, o reino animal, e o reino de Deus ou das almas, o quinto reino da natureza, produzindo assim o quarto reino ou humano. Entre os dois, as influências atuam de Sagitário para Gêmeos e vice-versa. Foi a atividade de Vênus - sob a influência de Gêmeos - que produziu a grande crise da individualização quando os dois reinos se "aproximaram" um do outro. Vênus, Mercúrio e a Terra estabeleceram, então, um campo magnético que tornou efetiva a intervenção da Grande Loja em Sirius e o estimulo dual de Gêmeos na produção de resultados significativos, dos quais o quarto reino é a expressão. O fato de Gêmeos ser o terceiro signo e incorporar o que se chama "uma terceira potência" permitiu-lhe alcançar, com sua força, o terceiro reino e produzir a reação que resultou na individualização ou humanização de suas formas superiores de vida.

Observarão que Vênus é também o regente hierárquico de Capricórnio, mostrando, assim, o poder da mente e seu lugar e propósito em relação às duas principais crises humanas: individualização e iniciação. Isto relaciona, de maneira única, a humanidade a Vênus. Na futura religião mundial, este fato será observado e no mês de junho -essencialmente o mês em que as influências de Gêmeos são peculiarmente fortes - elas serão vantajosamente aproveitadas para aproximar mais o homem das realidades espirituais. Assim como Vênus foi potente para produzir a relação de pares de opostos tais como o quinto reino das almas e o terceiro reino (a síntese dos reinos subumanos) que levou à Grande Aproximação entre alma e forma, também na nova religião mundial este fato será reconhecido. Será feito o apelo às Forças que podem utilizar esta potência planetária para que se realize o divino plano na Terra. Porque Vênus relaciona certos pares de opostos, este planeta está, erroneamente, ligado na mente dos homens ao sexo e à vida sexual, e à relação dos opostos físicos, macho e fêmea.

É interessante descobrir que o regente hierárquico de Gêmeos é a própria Terra, que não é um planeta sagrado. A Terra é, também, o regente esotérico de Sagitário, o polo oposto de Gêmeos. Esta duas constelações são as únicas regidas pela Terra, fato este de grande significado, criando uma situação singular e uma relação ímpar. A linha de força cósmica que vai de Gêmeos a Sagitário e vice-versa está, subjetiva e esotericamente, relacionada à Terra, garantindo assim o desenvolvimento de sua alma, o desenvolvimento da forma como expressão dessa alma, e conduzindo nossa sofredora humanidade neste triste planeta até o portão da iniciação em Capricórnio. Nesta afirmação e no fato da dor e pesar que são qualidades características de nossa vida planetária, está oculto um misterioso segredo.

Através desta relação, e por intermédio das potências que fluem para nosso planeta, estabelece-se uma situação que é assim descrita no Velho Comentário:

"Quando as forças duais dos irmãos cósmicos (Gêmeos) se convertem na energia daquele que cavalga em direção à luz (Sagitário), então o quarto torne-se o quinto. A humanidade, o elo, torna-se a Hierarquia, o outorgante de todo bem. Então, todos os Filhos de Deus se regozijam."

Um breve estudo mostrará que temos nestes três regentes uma interessantíssima sequencia de forças, pois os Raios 3°, 4° e 5° produzem uma síntese de atividade e impetuosas potências que são essenciais para o desenvolvimento da humanidade. Neste ciclo mundial, e para a humanidade tal como ela está agora constituída, temos:

1 - Raio 3° -Inteligência Ativa, sob a influência do terceiro signo, Gêmeos, que lentamente condiciona o corpo etérico.

2 - Raio 4° - Harmonia através do Conflito, sob a influência de Gêmeos-Sagitário, que apresenta, no plano astral, as situações de conflito no corpo astral que são essenciais para o percurso final no solo ardente e a subsequente libertação.

3 - Raio 5° - Conhecimento Concreto ou Ciência, sob a influência de Capricórnio, focalizado através de Vênus, que permitirá ao homem receber a iniciação.

Estas três energias, focalizadas através dos três planetas que governam Gêmeos estão essencialmente dedicadas ao desenvolvimento do quarto reino da natureza, e estão polarizadas na Terra, que é, ela mesma, um dos regentes.

Mercúrio, a estrela do conflito, é também o mais importante planeta dos relacionamentos, pois ele governa e dá o "comando" (se é que posso usar tal expressão) de interação entre a Terra e as constelações que a condicionam. Gêmeos relaciona nosso pequeno planeta a Virgem (Cruz Mutável), a Áries (Cruz Cardinal) e a Escorpião (Cruz Fixa), e sua missão, portanto, é de suprema importância. Por meio desta inter-relação e consequente intercâmbio, as três Cruzes cósmicas se relacionam estreitamente e, em Gêmeos, certas influências zodiacais fundamentais - sintetizadas e coordenadas - são focalizadas no nosso planeta. Isto produz tensão, ação e reação, e aquela condição de forte luta e dificuldade que é tão característica de nossa vida planetária, mas que eventualmente produz o despertar da humanidade para a plena consciência planetária, e, no caso do Logos planetário, para a plena consciência cósmica.

Este efeito é muito poderoso em Gêmeos porque os dois braços da Cruz Mutável ficam deste modo relacionados, e o resultado da atividade de Mercúrio, quando regendo Gêmeos, é produzir uma atração permanente entre os pares de opostos; em Virgem, produz a luta interna entre o exotérico não-eu e o eu esotérico, entre a consciência da forma (planetária, humana e subumana) e a alma no interior de todas as formas. Ao tratarmos deste assunto, temos que considerar as seguintes formações astrológicas:

1 - Gêmeos ........ Virgem .............. Mercúrio

A Terra

2 - Gêmeos ........ Aries ................. Mercúrio

A Terra

3 - Gêmeos ........ Escorpião .......... Mercúrio

A Terra

A importância desta tripla formação está baseada no fato de que são triângulos condicionadores, com as energias de duas constelações focalizadas na Terra, através de Mercúrio:

As potências de Gêmeos-Aries, instiladas em nossa vida planetária via Mercúrio, focalizam a condicionante vontade-de-Ser na Terra, produzindo começos iniciais como o da encarnação ou da iniciação, ou o começo da organização, assim como o dos organismos. É preciso lembrar que há a vontade-de-Ser na forma e a vontade-de-Ser livre da forma, porém todos estes aspectos da vontade são alcançados através de conflito e interação, dos quais tanto a energia de Gêmeos quanto a de Mercúrio são os eternos símbolos.

Mercúrio, visto que relaciona Gêmeos com Escorpião e com nosso planeta, tem um efeito geral ou de massa, porque é o regente hierárquico de Escorpião e seu efeito é muito mais de natureza planetária de que costuma ser; por isso é mais difícil percebê-lo no ponto atual de desenvolvimento planetário e consciência humana. Seu verdadeiro significado somente será compreendido quando a consciência individual do homem for planetária em seu alcance e entendimento, o que acontece apenas após a 3a. iniciação.

Enfatizei dois destes relacionamentos entre as constelações e a Terra, embora não lhes seja ainda possível entender as implicações. É frequente esquecermos que não é possível para indivíduo algum que se encontre dentro da esfera de influência planetária, conceber as condições existentes fora da Terra, porque este pequeno planeta é, inevitavelmente, para esse indivíduo, o centro do seu universo conhecido, e - sob a Grande Ilusão - as constelações com seus regentes e suas contrapartes prototípicas giram ao redor da Terra. Quando o homem tiver progredido mais e sua consciência começar a acordar para a realidade, a natureza desta ilusão tornar-se-á clara para ele, mas atualmente isto não é possível, nem sequer teoricamente. Estudem o que ainda vou acrescentar sobre a influência dessas constelações relacionadas e vejam se isso realmente lhes traz algum conhecimento exato, além de uma ideia geral, sobre as energias enfocadas e as forças relacionadas. Assim, acrescentarei o seguinte:

A influência de Mercúrio quando ele relaciona Áries e Gêmeos à nossa Terra, estabelece no tempo e espaço uma situação ímpar, pois incita a fazer esforços experimentais ou inicia uma série de começos com o fim de relacionar forças opostas e produzir certos definidos e planejados efeitos sobre o nosso planeta, e deste modo influenciando os reinos da natureza ou a alma individual na forma. Inicia-se assim um conflito que conduz finalmente ao equilíbrio.

Isto leva a uma consumação intermediária em Libra.

A influência de Mercúrio ao relacionar Virgem e Gêmeos condiciona a alma dentro da forma e submete-a a influências que conduzem à intensificação do processo evolutivo comum, e ao consequente crescimento da luz da alma e diminuição da luz da matéria. Isto dá início à luta que um ser humano, conscientemente, sabe estar sendo travada entre a alma e a personalidade.

Isto conduz a uma etapa final em Capricórnio.

A influência de Mercúrio, quando relaciona Escorpião e Gêmeos, inaugura a etapa final na consciência, que colocará firmemente a alma dentro da forma no lugar do poder, mudando o equilíbrio e controle anteriormente adquiridos definitivamente para o reino da alma. É isto que, em Escorpião, produz a terrível experiência do discípulo e que, nesta época, é uma das causas predisponentes do atual conflito mundial, É interessante notar que esta luta será primariamente condicionada pelas decisões tomadas em Londres (que é governada por Gêmeos) e nos Estados Unidos (também governado por Gêmeos).

A humanidade está agora no Caminho do Discipulado, como tenho frequentemente dito, e Escorpião rege esse caminho; Gêmeos governa o caminho de muitas mudanças que condiciona a luta iniciada em Áries enfocada em Câncer, trazida a um ponto de crise em Escorpião e terminada em Capricórnio. Quando Gêmeos, Escorpião e Mercúrio estiverem corretamente relacionados, veremos os Estados Unidos entrar no Caminho do Discipulado através do abandono de sua atual política autocentrada, sua bem-intencionada relutância em aceitar responsabilidades e seus inatos medos e desconfianças. Quando o foco do poder em Londres estiver também corretamente orientado e liberado com crescente efetividade pela drástica purificação do motivo, então o efeito unificado destes dois esclarecimentos será a liberação humana. Estes fatos estão lentamente sendo compreendidos em Londres, que está à frente dos Estados Unidos, onde a compreensão está despertando mais vagarosamente.

Estas potências, quando efetivas, conduzem ao verdadeiro serviço em Aquário.

Toda esta atividade é intensificada por dois fatos: um é que a Terra é o regente hierárquico de Gêmeos, o outro é que Vênus é o seu regente esotérico. Isto intensifica tudo que acontece e leva ao desenvolvimento, no nosso planeta, da consciência da universalidade - para a qual a palavra "Hierarquia" é a chave. Vênus é também o alter ego da Terra, como é chamada na literatura ocultista, e seu verdadeiro suplementar e complementar planeta. Temos, portanto, uma dupla relação dual: a do próprio Gêmeos, os dois irmãos, e a da Terra e Vênus.

A Terra está peculiarmente relacionada com "o irmão cuja luz está decrescendo" (pois, como sabem, a Terra não é um planeta sagrado) e com aquele aspecto da divindade que é material ou substancial. Vênus está intimamente relacionada com "o irmão cuja luz aumenta a cada ciclo", e pois, com a alma, cuja natureza é amor. É esta situação Gêmeos-Vênus que torna a nossa Terra o único planeta "do sofrimento que liberta e da dor que purifica". As energias que produzem esses fatores de liberação são focalizadas sobre a Terra por meio de Mercúrio e Vênus. Vê-se, portanto, a importância desse triângulo de planetas - Terra-Vênus-Mercúrio - a que me referi no Tratado sobre o Fogo Cósmico. Sob certo ângulo, estes planetas estão relacionados com a Personalidade do nosso Logos planetário:

1. Terra - corpo vital planetário.
2. Vênus - veiculo astral planetário, ou Kama-manas.
3. Mercúrio - mente planetária.

A Terra é também, em pequena escala, um planeta intermediário ou relacionador, porque rege tanto Gêmeos quanto Sagitário sendo, portanto, potente apenas dentro desta linha de relacionamento dual que existe entre este particular par de opostos. Na Terra, está sendo desenvolvido um grande processo de balanceamento entre duas grandes correntes de energia cósmica, uma que emana de Sagitário e outra, de Gêmeos. Esta condição, ajudada e influenciada por Mercúrio e Vênus, produz, no nosso planeta, uma situação um tanto incomum.

Vênus também estabelece uma interação entre Touro, Gêmeo, Libra e Capricórnio, o que novamente (porque a Terra é um dos regentes de Gêmeos) produz "o desesperado conflito da alma aprisionada no plano astral" que caracteriza a nossa vida planetária. Estas quádruplas influências e relações produzem as iniciações menores do plano astral que sempre precedem às iniciações maiores em Capricórnio, as quais, por sua vez, são preparadas em Escorpião. De Touro emana para a Terra, via Vênus, a energia que estimula o desejo; Gêmeos, via Vênus, desperta na humanidade - que é o ponto focal do esforço planetário - o sentido da dualidade, que é o fator básico no conflito entre o desejo e a vontade espiritual; em Libra, este conflito atinge um ponto de balanceamento onde aquele que luta vê claramente a questão e alcança o desejado equilíbrio, através do sábio uso da mente Mercúrio-Vênus, que assegura o sucesso de seus esforços finais em Capricórnio. Observarão, portanto, quão necessário é estabelecer com exatidão o ponto de evolução da alma.

Os três planetas que regem e condicionam Gêmeos (através de prolongada atividade, e não através de sua própria influência) são, neste terceiro signo, eficazes em fazer deste signo dual uma triplicidade funcionante; é a ajuda que eles dão à Terra que produz o aparecimento na forma das energias duais da alma e da personalidade psíquica subjetiva. Pensem sobre isto. São as energias do 5°, 4° e 3° raios, fluindo através de Vênus, Mercúrio e da Terra que produzem a eternamente repetida triplicidade divina e o trabalho de liberar a alma da influência da forma.

Consideramos aqui os raios que diretamente afetam nosso planeta, a Terra, focalizados pelos três planetas regentes, e que emanam de certas constelações. Em última análise, o planeta é o resultado ou efeito (deveria dizer o efeito resultante) da influência do raio, assim como, no ser humano, o corpo físico é o efeito dos raios governantes. Por meio dos planetas manifestam-se certas potências, três em número, e poderia destacar aqui que os chamados planetas sagrados são aquelas potências de raio que expressam a alma e o espírito, com o raio da personalidade da grande Vida que dá a forma - o Logos planetário -subordinado aos dois raios superiores, tal como é o caso do homem após a 3a iniciação. Um planeta não-sagrado, como a Terra, está ainda sujeito ao raio da personalidade da Vida na forma, não sendo efetiva a correspondência com o raio monádico esotérico.

Indiretamente, Gêmeos é regido pelos raios transmissores da potências que, com Gêmeos, constituem a Cruz Mutável. São ele Lua, Júpiter, Marte e Plutão. Eles transmitem energias que express. mo 4°, 2°, 6° e 1° raios. Assim, no que diz respeito a Gêmeos, falta apenas um raio, o 7° Raio da Organização, Magia Cerimonial e Ritual. Isto explica a instabilidade e fluidez da influência de Gêmeos, e é grandemente responsável pelo frequente fracasso dos geminianos em expressar, para que se materializem no plano físico, a beleza e os ideais que eles interiormente pressentem. O 7° raio dá fixação no nível exotérico da experiência e "ancora" (se me permitem usar tal termo) as forças do raio, produzindo a expressão concreta das realidades ou poderes subjetivos. Seis forças se unem em Gêmeos e, por esta razão, o duplo triângulo ou Selo do Rei Salomão é um dos símbolos subjetivos deste signo, ligando-o mais uma vez à tradição maçônica e indicando também mais uma vez o dualismo essencial deste signo.

Todas as potências internas estão, pois, presentes e, dentre os dotes do homem de Gêmeos, apenas foi omitida a energia estabilizadora do 7º raio. Assim, facilmente se explica a versatilidade característica dos geminianos. A efetividade de Mercúrio é também intensificada no seu aspecto interpretativo porque o geminiano pode sempre encontrar pontos de contato com pessoas de quase todos os raios. Este é um ponto interessante a ser lembrado se compreendermos que o grande ritual maçônico foi inaugurado sob a influência deste signo, e contudo, o raio do ritual foi omitido. Isto deve-se ao fato da reação, que produz oposição e, portanto, interação e luta. Dai os testes e provas do procedimento maçônico.

A influência indireta da Lua, simbolicamente personificando o 4° Raio da Harmonia através do Conflito, proporciona a Mercúrio a tendência dual para a luta, o que é característico deste signo, e também a tendência dual para a harmonia, que é o resultado inevitável de todo conflito espiritual.

Em relação à dualidade do conflito, é preciso lembrar que há um conflito do processo evolutivo que, finalmente leva ao conflito no Caminho, e são os dois aspectos da luta: um inconsciente e sob a direção da forma, outro consciente e sob a direção da alma. Há também a harmonização da personalidade e a conquista da integração da personalidade. Isto é a consequência ou a meta do primeiro conflito, e depois, há a conquista da harmonia entre a alma e a forma, que é alcançada através da luta nas etapas finais do Caminho.

Assim, de novo, o dualismo essencial deste signo se torna aparente. Quando a influência de Júpiter se torna forte e poderosa neste signo, isso indica o iniciado e a rápida conquista da "síntese do dualismo" de alma e espírito. Através da atividade de Mercúrio, o homem cujo Sol está em Gêmeos, é auxiliado a obter a síntese de alma e forma; por meio da atividade de Júpiter, o homem cujo signo ascendente é Gêmeos, está capacitado a atingir a integração consciente de alma e espírito Observem estes dois pontos pois eles são de grande significado.

O conflito que produz estas etapas na consciência é criado pela influência indireta de Marte. Este planeta leva a guerra ao ponto mais profundo das circunstâncias, do ambiente e do ser, e confere ao mesmo tempo uma devoção ao objetivo antevisto - em qualquer ponto do caminho - que, no final, o fracasso é impossível. Próximo ao fim do processo evolutivo, o discípulo começa a responder conscientemente à quarta influência indireta - a de Plutão, que produz a morte dos obstáculos e de tudo aquilo que impeça a síntese. Plutão, ao afetar Gêmeos, provoca a morte ou o fim da natureza separativa instintiva, que é o fator por trás de todo dualismo; é inerente ao que, em A Doutrina Secreta, é chamado o princípio de ahankara ou percepção do ego isolado e separativo; durante éons é hostil à aspiração da alma aprisionada, focalizada ou identificada com algum aspecto da personalidade, e, numa etapa posterior, com a própria personalidade.

Nesta análise sobre os vários signos zodiacais pouca atenção foi dada ao efeito que eles produzem no corpo físico. Isto, por si mesmo, constitui uma ciência estreitamente ligada à teoria da cura espiritual. Não obstante, desejo abordar a relação de Gêmeos com a forma física pelo fato de ser ela tão verdadeiramente simbólica dos processos do desenvolvimento divino, e portanto, bastante oportuna.

Gêmeos rege os braços e as mãos, indicando o serviço que os dois irmãos têm que prestar um ao outro para provocar a dissolução (sob Plutão) da relação separativa que, há tanto tempo, existe entre eles O que está aqui considerada é a saúde para a vida, e é por esta razão que Gêmeos governa também a oxigenação do sangue, trazendo como resultado a atividade da vida e a livre interação e circulação do aspecto espírito-alma através de todo o complexo organismo dentro da forma. Onde a força da vida flua livremente e não existam empecilhos à circulação do fluido vital, através do sangue, haverá, consequentemente, perfeita saúde. É a compreensão desta lei que produz no iniciado a condição de controlar a saúde e escolher a imortalidade. Este é o objetivo de tantas escolas de cura mental, mas que, sem, exceção, são tão totalmente místicas e afastadas da ciência, que suas realizações são praticamente nulas. Elas defendem o ideal, mas falham em consumá-lo.

Gêmeos governa, também, o sistema nervoso e as reações fluídicas de todo o organismo nervoso. Daí encontrarmos neste signo e sua atividade a tendência de controlar, no momento oportuno, os dois aspectos da alma a que constantemente me refiro em meus livros: o aspecto vida assentado no coração e usando a corrente sanguínea como seu modo de interação e de expressão doadora de vida, e o aspecto consciência assentado na cabeça e usando o sistema nervoso como seu meio, condição ou processo de expressão. A estes fatores temos que acrescentar o efeito, quer direto, quer indireto, dos raios que regem o signo. É pela compreensão da vida e da consciência, tal como governadas por Gêmeos, que a liberação final pode ser mentalmente alcançada. Reflitam sobre esta afirmação, pois em Gêmeos, o discípulo pode chegar a ter o mecanismo da consciência e dos processos da vida que permitem, finalmente, ao homem ser o que ele é.

Gêmeos rege, também, a glândula timo, atualmente inativa no homem adulto, porque na maioria, o centro do coração ainda não está desperto. Todavia, ela tornar-se-á ativa quando "o irmão imortal inundar com a luz e vida de Deus o irmão mortal." Então, o centro do coração, com sua correlativa atividade de consciência (compreensão grupal e amor grupal) funcionará livremente. O mistério do signo está, na realidade, ligado ao segredo da resposta que deve existir, e finalmente existirá, entre os dois irmãos, entre os dois polos -alma e forma - e entre o eu mortal ou personalidade e o eu imortal ou alma.

Sensibilidade e rápida reação são características das pessoas nascidas com o Sol neste signo ou com Gêmeos ascendente. Isto leva, nas primeiras etapas e nas pessoas não-desenvolvidas, a uma versatilidade fluídica; em etapas posteriores e mais avançadas, leva a uma igualmente fluídica, porém analítica, compreensão dos homens e das circunstâncias. Isto é produzido pela constante atividade, pelo ininterrupto movimento e intermináveis mudanças de condição que são inerentes ao próprio signo, e que "pulsam entre os dois aspectos" deste signo dual. Isto é intensificado pelo fato de ser Gêmeos um dos mais importantes aspectos da Cruz Mutável, estabelecendo ou determinando as mudanças e a marcha de sua progressão.

No polo oposto deste signo, Sagitário, a interação entre os dois irmãos, ou entre o eu inferior e o eu superior, está focalizada ou condicionada num esforço unido e direcionado. O homem mutável e versátil torna-se o discípulo auto dirigido, uni-direcionado em seu esforço, conservando, contudo, toda a versatilidade anteriormente desenvolvida, mas controlando e governando a tendência à fluidez, à mobilidade desnecessária e à mudança mal dirigida. Já me ocupei disto bastante quando estudamos o signo de Sagitário e por isso, não é necessário repeti-lo aqui.

É de grande interesse para o iniciado ou para o discípulo avançado compreender que, neste signo, planeta algum está em queda ou é exaltado. A pista para este mistério está oculta no fato de que, na etapa intermediária entre Gêmeos e Sagitário, o equilíbrio, o balanceamento, a fusão e a mescla são os objetivos da entidade consciente que luta quase às cegas. O homem precisa alcançar a harmonia evitando consequentemente todos os extremos. Os sete signos - inclusive Gêmeos e Sagitário - são de suma importância - no que tange a humanidade:

Gêmeos De natureza subjetiva. Vital. Não está focalizado no plano físico. Está focalizando no irmão mortal.
Câncer
Leão
Virgem
Libra
Escorpião
São signos estritamente humanos que reconhecem a dualidade, enfatizada no signo central de Virgem.
Sagitário De natureza subjetiva. Vital. Não está focalizado conscientemente no plano físico. Está focalizado no signo central de Virgem.

Em Sagitário encontramos a mesma situação: nenhum planeta está exaltado e nenhum está em queda. Mercúrio, contudo, está em detrimento ou sua influência encontra-se diminuída. Em Gêmeos, o mesmo ocorre com Júpiter. A razão disto é, esotericamente falando, um dos segredos da iniciação. A pista para o mistério reside no básico dualismo espiritual de Júpiter em contraposição ao dualismo corpo-alma de Gêmeos; em Sagitário, o dualismo de Mercúrio que se expressa na mente inferior-superior, é transcendido pela mente universal ou espiritual. Por enquanto não é possível dizer mais do que isto.

Em relação aos decanatos e seus regentes, é interessante observar que Sepharial e Alan Leo indicam planetas totalmente diferentes, e contudo, ambos estão certos. Excepcionalmente para ele, Sepharial dá os planetas Júpiter, Marte e o Sol, regentes esotéricos do signo na roda do discipulado, quando normalmente ele escolhe os planetas exotéricos. Leo, neste caso, dá Mercúrio, Vênus e Saturno que governam a roda da vida comum, e assim eles abrangem a roda ao girar nas duas direções. Observem como dois dos planetas regentes dos decanatos servem para acentuar os planetas do signo, no caso da roda comum - Gêmeos com Saturno oferecendo, numa etapa bastante avançada, a oposição necessária para provocar a revolução básica. Notem esta frase. Toda a questão a respeito da roda giratória com sua ação dual e efeito dual na consciência (e portanto, todo o problema dos três decanatos e seus regentes em cada signo do zodíaco) deve permanecer um problema, difícil e complexo, até o momento em que os astrólogos tenham desenvolvido a consciência quadrimensional e conheçam o verdadeiro significado da expressão bíblica, "a roda que gira sobre si mesma". Na realidade, a roda não gira como a roda de um carro, para a frente ou para trás. Ela gira simultaneamente em ambas e todas as direções. Este é um fato, por enquanto, impossível de ser compreendido pela mente humana. A complexidade envolvida na progressão através dos decanatos - condicionando também os regentes - baseia-se na múltipla ação da roda, que não se move apenas na direção dos ponteiros do relógio, mas sim nas duas direções ao mesmo tempo e também em ângulos retos em relação a si mesma.

Obviamente o significado das duas Palavras para este signo não necessitam de esclarecimento. Para o homem comum a Palavra é ”Que a instabilidade faça seu trabalho” porém para o discípulo a Palavra vem da própria alma: ”Eu reconheço o meu outro eu, e no seu declínio, eu cresço e brilho.”

Fluidez, reconhecimento da dualidade e controle da alma! São estas as notas-chave deste signo, e deveriam ser as notas-chave de sua vida, porque se nesta vida você pertence a este signo, ele está condicionando sua experiência, como já o fez muitas vezes antes, e os resultados ficarão marcados na vida do discípulo avançado.

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TAURUS, O TOURO

Chegamos agora ao último dos doze signos que estamos estudando, e o último daqueles que afetam a humanidade. É também o segundo signo que - após a reorientação que precede o discipulado - produz mudanças e oportunidade para o discípulo. Chegamos também ao signo que é chamado "o maior incentivo para a vida", porque Touro é o símbolo do desejo em todas as suas fases. Se o homem subjetivo é impulsionado pelo desejo, ou o discípulo é levado para o caminho do retorno pelo impulso da aspiração, ou se o iniciado é controlado pela vontade de cooperar com o Plano, ele está, não obstante, respondendo à mais potente manifestação de um aspecto da divindade - pouco conhecido e compreendido - ao qual damos o nome inadequado de Vontade de Deus.

Vontade, poder, desejo, aspiração, ambição, motivo, propósito, impulso, incentivo, plano - são todas palavras que tentam expressar um dos maiores atributos subjacentes, ou causas fundamentais (o homem mal sabe qual) da manifestação, dos processos evolutivos e da vontade de-ser ou vontade-de-viver. A grande triplicidade, desejo-aspiração-direção (vontade), são apenas três palavras que tentam descrever o progresso e a propensão do homem-personalidade, do homem-alma e do homem-canal para o espírito ou vida. As três apontam, inadequadamente, para a causa da expressão tríplice que subjaz a todos os acontecimentos, a todo progresso e a todos os eventos no tempo e espaço.

Foi o Buda que esclareceu para o homem a natureza do desejo e seus resultados, com os infelizes efeitos que o desejo provoca quando persistente e desprovido de esclarecimento. Cristo ensinou a transmutação do desejo em aspiração, a qual, segundo a expressão que lhe foi dada no Novo Testamento, era o esforço da vontade humana (até então animada pelo desejo ou expressa através dele) para conformar-se à vontade de Deus - sem compreensão, mas conformado, com perfeita confiança e certeza interior que a vontade de Deus deve ser tudo que é bom, não só para o indivíduo, mas para o todo.

Agora, com a força de Shamballa começando a jorrar para o mundo, o homem está procurando uma outra interpretação para a vontade de Deus, que não envolverá, como até agora, a cega aquiescência e a inevitável aceitação dos inescrutáveis ditames de uma potente e inescapável Providência, mas que produzirá uma compreensiva cooperação com o Plano divino, e uma fusão esclarecida da vontade individual com a grande divina vontade, e isto para o bem maior do todo.

Para esta atitude desejável, está sendo feita uma preparação de âmbito mundial, de modo simples e discreto, por meio da fomentação gradual da vontade-para-o-bem, e da demanda universalmente proclamada para que as condições humanas sejam mais verdadeiramente iluminadas, mais firmemente polarizadas para o benefício do todo, e mais definidamente subordinadas ao inato impulso divino para a beleza, a síntese e a livre expressão do mistério oculto que se encontra no coração de todas as formas. Isto desenvolve-se, também, por meio da constante tentativa para compreender e interpretar o Plano para a humanidade, à medida que seu contorno geral começa a tornar-se aparente para a inteligência em desenvolvimento do homem.

Tudo isto indica uma crescente resposta do homem às entrantes influências de Shamballa e à consequente evocação do aspecto vontade da natureza do homem. Isto deve produzir resultados tanto desejáveis quanto indesejáveis devido ao atual ponto de evolução do homem , por isso, responsável por grande parte do que está acontecendo no mundo A trêmula resposta da humanidade (por intermédio das mais esclarecidas e sensíveis pessoas em cada país) a esta influência e a correspondente interação magnética entre o grande centro de Shamballa e o centro humano é um fato crescente, registrado e notado pela Hierarquia que observa e faz certas mudanças importantes e inevitáveis. Isto é de bom augúrio para o futuro, apesar do temporário mau uso das forças.

Necessária e simultaneamente, esta interação evoca resposta daqueles que não estão ainda preparados ou prontos, e dos que estão incorretamente orientados e das pessoas egoisticamente polarizadas. Isto estimula a vontade-para-o-poder no indivíduo e fomenta a incorreta integração da personalidade, com a imposição de seus desejos. Assim, por intermédio de tais personalidades e seus errôneos ensinamentos, nações são também enganadas - temporariamente - e a força de Shamballa é erradamente empregada e direcionada. O resultado deste efeito dual da força de Shamballa atualmente, é a precipitação desse terrível processo purificador a que chamamos Guerra. Esta guerra é a consumação do conflito entre os pares de opostos e da dualidade básica da manifestação e não está basicamente motivada como o foram todas as guerras anteriores. Ao referir-me a este conflito, devo lembrar-lhes que, para nós (os trabalhadores do lado interno), o conflito de 1914 e o atual (2a. Guerra Mundial - N. do T.) são duas fases de uma mesma condição. A guerra, quando mantida firmemente focalizada pelos Guias da Raça, sem que estes permitam que ela se arraste por tempo excessivo e sob condições por demais terríveis, pode definitivamente servir aos fins da evolução; sob a orientação espiritual, a guerra cria situações que propiciam o desenvolvimento mental para o qual é necessário o pensamento claro (algo difícil de encontrar-se), a remoção de condições indesejáveis que, sendo identificadas, podem consequentemente ter sua fonte originária eliminada, e também os definidos efeitos produzidos no corpo emocional da humanidade pela dor e sofrimento coletivos. O sofrimento, as privações, a ansiedade, a dor podem levar à reversão da roda da vida humana, tal como acontece no caso do aspirante individual. Pode levar à focalização das tendências da vida num mundo de valores e realidades mais verdadeiros e assim inaugurar a nova e melhor civilização que todos esperamos. Se pudessem ver o mundo tal como o vemos nós, os instrutores internos, vocês perceberiam em toda a parte esta refocalização e reorientação.

Contudo, novamente está em jogo o elemento tempo (esse sentido de percepção condicionado pelo cérebro) e o problema que agora preocupa a Hierarquia é providenciar que o atual conflito não se prolongue demasiadamente para despertar todas as nações, sem exceção, para o sentido da importância do tempo atual e da parte que lhe cabe de responsabilidade e assim arquitetar um clímax onde a correta lição mundial possa ser aprendida; onde o mundo possa purificar-se pela eliminação dos elementos indesejáveis que atrasam a nova era e o surgimento de uma civilização mais espiritual; e onde as forças do ódio, da crueldade, do materialismo e das trevas possam ser rechaçadas (onde quer que se encontrem) pela impetuosa investida das Forças da Luz.

Podemos assinalar que assim como a era aquariana está entrando em manifestação no nosso planeta como um todo, trazendo em sua esteira a percepção universal e os novos modelos de expressar a síntese mundial, os interesses humanos e a religião mundial, assim também a humanidade, o discípulo mundial, está começando a perceber a influência de Touro. É esta influência que produzirá nesta época a reversão da roda da vida naqueles membros da família humana que estejam prontos, como um grande número deles já está. Isto está acontecendo e os resultados são inevitáveis e deles não podemos fugir. A grande questão é: produzirá esta influência taurina, acrescida como está pelas forças entrantes de Shamballa, a inundação de luz da qual Touro é o guardião, ou apenas fomentará o desejo, aumentará o egoísmo e levará a humanidade aos "ardentes píncaros do autointeresse" em vez de levá-la ao monte da visão e da iniciação?

Esta é a situação com que se defrontam, no momento, os Conhecedores da raça em seus vários níveis de conhecimento e iluminação. Nenhuma destas influências - a taurina e a aquariana - pode ser evitada.

Quando analisarmos este signo e considerarmos seus regentes, verão que Touro forja os instrumentos para a vida construtiva ou para a destruição; forja as cadeias que prendem ou cria a chave que revela o mistério da vida; é este processo de forjador que, com seu consequente alarido, está em andamento atualmente, e isto de forma muito potente. Vulcano controla a bigorna do tempo e desfere o golpe que vai dar ao metal a forma desejada e isto é verdadeiro hoje mais do que nunca.

E ele que está forjando o caminho para o Avatar vindouro, Aquele que - no devido momento - aparecerá incorporando em si mesmo Vontade de Deus que é a divina vontade para o bem, a paz através do entendimento, e as corretas relações entre os homens e entre as nações.

A influência taurina deve ser considerada hoje corno excepcionalmente potente, particularmente sob o ângulo dos valores espirituais subjetivos; é de Touro a influência que rege e direciona o que está ocorrendo em toda parte. Quero chamar-lhes a atenção para o fato de ser este um signo sintético no sentido em que ele traz à expressão, no plano físico, um impulso interno de certa natureza definida e isto porque sua qualidade básica demonstra-se como desejo na massa dos homens e como vontade ou propósito dirigido no discípulo ou iniciado. Manifesta-se como teimosia no homem comum (e isto é, literalmente, uma adesão voluntária aos objetivos da personalidade) ou como vontade inteligentemente expressa - acionada pelo impulso do amor - no homem adiantado, o que indica adesão ao propósito da alma.

As pessoas que são naturalmente taurinas deveriam observar a frase acima e testar todas as suas principais atividades com a seguinte questão: minha atitude atual, meu trabalho ou intenção são motivados pelo desejo da personalidade ou estarei trabalhando e planejando diretamente sob o impulso e incentivo da alma? Esta deveria ser a nota-chave de todos os problemas taurinos. Todo o segredo do propósito e planos divinos está oculto neste signo, devido fundamentalmente à relação das Plêiades com a constelação da Grande Ursa, e com o nosso sistema solar. Isto constitui um dos mais importantes triângulos de toda a série de relacionamentos cósmicos e esta importância é ainda mais destacada pelo fato de que "o olho do Touro" é o olho da revelação. A meta que subjaz ao processo evolutivo - "a investida do Touro de Deus", como é esotericamente chamada - revela paulatinamente e sem cessar o estupendo e sublime plano da Deidade. Este é o tema que a luz revela.

Atualmente, devido ao influxo da força de Shamballa, estabeleceu-se uma peculiar relação, ou alinhamento, entre a constelação de Touro (com seu próprio e específico alinhamento com as Plêiades e a Grande Ursa), o planeta Plutão e a nossa Terra. É isto que causa grande parte da dificuldade mundial na atualidade e que o astrólogo moderno deveria levar em consideração, pois constitui o mais importante triângulo cósmico desta época, condicionando quase tudo que está acontecendo agora.

É esta força de Shamballa que "atiça ou intensifica a luz removendo os obstáculos e que, emanando de remotíssimos lugares, flui através do olho da iluminação para as esferas de influência deste planeta sofredor, a Terra, impelindo o Touro em sua investida". Assim está dito no Velho Comentário. A implicação disto é que a energia da vontade -recentemente liberada para o nosso planeta por Sanat Kumara - emana da Grande Ursa, através do centro da cabeça do Logos planetário; sua vibração é reduzida por intermédio de uma das Plêiades (daí sua influência sobre a matéria e daí também seu pronunciado efeito taurino sobre a humanidade) e assim penetra no sistema solar. É ai então absorvida pelo maior centro de nossa vida planetária a que damos o nome de Shamballa. Seu efeito é, necessariamente, duplo. Em certas nações, raças e indivíduos faz brotar a vontade-própria ou a vontade-de-poder, que é característica da natureza inferior desenvolvida - o aspecto personalidade do eu integrado. Produz - embora menos prontamente - estimulação da vontade-de-servir ao plano como este é compreendido pelos aspirantes e discípulos mundiais e iniciados. São assim materializados os propósitos divinos.

Devido à miragem mundial, o verdadeiro propósito e o ideal apresentados às nossas forças planetárias pela Vontade que tudo cria, são distorcidos por inúmeras pessoas que não estão polarizadas na vontade divina. Ao contrário, estão ainda centradas nas suas personalidades, razão pela qual apenas uns poucos apreciam a beleza da vida grupal que se pretende, do propósito grupal e da fusão grupal. A vida grupal tende ao cumprimento da livre vontade no serviço e à livre subordinação da vontade inferior ao propósito maior na formação grupal.

Contudo, pelo contato com a miragem, a vida e a atividade grupais são distorcidas em imposição da vontade e no conceito de super-estado; isto aprisiona a mente, cerceia toda liberdade, todo pensamento livre, e todo livre arbítrio. O homem torna-se cativo da condição feita pelo homem. Isto esclarece bastante o que está acontecendo hoje, com o obstinado progresso dos povos presos à miragem, com o endurecimento dos indivíduos em seus idealismos separatistas errôneos e à aceitação de regras e modos de vida que lhes são impostos à força e que não são a livre expressão de um povo livre.

Esta mesma força leva a outros povos e indivíduos uma certa medida de iluminação -uma iluminação que revela a síntese subjacente, que indica o dualismo que finalmente deve desaparecer, e que também indica o segredo das corretas relações humanas. Uma reação provoca a corrida em direção do sistema materialista de vida, pensamento e desejo avançando às cegas devido à força de seu próprio momentum, produzindo uma etapa de poderosa expressão e movimento ativo; a outra manifesta-se como uma longínqua visão de possibilidades e de constante progresso, apesar dos perigos e dificuldades imediatos.

O Touro, portanto, ao expressar-se é dual. Hoje nós vemos o impulso voluntarioso da natureza inferior da humanidade, personificado nas forças de agressão e no progresso determinado de povo e pessoas que procuram, mesmo sem o saber, realizar os planos de Deus, prosseguindo apesar de tudo. Este é o ponto a que até agora o processo evolutivo trouxe a humanidade, e daí a situação crítica em que nos encontramos. A questão é: Quem triunfará? O Touro do desejo ou o Touro da expressão divina iluminada?

Este é um signo de terra e por isso o desenvolvimento do Plano ou a satisfação do desejo têm que ser levados a cabo no plano externo da vida. Esta vontade ou desejo deve expressar-se no plano externo da vida e no meio ambiente, seja ele o ambiente de um indivíduo, de uma nação ou de um grupo de nações. Como sabem, os astrólogos há muito tempo indicam que este signo está ligado ao corpo físico entre outros fatores, e que a saúde do corpo tem estreita conexão com a expressão do desejo no passado ou do idealismo no presente, e este é um ponto que não deve ser esquecido. Hoje, a cura do corpo físico, ou o cuidado com ele, é de suprema importância para praticamente todos, e o pensamento de todos os povos estejam ou não em guerra, está voltado nessa direção. A ênfase sobre a inteireza da vida física individual é simbólica do corpo externo da humanidade, considerando todos os seres humanos como uma unidade.

Por outro lado, o ouro é o símbolo que hoje governa os desejos do homem, sejam eles nacionais, econômicos ou religiosos; o ouro está vinculado a este signo e isto é uma das indicações de que o atual conflito na situação econômica do mundo baseia-se na explosão do desejo. Esotericamente, e citando um antigo livro de profecias, dizemos:

”O olho de ouro do Touro indica o caminho para aqueles que têm análoga visão. Aquilo que é ouro algum dia, também, responderá e passará do Oriente para o Ocidente naquele calamitoso tempo em que o impulso para amealhar o ouro regerá a metade inferior (isto é, o aspecto personalidade de homens e nações - A. A. B.). A busca do ouro, a busca pela dourada luz divina, dirige o Touro da Vida, o Touro da Forma. Ambos têm que encontrar-se, e ao encontrar-se colidirão. Assim desaparece o ouro... ”

A triplicidade de Terra - Capricórnio, Virgem, Touro - forma um triângulo de expressão material, interessantíssimo quer o estudemos sob o ângulo da roda comum do zodíaco, seguida pela humanidade não desenvolvida, ou sob o ângulo do discípulo que avança no caminho reverso.

No primeiro caso, Capricórnio marca o ponto de maior densidade e expressão concreta e mostra a vida divina profundamente imersa na substância. No que concerne à vida, este é o verdadeiro estado de morte; é o cativeiro na forma. Em Virgem, porém, aquela vida faz sentir sua pressão interna e o movimento - tímido, mas real - da vida oculta começa a pulsar no interior da forma concreta, produzindo em Touro aquela reação ao desejo e aquele movimento impetuoso para diante que distingue o progresso evolutivo do indivíduo que está trabalhando sob o impulso do desejo. Lembrem-se que o primeiro frêmito da vida crística é em resposta ao impulso ou sugestão da natureza da forma dentro da qual essa vida se encontra. Mais tarde, então, quando todos os recursos da natureza da forma (extraídos por meio do desejo) são esgotados e a vida crística fica extraordinariamente forte e pronta para revelar-se por meio da morte da Mãe, a forma, então, e somente então, o girar da roda é contido e tem lugar uma "revolução": o aspecto vida se reverte na roda.

Então o discípulo (uma expressão da vida crística em suas primeiras etapas de manifestação) tendo transmutado o desejo em aspiração, começa sua carreira - objetivamente e com plena consciência - no signo de Touro e "nas asas da aspiração" prossegue em direção a Virgem e, "sendo não só a Mãe mas também o Filho, entra na Casa do Trabalho". A partir dessa casa, o discípulo, no devido tempo, chega a Capricórnio, onde ele finalmente subjuga a matéria, forma ou expressão concreta, aos usos e propósitos divinos, demonstrando, assim, o triunfo e a potência da vida crística.

O segredo dos Triângulos ou triplicidades em sua expressão quádrupla é ainda um aspecto inexplorado na pesquisa astrológica e dele trataremos mais tarde.

Touro é, portanto, o 11º signo na roda comum de vida e ênfase exotéricas, que precede cada novo ciclo de encarnação. Quando o indivíduo desce à encarnação e toma uma concha astral, ele definidamente entra num ciclo taurino, porque é o desejo que impele ao renascimento e necessária a potência de Touro para levá-lo a cabo. Como este assunto diz respeito ao veículo astral não nos alongaremos porque esta é um fase de pesquisa para a qual a humanidade ainda não está preparada.

Na roda reversa, Touro é o 2° signo subjetivo, preparatório para o reconhecimento consciente da correta relação das dualidades em Gêmeos. Reflitam sobre isto. Consequentemente, neste signo temos as seguintes qualidades ou aspectos em justaposição:

1 - Desejo - que conduz à aspiração, na roda reversa
2 - Cegueira - que eventualmente conduz à visão.
3 - Escuridão - que finalmente conduz à luz.
4 - Morte - que afinal conduz à liberação.

Em última análise, voltamos às eternas dualidades, que levam, como sempre, à interação dos opostos polares, ao cíclico fluxo e refluxo da vida interna e da periferia externa da expressão, e à atração e repulsão que leva a uma constante mudança da força de atração para um apelo cada vez maior e mais elevado. É o segredo da eventual síntese, que é a iluminação final, vista através do olho de Touro. É por esta razão que este signo é considerado o signo do movimento universal, da grande e constante atividade sob o impulso do desejo materialista ou sob o anseio da divina vontade, quando reconhecida e sentida. O triângulo de expressão é formado de potentes energias:

1 - Desejo aspiração vontade
2 - Homem o discípulo o iniciado
3 - Materialidade dualidade divindade
4 - Forma Alma Espírito
5 - Humanidade Hierarquia Shamballa

Refiro-me constantemente a estas mudanças porque sua repetida consideração, inteligentemente captada, levará eventual e inevitavelmente à sua fusão na consciência individual.

Não tenho a intenção de dizer muito mais aqui sobre a Cruz Fixa da qual Touro é um dos braços. Ocupei-me dela em vários lugares quando estudamos as constelações de Leão, Escorpião e Aquário. Recomendo, pois, que se reportem aos meus comentários anteriores. Como já devem ter percebido, Escorpião é o braço dominante através do qual flui, na roda reversa e no que concerne à humanidade, a mais efetiva potência porque é o signo de provas para a humanidade no qual o ser humano alcança as profundezas ou atinge as alturas. Touro é a corrente dominante de energia nesta Cruz Fixa no que diz respeito ao homem comum. A energia liberada através desta Cruz é estupenda em seus efeitos, produzindo finalmente a grande reversão e renúncia. Nesta Cruz, Touro é o Iniciador pois ele "impulsiona a Vontade", produzindo movimento e o momentum. Vocês têm (se posso repetir minhas afirmações anteriores) as seguintes condições e correspondências em relação com as três Cruzes:

1. A Cruz Cardinal Espírito Vontade Shamballa
2. Cruz Fixa Alma Consciência Hierarquia
3. Cruz Mutável Forma Atividade Humanidade

O iniciado é aquele que está no processo de, dentro de si mesmo, relacionar consciente e efetivamente as três Cruzes.

O homem, o triângulo essencial de energia;

o homem, o quadrado;

o homem sobre a Cruz, e finalmente,

o homem, a estrela de cinco pontas!

Nestas quatro simples formas simbólicas está toda a história do quarto reino da natureza. O triângulo e a estrela são expressões subjetivas de uma consciência fixa, focalizada na realidade, enquanto o quadrado e a Cruz são expressões objetivas do homem focalizado para fora.

Chegamos agora a um breve estudo dos regentes deste signo. Por estar tão próximo, esotericamente falando, ao signo de Áries que - neste ciclo mundial - é o signo dos começos, Touro constitui, relativamente falando, um complexo agregado de forças, pois está relacionado não só a Áries com seus contatos cósmicos, mas também com as Plêiades e a Grande Ursa. Contudo, é ao mesmo tempo, muito simples em sua expressão, pois é governado por apenas dois planetas: Vênus, seu regente exotérico e Vulcano, seu regente esotérico e hierárquico. Aqui tocamos num dos mistérios da Sabedoria Eterna. Vênus mantém com a Terra uma relação singular, diferente da relação com qualquer outro planeta, e por isso produz uma relação muito mais estreita entre Touro e a Terra do que qualquer outra relação zodiacal com o nosso planeta. O que acabei de dizer aplica-se ao atual ciclo mundial e à etapa peculiar do desenvolvimento evolutivo em que a humanidade se encontra agora. Tudo está num estado de fluxo e mudança; à medida que o homem desdobra sua consciência, outras constelações poderão entrar em pronunciada atividade em conjunção com o signo controlador, e outras ainda poderão afastar seus contato e efeito. Hoje, porém, Touro, Vênus e a Terra têm uma relação cármica muito estreita e um dharma muito definido a serem realizados juntos Qual possa ser essa relação e esse carma está além da compreensão humana, porém, podemos formar uma ideia se ligarmos as palavras Vontade, Desejo, Luz e Plano. Ao enunciar assim essa relação, o que fiz foi diminuí-Ia e distorcê-la, mas enquanto os homens não puderem interpretá-las corretamente, mais não poderei acrescentar.

Para entender a relação entre Vênus e a Terra aconselho a que reflitam sobre o que disse anteriormente em Um Tratado sobre o Fogo Cósmico.

Toda a relação foi resumida nas palavras: o planeta Vênus está para o planeta Terra como o Eu Superior está para a Personalidade. Lembrem-se que Vênus é um dos sete planetas Sagrado, enquanto que a Terra não o é. Esta afirmação envolve, como podem v r, um profundo mistério de relatividade, de interação e de eventual revelação quanto à relação entre o alter ego da Terra e o mundo da vida humana somente será revelada na 3-iniciação, quando toda a miragem e ilusão tiverem sido dissipadas e "a luz brilhar sem obstáculo através do olho do Touro” iluminando a escuridão.

Vênus traz-nos à mente - mesmo que tenhamos apenas um vislumbre da verdade oculta - aquilo que é mental, aquilo que concerne à sublimação final, aquilo que trata do sexo e aquilo que precisamos traduzir em expressão simbólica no plano físico. São estes os conceitos que nos vêm à mente quando consideramos Vênus e Touro conjuntamente. Estes dois fatores sempre estiveram relacionados desde os primórdios dos tempos porque são essencialmente básicos e eternamente cósmicos em suas implicações. Touro é um dos signos que vela um certo mistério divino. Para o benefício dos discípulos em treinamento, estes quatro conceitos foram brevemente resumidos num velho escrito de grande significado:

"Os santos Filhos da Mente abraçaram os dois. Eles viram e compreenderam. Assim nasceu o sexo e assim foi cometido o grande erro. A mente voltou-se para o exterior. A forma tornou-se visível, porém não a vida.

Na escuridão, eles clamaram, os santos Filhos da mente. Entre dores, eles clamaram. Olharam para o interior e perceberam o erro que haviam cometido, mas não sabiam o que fazer... O Senhor respondeu-lhes dando-lhes o signo da ressurreição."

Conseguem alcançar o significado destas palavras e sua fundamental simplicidade? Dar-lhes-ei uma pista. A triplicidade de terra é descrita pelos astrólogos como símbolos da ideia de planícies (Touro), de cavernas (Virgem) e de rochas (Capricórnio). Podemos dizer que as cavernas existem nas rochas que estão nas profundezas da terra sob as planícies. Estou falando figurativa e simbolicamente. O Cristo emergiu da caverna na rocha e andou novamente sobre as planícies da Terra, e a partir daquele instante, "a mulher não O reconheceu." A forma já não tinha poder sobre Ele, uma vez que Ele a havia vencido nas profundezas. Para o interior da caverna da Iniciação jorra a luz da ressurreição ao ser afastada a pedra da entrada. Partindo da vida na forma para a morte da forma, caminha o ser humano, no fundo do lugar rochoso, descendo às criptas do Templo. Porém, para esse mesmo lugar, flui a nova vida, trazendo vida renovada e liberação; as velhas coisas morrem e a escuridão torna-se luz.

Vê-se então que o sexo é, na verdade, apenas a relação da natureza inferior com o Eu superior; ele é então erguido à luz do dia para que o homem possa alcançar a completa união com a divindade. O homem descobre que o sexo (até então unicamente uma função física, às vezes realizada sob o impulso do amor) é elevado ao seu correto plano como o casamento divino realizado e consumado nos níveis de consciência da alma. É esta a grande verdade que está por trás da sórdida história da expressão do sexo, da magia sexual e das distorções da moderna magia tântrica. A humanidade rebaixou o simbolismo e em seus pensamentos degradou o sexo a uma função animal e deixou de elevá-lo ao reino do mistério simbólico. Os homens procuraram, através da expressão física, produzir a fusão interna e a harmonia que tanto desejam, mas tal não pode ser feito. O sexo é apenas o símbolo de uma dualidade interna, que precisa, ela própria, ser transcendida e trazida à unidade. Não é transcendida por meios físicos ou por rituais. É uma transcendência na consciência.

O regente esotérico de Touro é Vulcano, o forjador de metais, aquele que trabalha na mais densa e mais concreta expressão do mundo natural (sob o ângulo humano). Ele é aquele que desce às profundezas para encontrar o material no qual exerceu sua arte inata e modelar aquilo que é belo e útil. Vulcano é, portanto, aquele que representa a alma, o homem individual, interno, espiritual; em sua atividade encontramos a chave para a tarefa da alma na eterna ronda da roda da vida. Devem lembrar-se como Hércules na Cruz Fixa teve que construir suas próprias armas antes de vencer a luta. Isto é, na realidade, uma referência à arte de Vulcano, que rege o homem interno e guia seu modelamento.

Vulcano rege também as nações que estão na etapa da expressão embrionária da alma, como na atualidade, e governa suas atividades, modelando os instrumentos de guerra quando a guerra e o conflito são os únicos meios pelos quais a liberação pode chegar, embora muita amargura esteja à espera daqueles que deflagraram a guerra. Vulcano então assume o controle e - desde a Idade Média - trouxe, para o controle dos homens, o reino mineral, "as profundezas de onde vem o suprimento". Na presente guerra (2a. Guerra Mundial) Vulcano, juntamente com Vênus, está voltado para a relação de homem para homem, homem para o reino mineral. Vênus, a energia mental da humanidade, estabelece a relação de homem para homem, de nação para nação, enquanto que Vulcano estabelece a relação entre o quarto reino da natureza e o primeiro.

Vulcano, como veremos mais tarde, é governado pelo 1° raio, e o 1° raio e o 1º reino estão definitivamente ligados. Isto, portanto, traz-nos a força de Shamballa e, em consequência, temos um triangulo esotérico de energia - vontade, humanidade e o reino mineral; os três estão estreitamente relacionados seja sob o ângulo do Plano, seja sob o ângulo da expressão do egoísmo materialista. Dai o largo uso de minerais (ferro, cobre, etc.) na 2a. Grande Guerra. É literalmente uma guerra em que o reino mineral está sendo usado contra o humano. A humanidade desceu às cavernas e às profundezas da concreção e está agora pronta para mover-se para cima, desta vez de forma consciente e todos juntos.

Esta é uma situação muito difícil e escapa à compreensão do homem comum, mas todo o problema do uso consciente daquilo que existe no planeta, assim como seu uso para fins destrutivos, está ligado a uma situação crítica. Parte da solução virá ao longo de linhas semelhantes, e a isto se refere a profecia que está começando a chegar à percepção racial de que "aqueles que dormem nas cavernas da terra acordarão e trarão a liberação". Mas não devemos interpretá-la de forma demasiadamente literal porque "aquilo que é da terra pode também ser encontrado no céu".

O regente hierárquico é também Vulcano, condicionando o planeta e determinando o fato de que o homem é o macrocosmo do microcosmo, e que o 4° reino modela ou condiciona todos os reinos subumanos.

É a subjetividade deste signo que torna difícil compreendê-lo. Só depois que a humanidade entender a natureza da vontade é que o verdadeiro significado da influência taurina será alcançado. Os dois signos, Áries e Touro, têm a ver com o impacto inicial da energia sobre a forma ou das energias sobre a alma. O homem hoje começa lentamente a perceber a distinção entre os pares de opostos e, vagamente, a verdadeira natureza do desejo. Mas ele está ainda no vale da ilusão e - enquanto aí estiver - não pode ver com clareza. Um dos primeiros opostos que o discípulo tem que compreender é o dos mundos subjetivo e objetivo.

Três signos estão também estreitamente ligados à iniciação. O segredo oculto de Áries, Touro e Gêmeos é revelado em três iniciações sucessivas:

1 - O segredo de Áries é o segredo dos começos, dos ciclos e da oportunidade emergente. Na 3a. iniciação, o iniciado começa a compreender a vida do espírito ou o aspecto mais elevado. Até esse momento, ele expressou primeiro a vida da forma e depois a vida da alma no interior da forma. Esta experiência é de natureza tão elevada que somente aqueles que já passaram por ela podem compreender algo disso a que me refiro.

2 - O segredo de Touro é revelado na 2a. iniciação pela súbita remoção ou desaparecimento do mundo da ilusão pela ação ofuscante da energia da luz. Isto constitui a radiante atividade final que consuma a ação da força taurina sobre a humanidade durante a longa e cíclica viagem a que o homem está submetido. O indivíduo desempenha em pequena escala o que a humanidade, como um todo, realizará ao receber a iniciação em Touro.

3 - O segredo de Gêmeos tem que ser percebido na r iniciação porque é o mistério da relação entre Pai, Mãe e Filho. O nascimento do Cristo-Menino no plano físico é a consumação da glória da força geminiana.

Tudo isto diz respeito às energias subjetivas que se expressam por intermédio da personalidade ou aspecto forma. Quando, pois, eu falo de energias subjetivas, refiro-me às forças que emanam da alma (nos níveis da alma) para a natureza da forma em seu próprio nível de percepção. Posso ilustrar isto dizendo que o desejo não é (do ângulo da realidade) uma qualidade subjetiva, exceto pelo fato de ser uma distorção ou emprego ilusório da energia da vontade. O desejo é a força da natureza da forma; a vontade é a energia da alma expressando-se como direção, progresso e conformidade com o Plano. Este Plano, do ponto de vista do indivíduo, é tudo aquilo que ele sente e compreende como vontade de Deus nesta ou naquela etapa de sua experiência. Estas distinções precisam ser levadas em consideração.

O ser humano comum pode considerar o desejo como algo subjetivo porque o homem está tão completamente identificado com a vida da forma nos planos externos que os impulsos e incentivos que lhe chegam pela corrente da consciência são vistos por ele como intangíveis místicos. Todavia, eles nada mais são do que radiações e reações da forma, não sendo, pois, verdadeiras e tecnicamente, subjetivas. O chamado do dever, o senso de responsabilidade são realmente de natureza subjetiva, pois originam-se na alma e são a resposta da alma ao chamado da forma.

Gradualmente, o discípulo aprende a distinguir entre estes dois distintos aspectos da energia e força que incidem sem cessar sobre a sua consciência. Com o passar do tempo, sua análise torna-se cada vez mais acurada e discriminada até que, finalmente, ele sabe qual é uma expressão de força (oriunda da forma) e quais são os contatos da energia (oriunda da alma).

Esta digressão foi necessária a esta altura, porque é essencial que os astrólogos esotéricos compreendam que, no que diz respeito ao o discípulo e ao iniciado, estes três signos, Áries-Touro-Gêmeos, são puramente subjetivos em seus efeitos no interior da vida destes signos. Somente podem expressar-se externamente na vida do sujeito e ser conscientemente direcionados e controlados em Câncer, conduzindo, assim, à grande liberação que ocorre no polo oposto de Câncer, Capricórnio, e também em Aquário e Peixes. É claro que isto refere-se aos efeitos no homem que está na roda inversa. Num certo sentido, estes seis signos constituem dois importantes triângulos de força.

Indiquei aqui o mais elevado aspecto - o espiritual- do selo do Rei Salomão. Quando estes seis tipos de energia se fundem e formam uma única unidade, emerge então a "Estrela do Cristo". Este é um dos símbolos da 6a. iniciação, e é a correspondência interna da estrela com que estão familiarizados. Para uma melhor compreensão acrescentarei que:

1 -Aquilo que é começado ou "no qual se entra" na 1 iniciação é consumado e completado em Peixes.

2 - Aquilo que impulsionou para os processos de involução e evolução (o desejo de encarnar) toma forma na 2a. iniciação na vontade-para-libertação em Touro e encontra a liberação através da vontade-para-servir - universalmente - em Aquário.

3 - Aquilo que é fluídico e mutável em Gêmeos produz a grande mudança na consciência que distingue o iniciado do discípulo. Isto, na 3a. iniciação, torna-se uma atitude fixa em Capricórnio. A vida da forma concreta é transcendida e o homem interno se reorienta e assume uma direção imutável.

Poderão perguntar porque me ocupo aqui com estas abstrações. Respondo que, no esforço para compreender e captar a verdade que está além do raciocínio - mesmo considerando-a uma hipótese até agora não comprovada - vocês estão gradualmente desenvolvendo um aspecto da mente que é muito necessário nos processos de compreensão e que tem um papel efetivo a desempenhar durante a iniciação. Este esforço necessário para que ocorra a verdadeira compreensão; iniciação é a demonstração da compreensão intuitiva traduzida em expressão prática.

Retomando nosso tema inicial, quero chamar-lhes a atenção para o fato de que por meio do planeta exotérico ou ortodoxo, Vênus, o signo de Touro, está relacionado com Gêmeos, Libra e Capricórnio. É interessante notar que Touro está, portanto, relacionado com a Cruz Mutável por uma corrente de energia via Vênus, mas ao mesmo tempo vinculado num sentido dual com dois braços da Cruz Cardinal, por uma conexão venusiana com Libra e Capricórnio. Há, portanto, para o taurino que alcança a iluminação, um vínculo com os aspectos de expressão do corpo e da alma, e dois vínculos com a alma e o espírito - a oitava superior da manifestação. Assim é mostrada a perfeição do processo de sublimação, pois a aspiração suplantou interiormente o desejo como agente motivador. A alma está vinculada à forma, mas seu vínculo maior é com o espírito.

É por esta razão que, em Touro, o homem alcança o ponto onde o verdadeiro objetivo ou a verdadeira visão aparece.

O desejo em sua expressão mais inferior está vinculado à forma em Touro. A aspiração idealista em sua mais alta expressão possível também é alcançada em Touro. Porém, a aspiração em sua expressão inferior está ligada à alma, e na sua expressão superior, ao espírito. A vontade própria relaciona o homem com a forma; a vontade de Deus relaciona o homem com o espírito. São necessárias três iniciações para que isto se torne claro ao discípulo.

Abordando o assunto por outro ângulo, diria que Vênus, a mente ou a alma em Libra, revela ao homem o significado exotérico o resultados do desejo. Em Gêmeos, Vênus revela o desejo dos pares de opostos um pelo outro, pois este é o tema que subjaz à totalidade do processo criativo e evolutivo: a interação dos opostos. Em Capricórnio, Vênus revela ao homem aquele desejo pelo todo, pelo universal, que é a característica do iniciado e a real expressão da vida espiritual.

Ao considerarmos o regente esotérico do Touro, defrontamo-nos com Vulcano, um dos planetas velados e ocultos e que, portanto, é pouco conhecido e compreendido. Anteriormente já me referi a Vulcano como o Modelador da expressão divina. Num sentido peculiar, a energia que jorra de Vulcano é fundamentalmente a força e potência que põe em movimento o processo evolutivo mundial; personifica também a energia do 10 raio, essa força que inicia ou começa, mas que também destrói, provocando a morte da forma para que a alma possa libertar-se.

Vulcano é o raio ou planeta do isolamento, pois, num sentido peculiar, governa a 4a. iniciação, quando o homem mergulha até o fundo do poço da solidão e lá fica completamente isolado. Ele está separado de "tudo que fica acima e tudo que fica abaixo". É um momento dramático quando o homem renuncia a todo desejo; ele vê a vontade de Deus ou o Plano como o único objetivo desejável, porém ele ainda não provou a si mesmo, ao mundo dos homens ou ao seu Mestre se ele possui ou não a força para caminhar na trilha do serviço. É revelada a ele (como foi revelada ao Cristo na 4a grande crise iniciatória em Sua vida) uma atividade específica que incorpora aquele aspecto da vontade de Deus cuja expressão cabe a ele tornar possível. Chama-se a isto, na fraseologia cristã, a experiência de Getsemani".

O Cristo, ajoelhado à beira da rocha (simbolizando as profundezas do reino mineral e a atividade de Vulcano, o Modelador), ergue os olhos para o local de onde surge a luz da revelação e sabe, nesse momento, o que Lhe cabe fazer. Assim é o teste de Vulcano, que rege Touro; da alma, que rege o desejo; do Filho de Deus, que modela seu instrumento de expressão nas profundezas, que percebe o propósito divino e assim curva a vontade do pequeno eu diante da vontade do Eu maior. Ele atingiu as profundezas e nada mais resta a fazer. A luz do olho do Touro, que com sua crescente radiância guiou a alma em luta, deve agora dar lugar à luz do Sol, pois Vulcano é um substituto do Sol; às vezes diz-se que ele está velado pelo Sol, e outras vezes, que ele representa o próprio Sol. Ele está entre o homem e o Sol - a alma. Portanto temos aqui três símbolos da luz:

1 - Touro - O olho da iluminação ou luz. O olho do Touro. Iluminação. Exotericamente, o Sol físico.

2 - Vulcano -Aquele que revela aquilo que está profundamente oculto e o traz para a luz. Esotericamente, o coração do Sol.

3 - Sol - O grande iluminador. Espiritualmente, o Sol central espiritual.

Assim, de todos os ângulos, a iluminação permanece como tema deste signo.

Fizemos assim, um breve estudo dos raios com seus efeitos e relacionamentos quando, através de Touro e seus regentes, derramam sua força e energia sobre o homem individual ou a humanidade como um todo. Como vimos, os dois raios que diretamente afetam o signo são o 5° (através de Vênus) e o 1° (através de Vulcano). Estes dois raio, quando em combinação com a Terra (que é uma expressão do 3° raio), revelam uma combinação das mais difíceis, pois os três estão na linha do 1° Raio de Energia:

Raio 1 - O raio da Vontade ou Poder.
Raio 5 - O raio do Conhecimento Concreto.
Raio 3 - O raio da Inteligência Ativa.

Esta combinação aumenta tremendamente a já difícil tarefa do taurino. O 2° Raio de Amor-Sabedoria e sua linha subsidiária de energias aparece apenas indiretamente, e portanto, essas são qualidades ostensivamente em falta nos indivíduos deste signo. Um homem assim terá muito amor a si mesmo, autoestima e respeito próprio e estará egoisticamente centralizado ou enfocado na personalidade. Será inteligente, mas não sábio; aspirará, mas ao mesmo tempo será teimoso e determinado, de modo que sua aspiração não o levará muito longe rapidamente. Ele mover-se-á espasmodicamente e aos arrancos: o progresso gradual e constante no Caminho é muito difícil para ele. É difícil para ele aplicar na prática o conhecimento adquirido, pois este permanece como uma aquisição mental e não como uma experiência prática. Ele terá um agudo senso da dualidade, mas em lugar de levá-lo a lutar pela unidade, frequentemente o leva a uma depressão estática. Ele será destrutivo porque é "cabeça-dura", e porque predominará o aspecto "martelador" de Vulcano. Como possui certa medida de luz, ele se sentir afligido por este poder de destruição.

Ele precisa apreender o lado espiritual de Vênus que enfatiza que o Filho de Deus, que é o Filho da mente, é o instrumento do amor de Deus; ele precisa, portanto, transmutar o conhecimento em sabedoria. Ele precisa transcender o lado destrutivo de Vulcano, e portanto do 1° raio, e começar a trabalhar como um "modelador de almas", inclusive a sua própria. Ele tem que voltar seus esforços para obter uma visão clara, uma vontade pura e prazenteira, e a morte do desejo da personalidade. É esta a meta do discípulo taurino.

Através dos outros três braços da Cruz Fixa e suas três correntes de energia divina, a força do amor pode ser indiretamente levada a exercer influência sobre o homem nascido em Touro. Os regentes de dois destes signos, Leão e Escorpião, incluem o Sol (2° raio), Marte (6° raio) e Mercúrio (4° raio). O Sol e Marte são regentes esotéricos de Leão e Escorpião, e Mercúrio é o regente hierárquico de Escorpião. Urano é o regente ortodoxo de Aquário, e Júpiter é seu regente esotérico. A Lua também está presente, porém velando Vulcano, cuja influência já foi estudada. A única influência de raio que está faltando é a do 3° raio, mas basicamente está presente, também, pois é o raio da Terra. Por conseguinte, neste importante signo, o taurino está sob a influência - direta ou indiretamente - de todos os sete raios, porque o desejo, que conduz à iluminação final, motiva todos eles. É com esta surpreendente situação que se depara o homem - especialmente o discípulo ou o iniciado -que nasce neste signo. Constitui as dificuldades com as quais ele é confrontado, mas que também lhe proporcionam sua imensa oportunidade de progredir.

É evidente que um campo inteiramente novo de estudo se abrirá para os astrólogos da Nova Era, e uma nova luz será lançada sobre esta que é a maior de todas as ciências, quando o investigador puder determinar a idade relativa da pessoa ou do grupo cujo destino se vai determinar ou cujo horóscopo está sendo feito. Nestes casos, cada um destes signos terá que ser levado em consideração segundo:

1 - O ângulo do homem não-desenvolvido que poderá estar centrado:

a. Em algum de seus veículos.
b. Na personalidade integrada, na fase que antecede a experiência do Caminho.

Nestes casos é a Cruz Mutável que controla.

2 - O ângulo do ciclo de vidas quando as dualidades são reconhecidas e o aspirante está então "virando-se na direção oposta da Roda".
Aqui então é a Cruz Fixa que controla.

3- O ângulo do iniciado.
Aqui a Cruz Cardinal começa a exercer o controle.

Estas Cruzes são também conhecidas como:

A Cruz do Cristo oculto - A Cruz Mutável.
A Cruz do Cristo Crucificado - A Cruz Fixa.
A Cruz do Cristo Ressuscitado - A Cruz Cardinal.

As Cruzes individual, planetária e cósmica.

A determinação desses ângulos envolverá, entre outras coisas, uma cuidadosa análise das qualidades das quatro energias que, através de cada um dos braços da Cruz, atuam sobre a humanidade. Um aspecto disto determinará, eventualmente, a média dos signos que governam os vários tipos de homens.

Já foi dito que "quatro energias fazem um homem; oito energias fazem um Mestre; doze energias fazem um Buda de Atividade". Durante este processo de "modelagem", grandes mudanças têm lugar na consciência e há mudanças fundamentais produzidas por este signo que - em combinação com seu pólo oposto, Escorpião - é um dos mais importantes signos condicionadores do zodíaco. Sob o impacto de sua energia, têm lugar profundas rupturas e alterações de caráter, qualidade e direcionamento. É um signo perigoso porque seus aspectos destrutivos são tão facilmente exagerados e inteligentemente aplicados às circunstâncias, que a carreira de Touro pode ser não apenas destrutiva dentro de seu campo de contato, mas também autodestrutiva, até o momento em que a vontade pessoal ou desejo egoísta seja temperado pela aspiração.

A aspiração dá lugar, eventualmente, à atividade inteligente e à aceitação da vontade que emana do Centro da vida espiritual. Isto leva à cooperação com o Plano no mais amplo sentido e ao fim da autocentralização do indivíduo. O gênio temperamental, que é tão característico de Touro, deve ceder lugar à energia espiritual direcionada, porque o "temperamental" nada mais é do que energia à solta servindo aos interesses da personalidade; a cegueira (pois o Touro é cego durante grande parte de sua carreira) deve dar lugar à visão e correta focalização do sentido da vista, o que finalmente dispersará as ilusões e miragens que foram criadas pelo próprio aspirante; a autopiedade, que é o efeito de uma constante concentração sobre a frustração do desejo na vida da personalidade, deve ser substituída pela compaixão por toda humanidade, e desenvolvida no serviço inegoísta do iniciado salvador.

A tarefa do taurino é bem árdua, pois incorpora em si mesmo, em alto grau, extraordinárias limitações no que tange aos processos de evolução espiritual; contudo, não existem dificuldades insuperáveis, e o taurino liberado é sempre uma força construtiva, planificadora, criativa e progressista; homens assim são muito necessários nestes dias de crise, reajustamento e tensão.

Como sabem, Touro rege o pescoço e a glândula tireoide. Esta é essencialmente a região de onde deve emanar a atividade criativa do homem que está no Caminho. A garganta é um ponto para onde deve ser erguida a energia do centro sacro para que a criação, por meio do amor e da vontade, comprove eventualmente o efeito sublimador da transferência da energia sexual para um uso mais elevado, O correto uso dos órgãos da fala dá a pista para os processos pelos quais o discípulo deve efetuar certas mudanças básicas. O taurino que está no caminho da liberação deveria empregar o método de falar de forma direta e intencional de natureza explicativa e exteriorizada para assim transformar a si mesmo, de uma pessoa que voluntariamente percorre o caminho de sua personalidade, em alguém que sabiamente coopera com o Plano. Com isto quero dizer que, quando um homem traduz seus ideais em palavras e atos, ele provoca uma transformação, transmutação e, eventualmente, uma translação para o topo da montanha da Iniciação.

Os resultados deste trabalho criativo de materializar a visão devem ser levados adiante até o ponto de efetiva demonstração em Escorpião. Neste signo são aplicados os testes finais para provar que a energia está fluindo livremente, sem impedimentos ou obstruções, entre a garganta e o centro sacro; para mostrar que a correta direção foi alcançada e que não há que temer que o sujeito de Touro volte a andar às cegas no caminho de seu interesse pessoal, pois, no futuro, ele seguirá inteligentemente o Caminho da Liberação - o caminho que traz sua própria liberação e, ao mesmo tempo, o arrasta para aquelas atividades que levam a liberação aos demais.

O homem que aprendeu suas lições em Touro, tem que demonstrar, em Escorpião, aquela atividade que trabalhará sob a inspiração da aspiração e visão, e que tentará expressar construtivamente a beleza que está, intrinsecamente, velada em todas as formas, revelando o motivo e o propósito subjacente a todos os acontecimentos e formas. Todos esses aspectos de mudanças básicas no propósito, interesse e orientação têm que manifestar-se em Escorpião, provando assim a efetividade dos processos evolutivos sofridos na grande e repetida transição de Escorpião a Touro e de Touro a Escorpião. Este ciclo de movimentação constitui (juntamente com o ciclo maior) um ritmo de experiência de tremenda importância. Estes sete signos são preeminentemente signos de experiência da vida.

O signo precedente, Áries, é o "signo da instituição" enquanto que os quatro que vêm depois de Escorpião provam ser signos de discipulado e iniciação - isto na roda reversa. As implicações ao longo desta mesma linha na roda comum podem ser facilmente seguidas por vocês.

O reconhecimento destas metas e a compreensão dos problemas taurinos tornarão clara a posição dos planetas neste signo. Quero lembrar novamente que a exaltação de um planeta em qualquer signo, a queda dentro da esfera de influência de um signo, assim como a diminuição de uma determinada influência planetária em qualquer ciclo de signo (tecnicamente chamada "em detrimento"), é puramente simbólico dos efeitos da energia, quando contata a natureza-forma e nesta encontra resistência ou não, evoca resposta ou não, de acordo com o calibre do instrumento planetário submetido ao impacto.

Neste signo, a Lua está exaltada. Simbolicamente, isto significa que o lado forma da vida é o fator poderosamente controlador e aquele que o homem deve sempre levar em conta. A Lua é a Mãe da forma e, neste caso, como é de se esperar, vela ou oculta Vulcano.

A Mãe, portanto, simboliza aqui o modelador da forma, apresentando os dois aspectos da construção da forma - o masculino e o feminino - as funções Pai-Mãe. Este é um ponto a ser lembrado pelos astrólogos. Este processo de interação produz duas fases de necessária modelagem:

1 - Um processo em que é criada uma forma de grande potência na qual o autointeresse e os objetivos e desejos da personalidade são os motivos que impulsionam à atividade - a atividade da Lua e de Touro.

2 - Os processos, autoaplicados pelo taurino que desperta, em que a natureza da forma é modelada de novo e motivada de modo diferente, e assim é "elevada ao Céu", é irradiada e glorificada - a atividade de Vulcano e Touro.

A exaltação da forma, regida pela Lua, pode ser traçada por todo o zodíaco e oferece em si mesma uma interessante e progressiva história que não tenho a intenção de abordar agora. É uma história contada pelas várias mulheres que aparecem nas diferentes constelações e sobre as quais, algum dia, será construída a astrologia da forma. Há Cassiopeia, Vênus, Coma Berenice, Andrômeda e uma ou duas mais, além de Virgo, a Virgem, a mais importante de todas. Aqui posso apenas indicar um campo de pensamento e de investigação astrológica até agora intocado, mas não tenho tempo para interpretar este vasto e proveito campo de conhecimento.

"Nossa Senhora, a Lua" está vinculada a todas elas e, antes da grande desintegração num sistema solar anterior que levou a Lua à condição de um planeta morto, as energias dessas estrelas e de certos planetas, que eram produzidas através de suas atividades, eram todas localizadas na Lua e por ela transmitidas de uma maneira muito misteriosa e, contudo muito potente. Através do desejo traduzido em termos de vontade espiritual, a forma é, esotericamente, "exaltada", fato este que é simbolizado pela exaltação da Lua em Touro. Disto dá testemunho o símbolo dos chifres do Touro. E a Lua crescente é também o símbolo da natureza destrutiva da vida da forma do Touro. Não se esqueçam que, nesta conexão, a destruição ou morte da forma e por isso o fim da influência da forma é o objetivo do processo que transforma o desejo em aspiração.

Urano, o planeta do mistério oculto, e um dos planetas mais ocultos, está "em queda" neste signo, produzindo a acentuação e a aguda divisão entre o corpo e a alma que é uma característica tão marcante no indivíduo de Touro. Ele prepara o homem interior para a aguda interação e conflito no signo seguinte, Gêmeos. A presença, portanto, da Lua "em exaltação" e de Urano "em queda" nos oferece um maravilhoso quadro da história do homem durante a etapa do desenvolvimento e poder da personalidade. A tarefa de Urano, escondido nas profundezas, é despertar e evocar a resposta intuitiva de Touro para uma luz sempre crescente, até o ponto em que a iluminação total é alcançada e também o desenvolvimento da consciência espiritual - substituindo as reações da forma inferior pelos aspectos mais elevados da alma. É interessante notar que Urano está exaltado em Escorpião, o que indica o sucesso da tarefa empreendida pelas forças uranianas: foi atingida a realização.

Marte está em detrimento neste signo. Sua atividade aumenta, natural e constantemente, a natureza aguerrida de Touro, porém, a luta de Touro é tão grande, esotericamente falando, que o efeito de Marte perde-se no todo maior. Ele "faz aumentar a miragem e confusão, mas não obstante, traz consigo a esperança para o homem em luta".

Constantemente neste signo se dá ênfase à luta. É uma luta cósmica, planetária e individual, pois o desejo-vontade subjaz às atividades manifestadas do Logos, da Vida planetária e do homem, assim como de todas as formas na natureza. É a luta daquilo que está profundamente oculto na escuridão para alcançar a luz do dia: é a luta da alma oculta para dominar e controlar a forma externa, a luta para transmutar o desejo em aspiração e a aspiração em vontade para realizar. É a luta para alcançar a meta que uma luz sempre crescente revela. Tão potente é esta luta que, na roda comum, ela culmina (antes que a alma encarnante volte a entrar em Áries) no desejo fixo, tornando-se cada vez mais forte para acompanhar a roda do renascimento; no caminho reverso a luta é para vencer e destruir tudo aquilo que foi laboriosamente conquistado na roda comum, e para demonstrar em Escorpião (por meio das terríveis provas lá aplicadas) que a forma não mais controla, porém, que as lições aprendidas pelo seu uso foram retidas; a luta é para conquistar a iniciação em Capricórnio e assim liberar a alma do giro da roda e alcançar a liberação final da escravidão do desejo e do controle de qualquer tipo de forma.

Isto é curiosamente enfatizado pelos regentes dos decanatos neste signo. Os dois astrólogos, Leo e Sepharial, concordam praticamente em tudo sobre os planetas que governam os três aspectos do signo Discordam apenas exotericamente em um ponto, pois Sepharial indica a Lua como governante do 2º decanato, enquanto Alan Leo indica Vênus regendo o 1° decanato. Contudo, Vênus e a Lua são frequentemente considerados intercambiáveis e ambas expressam a mesma energia básica da inteligência ativa em seus aspectos superior e inferior. Um expressa o amor inteligente e o outro, a inteligência da matéria.; esta dupla ênfase diz respeito à dominância da natureza da forma no indivíduo taurino e sua liberação por meio do Venusiano Filho da Mente.

A Lua ou Vênus, Mercúrio e Saturno controlam os decanatos e nosso estudo sobre estes planetas em outros signos ter-lhes-á indicado a correta interpretação também, aqui. A vida da forma, a atividade inteligente, e a intensa luta resumem o problema taurino, enquanto Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses, lembra ao homem em luta que ele tem sempre que tornar-se o que ele é essencialmente, e assim escapar da ilusão e penetrar na luz.

As notas-chaves deste signo são, como é comum, claras em suas implicações. A nota-chave do aspecto forma diz, "Que a luta seja sem trégua". A Palavra da forma é para tomar, agarrar e perseguir corajosamente aquilo que é desejado. A Palavra da Alma é, "Eu vejo, e quando o Olho está aberto, tudo é luz". O Olho do Touro de Deus cósmico está aberto e dele jorra a luz radiante sobre os filhos dos homens. O olho de visão do homem individual precisa igualmente abrir-se em resposta a esta luz cósmica. A partir daí a vitória é inevitável, pois a potência da energia cósmica, infalivelmente e no devido tempo, dominará e reorientará a energia da humanidade.

Acabamos de estudar brevemente, mas creio que de forma instrutiva, certas influências e significados subjetivos dos doze signos do zodíaco. Abordamos suas inter-relações e suas interações planetárias e procuramos descrever as reações da humanidade a essas múltipla energias e forças. Estas forças, jorrando de fontes cósmicas, chegam ao nosso sistema solar, sendo para aqui atraídas por qualidades análoga, ou - pela Lei das Contradições ou a Lei dos Contrários - dirigem para certos planetas. Dessa maneira, afetam e condicionam as unidades de vida que se encontram em cada um desses planetas receptores.

Vimos os homens serem impelidos ao progresso pela natureza das forças de atração divina e observamos as diferentes qualidades divinas que a ação das energias evoca na humanidade, assim como em outras formas de vida. Enfatizamos, quase até o ponto de estupefação, o vasto agregado de energias propulsoras que agem no nosso cosmos. É fácil compreender que o homem individual se sinta aturdido, só e desamparado. Porém isto deve-se apenas ao estado ainda pouco desenvolvido de seu "aparelho de resposta". Quando estiver assim aturdido, o homem deve lembrar-se que, potencialmente, ele possui a habilidade criativa para construir e gradualmente desenvolver um melhor mecanismo de recepção que lhe permitirá, facilmente, responder a todos os impactos e a todos os tipos de energia divina.

Esta capacidade é indestrutível e é, em si mesma, um foco de energia divina que indefectivelmente levará avante o bem empreendido sob a inspiração do Grande Arquiteto do Universo. Ele modela todas as coisas para um fim que foi divinamente previsto, e neste signo - através de Seus agentes, Vênus e Vulcano, representando a forma e a alma - conduzirá o homem do irreal para o real.

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