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AS SEIS ETAPAS DO DISCIPULADO


Quinta Parte

Etapa II. O Discípulo que está na Luz.

Esta etapa é, definitivamente, aquela em que a consciência do estagiário em prova está ocupada com a superação da miragem e a correção da visão distorcida e míope do homem que esteve imerso na vida da matéria ou forma. Ele está agora se esforçando para ver a nova visão, controlar o mundo das reações emocionais e trabalhar em um novo meio, o da Luz.

Os Mestres não trabalham no plano astral. Certas escolas de ocultismo ensinam que Eles o fazem, mas não é o caso. Para Eles (tendo superado a miragem e a ilusão) o plano astral não existe; é apenas um conceito ilusório da mente tipo kama-manásico - a mente do aspirante comum. O discípulo é, portanto, nesta fase cuidado e guiado por alguém que ainda está sujeito à miragem, mas é, ao mesmo tempo, consciente da natureza efêmera do plano astral.

Esta etapa envolve tão grande número de aspirantes no mundo de hoje que (antes de prosseguir com outros assuntos) eu gostaria de abordar a natureza do trabalho que os Mestres estão buscando fazer com os Seus grupos de discípulos nesta hora de crise mundial. Este é um assunto de suma importância para o mundo do ângulo dos Próprios Mestres. Nunca esqueçamos que em todas as nossas discussões e em todos os seus esforços em entender, estou empenhado em descentralizá-los, dando-lhes, detalhadamente tanto quanto posso, o ponto de vista da Hierarquia, até que esteja ao alcance da compreensão do aspirante comum.

No que diz respeito a estes aspirantes, a única coisa que os Mestres estão se esforçando para fazer é estimular a chama do espírito neles para que possam incendiar o mundo. Os fogos do discernimento e da substância, do carma e seu veículo, a matéria, assolam o mundo neste momento. Fogo deve ser combatido com fogo, como vocês sabem, e para pôr fim ao violento inferno de fogo que hoje devasta o mundo, o fogo do espírito deve contrapor-se, distribuído e efetivamente utilizado pelos discípulos dos Mestres. A tarefa de Shamballa, em relação à Hierarquia, é semelhante em natureza, mas manifesta-se num nível mais elevado. Elas propagam o fogo supremo da Vontade. O fogo que deve, em última análise, ser usado pelos discípulos no mundo é o fogo da vontade de amar.

Este fogo não é o que vocês pensam que é. A vontade de amar significa o amor ao Todo maior e a capacidade de fazer aquilo que é necessário para o bem do grupo de maneira correta e com a habilidade necessária em ação. Envolve a capacidade de ação firme onde necessário, porque o discípulo tem uma visão de longo alcance e não é enganado pela perspectiva imediata. Ele trabalha e se prepara para o futuro. É, em outras palavras, a intenção amorosa de incendiar o mundo inteiro com a nova ideia do "espírito de relacionamento", começando com o próprio discípulo, sua família e grupo imediato. Esta é a vontade de incendiar. Seria bom refletir profundamente sobre essas ideias. Para produzir e tornar efetiva esta estimulação ígnea, o discípulo deve aplicar o fogo a si mesmo e na chama resultante ver como ele realmente é. O fogo do aspecto material (o fogo da personalidade) ainda é muito prevalente e muito poderoso na vida dos aspirantes, tornando-os prejudiciais. Gostaria de lembrar-lhes que o fogo do plano mental (isto é, da mente) é o reflexo (e reflexo distorcido) do fogo do espírito. Alguns discípulos usam apenas o fogo da mente; em seus momentos mais elevados e melhores, tentam usar o fogo do amor, para compensar os fogos de espírito crítico, mas na melhor das hipóteses não há fluxo espontâneo, mas sim um esforço laborioso para serem agradáveis, a absterem-se (através de drástica autodisciplina) de proferirem as coisas que suas mentes críticas dizem, ou agirem de acordo com as opiniões que eles podem ter formado através do uso do fogo da mente. Este fogo é sempre dirigido a um irmão e o esforço para abster-se do uso deste fogo inevitavelmente cria um vazio ou barreira. Entre a maioria dos aspirantes, não há nenhum verdadeiro amor em ação, mas muito esforço da personalidade para não criticar. Concentram-se na necessidade reconhecida e básica de não criticar, porque é correto ser assim, e há recompensa para quem conseguir, mas a concentração não se baseia nos efeitos sobre os outros quando o fogo da mente é desencadeado com a sua destruição, queima e efeitos prejudiciais.

Os Mestres são, portanto, ansiosos para que "o discípulo se depure no fogo da vontade de amar para que ele seja libertado e as barreiras que impedem a entrada da força avatárica possam ser dissolvidas". Por que é assim? Porque os discípulos no mundo e não a massa dos homens é que hoje impedem a Vinda do Avatar e inutilizam a Sua intenção. Ele não ousa vir até que os discípulos e aspirantes do mundo façam as mudanças necessárias em si mesmos, pois não haveria "suficiente vontade para amar com ígnea essência." Onde há esta vontade duas coisas podem ocorrer:

1. Pode ser necessário reduzir a afluência de energia que o Avatar traria com Ele para que possa ser efetivamente aplicadas na humanidade.

2. O Avatar e Aqueles Que estão trabalhando com Ele e sob Sua influência podem ser providos com um grupo que pode:

a. Responder de forma inteligente a essa influência, reconhecê-la e absorvê-la.
b. Distribuir a energia afluente.
c. Interpretar para a humanidade as novas forças impulsionadoras que tratam de precipitar a nova visão, a nova ordem mundial e os ideais da Nova Era.

Então, haverá muitos Discípulos na Luz e em outras etapas graduais do discipulado.

A visão que muitos têm da influência e trabalho do Avatar é a de uma Grande Aparição que vai acabar com todas as contendas, inaugurar a nova era de paz e boa vontade, acalmar o coração das pessoas e levar a humanidade aos domínios da beleza e da felicidade. Ele será a consumação da criação ilusória de incontáveis mentes ao longo dos séculos. Ele será o consolo da humanidade aflita. Ele vai docemente amar e calmamente lidar com Seu próprio povo e vai expulsar o malfeitor para fora da Terra e impedi-lo de novamente molestar a paz do mundo.

Devo dizer-lhes que tal quadro não faz de modo algum parte da visão da realidade. Baseia-se em interpretações teológicas e no egoísmo humano; fundamenta-se na miséria da humanidade e no fracasso dos discípulos e aspirantes em todos os lugares em compreender a verdadeira natureza do amor e a visão real do Plano hierárquico.

É o Fogo do Amor que Ele trará; é a mensagem do fogo purificador que Ele emitirá; Ele não ensinará sobre as águas purificadoras, como até agora tem sido transmitida a verdade simbólica; Ele divulgará o fogo que consome e destrói todas as barreiras na natureza do homem, todas as paredes de separação entre indivíduos, grupos e nações. Vocês estão preparados como indivíduos, como discípulos e aspirantes a se submeterem a este fogo?

Quando um homem torna-se um Discípulo na Luz, certos desenvolvimentos ocorrem que lhe permitem ver com mais clareza a visão e saber o que ele deve fazer, pois a Luz sempre revela. Estes são:

1. O aspirante faz uma transição na consciência do plano astral para o mental e, ao efetuar isso, o discípulo mais experiente dá ajuda e orientação definitiva.

2. O aspirante aprende a distinguir, eventual e infalivelmente, entre os pares de opostos.

3. O aspirante se torna consciente da miragem como algo do qual ele deve, eventualmente, libertar-se e ajudar a libertar o mundo.

Estas três etapas foram tratadas num Livro de Regras para os discípulos no caminho de prova. A regra pode ser aproximadamente traduzida para linguagem moderna da seguinte forma:

"Aquele que está no Caminho dá um salto para frente, abandonando o mundo da vida flexível. Ele faz a grande transição e deixa o caminho aquoso para trás. Ele caminha sobre a água e não se submerge nela. Um discípulo com uma luz leva-o pela mão de uma luz a uma Luz maior.

"Esta é uma Transição no caminho inferior, preparando-se para o superior.

"Aquele que está no Caminho torna-se consciente destas coisas. Os opostos aparecem. Os dois atraem sua vida diária, primeiro um e depois o outro; entre os dois, ele se move. Uma transformação deve ser feita; os dois se tornam em um. Um passo rumo à unidade ocorre. Entre os dois, ele segue em frente. Um Discípulo na Luz lança luz sobre ambos os lados e, assim, o pequeno pode caminhar.

"Esta é uma transformação no caminho dual, que conduz ao Caminho.

"Aquele que está no Caminho observa ao redor e vê a vida como através de uma névoa. Os nevoeiros e brumas da miragem se estabelecem sobre os vales e as colinas da vida e ele deve dissipá-las. Ele deve transmutá-las através dos ardentes raios da luz resplandecente. Um Discípulo na Luz direciona a ardente chama de luz que dissipa a bruma debilitante.

"Isto é Transmutação. Estes fogos liberam a luz oculta e a fundem com a luz maior."

É, portanto, sob a orientação de um discípulo que está muito mais avançado do que o Discípulo na Luz (embora ainda não adepto) que as primeiras lições nesses três processos são aprendidas. Enquanto isso acontece, o aspirante permanece inconsciente do interesse do Mestre por ele. O Mestre recebe relatórios regulares (com base em informações) do discípulo mais avançado responsável pelo neófito. É desta forma que muitos relacionamentos hierárquicos são estabelecidos. Quando se estabelecem - através do trabalho no Ashram de um Mestre e não no plano físico - são persistentes e constituem um dos fatores que produzem:

1. Integridade hierárquica.
2. Estreita relação eventual entre a humanidade e a Hierarquia.

Neste momento, há um grande aumento no número de pessoas que se relacionam deste modo e os discípulos avançados de todos os Mestres que aceitam discípulos estão excessivamente ocupados com o treinamento de aspirantes, bem como com o trabalho decorrente da gravidade da crise mundial. Os aspirantes assim treinados são, na realidade, o núcleo dos futuros servidores do mundo, e são, consequentemente, de real importância. A tarefa a que se dedicam é de três categorias, e como os discípulos avançados e iniciados são, portanto, ocupados, eles mesmos estão aprendendo muito. Estas três categorias de trabalho são:

1. O estabelecimento de influência magnética.
2. O estabelecimento de relação telepática.
3. A realização de reajustes básicos cármicos.

A primeira tarefa que confrontam os discípulos é chegar à compreensão da natureza dos aspirantes por quem eles se tornam responsáveis e também para estabelecer uma zona ou caminho de influência, de modo que possam ser definitivamente úteis e capazes de comunicar com o aspirante. Pode ser apontado que, no passado, tais relações foram entre alma e alma e, consequentemente, exigiam um longo período para "alcançar" o reconhecimento adequado na mente e no cérebro do aspirante. Hoje, este método ainda persiste na maioria dos casos, mas muitos destes discípulos que prestam ajuda estão experimentando (sob a direção de seu Mestre) trabalhar diretamente com o aspirante no plano físico, portanto, envolvendo a relação tanto da personalidade como da alma. Isto constitui um relacionamento muito mais difícil, mas é uma parte do novo processo de exteriorização do esforço hierárquico do qual todos os Ashrams exteriores (que agora estão se formando lentamente) são uma parte. Deste modo, o Discípulo na Luz é treinado a reconhecer os membros da Hierarquia, mas em primeiro lugar a tomar consciência dos discípulos mais avançados do que ele mesmo, aprendendo a dar o devido peso às palavras e sugestões deles. Vocês podem ver, portanto, como um grande esforço está sendo feito para trazer os dois centros - Humanidade e Hierarquia - a um relacionamento muito mais próximo, tanto objetiva quanto subjetivamente.

Todos os que, nesta vida, passaram do estágio do discípulo na Luz ao do discípulo aceito firmaram dois reconhecimentos:

1. Um reconhecimento do discípulo avançado que eles descobriram "na Luz".
2. Um reconhecimento do Mestre. Toda essa questão de reconhecer o Mestre será tratada por mim mais tarde.

O processo consequente de desenvolvimento da interação telepática é algo que deve ser estudado com mais cuidado. Todos os grupos de discípulos, que trabalham dentro ou fora de um Ashram, devem estar em estreita relação telepática e assim fornecerem um campo de treinamento para o desenvolvimento deste tipo de sensibilidade. A primeira coisa que tem de ser estabelecida num grupo de discípulos é amor e confiança, pois sem isso não pode haver verdadeira transferência de pensamento. Onde o amor e a confiança não existem, eles devem ser definitiva e conscientemente desenvolvidos.

Uma segunda regra rege esta relação telepática e esta é que toda "crise de crítica" deve ser muito cuidadosamente evitada por todos os discípulos se eles quiserem estabelecer o ritmo necessário. Em qualquer grupo de discípulos, há aqueles que não colocam primeiro as coisas mais importantes, que colocam muitas coisas e pessoas antes de seus deveres e responsabilidades espirituais, isto necessariamente dá aos seus condiscípulos motivos justos (aparentemente justos) para crítica. Há momentos em que a crítica é, sem dúvida, um reconhecimento de fato. Isto significa que um discípulo que critica atingiu o ponto em que seu julgamento é em tal grau baseado no amor que não produz nenhum efeito de personalidade em sua própria vida ou na de seu discípulo companheiro. É simplesmente um reconhecimento amoroso de limitações e só se torna errado quando estes fatos indubitáveis são usados para despertar crítica naquele que ainda não se qualificou e fornecer pontos para discussão. O discípulo ou aspirante que tem gritantes falhas e que fracassa em fazer as mudanças necessárias em si mesmo cria uma barreira que ele deve destruir com o tempo, removendo todas as causas para a crítica. Essas barreiras impedem a livre comunicação telepática.

Uma questão interessante pode surgir neste momento e que, sem dúvida, surgirá: O grupo de discípulos ativos deve estar sintonizado com a nota dos discípulos mais avançados no grupo ou ela deve ser reduzida para uma média geral mais baixa para se adequar aos menos avançados? Vamos colocar a questão de outra forma: os que estão menos avançados num grupo de discípulos e aspirantes devem puxar para baixo o nível de compreensão do trabalho dos mais desenvolvidos? Farão eles um esforço supremo para estar à altura da visão superior e atingir as atitudes e pontos de vista dos mais avançados? Essas perguntas provam um problema fundamental em todos os Ashrams e somente os próprios discípulos podem dar a resposta.

Ao dominar a tarefa de ajuste cármico, o discípulo orientador é governado por certas exigências. Ele deve saber exatamente qual carma deve ser trabalhado pelo aspirante a seu cargo, durante esta encarnação. Ele deve, então, induzi-lo a adicionar a este carma estabelecido, o que eu poderia chamar de "carma libertador." Esta é uma parte do processo forçado para aqueles que escolhem o caminho mais difícil da iniciação a que devem submeter-se, voluntariamente e por livre escolha. O discípulo procura fazer certas coisas a esse respeito, referindo-se aqui ao discípulo que está na Luz:

1. Ele esgota o carma inevitavelmente, de forma mais inteligente e consciente possível.
2. Ele aceita algum carma que normalmente seria precipitado em alguma vida mais tarde.
3. Ele começa a assumir um pouco do carma geral da humanidade, aumentando assim a sua própria carga cármica.
4. Ele começa a trabalhar com e compreender algo do carma planetário, embora ele ainda não assuma qualquer responsabilidade nesse sentido. Somente após a terceira iniciação é que ele conscientemente e como um indivíduo coopera com a responsabilidade cármica do Logos planetário.

Quero aqui ressaltar que estou me referindo tanto ao bom carma, quanto ao ruim. É tarefa do discípulo colaborador orientar o discípulo que está na Luz para que ele ajuste o seu carma. Isto o discípulo avançado faz pela impressão de pensamento. Todo carma, quando conscientemente enfrentado, é precipitado pelo poder do pensamento, que é talvez a principal lição que o discípulo avançado tem a ensinar ao neófito. Desta forma, ele é ajudado a ver "na luz" que jorra sobre o seu caminho, pois o discípulo que está preparando-o para a fase de discipulado aceito está em contato constante com o Mestre. Assim, uma relação triangular está configurada que é de valor oculto.

Esta etapa pode ser relativamente breve se o discípulo que está na Luz é verdadeiramente sério e está conscientemente desenvolvendo a sensibilidade superior. Duas vidas, às vezes, são suficientes para cobrir este período. O discípulo que está na Luz é aquele que trilha o caminho do que é chamado de "revelação menor", menor, porque se preocupa com a revelação daquilo que deve ser feito na vida de personalidade; não é o caminho da revelação superior da divindade e sua natureza. É a revelação do que já está manifestado e não do que deve ser manifestado. Reflitam sobre isso. O holofote da alma revela falhas de caráter, limitações na expressão e inadequações na conduta. Isto deve ser inteligentemente corrigido. Nos gráficos simbólicos que o discípulo orientador apresenta ao Mestre duas vezes por ano, é indicado o esforço feito ao longo destas linhas, não os resultados; o que conta é o esforço. Os resultados serão inevitáveis e proporcionais ao esforço. Quando estes gráficos (em número de três) são geometricamente relacionados e sobrepõem um sobre o outro, eles indicam um padrão de raio definido. Então o Mestre pode avaliar o grau e tipo de desenvolvimento e pode determinar o tempo para autorizar o discípulo avançado a recomendar o estágio do discipulado aceito. Quando a demanda do aspirante, a recomendação do discípulo orientador, a condição cármica e a nota que o Mestre registra coincidem no tempo, então o terceiro estágio é alcançado.

Quero lembrar-lhes novamente que todas estas fases se relacionam com o trabalho no Ashram e com a vida e vitalidade do grupo interno. Este grupo é composto, como vocês sabem, de velhos e experimentados discípulos e iniciados e também de neófitos em vários estágios de desenvolvimento e também de discípulos passando por várias etapas diferentes do Caminho. São estes tipos muito diferentes de discípulos ativos que produzem a inter-relação entre os Ashrams externos e internos, entre o grupo objetivo no plano externo e o grupo interno muito maior. Isto leva-me a uma pergunta que pode surgir de modo perfeitamente normal nas mentes das pessoas que trabalham no grupo externo e vagamente relacionadas com o grupo interno: É o nível de consciência do Ashram externo determinado pelo pessoal desse grupo ou por sua relação com todo o Ashram do qual faz uma parte relativamente pequena? Quando esta questão é colocada por um membro de um Ashram, indica uma preocupação definida com o pessoal do grupo e não com o grupo como um aspecto do Ashram de algum Mestre. Os discípulos precisam lembrar que um Ashram não está confinado a uns poucos que podem conhecer uns aos outros e que podem até se reunir como membros de um Ashram. Um Ashram é um grupo internacional, é composto de almas em encarnação e fora da encarnação, é uma síntese de iniciados de vários graus e de discípulos aceitos. Os Mestres não consideram aqueles que tomaram a primeira iniciação como iniciados. Este é um ponto que precisa ser enfatizado.

Discípulos que alcançam a segunda iniciação são considerados como "iniciados em provação", e só quando alcançam a terceira iniciação são verdadeiramente iniciados do ponto de vista da Hierarquia. A primeira iniciação é às vezes mencionada como "Iniciação Lemuriana" e a segunda como "Iniciação Atlante", mas a terceira iniciação - a da nossa raça ariana - é tecnicamente considerada pela Hierarquia como a primeira iniciação. Este é um novo ângulo sobre o qual gostaria que refletissem. O termo, portanto, Discípulo Aceito, cobre os estágios das iniciações primeira e segunda. Quando um discípulo alcança a terceira iniciação, ele já não é tecnicamente um discípulo aceito, mesmo que ainda permaneça no grupo do Mestre até que tome a quarta iniciação. Estou apontando essas questões técnicas para que possa haver clareza e proporção em suas reflexões.

Um Ashram é, portanto, representativo de todos os estágios do desenvolvimento, desde os mais avançados até os iniciantes, como aqueles que leem estas instruções. O ponto de importância para cada discípulo em um Ashram é se ele pode elevar a sua consciência e sua resposta consciente para a vibração ashramica para que ele não prejudique as atividades planejadas do Ashram. Os discípulos e os iniciados mais avançados devem deter-se, ou esperar e reduzir suas atividades de forma a dar ao menos avançados o tempo e a oportunidade para estarem à altura deles? A questão, portanto, é: Os discípulos avançados esperam ou os discípulos menos avançados atrapalham?

Eu lhes asseguro que o padrão de medida não é norma rígida e quero afirmar que os iniciantes não podem atrapalhar os membros avançados de um Ashram, mas que podem expulsar a si mesmos para fora da esfera de atividade, embora não fora do grupo. É o despreparado e sem treinamento que deve esperar, e não o pronto e verdadeiramente dedicado.

A tarefa do Mestre é estimular o maior número possível em Seu grupo para trabalhar de forma consistente nos níveis de atividade espiritual, onde o fogo da vontade de amar pode animar e dominar. Frequentemente, uma parte do Ashram ainda está lutando com as primeiras etapas na tarefa de compreender os fogos da mente, que deverão ser primeiro compreendidos e sua essência de fogo contida antes que o fogo da vontade de amar possa fluir através do discípulo.

O ponto a ser compreendido é que o trabalho do Ashram continua e os discípulos e iniciados (cujos corações estão em chamas) continuam a trabalhar sem impedimentos. Isto cobre a reação individual do pessoal do Ashram. Mas quando todo o grupo está em chamas com amor e vivendo como almas, então o Ashram se torna um centro vital ou vórtice de força e dinamicamente eficaz. O esforço dos Mestres que trabalham através do método de formar Ashrams é conseguir o mais rapidamente possível essa unidade de amor e intenção (vontade). É apenas o novato quem está preocupado com o seu efeito individual num Ashram. Os discípulos treinados e liberados estão mais preocupados com a tarefa a ser realizada e com o trabalho a ser feito. Um discípulo individual pode sofrer em sua personalidade como resultado do fracasso do seu grupo de irmãos para compreender ou deter o fogo de suas mentes, mas ele continua firmemente com o trabalho; e sua eficácia pessoal, como uma unidade servidora, permanece inalterada. Ele sabe que algum dia eles vão ser liberados de si mesmos. Nesse meio tempo, ele se esforça para neutralizar sua influência e, nesse sentido, a sua tarefa é mais difícil, mas ele sabe que eles estão a caminho para o discernimento, ele sabe também que no momento eles não podem evitar de ver nele e até mesmo em seu Mestre as mesmas qualidades que predominam neles. Pois, meu irmão, vemos nos outros o que está em nós, mesmo quando não esteja em absoluto ou na mesma medida. Os discípulos precisam aprender a distinção entre a verdadeira percepção analítica e a assim chamada crítica. Um Mestre não critica os membros do Seu Ashram. Ele procura analisar para eles os pontos onde podem dificultar a utilidade do serviço do Ashram. Há uma distinção básica entre esta ajuda construtiva e a crítica que se baseia num sentimento de superioridade pessoal e o prazer de encontrar falhas.

Cada Mestre alcançou o ponto onde a visão é clara para Ele, sendo parte da recompensa concedida ao iniciado. Ele Se identifica com ela, colorindo-a, necessariamente, rica e proveitosamente com Seu raio de "apreensão", e interpretando-a em termos de Sua contribuição para o todo. É aí que reside o segredo do inevitável e desimpedido [unhinderable (existe tal palavra meus irmãos?)] sucesso da visão, uma vez que é materializada através dos esforços combinados da Hierarquia, condicionada no tempo e no espaço por algum Mestre ou grupo de Mestres, trabalhando com algum raio ou raios. Nos primeiros dias do ciclo atual de esforço hierárquico (entre 1925 e 1936), o raio em ação sobre a humanidade foi o primeiro raio. A atividade deste raio culminou com a declaração de guerra pela Grã-Bretanha em 1939, quando a força destrutiva deste raio - mal aplicada e mal direcionada - levou a Alemanha a invadir a Polônia. Em 1932, a influência do segundo raio começou a afirmar-se e continuará a fazê-lo até 1945, quando o sétimo entrará lentamente em atividade. Então vocês terão três raios produzindo efeitos simultâneos sobre a humanidade:

1. O Primeiro Raio de Vontade ou Poder, despendendo sua força.
2. O Segundo Raio de Amor-Sabedoria, alcançando seu meridiano e mantendo-se no centro do cenário até 1957.
3. O Sétimo Raio de Ordem Cerimonial, entrando em atividade em combinação com os outros dois - a vontade de amar e a vontade de uma ordem - produzindo beleza do caos atual.

Os discípulos, portanto, do Mestre Morya, do Mestre Kuthumi e do Mestre Rakoczi estão atingindo um período de intensa atividade. O destino do mundo está nas mãos de Seus três grupos de discípulos iniciados; os discípulos aceitos dos três grupos são convidados a cooperar com Eles e isso oferece oportunidade para muitos em todo lugar. À medida que procuram a visão do Plano, para cooperar com os três Mestres e Seus grupos de iniciados, a oportunidade surgirá. Este triângulo de energia é de responsabilidade dos Grandes Guias de Shamballa para a regularização dos assuntos do mundo. Mais do que isso não é necessário que a humanidade conheça.

Recordem que um Ashram é um vórtice de força e um centro de energia - centro através do qual tanto a força e a energia fluem para que a visão possa ser materializada. Esta força e energia é, em última análise, dirigida por um Mestre, por um grupo de três iniciados avançados e por outro grupo de iniciados menores, representando assim (em cada Ashram) uma miniatura do governo planetário. Eles reduzem a energia afluente para que os discípulos aceitos possam manipulá-la de forma segura e atuar como agentes de distribuição. A energia com a qual os Mestres trabalham vem de Shamballa; as forças com as quais Eles trabalham são providas a partir da própria Hierarquia, e apenas na medida em que os discípulos aceitos reagem às forças combinadas será possível eles serem usados em serviço. Em outras palavras: os discípulos iniciados no grupo de um Mestre concentram as energias afluentes; os discípulos aceitos, por meio de suas almas, focam a força que o Mestre direciona para o mundo dos homens, de conformidade com o Plano da Hierarquia, trabalhando de acordo com a revelação vinda de Shamballa.

Os Discípulos iniciados não têm outro interesse, senão a visão, o Plano, e sua direção e materialização na Terra. Os Discípulos aceitos estão aprendendo isso e, entretanto, têm que reagir à visão no que eu poderia chamar de secundária, pois estão ocupados com o Plano e com a distribuição das forças que irão materializá-lo. Assim, toda a atividade do Ashram é coordenada. Os Discípulos recém-aceitos (que estão apenas aprendendo a cooperar) são valiosos como "agentes de experimento". De acordo com a sua reação às verdades transmitidas e o Plano, de acordo com sua capacidade de perceber a necessidade e relacionar esta necessidade com sua solução e de acordo com sua capacidade de trabalhar com os discípulos do mundo (que são, definitivamente, responsáveis perante o Mestre do Ashram por algum aspecto do Plano) será o sucesso do esforço no mundo exterior.

Assim, novamente o conceito de "Hierarquia de Relacionamento" é trazido à sua atenção. Nestes dias de conflito mundial, ela está ocasionando as corretas relações que apresentam a chave para o aspecto imediato da visão que deve ser precipitada sobre o nosso planeta. Portanto, um Ashram é um centro onde relacionamento é colocado em teste.

Uma simples pergunta surge aqui: Como podem corretas relações se estabelecerem na terra se os discípulos aceitos do grupo de um Mestre são incapazes de reagir à ideia e manter, entre si, corretas relações, com correção, com unanimidade e imperturbavelmente? Que esperança há para o mundo externo se o círculo interno de trabalhadores (discípulos consagrados) é incapaz de estabelecer e manter entre eles estas corretas relações. Atualmente, o problema é triplo. As corretas relações devem ser fomentadas entre:

1. Discípulos aceitos, discípulos iniciados e o Mestre.
2. Entre os membros de um Ashram e outros Ashrams.
3. Entre estes Ashrams e o mundo exterior.

O Mestre de um Ashram e os iniciados avançados em Seu grupo são responsáveis pela relação entre Shamballa e da Hierarquia. Os Discípulos aceitos e os iniciados menores são responsáveis pelo relacionamento entre a Hierarquia e a Humanidade. Assim, a grande cadeia da Hierarquia do Ser é preservada inviolada.

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