O plano do Sol Flamejante

Prezado condiscípulo:

Nos últimos meses, nossos pensamentos se concentraram no tema da "ressonância" e, na carta de setembro, abordamos o tema da relação entre som e fogo. Essa relação é mais importante do que poderíamos perceber à primeira vista, porque nossa fonte original, a Mônada e o ambiente em que ela habita são compostos desses dois elementos. A substância do plano monádico é um fogo sonoro. Todos os planos que estão abaixo deste plano são densificações deste 'akasha' e respondem facilmente aos sons ardentes que ressoam 'de cima' e gradualmente descem ao nosso próprio organismo físico. Em essência, o ser humano é um fogo que canta.

Na medida em que a Mônada canta no "plano do sol flamejante", sua materialização mais densa, o ser humano, é impelida a trazer essa música à terra para transfigurá-la. Podemos imaginar o grupo da Escola Arcana como um fogo que canta, irradiando para o mundo com luz e calor espiritual? Ou neste momento de crise global, de fogo é o que é realmente necessário para trazer harmonia no conflito e unidade na separação? Talvez a seguinte declaração feita pelo Tibetano durante a Segunda Guerra Mundial ainda seja relevante agora? "A Vontade para o Bem enfocada ... pode e deve evocar a energia de Shamballa e ser usada para deter as forças do mal ... a ardente boa vontade e o fogo e o uso enfocado e consciente da força de Shamballa, podem contrapor o fogo com o fogo, e isso deve ser feito" (1).

O serviço por intermédio do fogo é um conceito desafiador, mas por muito tempo tem sido parte do misticismo religioso, como exemplificado neste poema cristão citado no livro Do Intelecto à Intuição, escrito por Alice Bailey:

“Eu vi uma vida ardente em Deus!
Meu Pai, dá-me
A bênção de uma vida consumada por Deus
A fim de que eu possa viver para Ti.
Uma Vida de fogo! Uma vida ardente com Deus,
Iluminada pelos fogos do amor pentecostal!
Uma vida em fogo! Em fogo com amor pelos homens
Acesa pela compaixão divina do alto.
Uma vida ardente, que Deus pode tomar e deixar
Em casa, na rua, ou onde quer que Ele por Sua vontade determine.
Para pôr outra vida iluminada por Ele,
E o fogo assim mais ainda espalhar.”
(2)

Embora este poema possa parecer antiquado e excessivamente entusiástico no mundo de hoje, sua mensagem faz referência clara ao uso do fogo vivo como meio de serviço. No entanto, em nossos tempos, a ardente vontade para o bem é mais apropriadamente direcionada através da abordagem científica do esoterismo:

"O esoterismo não é nenhum caminho de natureza vaga e mística. É uma ciência – essencialmente a ciência da alma de todas as coisas – e tem sua própria terminologia, seus experimentos, suas deduções e suas leis. Quando digo “alma” refiro-me à consciência animadora encontrada por toda a natureza e naqueles níveis que jazem fora do território geralmente chamado natureza. Os estudantes tendem a esquecer que cada nível de conscientização, do mais elevado ao mais baixo, é um aspecto do plano físico cósmico e é, portanto, (do ângulo do processo evolutivo) de natureza material e (do ângulo ou ponto de vista de certos Observadores divinos) decididamente tangível e formado de substância criativa. O esoterista lida com substância o tempo todo; ele se ocupa com aquela substância vibrante, viva, da qual os mundos são feitos e que – herdada como o foi de um sistema solar anterior – está colorida por acontecimentos passados, e (como já foi dito) “já está afetada pelo carma”. (3)

“A consciência animadora que se encontra em toda a natureza” será o tema que abordaremos nos seminários Boa Vontade Mundial, a serem realizados em Londres, Nova York e Genebra: Em ressonância com a Terra viva. Naturalmente, esses eventos não serão de natureza tão esotérica quanto o descrito nesta carta, uma vez que esses seminários serão abertos ao público em geral. Mas nossas reflexões grupais apresentadas aqui preparam o coração da forma mental e vitalizam-na com energia espiritual.

No longo prazo, a humanidade cumprirá seu papel de guia para a evolução planetária, e nossa tarefa é ajudar a preparar o caminho para cumprir essa responsabilidade. Nossos veículos de expressão são câmaras de ressonância através das quais a música, a luz e o calor podem irradiar para fora em serviço. Vamos utilizá-los com sabedoria para difundir o Plano Divino e ajudar a elevar a Terra e todos os seus habitantes a ressoar com ela, fazendo com que todos sejamos fogos que cantam.

Em companheirismo grupal iluminado,

Grupo da Sede
Escola Arcana

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1 – A Exteriorização da Hierarquia, pág. 346, e Astrologia Esotérica, pág. 587
2 – Do Intelecto à Intuição, 173
3 – Educação na Nova Era, pág. 64

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