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CONVERSAÇÕES ESOTÉRICAS


Capítulo XII

A HIERARQUIA ESPIRITUAL HUMANA

Em nossa última palestra, analisamos a vida do homem sob o ângulo de sua vinculação ao Cosmos, seguindo como de costume o princípio hermético da analogia. Assim, vimos que, em sua composição etérico-física ou aspecto objetivo de sua vida psicológica, era um universo em miniatura, onde se expressavam as mesmas leis e princípios que no vasto esquema universal e que, com precisão matemática, os centros etéricos e as glândulas endócrinas do ser humano se correspondiam com o Sol, os planetas e todo o conteúdo estelar que, em seu conjunto, formam o Cosmos manifestado. Dentro dessa corrente infinita da analogia, deixamos entrever que todo o processo estruturador de seus veículos e todas aquelas infinitas correspondências cósmicas aconteciam como efeito das leis soberanas da evolução e da Hierarquia Espiritual, e que a sintonia perfeita dos centros etéricos com suas correspondentes glândulas endócrinas e a harmonia de suas funções fisiológicas eram o espelho mágico que nos permitia observá-lo, catalogá-lo e situá-lo em um ou outro degrau desta imensa "Escada de Jacó", que é a referência psicológica da própria evolução e que se estende dos Reinos inferiores até a expressão culminante da Vida Espiritual da própria Divindade.

Na conversação de hoje, nossa intenção é a de investigar o ser humano no devir de sua intenção criadora ou de sua progressiva subida dessa Escada de Jacó simbólica, a partir da evolução mística de cada um dos centros etéricos, consequentes do enaltecimento de suas qualidades psicológicas e de ver como paulatinamente os elementos espirituais produtores ou determinantes da Iniciação vão se introduzindo na vida do ser humano. Como verão, nossa intenção é a de dar uma continuidade à ideia de Hierarquia Espiritual, como fizemos até aqui, mas aplicando-a diretamente à entidade psicológica humana, seguindo as diretrizes absolutas que marcam a atividade espiritual dos Sete Raios e das correntes astrológicas que provêm das elevadas regiões zodiacais do Universo.

O Homem, o Centro da Evolução Planetária

Esotericamente nos é dito que a humanidade é o centro místico da evolução planetária, já que se encontra no meio das grandes expressões de vida que procedem dos três primeiros Reinos da Natureza, o mineral, o vegetal e o animal, e dos três excelsos Reinos superiores ao humano, um deles conhecido como Reino dos Céus e os outros dois com um caráter tão profundamente oculto que só podem ser revelados nos processos místicos das mais elevadas Iniciações Planetárias.

O Reino humano, o Quarto Reino da Natureza, é também uma expressão do Quarto Raio, definido esotericamente, em relação à humanidade, como o "Raio da Harmonia através do Conflito". A característica individual e psicológica dos seres humanos vem totalmente matizada pelo Quinto Raio da Mente que, no tempo devido, produziu o fenômeno iniciático da Individualização. Na união do Quarto Reino humano com o Quinto Princípio Criador da Mente, inicia-se o mistério esotérico velado pelas enigmáticas palavras de grande significado oculto: "...o nove é o número do homem", que explicam o porquê do período de nove meses, necessários para uma construção correta e natural do veículo físico do ser humano, dentro do claustro materno.

Outras considerações básicas na linha do nosso estudo além dessa que acabamos de expor, serão sem dúvida as absolutamente relacionadas com o princípio de Hierarquia Espiritual, expresso nos "Doze Trabalhos de Hércules", o grande Iniciado, símbolo da perfeição que o homem deve alcançar em cada um dos signos do Zodíaco e também em cada um dos Sete Raios. Esse símbolo da perfeição que deve ser consumada quando o ser humano passar pelos doze signos do Zodíaco e por cada um dos Sete Raios nos mostra as complexidades e dificuldades inerentes a essa perfeição e porque, nos elevados estudos esotéricos revelados pela Kabala, considera-se "o dez como o número da perfeição" que corresponde à humanidade. De fato, a soma das doze constelações e dos Sete Raios nos dá o número dezenove que, transformado em número dígito, converte-se no dez, que simboliza essa perfeição humana, e no um, que corresponde à própria Divindade Criadora, um Mistério que, se analisado profundamente, nos mostra uma relação harmoniosa entre os corpos físico, as forças psíquicas e os poderes mentais e as elevadas energias espirituais que condicionam o processo universal da evolução.

Hércules, o Grande Iniciado, e o Coração Humano

Prestemos uma atenção especial, dentro do processo hierarquizador da Vida ou evolução mística do ser humano, ao centro de irradiação espiritual que é o Chacra Cardíaco. Anteriormente, quando nos referimos aos "Doze Trabalhos de Hércules", símbolos da atividade interna dos verdadeiros discípulos, considerávamos a composição mística desse chacra que, como analisamos na nossa conversação precedente, consta de doze pétalas, cada qual estando vinculada misteriosamente a uma ou outra das doze constelações do Zodíaco e também com os doze planetas que constituem o Esquema Solar do Senhor do Universo. Não obstante e para uma melhor compreensão mental do tema ela Hierarquia Espiritual que estamos examinando, concretizaremos essas ideias no sentido de que existe um vínculo misterioso entre os doze planetas e as doze constelações. Em alguns casos, essas vinculações são objetivamente conhecidas, em outros, ainda persiste o véu de um grande segredo e de um mistério absoluto que o transcurso do tempo e o processo de evolução espiritual tratarão de revelar. Estas são as constelações que, na era atual, constituem nosso céu sideral: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Logicamente, os planetas devem seguir a evolução espiritual de seus correspondentes Logos Regentes, e se dividem em planetas sagrados, planetas não sagrados e planetas desconhecidos. Os planetas sagrados, ou seja, aqueles cujos Deuses Criadores já passaram pela prova da Quinta Iniciação Cósmica, são os seguintes: Vulcano, Mercúrio, Vênus, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os planetas não sagrados, que se encontram em Iniciações inferiores, são: Terra, Marte e Plutão. Existem dois planetas ainda desconhecidos, em seus aspectos objetivos, mas que ocultamente deverão ser cada vez mais considerados nos estudos astrológicos. Desses dois planetas, só sabemos que seu descobrimento nos últimos períodos da Raça Ária constituirá a perfeição da Ciência Astrológica, ou Astrologia Esotérica. Conforme é afirmado misticamente, eles estão velados pelo Sol e pela Lua, sendo ambos muito importantes para o desenvolvimento espiritual dos seres humanos e para a estruturação dos seus veículos expressivos. Segundo alguns profundos investigadores esotéricos puderam observar, esses planetas pertencem aos Segundo e Quarto Raios, dados muito interessantes sob o ponto de vista oculto, já que o Segundo Raio é o Raio do Senhor do Universo e o Quarto é o Raio que corresponde à humanidade como Reino.

Há uma afirmação esotérica, proveniente do passado mais remoto, relacionada com o destino espiritual do homem aqui na Terra, digna de ser considerada pelo atento investigador das leis ocultas da Natureza: "Tu deves cumprir, como Hércules, os Doze Trabalhos designados pelo Senhor”. Essa afirmação encontra seu ponto de expressão mais concreto, no que se refere ao ser humano, na evolução mística do Centro Etérico do Coração, ou seja, em cada uma das suas pétalas constituintes que, de acordo com a analogia, estão relacionadas com os doze fluxos de energia vindos das constelações zodiacais. Daí a importância que é dada na mística cristã ao "Coração de Jesus". Essa imagem mística concorda perfeitamente com os ensinamentos esotéricos do Oriente que dão ao Coração, em sua função vitalizadora de todas as atividades do organismo físico e reguladora das leis evolutivas da Natureza, o mais psicológico, profundo e elevado dos significados. Assim foram criadas em seu devido tempo as grandes avenidas da Agni Yoga ou Ioga de Síntese, que deu ao Coração uma nova dimensão e um significado mais profundo acima de todas as demais Iogas conhecidas.

A relação do coração humano com o Segundo Raio de Amor Universal, com o planeta Júpiter e com a resplandecente estrela Sirius foi tratada em conversações anteriores. No entanto, existem outros poderosos motivos que fazem do coração o centro mais importante do ser humano na atual Ronda Planetária. Essa motivação pode encontrar uma explicação adequada no significado místico da composição da Grande Fraternidade Crística, com doze Apóstolos e um centro de irradiação solar, o próprio Cristo, Que, em nosso coração, ocupa o centro dourado chamado esotericamente "A Joia no Lótus", cujo despertar se inicia com o pleno desabrochar de cada uma das doze pétalas desta Flor sagrada que é o Chacra Cardíaco. Os senhores se dão conta da maravilhosa relação entre o Cristo e os doze Apóstolos, entre a Joia no Lótus e as doze pétalas, entre o Sol central do Universo e os doze planetas e entre esses planetas e cada uma das Constelações do Zodíaco?

Bem, essas considerações esotéricas, que podem ser seguidas facilmente mediante o uso do princípio da analogia, paulatinamente vão nos informando qual há de ser o nosso verdadeiro destino criador. Nossa próxima meta, embora para uma imensa maioria da humanidade talvez ainda seja a meta mais afastada, é a Iniciação. Mas o que é exatamente a Iniciação? Poderíamos dizer que é um estado de consciência espiritual em que a mente e o coração se encontram perfeitamente integrados. Esse equilíbrio permite que, no interior do centro Coronário ou Lótus de Mil Pétalas ilumine-se aquele compartimento sagrado, o Sancta Santorum formado por uma flor de doze pétalas, cada uma delas vinculada a uma ou outra das doze qualidades do Coração, constituindo o símbolo precioso de que Hércules, o Discípulo Espiritual perfeito, converteu-se em um Adepto, em um Mestre de Compaixão e de Sabedoria. Então, existe uma relação mística muito direta entre o trabalho realizado por Hércules, em cada um dos signos do Zodíaco, e a obra de cada um dos Sete Raios. Como indicamos anteriormente, o resultado dessa relação é o número dez da perfeição humana. A condição de adepto, obviamente, é a glória da Liberação, até onde a nossa mente pode concebê-la de acordo com a sua própria potencialidade natural, ou seja, de acordo com o Quinto grande Princípio Cósmico de Revelação, cuja expressão natural na vida humana é a mente superior ou transcendente.

Insistindo novamente no tema do Chacra Cardíaco, continente do próprio alento espiritual monádico, vemos que sua atividade é puramente liberadora, pois constitui não apenas o centro vitalizador do esquema físico, mas também o centro de irradiação das mais elevadas aspirações de sua alma. Como nos é dito esotericamente, o coração é o centro de irradiação do propósito espiritual, o fator que dinamiza todas as atividades superiores da consciência. A mente, recipiente natural de atividades concretas, adquire a capacidade esotérica de abstração quando o fogo do coração a dinamiza com suas projeções místicas. Disso resultam as profundas palavras de Paulo de Tarso: "O homem é assim como pensa em seu coração", dando-nos com elas a dimensão da verdadeira estatura espiritual do homem, que deve ser medida sempre em termos de coração e não, como comumente se pensa, de capacidades mentais. O coração, até onde nos é possível compreendê-lo, é a balança da Justiça, situada entre o rigor do Carma e as infinitas possibilidades de Liberação. Portanto, é o centro de Síntese, total e universal. Situado dentro do esquema individual entre os três Chacras superiores e os três inferiores, ocupa no organismo a posição de equilíbrio e harmonia designada ao Quarto Raio e ao Quarto Reino da Natureza e, em uma esfera mais elevada e transcendente, reflete a posição do nosso planeta, o Quarto da Quarta Ronda de uma Cadeia de mundos dentro do Sistema Solar. Só o mágico equilíbrio do Coração faz com que um homem possa ascender ao Mistério Iniciático; o balanço mais ou menos harmonioso dos seus movimentos faz que um homem seja sensato ou estúpido, sábio ou ignorante, responsável ou irresponsável... A importância do Coração, o lugar que ocupa no centro do corpo físico e de sua contraparte etérica e as maravilhosas oportunidades que oferece ao ser humano em suas infinitas possibilidades de ação social e comunitária, convertem-no no centro esotérico da mais elevada transcendência ao longo da nossa Quarta Ronda Planetária e no Universo de Segundo Raio, "onde vivemos, nos movemos e temos o ser".

O Centro Misterioso de Síntese

Anteriormente nos referimos à Ioga de Síntese, relativa ao Coração, no sentido de uma motivação espiritual de caráter cósmico. Contudo, não deve ser confundido com a Bakti Yoga, a das emoções sublimadas, que fazem do coração seu centro de chegada, sua meta reconhecida. Para a Agni Yoga, o Coração é o ponto de partida, a plataforma de lançamento para o Reino superior do Espírito e de participação consciente nos Mistérios infinitos da Divindade. Aqui no Coração, no Santuário místico, é onde Hércules, símbolo perfeito do discípulo humano, deve realizar a grande tarefa alquímica de converter os pensamentos em sentimentos e as correntes emocionais em energia mental. Como veem, trata-se de um trabalho especial sobre o qual não nos foi fornecida muita informação em nossos estudos esotéricos. Porém nos servirá de ilustração considerar a participação consciente do Coração na grande tarefa cósmica empreendida por Hércules. De fato, existe uma linha de afinidade mística entre as doze pétalas do Chacra Cardíaco e os doze pontos de luz monádica, ou de fogo elétrico, que se acham ocultos no centro do Lótus de Mil Pétalas do Chacra Coronário. Assim, poderíamos dizer que cada um dos trabalhos realizados por Hércules no coração repercute em cada uma das doze constelações do Zodíaco e desperta um ou outro dos pontos de fogo no interior do centro superior da cabeça, despertando assim, progressivamente, e colocando em atividade, os doze fluxos de energia que unem sutilmente ambos os centros e que são emanações das correntes cíclicas de atividade das doze constelações zodiacais. Quando Hércules, simbolicamente falando, realizou inteiramente o seu trabalho, consciente em cada um desses doze fluxos de energia espiritual dentro do seu coração, as doze pétalas douradas no centro da cabeça entram em funcionamento e começa a atuar na vida humana uma nova expressão psicológica, a do perfeito Iniciado ou, se preferem, a de um Mestre de Compaixão e de Sabedoria, ou seja, a unificação perfeita do coração e da mente no esquema de evolução do ser humano, com o despertar do centro de Síntese ou da Vontade Criadora...

A evolução do centro do Coração constitui uma das grandes Metas do Logos Planetário em relação ao seu particular Esquema Terrestre e Ele, dentro de Sua, para nós, infinita grandeza, está atravessando atualmente as enormes crises que precedem a Quarta Iniciação Cósmica. Isso faz com que o nosso planeta Terra, no transcurso de sua Quarta Ronda, seja profundamente afetado por essas crises, especialmente no que se refere à humanidade que, como sabemos, é o Quarto Reino da Natureza e é regida totalmente pelo Quarto Raio, cuja distinção particular é a de "Harmonia através do Conflito". A analogia, como veem, é perfeita em todos os seus detalhes.

A evolução mística do coração condiciona, assim, a Hierarquia Espiritual Humana e determina a situação de qualquer alma na Senda. A grande família humana pode ser catalogada, quanto à sua evolução espiritual, pelo grau de adaptação à vida do Coração, ou seja, de acordo com o número de pétalas do mesmo, que o ser humano tenha logrado desabrochar no incessante transcorrer da busca interior. Portanto, cada ser humano é um pequeno Hércules que trata de realizar, no diminuto esquema de sua vida, algum dos doze trabalhos do grande Hércules universal que sua Alma Solar lhe tenha confiado. Em virtude disso, existem as leis imutáveis da Reencarnação e do Carma, leis que, naturalmente, não trataremos de impor aqui, mas que são os eixos mágicos ao redor dos quais gira por inteiro a vida humana e mesmo a do Logos Solar do mais elevado Universo. De que modo deve ser realizado o trabalho depende da evolução alcançada por cada uma das almas dos homens, em seu intento de representar na vida alguma função social definida, considerando que, para o desabrochar de cada uma das pétalas do Coração, contribuiu algum determinado Raio que condicionou e matizou esse tipo de atividade atuando através da mente, das emoções e dos sentidos corporais. Assim, vemos surgir no tempo e no espaço os distintos tipos raciais e os diferentes temperamentos psicológicos regidos pelo imperativo da lei de evolução que corresponde a qualquer alma em evolução, em qualquer estágio da Senda, e à pressão exercida pelas energias que procedem dos planetas e das constelações siderais.

A evolução espiritual do ser humano pressupõe sempre a maior ou menor atividade de um centro etérico e de sua glândula endócrina correspondente, mas deve ser levado em conta que esse tipo de atividade específica vem condicionada pelo passado daquela alma e também pelo número de pétalas desabrochadas dentro do coração. Se analisarmos atentamente o processo, veremos que o centro Cardíaco é o mais importante, não só por ser a base da vida espiritual em todos os seus níveis expressivos, mas também porque nele se centralizam as atividades cósmicas da Divindade Solar e a atenção especial de algum Logos Planetário dentro do nosso Sistema estelar de mundos. As doze constelações e os doze planetas, mais a pressão exercida pelos Sete Raios condicionam, assim, a evolução dos Reinos da Natureza, das Raças, das Nações e dos seres humanos, e cada um de nós deverá ser progressivamente consciente dessas atividades e pressões internas, quando tentarmos elucidar a grande incógnita de nossa vida e nos perguntarmos sobre nossa identidade, procedência e destino como uma entidade cósmica.

Ponderar profundamente sobre essa série de ideias nos permitirá entrever uma Ciência Psicológica, velada até aqui pelas condições humanas, por sua falta de sentido criador e pela importância dada às coisas superficiais. Novas zonas de interesse social aparecem diante de nossas percepções, aumentando talvez o nosso senso mais íntimo de responsabilidade como seres humanos inteligentes e nos brindando com perspectivas espirituais mais gloriosas, supremas metas do nosso eterno destino de ser e de realizar...

Pergunta: Tudo que o senhor disse resultou estranhamente familiar para mim e talvez tenha me permitido esclarecer dentro da mente aquela frase esotérica "...o nove é o número do homem”. Mas por que também se diz esotericamente que "o nove é o número da Iniciação"?

Resposta: Simplesmente porque a Iniciação é um processo dentro da vida do ser humano, regido por nove idades cósmicas, do mesmo modo que o nascimento de uma criatura no mundo físico é resultado de uma atividade maravilhosa de ordem interna, cuja duração equivale a nove lunações, ou seja, que a semente do homem está enterrada misticamente nove meses "debaixo da terra", no interior do seio materno, antes que possa surgir à luz. Mas recorde que o nove é o número do homem e também o da Iniciação somente durante o ciclo correspondente à presente Quarta Ronda e neste Quarto planeta, a nossa Terra. Essa Lei ou Princípio talvez não atue em Rondas superiores, as que correspondem, por exemplo, às Cadeias de Vênus e Mercúrio. Essas afirmações esotéricas ao nosso alcance referem-se única e exclusivamente ao nosso planeta Terra que, como sabemos, não é um planeta sagrado. O símbolo da Iniciação é Luz. Existe, portanto, uma relação direta entre a "iluminação" física e a iluminação espiritual. Nessa relação, subjaz um Mistério regido pelo número nove, que nos será revelado em etapas superiores de evolução.

Pergunta: Existe, portanto, uma relação direta entre os planetas, os Raios e cada uma das pétalas desenvolvidas dentro do Chacra Cardíaco?

Resposta: Existe uma relação direta e total e essa verdade será cientificamente reconhecida em um futuro próximo e o ser humano, graças a esse conhecimento do Coração como Centro da vida e da Inteligência Criadora, não será considerado, como até aqui, como um fenômeno isolado no Universo, mas como a expressão no tempo e no espaço de todos os fluxos de vida que circulam no Cosmos absoluto, com suas inevitáveis repercussões psicológicas.

Pergunta: Sendo assim, o senhor acredita que a Psicologia e a Astrologia devam trabalhar conjuntamente para uma melhor compreensão psicológica do ser humano?

Resposta: Considere que a Psicologia e a Astrologia são Ciências da Personalidade humana e que, portanto, estão estreitamente vinculadas à evolução da humanidade. A Psicologia do ser humano vem regida pelos Sete Raios, tema a que dedicamos nossa atenção em conversações anteriores, mas sua expressão pessoal, no que se refere a qualidades, vem condicionada astrologicamente pela influência dos planetas e constelações. A alma humana e cada um de seus veículos é regida pelo poder dos Raios, pela Psicologia interna, se é que podemos dizer assim, mas seu lugar no tempo e sua situação no espaço, ou seja, suas condições cármicas ou reações ao ambiente social que a rodeia são determinadas pela influência dos astros e das constelações, quer dizer, pela Astrologia. A fusão do conhecimento espiritual dos Raios com o da atividade cármica ou cíclica marcada pelos astros dará lugar à Astrologia Esotérica, muito além e acima da Astrologia convencional que somente trata dos aspectos concretos e objetivos do ser humano.

Pergunta: Qual deve ser, então, o novo enfoque da Astrologia convencional?

Resposta: Ela não deveria preocupar-se com o futuro, apenas com o presente imediato. Será a pressão do futuro sobre o presente que motivará a mudança do estudo para esferas mais elevadas que as convencionais existentes. Falando em um sentido muito esotérico, poderia dizer-lhe que a Astrologia, assim como qualquer outra Ciência dos homens, deve passar do estudo do Corpo ao da Alma, e do estudo da Alma ao do Espírito, pois há três classes de Astrologia: uma Convencional, outra Esotérica e outra, de transcendência infinita, que poderíamos chamar Hierárquica. Falando em termos mais concretos, poderíamos dizer que existe uma Astrologia do passado, outra do presente e outra do futuro. Atualmente, salvo exceções muito dignas, o campo de estudo da Astrologia é muito convencional e abrange somente aquelas qualidades, acontecimentos e situações relacionados com o aspecto pessoal do homem, cuja estrutura pertence ainda ao passado. O estudo psicológico da Alma atrairá como consequência a visão astrológica do presente, ou seja, a Astrologia Esotérica, e, quando o campo de estudo do ser humano transladar ou polarizar sua atenção no Reino da Mônada ou do Espírito, então se estudará a Astrologia Hierárquica. Como compreenderão, o tema é muito complexo e precisaria para o seu completo desenvolvimento uma mente excepcional que ainda não possuímos.

Pergunta: Compreendi bem que o ser humano é o símbolo perfeito de Hércules, mas Hércules existiu realmente como Iniciado?

Resposta: Eu diria melhor que Hércules é o símbolo perfeito de todo verdadeiro Discípulo, o qual deve realizar certamente doze trabalhos em seu coração. O fato de Hércules ter existido ou não carece de importância capital. Mas deve-se aceitar também como lógica a ideia de que realmente Hércules existiu, como existiram Buda e Cristo, sendo os símbolos que adornam sua vida representações históricas de suas vivências e realizações.

Pergunta: O senhor crê que sempre serão Doze as constelações do Zodíaco atuantes no nosso Sistema Solar e no nosso planeta?

Resposta: A atividade esotérica das doze constelações zodiacais e a existência de doze planetas em nosso Sistema Solar que, um dia, serão "sagrados", obedecem a uma Lei Cósmica da mais elevada transcendência. Não podemos ainda sondar esse Mistério, cuja resolução exige um sem-número de Manvantaras e é um Destino Criador que pertence aos Deuses e não às "pequenas vontades dos homens".

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