O Despertar dos Centros

O primeiro centro que o aspirante procura energizar conscientemente e sobre o qual ele se concentra durante os primeiros passos de seu noviciado, é o centro do coração. Ele tem que aprender a ser consciente do grupo, a ser sensível aos ideais do grupo, e a ser inclusivo em seus planos e conceitos; ele tem que aprender a amar coletiva e puramente, e a não ser influenciado, seja pela atração da personalidade, seja pelo móvel da recompensa. Até que ocorra este despertar no coração, não se poderá confiar nos poderes criativos de seu centro da garganta, pois eles estariam subordinados ao engrandecimento pessoal e a ambições de vários tipos.

Deve-se aqui registrar que nenhum desses desenvolvimentos pode jamais ser alcançado do ponto de vista de uma passividade estática completa, ou do ângulo de uma empresa inteiramente nova. Nós estamos em processo de evolução. Certos aspectos de nossos centros de força já estão despertos e funcionando em relação com o aspecto forma, mas ainda não estão expressando qualidades da alma. Nós temos atrás de nós um longo e frutuoso passado. Nenhum de nós é puramente egoísta. A humanidade, como um todo, já fez muito para pôr em atividade parcial o centro do coração e em despertar alguns dos mais importantes aspectos do centro da garganta.

O problema com muitos aspirantes hoje é o do plexo solar, pois ele está inteiramente aberto, funcionando ativamente e quase completamente despertado. O trabalho de transmutação está, todavia, desenvolvendo-se simultaneamente, conduzindo - como se poderia naturalmente supor - para grandes dificuldades e condições caóticas. O centro do coração também está começando a vibrar, mas ainda não despertou; o centro da garganta é frequentemente despertado prematuramente, através da transferência da energia do centro sacro. Isto se deve a inúmeras causas - algumas vezes ao propósito e intenções espirituais, mas mais frequentemente por uma negação da vida sexual normal, devido a condições econômicas ou a uma falta de vitalidade física, que predispõe ao celibato. Esta falta de força vital é por sua vez devida a muitos fatores, mas primariamente a uma longa hereditariedade, produzindo uma degeneração do corpo físico, ou a um celibato forçado em vidas passadas; este celibato forçado foi, muitas vezes, o resultado da vida monástica e do misticismo. Quando este despertar criativo acha expressão através de qualquer das artes - literatura, pintura, música - ou na organização grupal e no trabalho executivo, não é ocasionado nenhum mal, pois a energia encontra uma saída criativa natural. Estes pontos devem ser lembrados pelo aspirante. Ele se depara com um problema por demais complexo. Ele entra cegamente numa situação que é o resultado de um longo processo evolutivo e para o qual ele não tem a chave. Especialmente nas etapas iniciais e antes da primeira iniciação este é o caso, pois ele não tem nenhum conhecimento da história do passado, nem qualquer previsão quanto ao futuro. Ele simplesmente tem de tomar do seu equipamento e de sua oportunidade e fazer o melhor que puder, guiado pelas antigas regras da Raja Ioga e pela luz da sua própria alma.

Ao ser despertado o centro cardíaco e o centro da garganta deslocado para o trabalho criativo, uma relação definida é estabelecida e há um intercâmbio de energia entre os dois. Esta atividade por sua vez provoca uma resposta do aspecto do lótus de mil pétalas (um lotus sintético) através do qual a energia, sempre animando os centros do coração e da garganta, passa normalmente. Esta atividade de resposta e interação traz dois resultados, e estes devem ser anotados muito cuidadosamente.

Primeiro, a luz na cabeça faz seu aparecimento. Uma centelha (se assim Me posso expressar) surge entre a energia superior positiva, ao ser ela centralizada dentro da forma do lótus de mil pétalas, e a vibração crescente dos centros ou lótus do coração e da garganta. Estes dois centros inferiores por sua vez estão respondendo às energias que estão sendo elevadas, vindo dos centros abaixo do diafragma.

Em segundo lugar, o centro entre as sobrancelhas também começa a fazer sentir sua presença, e este significativo lótus de duas pétalas começa a vibrar. Ele simboliza o trabalho de alinhamento da alma e do corpo, do subjetivo e do objetivo. Em alguns livros ocultistas ele é chamado o lótus com as noventa e seis pétalas, mas isto é apenas uma diferenciação dizendo respeito às energias focalizadas nas duas pétalas. Anotarei que a totalidade das pétalas de força nos centros (excluindo os dois centros da cabeça) totaliza quarenta e oito pétalas. Estas energias em seus dois aspectos de energia vital física e qualidades da alma completam os noventa e seis aspectos ou vibrações das duas pétalas do Ajna ou centro da sobrancelha. Deve-se lembrar também que a palavra "pétala" somente simboliza uma expressão de força e seu efeito aparente na matéria.

Os cinco centros com suas quarenta e oito pétalas são portanto sintetizadas no lótus de duas pétalas, e então nós temos quarenta e oito mais dois somando cinquenta, o número da personalidade aperfeiçoada, pois cinco é o número do homem e dez o da perfeição. Simbolicamente, também se a totalidade das quarenta e oito pétalas dos cinco centros for acrescentada às noventa e seis pétalas do centro entre as sobrancelhas, o número cento e quarenta e quatro aparece. Este número significa o trabalho completo das doze Hierarquias criativas, doze vezes doze, e assim a reunião da alma subjetiva e do corpo objetivo na perfeita união e alinhamento. Isto é a consumação. A estes números, cento e quarenta e quatro, acrescente-se aquele do número mil (o número das pétalas do lótus do centro da cabeça) e teremos o número dos que serão salvos no Livro das Revelações, os cento e quarenta e quatro mil que podem permanecer diante de Deus, pois as três cifras encontradas indicam a personalidade. Quando o homem tiver completado dentro de si mesmo a grande obra, quando o número cento e quarenta e quatro mil for visto simbolizando o seu ponto de consecução, então ele poderá apresentar-se diante de Deus - permanecendo agora não somente diante do Anjo da Presença, mas diante da própria Presença.

Surge agora a pergunta: Como podem ser conseguidos este despertar e esta coordenação? Que passos devem ser dados para produzir esta vitalização e a atividade sintética final dos três centros? Colocado diante destas três perguntas, o verdadeiro instrutor sente uma dificuldade. Não é fácil esclarecer as atividades paralelas e esotéricas que são o resultado da construção do caráter. Muito frequentemente o aspirante anseia por ouvir alguma coisa nova e quando se lhe diz alguma velha verdade - tão velha e tão familiar que não consegue despertar uma resposta registrável - ele sente que o instrutor o decepcionou e cai num sentimento de futilidade e depressão. Todavia, isto deve ser enfrentado e as perguntas devem ser respondidas. Descreverei portanto as exigências necessárias tão sucintamente quanto possível, enumerando-as em sua ordem sequencial e de acordo com sua importância sob o ponto de vista do aspirante comum. Vamos então enumerá-las em forma tabulada, e depois comentaremos cada ponto brevemente.

1- Construção do caráter, o primeiro e essencial requisito.
2- Motivo justo.
3- Serviço.
4- Meditação.
5- Um estudo técnico da ciência dos centros.
6- Exercícios respiratórios.
7- O aprendizado da técnica da vontade.
8- O desenvolvimento do poder de empregar o tempo.
9- O despertar do fogo Kundalini.

Este último e nono ponto não será considerado nesta fase de nosso treinamento. A razão é óbvia. A maior parte dos aspirantes está na fase dos terceiro e quarto pontos e está apenas começando a trabalhar no quinto e sexto. Vamos tocar brevemente em cada uma das etapas necessárias e deixem-me insistir sobre a necessidade que há em avaliar de algum modo a responsabilidade em que o conhecimento implica. Poderão vocês avaliar o fato de que se estivessem fazendo o pleno uso de cada fragmento de informação dado no curso do treinamento, e tornando-o um fato em sua experiência, e se estivessem vivendo o ensinamento tão firmemente dado em sua vida diária, vocês estariam agora diante do Portal da Iniciação? Terão consciência de que a verdade tem que estar forjada na tessitura da vida diária antes que nova verdade possa ser com segurança transmitida?

1- Formação do caráter. Estes nove pontos devem ser estudados a partir do seu aspecto força e não de sua importância ética ou espiritual. É o "mundo de força no qual o iniciado penetra", e é o treinamento que ele recebe como um aspirante que torna possível tal passo. Cada um de nós entra na vida com um certo equipamento - o produto de vidas passadas de tentativas e de experiências. Esse equipamento tem em si certas falhas ou deficiências, e raramente é de natureza equilibrada. Um homem é demasiado mental. Outro é muito místico. Um homem é sensível, irritável, impressionável. Outro é o inverso de todas estas qualidades. Uma pessoa é centrada em sua natureza animal ou é estritamente material em sua visão da vida, ao passo que uma outra é visionária e livre dos pecados da carne. As diversidades entre os homens são incontáveis, mas em cada vida há uma inclinação predominante, para a qual todas as energias de sua natureza se voltam. Talvez ele seja fortemente impulsionado por suas forças físicas e viva consequentemente a vida de um animal. Ou é impulsionado pela energia astral, e vive uma vida psíquica e poderosamente emocional. Talvez - como tantos - ele seja impulsionado pelos três tipos de energia, física, emocional e um ocasional fluxo de energia da alma. O ponto a ser lembrado é que os corpos nos quais nós estamos, como almas, atuando, constituem primeiramente corpos de energia. Eles são compostos de unidades de energia, átomos em um estado de constante fluxo e movimento e acham seu lugar num meio de natureza similar. Agindo como o núcleo positivo nestes corpos de energia, e atualmente na maioria dos casos relativamente estática, se acha a alma. Ela exerce por enquanto pouca pressão sobre seus invólucros e se identifica com eles, assim temporariamente negando sua própria vida intrínseca.

Vem o dia, contudo, em que a alma desperta para a necessidade de dominar a situação e de assegurar sua própria autoridade. Então O homem (espasmodicamente a princípio) toma pé da situação. Ele tem de descobrir primeiramente que tipo de energia prepondera e é a força motivadora em sua experiência diária. Tendo descoberto isso, ele começa a reorganizar e reconstruir seus corpos. Todo este ensinamento pode ser resumido em duas palavras: Vício e Virtude.

Vício é a energia dos invólucros, individual ou sintetizada na personalidade, na medida em que ela controla as atividades da vida e subordina a alma aos invólucros e aos impulsos e tendências do eu inferior.

Virtude é o chamado de novas energias e de um novo ritmo vibratório de modo que a alma se torne o fator positivo de controle e as forças da alma sobrepujam às do corpo. Este processo é o da formação do caráter. Vamos ilustrar! Um homem é vítima de uma disposição nervosa e irritável. Nós lhe dizemos que ele precisa ser calmo e tranquilo e cultivar o desapego e assim ganhar controle sobre si mesmo. Ensinamos-lhe que em lugar de uma disposição mal humorada deveria haver amabilidade e calma. Isto soa uma banalidade e extremamente desinteressante. Entretanto, o que se está afirmando é que em lugar da natureza emocional agitada e autocentrada e da atividade do centro do plexo solar (conduzindo as poderosas forças do plano astral) deveria impor-se o ritmo firme, harmonizador e desprendido da alma, o eu superior. Este trabalho de impor a vibração superior à inferior é construtora do caráter, o primeiro pré-requisito no Caminho da Provação. Lendo isto, o estudante sério pode começar a calcular suas reservas de energia; ele pode tabular as forças que ele sente controlar sua vida, e assim chegar a uma compreensão razoável e autêntica das forças que precisam ser subordinadas e daquelas que precisam ser fortalecidas. Então, na luz do verdadeiro conhecimento, que ele siga adiante no caminho do seu destino.

2- Motivo correto. O Mestre da Sabedoria, dizem-nos, é a "rara floração de uma geração de inquiridores". A pergunta que o buscador agora faz e que somente ele tem o direito de responder é: Qual é o motivo governando minha aspiração e meu esforço? Por que procuro eu construir sobre uma fundação verdadeira? Por que tão diligentemente invoco minha alma?

O desenvolvimento do motivo correto é um esforço progressivo, e constantemente alguém desloca o foco do próprio estímulo quando descobre a si mesmo, à medida que a Luz brilha cada vez mais firmemente sobre o próprio caminho, e constantemente um motivo mais novo e mais elevado emerge. Novamente, vamos ilustrar: Um aspirante nas etapas iniciais é praticamente sempre um devoto. Para estar à altura do padrão estabelecido por um instrutor e amigo amado, ele luta e se esforça e ganha terreno. Mais tarde, este objeto de sua devoção e esforço ardente é substituído pela devoção a um dos Grandes Seres, os Irmãos Mais Velhos da raça. Ele curva todas as forças e poderes de sua natureza ao Seu serviço. Este incentivo é, por sua vez, segura e firmemente substituído por um vital amor pela humanidade, e o amor de um indivíduo (seja ele o mais perfeito) é perdido de vista em favor do amor por toda a fraternidade dos homens. Incessantemente, à medida que a alma toma mais e mais controle de seu instrumento e que a natureza da alma se manifesta firmemente, isto também é substituído pelo amor do ideal, do Plano e dos propósitos subjacentes ao próprio universo. O homem vem a conhecer-se como nada mais do que um canal através do qual as forças espirituais podem agir, e se conscientiza de si mesmo como uma parte integrante da Vida Una. Então ele vê mesmo a humanidade como relativa e fracionada, e se toma mergulhado na grande Vontade.

3- Serviço. Um estudo do motivo correto leva naturalmente ao serviço certo e muitas vezes torna paralela em sua forma objetiva, a consciência motivadora. Do serviço a um indivíduo como uma expressão de amor, à família, ou à nação, cresce o serviço a um membro da Hierarquia, ao grupo de um Mestre e daí o serviço à humanidade. Finalmente, desenvolve-se a consciência do serviço ao Plano e uma consagração ao propósito subjacente da grande Existência para cumprir algum objetivo específico.

4- Meditação. Sobre este assunto não nos alongaremos, pois ele tem constituído a base de muitos dos ensinamentos em meus outros livros e muitos de vocês estão trabalhando firmemente sobre a obra da meditação. Coloquei-o em quarto lugar na lista, pois a meditação é perigosa e improfícua para o homem que entra nela sem a base de um bom caráter e de uma vida limpa. A meditação então se torna apenas um meio para obter as energias que somente servem para estimular os indesejáveis aspectos de sua vida, assim como a fertilização de um jardim cheio de ervas daninhas produzirá delas uma estupenda colheita, e assim esmagará as delicadas e fracas flores. A meditação é perigosa onde há motivo errado, tal como o desejo de crescimento pessoal e de obtenção de poderes espirituais, pois ela produz, sob estas condições, somente um fortalecimento das sombras no vale da ilusão e faz crescer plenamente a serpente do orgulho, oculta no vale do desejo egoísta. A meditação é perigosa quando falta o desejo de servir. O serviço é uma outra palavra para o emprego da força da alma para o bem do grupo. Onde falta este impulso, a energia pode derramar-se pelos veículos, mas - faltando uso e não encontrando escoamento - tenderá a superestimular os centros e a produzir condições desastrosas para o neófito. A assimilação e eliminação são as leis da vida da alma da mesma forma que a vida física, e quando esta simples lei não é considerada, sérias consequências seguir-se-ão inevitavelmente como no corpo físico.

5- Estudo dos Centros. Este nós estamos começando agora. É um estudo por enquanto na infância, no Ocidente, e pouco aplicado no Oriente. Nossa maneira de tratar esse tema será de um certo modo nova, pois embora estejamos nós mesmos acostumados aos nomes, localizações e relações dos centros, não faremos nenhum trabalho de meditação sobre eles. Finalmente nós chegaremos a uma apreciação de sua vibração, de seu tom e cores e dos significados astrológicos. Nós não trabalharemos com os centros ao longo da coluna vertebral, nem aspiraremos ao seu emprego consciente como faz a pessoa clarividente e clariaudiente. Todo trabalho feito pelos estudantes deve ser feito inteiramente na cabeça e da cabeça. Lá está a sede do aspecto Vontade, ou Espírito, trabalhando através da alma. Lá também está a expressão sintética da personalidade e na compreensão da relação dos dois centros da cabeça e de seu mútuo intercâmbio virá gradualmente o domínio da personalidade pela alma. Isto conduzirá à consequente e subsequente atividade orientada dos cinco outros centros. O trabalho nestes cinco centros será finalmente tão automático quanto o atual funcionamento do coração e dos pulmões no corpo físico.

A inteligência dirigente, o Eu "sentado em seu trono entre as sobrancelhas" e dirigida pela Luz na cabeça estará atenta aos interesses da alma e tão alerta quanto está a consciência do "Eu" dos homens comuns centralizados em si mesmos. Pelo ritmo de sua vida divina e por sua cooperação consciente com o Plano, e agindo através da Vontade, deve o discípulo encarnado atuar como o agente de sua alma nos três mundos.

6- Exercícios Respiratórios. Pouco a pouco, à proporção que se progride, as necessárias instruções serão transmitidas. Devo assinalar, todavia, que nenhum exercício respiratório pode ser usado com segurança onde não houver uma tentativa de impor ritmo à vida diária. As duas atividades devem caminhar paralelamente.

O efeito dos exercícios respiratórios é variado:

a) Há um efeito oxigenador. A corrente sanguínea se purifica e a pressão é aliviada. Um simbolismo está por trás disso - pois assim como o sangue é oxigenado, também é a vida do homem nos três mundos permeada pela energia espiritual.

b) Há a imposição de um ritmo especial, trazido pela particular limitação do espaço e tempo dos movimentos respiratórios - inspiração, retenção e expiração - e isto variará de acordo com a contagem.

c) Há um efeito sutil de prana (que é elemento subjetivo que está por trás do ar inspirado e expirado) que afeta da maneira mais potente o corpo de prana, o corpo vital ou etérico. Os estudantes devem lembrar-se que os efeitos mais sutis são mais poderosos do que os efeitos físicos. Eles produzem resultados em duas direções: no corpo físico e no corpo etérico. O corpo vital inteiro assume um particular ritmo de acordo com os exercícios respiratórios. Isto, mantido por um longo período de tempo, terá um efeito de coesão ou destruição sobre o corpo físico, e desvitaliza ou vitaliza o corpo etérico correspondentemente.

d) Há o efeito sobre os centros, que é mais efetivo e que segue a linha do pensamento do aspirante. Se, por exemplo, um homem pensa no plexo solar, aquele centro será inevitavelmente vitalizado e sua natureza emocional fortalecida. Daí a necessidade dos estudantes conservarem sua meditação firmemente na cabeça para assim despertarem o centro da cabeça.

Que ninguém duvide do efeito dos exercícios respiratórios sobre o corpo vital. Tão certo como o comer e beber constroem ou destroem o corpo físico, e ajudam ou impedem seu correto funcionamento, assim, os exercícios respiratórios produzem potentes efeitos, se corretamente utilizados por um período de tempo suficiente.

E que deverei eu dizer sobre as três últimas exigências? Não muito, pois o tempo ainda não está maduro para a sua correta compreensão. Passo a passo deve o aspirante prosseguir e sua teoria não deve persistentemente adiantar-se à sua experiência. Talvez eu possa dar a chave para cada uma dessas três, através da formulação de uma simples regra para a vida diária. Isto será alcançado por aqueles a quem ela é destinada e não prejudicará aos que não estiverem prontos para recebê-la. Esta regra, quando seguida, produzirá, suave e subjetivamente, as condições necessárias para a manifestação da exigência.

Aprendam a usar a vontade através do desenvolvimento do firme propósito e da organização da vida diária, de modo que aquele propósito possa alcançar realização.

Aprendam a fazer mais com o tempo, além de organizá-lo e usá-lo. Aprendam a fazer várias coisas simultaneamente e a utilizar portanto todos os três corpos sincronicamente. Posso ilustrar: Quando estiverem fazendo seu exercício respiratório diário mantenham a contagem do ritmo apuradamente, ouçam atentamente o som que "soa no silêncio" do interlúdio. Ao mesmo tempo pensem em si mesmos como a alma, a que impõe o ritmo, e a voz que fala. Isto é algo que pode ser adquirido pela prática, por cada um.

Descubram a serpente da ilusão com a ajuda da serpente da sabedoria e então a serpente adormecida elevar-se-á até o lugar do encontro.

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